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desinstitucionalização
A RELIGIÃO COMO MODO DE
HABITAR E TRANSFORMAR O
MUNDO
• A mudança social que se conheceu no final do século XX, nas nossas sociedades, não se reduz à
alteração do lugar do religioso no espaço público. A centralidade das escolhas individuais e as múltiplas
possibilidades de bricolage religioso dão conta de uma ampla reconfiguração do fenómeno religioso. A
partir dos anos 70 do século passado, as Ciências Sociais foram conhecendo um vocabulário novo, para
além dos conceitos de secularização e laicização, na procura de um melhor conhecimento de uma
realidade em mudança. Podemos mesmo fazer o inventário desse léxico.
3.2. Individualização e desinstitucionalização
do religioso
• Privatização - O termo procura pôr em evidência que, nas sociedades modernas ocidentais, o religioso
se tinha deslocado da cena pública, da esfera coletiva, para o domínio privado dos indivíduos.
• Regresso do religioso - Muitos dos que continuaram a estudar a criatividade religiosa das múltiplas
modernidades perceberam que era possível identificar fenómenos de reafirmação da religião na cena
pública, por vezes fortalecendo comunitarismos ou nacionalismos.
3.2. Individualização e desinstitucionalização
do religioso
• Recomposição - Enquanto nos anos 60, o vocabulário que descrevia as transformações no campo religioso
privilegiava a semântica da perda, da decadência, o léxico socio antropológico dos anos 90 dava muito mais
atenção a expressões como «recomposição da religião». Tratava-se de uma mudança de perspetiva.
• Individualização - A partir dos anos 80, a tese da individualização do religioso ganhou cada vez mais atenção.
Observava-se que à diminuição da importância social da religião não correspondia necessariamente uma
quebra da sua importância subjetiva
• Pluralização - A partir dos anos 70, as sociedades europeias ocidentais conheceram um amplo fenómeno de
diversificação religiosa. Por via do aparecimento de novas «ofertas» religiosas e em consequência dos fluxos
migratórios, estas sociedades, antes muito homogéneas na sua identidade religiosa, fazem a experiência de
um pluralismo religioso com uma evidência inédita.
• «Des-secularização» - O termo foi cunhado por Peter Berger. Ao rever a sua própria teoria da secularização,
já no final da década de 90, ele observa que o fenómeno mais característico desta fase da modernidade é a
reafirmação pública da religião.
3.3. Identidades religiosas no mundo: novas geografias