Você está na página 1de 91

CURSO AVANÇADO DE BCS

EXERCÍCIOS

VALDIR ESTEVAM

E&P – ENGP/TPP/EE

17/04 – 20/04/2007

1
EXERCÍCIOS

NÚMEROS ADIMENSIONAIS

Exercício 1

Calcular valores de velocidade específica (NS), considerando as informações


indicadas na Tabela 01.
Com base nos resultados, qual bomba teria melhor desempenho na presença
de gás e óleo viscoso?

Exercício 2

a) Considerando os valores indicados na Tabela 01, verificar se existe alguma


condição onde as bombas poderão ter um desempenho equivalente
b) Obter pontos e traçar o gráfico para as bombas trabalhando em uma
freqüência de 50 Hz.

Exercício 3

a) Calcular os seguintes adimensionais: coeficiente de vazão, coeficiente de


pressão, coeficiente de potência, eficiência, número de Reynolds e número
de Froude, considerando os dados da Tabela 01 e as informações abaixo:

- Diâmetro interno: 6 pol, 6 pol e 5 pol (bombas 1, 2 e 3 respectivamente)


- Raio do rotor interno e externo: 50 mm / 110 mm;
- Altura entrada do canal: 20 mm, 20 mm e 20 mm (bombas 1, 2 e 3
respectivamente)
- Altura saída do canal: 18 mm, 18 mm e 10 mm (bombas 1, 2 e 3
respectivamente)
- Largura de entrada do canal: 40 mm, 40 mm e 30 mm (bombas 1, 2 e 3
respectivamente)
- Largura de saída do canal: 95 mm, 95 mm e 70 mm (bombas 1, 2 e 3
respectivamente)

1
TABELA 01
Fluido água

Vazão líquido Alt. Elevação Potencia Eficiência


Tipo (m3/d) (m) (HP) (%)

2385 24.7 16 55

3180 24.4 19 64

Bomba 1 3975 23.8 20 72

4769 20.1 20 72

5564 13.4 19 60

2500 23,0 12 40,0

2750 21,0 15 53,0

Bomba 2 3000 19,0 17 70,0

3250 16,7 17 70,0

3500 14,0 15 55,0

397 41.2 6 45,0

715 36.6 9 64,0

Bomba 3 1033 35.1 10 72,0

1272 30.5 10 72,0

1590 21.3 9 60,0

OBS:
Bomba 1- série 675 Qo - 4293 m3/d H - 22 m Pot - 20 HP Ef. - 73 % 3500 rpm 1 estágio

Bomba 2- série 675 Qo - 3100 m3/d H - 18,5 m Pot - 17 HP Ef. - 71,0 % 3500 rpm 1 estágio

Bomba 3- série 540 Qo - 1113 m3/d H – 33.5 m Pot -10 HP Ef. - 73 % 3500 rpm 1 estágio

1
OBTENÇÃO DOS COEFICIENTES DE PERDA DE CARGA

Exercício 1
Vamos considerar a bomba 1 (Tabela 01) e as seguintes informações:
β1 e β2 (ângulos definidos pela tangente as aletas, na entrada e saída do canal
do impelidor, respectivamente), iguais a 24º e 32º; número de aletas das
bombas: 7, espessuras das aletas: 3 mm;
a) Obter a velocidade absoluta de escoamento de um fluido com densidade
0,952 (API 17) na entrada e na saída do canal do rotor;
b) Obter os coeficientes Ca, K1, K2 e Qo, escolhendo a melhor alternativa entre
Ca fixo ou Qo fixo;
c) Calcular a altura de elevação e as perdas por atrito e por
choque/turbulência para as vazões de líquido 3000, 3500 e 4000 m3/d
d) Obter a curva parametrizada da bomba (curvas de altura de elevação,
potência e eficiência);
e) Considerando as correções para escoamento em duto curvo e com rotação,
obter as perdas de carga e comparar graficamente com os resultados
obtidos através dos coeficientes;
f) Considerando a metodologia da Unicamp (tese Gilmar) obter as perdas por
choque e por atrito e a curva de head para a bomba.

