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Universidade Federal de Viçosa

Departamento de Engenharia Civil


Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil

DEFESA DE DISSERTAÇÃO

ESTUDO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO NA


INTERFACE SOLO-GRAMPO COM O USO DE CALDA
CONVENCIONAL E CALDA ADITIVADA

Aluno: Frederico Horta Miranda


Orientador: Cláudio Henrique de Carvalho e Silva

Viçosa – MG
Dezembro de 2019
INTRODUÇÃO
Solo Grampeado

- Técnica de estabilização de maciços terrosos;

- Não regulamentada por norma técnica da ABNT;

- Normas de referência:

- ABNT NBR 5629 (ABNT, 2006, 2018): Execução de tirantes


ancorados no terreno;

- ABNT NBR 7681 (ABNT, 2013): Calda de cimento para injeção;

- ABNT NBR 12123 (ABNT, 1992): Estacas – Prova de carga estática


– Método de ensaio.

2
INTRODUÇÃO
Solo Grampeado
- Promove o reforço do solo in situ com a introdução do grampo:

- Elemento passivo composto de barra de aço circundada por


calda endurecida:

Fonte: Autor

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INTRODUÇÃO
Processos de injeção da calda no grampo

1º - Em única fase: bainha (1ª injeção):

Por gravidade (0,50 MPa);

a/c mínimo=0,50.

Fonte: Autor

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INTRODUÇÃO
Processos de injeção

2° - Múltiplas fases: bainha + 2ª injeção (reinjeção):

Após a cura de 12h da bainha;

Pressão de 2,0 a 3,0 MPa.

a/c entre 0,50 e 0,70

Fonte: Autor

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INTRODUÇÃO
Comportamento mecânico do solo grampeado

O grampo proporciona ao maciço:


- Ganho de resistência à tração;
- Aumento da resistência ao cisalhamento.
Através da mobilização do atrito na interface solo-grampo.

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INTRODUÇÃO
Comportamento mecânico do solo grampeado

qs

Coesão
Cimentação
Ângulo de atrito

Fonte: Autor

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JUSTIFICATIVA
Problema recorrente do solo grampeado
Vazios ao longo do grampo em injeção somente da bainha
Causas:
1- Falha executiva;
2- Retração da calda.

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JUSTIFICATIVA

1- Falha executiva
Principais motivos:
- Alta velocidade de injeção;
- Retirada prematura da mangueira de injeção;
- Interferência com centralizadores.

Fonte: Autor

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JUSTIFICATIVA

2- Retração da calda de cimento


Fatores agravantes:
- Elevado fator a/c;
- Infiltração da calda no solo.

Fonte: Autor

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JUSTIFICATIVA

Vazios ao longo do grampo em injeção somente da bainha


Consequências:
- redução da resistência qs;
- aumento do deslocamento do maciço.
Geometria final do grampo

Fonte: Autor

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JUSTIFICATIVA

Solução usualmente adotada para o preenchimento dos vazios


- Reinjeção.

Solução proposta pela pesquisa


- Supressão dos vazios através:
- Eliminação da retração com o uso de aditivos na calda;
- Otimização do processo de injeção:
- Controle rigoroso da vazão, sincronizado com a retirada da
mangueira.
- Adoção de um novo modelo de centralizador.

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OBJETIVOS

- Estudar um traço de calda de cimento Portland que elimine a


retração através da incorporação de aditivos na mistura ;
- Adotar procedimentos otimizados e desenvolver peças e
equipamentos que promovam a execução de grampos com
geometria homogênea e sem a presença de vazios oriundos de falha
executiva;
- Comparar a resistência qs entre grampos executados com calda
aditivada e convencional, através de ensaios de arrancamento.

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OBJETIVOS

Executar 6 grampos com calda aditivada

Fonte: Autor

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OBJETIVOS

Executar 6 grampos com calda convencional

Fonte: Autor

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DEFINIÇÃO DAS CALDAS

Cimento Portland CP II E 32 (Lavarge Holcim):


- Ensaio de caracterização:
Valores obtidos atenderam aos requisitos da NBR 11578
(ABNT,1991): Cimento Portland Composto
Aditivos (MC-Bauchemie Brasil):
1- Expansor Quellmittel (dosagem de 0,1 a 1,0%):
- Promove a expansão pela formação de microporos;
- O aumento do volume propicia a redução da sedimentação.
2 - Superplastificante PowerFlow 2150 (dosagem de 0,2 a 5,0%):
- Tecnologia de polímeros policarboxilatos;
- Proporciona boa compatibilidade com os aditivos expansores.

16
DEFINIÇÃO DAS CALDAS
Ensaios de fluidez e vida útil: NBR 7681-2 (ABNT, 2013)

Funil de Marsh

Fonte: Autor

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DEFINIÇÃO DAS CALDAS
Medição da retração e expansão das caldas
Molde metálico Bancada de retração

Fonte: Autor

18
DEFINIÇÃO DAS CALDAS
Medição da retração e expansão das caldas

Moldes de PVC e EPS

Fonte: Autor

Ensaios de resistência à compressão axial: NBR 7215 (ABNT, 1996)

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DEFINIÇÃO DAS CALDAS
- Rodados inicialmente 30 traços:
- Fator a/c entre 0,40 e 0,70;
- Aditivos entre 0,2 e 2,0%.

- Remanesceram 16 traços: tratamento estatístico (Minitab 18)


- Definição de requisitos mínimos:
- Fator a/c entre 0,40 e 0,60;

- Aditivos entre 0,2 e 1,0%;


- Vida útil mínima de 60 min;
- Resistência à compressão mínima de 25 MPa aos 28 dias;
- Expansão longitudinal entre 0,5 a 1,0%.

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DEFINIÇÃO DAS CALDAS

Fluidez (s) Resistência à Expansão


Quellmittel PowerFlow
Traço a/c compressão (MPa) longitudinal
(%) (%)
60 min 28 dias (%)
1 0,40 0,50 0,50 11,66 51,51 -2,77
2 0,42 0,50 0,30 11,22 40,57 -0,03
3 0,42 0,70 0,30 10,62 44,10 +0,59
4 0,43 0,80 0,20 10,78 29,45 +1,70
5 0,43 1,00 0,25 12,47 32,45 +1,34
6 0,44 1,00 0,20 12,59 27,57 +1,40
7 0,42 0,80 0,35 11,25 41,55 +0,49
8 0,43 0,80 0,30 10,03 40,33 +0,11
9 0,43 0,85 0,28 15,03 43,47 +0,43
10 0,43 0,75 0,25 11,72 44,75 +0,16
11 0,42 0,75 0,32 10,44 36,65 +0,87
12 0,43 0,80 0,27 10,44 42,31 +0,30
13 0,43 0,78 0,25 10,34 34,99 +1,32
14 0,43 0,80 0,28 10,03 41,69 +1,00
15 0,50 - - 10,60 23,80 -2,04
16 0,60 - - 7,99 21,14 -6,23

Fonte: Autor

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DEFINIÇÃO DAS CALDAS

Fonte: Autor

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DEFINIÇÃO DAS CALDAS
Rodados 4 traços para confirmação da calda aditivada:

Fluidez (s) Resistência à Expansão


Quellmittel PowerFlow
Traço a/c compressão (MPa) longitudinal
(%) (%)
60 min 28 dias (%)
17 0,43 0,80 0,28 11,44 41,64 +1,95
18 0,43 0,78 0,27 9,90 31,99 +1,28
19 0,43 0,75 0,25 11,70 37,67 +0,88
20 0,43 0,80 0,30 10,20 39,45 +0,45

Fluidez (s) / Vida útil (min)


Resistência à Expansão +
a/c compressão aos Retração –
0 min 30 min 60 min 90 min 120 min 28 dias (MPa) (%)

0,43 10,28 10,69 11,44 Fonte:


12,91
Autor 13,20 41,64 +1,95

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DEFINIÇÃO DAS CALDAS

Calda convencional: rodados 3 traços (a/c = 0,50, 0,60 e 0,70)


Fluidez (s) Resistência à Expansão
Quellmittel PowerFlow
Traço a/c compressão (MPa) longitudinal
(%) (%)
60 min 28 dias (%)
15 0,50 - - 10,60 23,80 -2,04
16 0,60 - - 7,99 21,14 -6,23
21 0,70 - - 6,91 17,56 -13,46

Definição do traço a/c = 0,60

Fluidez (s) / Vida útil (min)


Resistência à Expansão +
a/c compressão aos Retração –
0 min 30 min 60 min 90 min 120 min 28 dias (MPa) (%)

0,60 7,47 7,68 7,99 8,14 8,69 21,14 -6,23


Fonte: Autor

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DEFINIÇÃO DA GEOMETRIA DO GRAMPO

Ensaios de campo: SPT (NSPT) E PMT (PL)

Fonte: Autor

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DEFINIÇÃO DA GEOMETRIA DO GRAMPO
Valores médios: NSPT = 14 e PL = 1,092 MPa
Estimativa de qs: correlações empíricas e NBR 5629 (ABNT, 2006)
= 155 kPa 99 kPa
Geometria do grampo:
D=0,10 m;
Lb=4,00 m;
Área lateral=1,26 m²
Cargas de tração estimada:
195 kN e =125 kN
Ensaio de caracterização de tração: CA 50, barra de 20 mm
Tensão de escoamento: fy = 655 MPa;
= 183 kN