4
ESCOAMENTO MONOFÁSICO

Exercício 1
a) Calcular e plotar as curvas de H, HP e EFF para um óleo de 17 API,
viscosidade 357 cP @ temperatura de 50 º C + o incremento de
temperatura devido ao aquecimento do óleo pelo motor.
b) Considerando que haverá formação de emulsão, quando se atingir um BSW
de 10 %, corrigir as curvas para essa condição.

Exercício 2
Será colocado em produção um poço vertical, produtor de óleo, situado
em um campo offshore, com LDA de 1270 m e distante 3000 m da plataforma
de produção (LDA 1340 m), com uma vazão de líquido de 3500 m3/d. Uma das
alternativas de elevação artificial a ser estudada será o Bombeio Centrífugo
Submerso Submarino (BCSS).
No projeto de BCSS devem ser utilizados os seguintes dados:
Pressão estática do reservatório 260 kgf/cm2
Índice de Produtividade da formação 40 m3/d/kgf/cm2
Profundidade dos canhoneados (Datum) 2870 m (relativo ao nível do mar)
Pressão de saturação do óleo 180 kgf/cm2
Razão Gás-Óleo 40 m3/m3
API do óleo 17º
BSW 0%
Densidade da água produzida 1,05
Fator Volume de formação do óleo (Assumir= 1,0)
Disponibilidade de energia Rede elétrica em 11.0 kV– 60 Hz
Transformador rebaixador de tensão Taps secund. 5000 V
Classe de tensão dos equip. de superfície 4000 V
Pressão na plataforma de produção 20 kgf/cm2
Pressão na ANM 150 Kgf/cm2
Coluna de Produção 6 5/8 pol
Revestimento de Produção 13 3/8 “OD (11,265” ID)
Profundidade de assentamento da bomba 2300 m

5
Temperatura de reservatório 76 º C
Temperatura na ANM esperada 50 º C
Temperatura fundo do mar 4º C
Viscosidade do óleo (T=76ºC e T=50ºC) 35 cP e 357 cP
Gradiente geotérmico 1º / 30m

Obter o seguinte:
a) A curva IPR na formação e na entrada da bomba para a condição atual.
b) Estimar a perda de carga na tubulação considerando o fator de atrito
definido por Blasius e obter a pressão requerida na saída da bomba;
c) Verificar se a bomba 1 (Tabela 01) atende ao projeto. Se positivo,
determinar a altura de elevação disponibilizada pela bomba para a vazão de
projeto.
d) Determinar o número total de estágios
e) Selecionar o motor elétrico (potência nominal, voltagem e amperagem) com
o critério de se obter a menor perda de energia através dele, respeitando-se
a classe de tensão dos equipamentos de superfície (tabelas e gráficos
anexos).
f) Selecionar o cabo elétrico e determinar a perda de voltagem através dele,
considerando a temperatura média ao longo da coluna. (Vide gráfico
anexo);
g) Qual a potência requerida na superfície em KVA usando uma segurança de
5%? Selecionar o melhor tap do secundário do transformador.
h) Considere que após 2 anos de produção, a pressão estática do reservatório
terá um valor em torno de 230 Kgf/cm2 e o BSW será da ordem de 10%,
formando emulsão. Nessa data, o equipamento anteriormente escolhido
atenderá ao requerido pelo sistema? Qual deveria ser a potência do motor
para atender a essa situação?

6
Vamos considerar a bomba 1 (Tabela 01) e a seguinte informação:
β1 e β2 (ângulos definidos pela tangente as aletas, na entrada e saída do
canal do impelidor, respectivamente), iguais a 18º e 22º.
Obter a velocidade absoluta de escoamento de um fluido com densidade
0,94 (API 20) na entrada e na saída do canal do rotor.
Obter os coeficientes Ca, K1, K2 e Qo, escolhendo a melhor alternativa entre Ca
fixo ou Qo fixo.

7
ESCOAMENTO BIFÁSICO

Exercício 1:
Considerando o item B, exercício 1, calcular:

a) Determinar o regime de escoamento no canal do impelidor do 1º estágio da


Bomba 1, considerando bolhas de gás com diâmetro máximo de 0,5 mm e a
presença de gás livre nas seguintes proporções: 10% (após um ano de
produção). 25% (após dois anos de produção), 40% (após 3 anos de
produção);
b) Determinar se será necessário utilizar gas handler ou separador de gás de
fundo para essas condições;

8
Exercício 3 - Dimensionamento considerando escoamento monofásico e
viscosidade com emulsão:

a) Dados de reservatório
PEST = 260 kgf/cm²;
PSAT = 183,7 kgf/cm²;
TRES = 76,3 ºC;
IP = 40 (sm³/d)/(kgf/cm²)
TVD = 2830 m;
LDAANM = 1270 m;

b) Dados do Fluido
API = 17,2 º;
BS&W = 0, 30 e 50 %;
RGO = 46 m³/m³;
TIAC = 15,2 ºC;
Densidade água = 1,106;
Densidade do gás = 0,619;
c) Correlações
Rs, Pb = Standing;
Bo = Standing;
Viscosidade ASTM: 30 ºC @ 1411 cP; 50 ºC @ 357 cP;
Emulsão (modelo exponencial): Saturação = 60% 10 % - aumento de 1,3
vezes; 40 % - aumento de 3,5 vezes;

d) Geometria poço

COMPRIMENTO HORIZONTAL = ± 1000 m;


Ø COLUNA = 65/8”;
Ø REVESTIMENTO = 135/8”;
LDAANM = 1270 m;

e) Sistema de coleta
RISER = 6”;
FLOWLINE = 6”;
TECRISER = 6,2 W/m.K
TECFLOWLINE = 5,4 W/m.K

f) UEP
PUEP = 20 kgf/cm²;
LDAUEP = 1340 m
QPRETENDIDA = 3.500 m³/d;
g) BCSS
TVDBCSS = 2300 m;

8
h) Esquema de escoamento

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000


0

500

1000

1500

2000

2500

3000

i) BOMBA PARA O BCSS

Centrilift HC 27000

9
Perguntas:
Considerando os seguintes valores para o escoamento:

Condições Escoamento

Wcut (%) P sucção T (ºC) μliq. (cP) P descarga


(kgf/cm²) (kgf/cm²)

0,0 208,0 76,3 14,0 236,0

30,0 204,0 76,3 33,5 255,0

50,0 200,0 76,3 71,0 268,0

a) Correção da curva da bomba considerando viscosidade com emulsão


para fração de água de 0%, 30% e 50% (fator de correção do Instituto
de Hidráulica – procedimento Tualp)
b) Determinar o número de estágios requerido para cada uma das
condições acima;
c) Qual seria o número de estágios requerido caso fosse adotado o
procedimento Unicamp?
d) Dimensionar o conjunto BCSS utilizando os softwares subpump e
wellflo.

10
Exercício 4 - Dimensionamento considerando escoamento bifásico

a) Dados de reservatório
PEST = 405 kgf/cm²;
PSAT = 249 kgf/cm²;
TRES = 95,4 ºC;
IP = 72 (sm³/d)/(kgf/cm²)
TVD = 3800 m;
LDAANM = 1400 m;

b) Dados do Fluido
API = 39,5 º;
BS&W = 0, 30 e 50 %;
RGO = 221 m³/m³;
TIAC = 19,9 ºC;
Densidade água = 1,106;
Densidade do gás = 0,657;
c) Correlações
Rs, Pb = Glaso;
Bo = Standing;
Viscosidade ASTM: 30 ºC @ 82.4 cP; 50 ºC @ 20.8 cP;
Emulsão (modelo exponencial): Saturação = 60% 10 % - aumento de 1,3
vezes; 40 % - aumento de 3,5 vezes;
d) Geometria poço
COMPRIMENTO HORIZONTAL = ± 1000 m;
Ø COLUNA = 65/8”;
Ø REVESTIMENTO = 135/8”;
LDAANM = 1400 m;

e) Sistema de coleta
RISER = 6”;
FLOWLINE = 6”;
TECRISER = 6,2 W/m.K
TECFLOWLINE = 1,9 W/m.K

f) UEP
PUEP = 20 kgf/cm²;
LDAUEP = 1400 m
QPRETENDIDA = 3.500 m³/d;

g) BCSS

TVDBCSS = 1400 m (Mobo ou S-BCSS);

11
h) Esquema de escoamento

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000


0

500

1000

1500

2000

2500

3000

i) BOMBA PARA O BCSS

Centrilift HC 27000

12
Perguntas:
Considerando os seguintes valores para o escoamento:

Condições Escoamento

Wcut (%) P sucção T (ºC) μliq. (cP) P descarga


(kgf/cm²) (kgf/cm²)