26
PROCESSO EXECUTIVO DO GRAMPO

Perfuração

Fonte: Autor

27
PROCESSO EXECUTIVO DO GRAMPO

Perfuração

Fonte: Autor

28
PROCESSO EXECUTIVO DO GRAMPO

Inserção da barra

Fonte: Autor

29
PROCESSO EXECUTIVO DO GRAMPO

Inserção da barra

Fonte: Autor

30
PROCESSO EXECUTIVO DO GRAMPO

Inserção da barra

Fonte: Autor

31
PROCESSO EXECUTIVO DO GRAMPO

Injeção das caldas: teste empírico de infiltração


Calda aditivada = 15%
Calda convencional = 30%

Fonte: Autor

32
PROCESSO EXECUTIVO DO GRAMPO

Injeção das caldas: preparo dos traços

Fonte: Autor

33
PROCESSO EXECUTIVO DO GRAMPO

Grampos finalizados: Gr1 ao Gr13

Fonte: Autor

34
PROCESSO EXECUTIVO DO GRAMPO

Geometria final dos grampos

Comprimento do Diâmetro Perímetro do Área lateral do


Grampo grampo Lb (m) (m) grampo (m) grampo (m²)
1 3,95 0,108 0,3393 1,34
2 4,00 0,108 0,3393 1,36
3 3,75 0,112 0,3519 1,32
4 3,75 0,118 0,3707 1,39
5 3,90 0,108 0,3393 1,32
6 3,80 0,116 0,3644 1,38
7 3,95 0,126 0,3958 1,56
8 3,75 0,114 0,3581 1,34
9 3,95 0,116 0,3644 1,44
10 4,20 0,108 0,3393 1,43
11 4,20 0,114 0,3581 1,50
12 4,20 0,112 0,3519 1,48
Valor médio 3,95 0,113 0,3560 1,41

Fonte: Autor

35
ENSAIOS DE ARRANCAMENTO

Conforme metodologia prescrita na NBR 12123 (ABNT, 1992):


ensaio lento - estágios iguais e sucessivos de carregamento
- Cura média dos grampos: 45 dias;
- Calibração do macaco hidráulico.

Fonte: Autor

36
ENSAIOS DE ARRANCAMENTO

Acerto da face do talude: triângulo metálico

Fonte: Autor

37
ENSAIOS DE ARRANCAMENTO

Layout final do sistema de arrancamento

Fonte: Autor

38
CURVAS CARGA x DESLOCAMENTO
1° grupo: grampos 1, 3, 4, 5, 7

Fonte: Autor

39
CURVAS CARGA x DESLOCAMENTO
2° grupo: grampos 2, 6, 10, 11,12

Fonte: Autor

40
CURVAS CARGA x DESLOCAMENTO
3° grupo: grampos 8 e 9

Fonte: Autor

41
CURVAS CARGA x DESLOCAMENTO
Grampos 1 a 12

Fonte: Autor

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CRITÉRIOS DE RUPTURA ADOTADOS
1- Carga de pico
2- Recalque limite (métodos clássicos)
- Terzaghi – 10% do diâmetro da estaca;

D P ∙ L
- Davisson – Sr   =    +  3,8  +     ;
120 A  ∙   E
D P ∙ L
- ABNT NBR 6122 (ABNT, 2010) – Sr   =     + 
30 A  ∙   E .

43
CURVAS CARGA x DESLOCAMENTO
Grampo 10

Fonte: Autor

44
RESULTADOS

1- Carga de pico: carga de ruptura (FCP) e deslocamento (dCP)

FCP dCP
Grampo
(kN) (mm)
1 167 34,89
2 114 26,29
3 162 24,89
4 157 33,46
5 162 40,13
6 114 45,92
7 175 48,78
8 106 64,38
9 87 44,60
10 123 28,17
11 106 26,77
12 114 17,58
Valor médio 132 36,32

Fonte: Autor

45
RESULTADOS

2- Recalque limite: carga de ruptura (FRL) e deslocamento (dRL)

Terzaghi Davisson NBR 6122 Valor médio


Grampo
F (kN) d (mm) F (kN) d (mm) F (kN) d (mm) FRL (kN) dRL (mm)