0,0 100,0 40 3 150,0

30,0 102,0 40 5 170,0

50,0 105,0 40 15 182,0

a) Obter a curva IPR para a condição fração de água 30%, Pr=250 Kgf/cm2
e verificar se haverá condição de surgência na entrada da bomba
instalada no leito marinho. Considerar que a perda de carga na
tubulação será constante e da ordem de 120 Kgf/cm2.
b) Utilizando correlações determinar as frações de gás livre na entrada da
bomba para as condições de escoamento citadas acima;
c) Utilizando as teorias de Turpin, Dunba e Estevam definir se haverá
bloqueio de gás, surging e indicar a necessidade ou não de se utilizar
equipamento tipo gas handler e/ou separador centrífugo de fundo;
d) Qual seria o número de estágios requerido caso fosse adotado o
procedimento Estevam/Unicamp?
e) Dimensionar o conjunto BCSS (mobo ou skid) utilizando os softwares
subpump e wellflo.

13
DIRETRIZES DE PROJETO PARA BCSS – REV 1

AUTORES:
Valdir Estevam (coordenador)
Jurandir Gomes da Silva
Pedro da Silva Oliveira
Marcos Pellegrini Ribeiro
Carlos José Ueta

Outubro de 2006
Diretrizes de Projeto para BCSS

1-Objetivo:

Estabelecer as diretrizes para projetos de Sistemas de Elevação Artificial


por Bombeio Centrífugo Submerso Submarino (BCSS), em poços com
árvore de natal molhada (ANMH), incluindo os critérios que deverão ser
usados no dimensionamento dos equipamentos de superfície e de
subsuperfície e de aquisição e aceitação dos mesmos.

2- Documentos Complementares

• API-RP11S: Recommended Practice for Operation, Maintenance and


Troubleshooting of Electric Submersible Pump Installations;
• API-RP11S2: Recommended Practice for Electric Submersible Testing;
• API-RP11S3: Recommended Practice for Electrical Submersible Pump
Installations;
• API-RP11S4: Recommended Practice for Sizing and Selection of
Electric Submersible Pump Installations;
• API-RP11S5: Recommended Practice for Application of Electric
Submersible Cable Systems;
• API-RP11S6: Recommended Practice for Testing of Electrical
Submersible Pump Cable Systems;
• API-RP11S7: Recommended Practice for Application and Testing of
Electric Submersible Pump Seal Chamber Section;
• API-RP11S8: Recommended Practice for Application and Testing of
Electric Submersible Pump System Vibrations;
• API-RP500: Recommended Practice for Classification of Locations for
Electrical Installations at Petroleum Facilities;
• N-2403 – Contec – SC-21: Produção de Petróleo – eletrobomba
centrífuga submersível (conjunto de fundo para BCS);
• N-2765 – Segurança na Operação de Poços para Explotação de
Hidrocarbonetos;
• PE -............. Procedimento da UN-BC/ATP-NE sobre montagem e
descida de BCS.

3- Nomenclatura

ANMH: Árvore de Natal Molhada Horizontal;


BCS: Bombeamento ou Bombeio Centrífugo Submerso;
BCSS: Bombeamento ou Bombeio Centrífugo Submerso Submarino;
BHP: Brake Horsepower (potência de eixo);
BSW: Basic Sediments and Water (fração de água);
DHSV: Downhole Safety Valve (válvula de segurança);
LDA: Lâmina d’água;
PDG: Permanent Downhole Gage (Registrador de pressão e temperatura
de fundo);
PVT: Análise contendo as propriedades de fluido para diversos valores
de Pressão, Volume e Temperatura;
RGO: Razão Gás-Óleo;
RGL: Razão Gás-Líquido;
TEC: Thermal Exchange Coefficient (coeficiente de troca térmica por
metro linear);
UEP: Unidade Estacionária de Produção;
VSD: Variable Speed Driver (variador de freqüência).

4- Disposições Gerais:

As diretrizes a seguir visam estabelecer orientações para projetos de


BCSS, abrangendo o dimensionamento e seleção dos equipamentos de
superfície e de subsuperfície, incluindo os aspectos ligados à completação,
ANMH, sistema elétrico (geração, controle, automação), transmissão por
cabo submarino e conectores elétricos.

5- Dimensionamento do conjunto de fundo de BCSS

Neste item são estabelecidos os procedimentos para projetos de


BCSS, abrangendo informações pertinentes aos parâmetros de reservatório,
sistema de elevação e escoamento (poço, linha, riser), instalações de
superfície, sistema de transmissão submarina de energia elétrica e sistema
de alimentação, que interferem diretamente no processo de simulação,
dimensionamento e operação do sistema a ser projetado.

5.1- Obtenção de Dados

5.1.1- Reservatório

Tendo em vista que as informações de reservatório são fundamentais


ao projeto de BCSS, o projetista deverá fazer uma avaliação do
comportamento dos principais parâmetros num horizonte compatível com a
expectativa de vida do equipamento.
As principais informações requeridas, as quais devem ser fornecidas
através de valores os mais atualizados possíveis, são as seguintes:
• Pressão estática do reservatório;
• Profundidade vertical do reservatório;
• Vazão de líquido limite;
• Índice de produtividade, considerando a existência de sistema de
contenção de areia;
• Temperatura do reservatório;
• Profundidade média dos canhoneados (vertical e medida);
• Mecanismo de produção do reservatório.

5.1.2- Propriedades PVT dos fluidos

As principais informações requeridas são:


• API do óleo;
• Densidade do gás;
• Densidade da água produzida;
• RGO ou RGL;
• BSW;
• Pressão de saturação;
• Viscosidade do óleo morto a 2 temperaturas;
• Teor de agentes corrosivos e abrasivos produzidos e oriundos de
operações de completação (solventes, ácidos, etc);
• Tendência à formação de espuma;
• Tendência à formação de emulsão;
• Tendência a deposições (parafinas e incrustações);
• Teor de areia esperado;
• Relatório PVT (Bo, Rs, ...)

5.1.3- Sistema de Elevação e Escoamento

O Sistema de Elevação e Escoamento é constituído basicamente por


poço, linha de produção, riser e UEP. As principais características de cada
componente do sistema são:

5.1.3.1- Poço:

• Tamanho e modelo da cabeça do poço;


• Projeto e perfil direcional atendendo a trecho slant;
• Diâmetro e peso do revestimento, liner e tubing;
• Rugosidade da parede das tubulações de produção;
• Existência ou não de sistema de contenção de areia;
• Condutividade térmica do tubo.

5.1.3.2- Linha de Produção e Riser:

• Comprimento e inclinação;
• Diâmetro interno;
• Espessura de parede;
• Rugosidade da parede;
• Espessura de isolamento;
• Condutividade térmica do material da linha/riser;
• Condutividade do isolamento.
• Conexão direta a UEP ou via manifold

5.1.3.3- UEP:

• Pressão de separação;
• Geometria de escoamento na superfície e dimensões das
tubulações.

5.1.4- Ambiente:

• Temperatura ambiente na superfície;


• Gradiente térmico da água do mar;
• Perfil de velocidade de corrente marinha;
• Topografia do fundo do mar;
• LDA (ANMH, plataforma e manifold);
• Gradiente geotérmico do poço.

5.1.5- Suprimento de Energia Elétrica

O suprimento deve compatibilizar as condições elétricas requeridas e


disponíveis na cabeça do poço.
As principais informações requeridas para o dimensionamento do sistema de
suprimento de energia elétrica são:

• Disponibilidade de energia elétrica na UEP (potência e tensão);


• Transformador submarino;
• Tensão requerida na ANMH;
• Bitola e comprimento elétrico do cabo submarino;
• Potência nominal do motor;
• Freqüência;
• Confiabilidade;
• Espaço disponível para instalação dos equipamentos na UEP

5.2- Critérios de Projeto

• Vazão
o Verificar se há limitação imposta por motivo de reservatório;
o Considerar a capacidade de processamento do sistema;
o Levar em consideração a curva de produção fornecida pelo
reservatório;
o Verificar se há limitação para o diâmetro da bomba;
o Verificar a refrigeração do motor;
o Verificar a velocidade erosional (ver Anexo I – Velocidade
erosional API e Anexo II – Velocidade erosional Thresh2).
• Profundidade de assentamento
o O conjunto deve ser assentado preferencialmente na menor
profundidade capaz de atender a vazão e o horizonte de
projeto, levando-se em conta algumas variáveis: percentual de
gás livre, viscosidade do fluido na bomba, revestimentos e
liners, doglegs, temperatura do fluido, formação de
parafina/incrustrações e produção de areia.