1 114 10,80 81 4,90 69 3,80 88 5,80


2 99 10,80 78 4,90 73 3,80 83 5,20
3 136 11,20 92 4,90 80 3,90 103 5,80
4 112 11,80 76 4,90 67 4,00 85 6,00
5 114 10,80 77 4,90 69 3,80 87 5,90
6 79 11,60 63 4,90 59 4,00 67 5,40
7 124 12,60 101 5,00 95 4,40 107 6,20
8 53 11,40 47 4,80 46 3,90 49 6,80
9 60 11,60 43 4,80 41 4,00 48 6,60
10 101 10,80 81 4,90 75 3,80 86 5,90
11 88 11,40 67 4,90 63 3,90 73 6,50
12 94 11,20 72 4,90 66 3,90 77 6,40
Valor médio 98 11,33 73 4,89 67 3,93 79 6,04

Fonte: Autor

46
RESULTADOS

Obtenção das resistências qs: carga de pico (qsCP ) e recalque limite (qsRL):

FCP FRL Área qsCP dCP qsRL dRL


Grampo
(kN) (kN) lateral (m²) (kPa) (mm) (kN) (mm)
1 167 88 1,34 125 34,89 66 5,80
2 114 83 1,36 84 26,29 61 5,20
3 162 103 1,32 123 24,89 78 5,80
4 157 85 1,39 113 33,46 61 6,00
5 162 87 1,32 122 40,13 66 5,90
6 114 67 1,38 82 45,92 48 5,40
7 175 107 1,56 112 48,78 68 6,20
8 106 49 1,34 79 64,38 36 6,80
9 87 48 1,44 60 44,60 33 6,60
10 123 86 1,42 86 28,17 60 5,90
11 106 73 1,50 70 26,77 49 6,50
12 114 77 1,48 77 17,58 52 6,40
Valor médio 132 79 1,41 94 36,32 57 6,04

Fonte: Autor

47
RESULTADOS

Realização de dois estudos comparativos:

1- Amostragem com 12 grampos;

2- Amostragem com 10 grampos (exclusão do Gr8 e Gr9).

48
RESULTADOS

1- Amostragem com 12 grampos:


a) Carga de pico:
- Grampos com calda aditivada: qsCP,médio = 102,0 kPa
- Grampos com calda convencional: qsCP,médio = 86,8 kPa
- Ganho percentual na resistência qs: 17,5%

b) Recalque limite:
- Grampos com calda aditivada: qsRL,médio = 60,0 kPa
- Grampos com calda convencional: qsRL,médio = 53,0 kPa
- Ganho percentual na resistência qs: 13,2%

49
RESULTADOS

2- Amostragem com 10 grampos:


a) Carga de pico:
- Grampos com calda aditivada: qsCP,médio = 110,4 kPa
- Grampos com calda convencional: qsCP,médio = 88,4 kPa
- Ganho percentual na resistência qs: 24,9%

b) Recalque limite:
- Grampos com calda aditivada: qsRL,médio = 65,4 kPa
- Grampos com calda convencional: qsRL,médio = 56,4 kPa
- Ganho percentual na resistência qs: 16,0%

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CONCLUSÃO
- A incorporação de aditivos na calda de cimento mostrou-se como
uma opção interessante no confinamento do grampo injetado
somente com a bainha, diante dos principais resultados obtidos,
quando comparados com a calda convencional:
- Eliminação da retração;
- Leve expansão;
- Redução de 50% na infiltração;
- Aumento da resistência à compressão axial;
- Ganho 17,9% na resistência .

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SUGESTÕES
- Estudar a retração em calda de cimento com o uso de outros tipos
de cimento comercialmente usados, como por exemplo, o CPIII 40 e
o CPV;
- Realizar estudo semelhante em aterro experimental homogêneo, a
fim de reduzir significativamente as variáveis inerentes ao solo e
propiciar a exumação dos grampos.

52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
5629. Execução de tirantes ancorados no terreno. Rio de Janeiro,
2006.
_______. NBR 5629. Execução de tirantes ancorados no terreno.
Rio de Janeiro, 2018.
_______. NBR 7215: Cimento Portland – Determinação da resistência
à compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2019.
_______. NBR 7681: Calda de Cimento para Injeção. Rio de Janeiro,
2013.
_______. NBR 11578: Cimento Portland Composto. Rio de Janeiro,
1991.
_______. NBR 12123: Estacas - Prova de carga estática – Método de
ensaio, 1992.

53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CLOUTERRE. Recommendations Clouterre: Soil nailing
recommendations for designing, calculating, constructing and
inspecting earth support systems using soil nailing, French National
Project Clouterre, 1991, 302p.
ORTIGÃO, J.A.R. Ensaios de arrancamento para projetos de solo
grampeado, Nota Técnica, Solos & Rochas, ABMS. Vol. 20:1, p. 39
43. 1997.
SPRINGER, F. O. Ensaios de arrancamento de grampos em solo
residual de gnaisse. Tese de Doutorado – Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

54
MUITO OBRIGADO
UFV

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