• Percentual de gás livre na bomba


o Deve-se buscar uma solução para reduzir o percentual de gás
livre na entrada da bomba visando evitar a perda de eficiência,
escoamento instável (surging) e bloqueio de gás. Para valores
de fração de gás superiores a 10%, recomenda-se analisar a
instalação de uma bomba com estágios especiais, compensar
com estágios adicionais ou utilizar equipamentos
manuseadores de gás. Como, até o momento, em poços de
completação submarina, existe a complexidade no escoamento
do gás separado, com questões ainda não resolvidas, deve-se
aguardar novos estudos que indiquem a aplicabilidade de
manuseador de gás tipo separador de fundo;
o Até o momento, a utilização de equipamentos manuseadores de
gás permitem ao BCS trabalhar com até 40 % de gás livre nas
condições de pressão e temperatura da entrada da bomba;
o A conveniência de uso e a eficiência de equipamentos
manuseadores de gás deverão obedecer ao tipo de padrão de
escoamento que irá ocorrer dentro do canal do impelidor da
bomba centrífuga (Bolhas Dispersas, ou estratificado com
ocorrência de Surging e Bloqueio de Gás), conforme indicado
no mapa de escoamento (Anexo III – Mapa de escoamento );
o O mapa de escoamento pode ser gerado através de um
programa desenvolvido utilizando-se o software Mathematica.
Enquanto esse programa não estiver incorporado ao software
Marlim, recomenda-se solicitar o auxílio do E&P-ENGP/TPP/EE
para a sua utilização.

• Viscosidade do fluido na bomba


o Deve ser considerada a viscosidade do fluido na temperatura
correspondente à profundidade de assentamento da bomba;
o Considerar o acréscimo de temperatura gerado pelo
acionamento do motor;
o Considerar as viscosidades obtidas em fluxo e em caso de
parada da produção;
o Buscar soluções operacionais que proporcionem redução de
viscosidade, no caso de serem atingidos valores superiores a
1000 cP;
o Corrigir as curvas de vazão, head e potência através de
coeficientes recomendados considerando o acréscimo de
temperatura gerado pelo motor (Anexo IV - Aumento de
temperatura e Anexo V - Correção de viscosidade)
• Revestimentos e Liners
o Verificar a folga entre o revestimento e o conjunto de fundo;
o Instalar o conjunto de fundo preferencialmente dentro do
revestimento de maior diâmetro.
• Dogleg
o Consultar fabricante quanto à tolerância de dogleg máximo
durante a descida e assentamento do conjunto. Em geral, poços
com dogleg de 3 graus/100 pés para passagem e com 1
grau/100 pés para assentamento não têm apresentado
problemas;
o Instalar o conjunto de fundo em um trecho sem variação de
ângulo (slant). Considerar o trecho slant para assentamento
com comprimento mínimo 40% superior ao comprimento do
conjunto de fundo (motor + protetor + separador + bomba) e
inclinação máxima de 85 graus em relação à vertical.

• Pressão na ANMH
o Prever um valor mínimo capaz de assegurar o envio dos fluidos
até o ponto mais a jusante do sistema durante a vida da
instalação.

• Temperatura do fluido
o Considerar a temperatura do fluido na profundidade do motor
para fins de sua refrigeração;
o Para a especificação e o dimensionamento do cabo elétrico,
considerar a maior temperatura de fundo a qual está submetido
o cabo, considerando o aquecimento do fluido por troca térmica
com o motor.

• Formação de parafina e incrustações


o Avaliar a influência da deposição de parafina e incrustações,
principalmente na refrigeração do motor e na obstrução da
bomba.

• Presença de agentes corrosivos


o Especificar equipamentos especiais para o ambiente corrosivo;
o Para a minimização dos efeitos da corrosão é recomendável a
injeção de produtos químicos anticorrosivos.
• Formação de emulsão
o Considerar o efeito de formação de emulsão para a
especificação da potência do motor e correção da curva da
bomba.
• Produção de areia
o Não existe um valor definido para teor limite de areia, uma vez
que há uma dependência com a granulometria e a viscosidade
do óleo. Sabe-se que teores da ordem de 0,005 % são
prejudiciais;
o Considerar teor de 0,001%, em volume, como tolerável.

• Configuração de coluna

As composições usuais de coluna para a instalação de conjuntos


BCSS (ver Anexo VI – Colunas de Produção), são: coluna simples, coluna
com packer e DHSV (se poço surgente e não isolado), coluna com o
conjunto BCSS encapsulado (tubing-mounted) e Coluna com bloco “Y”.
O poço de BCSS precisa estar sempre amortecido durante as
intervenções, porque não é seguro operar em situação de under balance.
Portanto, independente do poço ser ou não surgente, é desejável o uso de
cauda selante com válvula apropriada, que isole a formação durante as
intervenções e que não sofra desgaste pelas vazões produzidas.
Considerar as seguintes observações na escolha da configuração de
coluna:
o Usar a coluna simples, quando o poço não for surgente, não
necessitando de amortecimento. Coluna composta basicamente
de tubing, a partir da cabeça de descarga da bomba até o
suspensor de coluna, podendo apresentar em sua composição,
mandris de gas lift com válvula cega ou de orifício e niplle para
assentamento de standing valve;
o Usar a coluna tubing-mounted, quando o poço for surgente,
necessitando de circulação de fluido de amortecimento na
intervenção. Sendo surgente, também é necessário o uso de
DHSV (se poço surgente e não isolado - N-2765). Nesta
configuração de coluna, o conjunto BCSS desce no poço montado
no interior de um tubo de maior diâmetro (revestimento de 7, 7 5/8,
8 5/8, 9 5/8 polegadas observando o peso, o comprimento, etc). A
extremidade inferior da coluna é interligada à cauda selante. Este
tipo de configuração apresenta vantagens como, facilitar o
amortecimento do poço nas intervenções, isolar o interior da
coluna e o espaço anular, proteger o conjunto BCSS durante a
descida e facilitar a instalação de PDG. Há a necessidade de
balanceio da coluna durante a completação;
o Usar a coluna tubing-mounted sem DHSV, se o poço for não
surgente e isolado, mas necessita de isolamento entre o anular do
poço e a coluna de produção (zonas produtoras de água etc);
o Avaliar a risco de erosão por alta velocidade do fluido no anular
entre o diâmetro interno da câmara e o diâmetro externo do
equipamento;
o Usar a coluna com packer e DHSV (se o poço for surgente mas
não for isolado) e não for possível o uso da coluna tubing-
mounted. O amortecimento do poço neste caso, é mais lento, pois
é feito por segregação, necessitando serem instalados na coluna,
alguns elementos como mandril com válvula de gas lift cega ou
sliding sleeve, que permitam esta operação;
o Usar a coluna com packer e sem DHSV, se o poço for não
surgente, e não for possível o uso da coluna tubing-monted,
quando necessitar de isolamento do poço, acima do packer;
o Usar a coluna com bloco Y, quando houver necessidade de
realizar alguma operação no reservatório, como perfilagem etc.
Atentar para o comprimento de coluna de bypass, para se
conseguir atingir o reservatório;
o Usar a coluna com bloco Y em completação dupla para poços não
surgentes.

5.3- Simuladores

Como os softwares usados pelos fabricantes não contemplam todo o


sistema de produção desde o separador até o reservatório, será necessário
o uso de outros softwares (Marlim, Wellflo e PipeSim) para o estudo do
escoamento multifásico, cálculo térmico, viscosidade, influência de emulsão
etc. Os simuladores dos fabricantes usados são Subpump, para
equipamentos Reda, e Autograph, para equipamentos Centrilift. Considerar
nas simulações o seguinte:

• Usar os simuladores Marlim, Wellflo, Pipesim etc, para o projeto


do sistema de elevação e escoamento multifásico, cálculo térmico
e viscosidade do fluido ao longo do sistema, definição de
diâmetros e TEC de linhas, risers e coluna, determinação das
pressões requeridas na descarga e disponível na admissão da
bomba;

• Ajustar o poço utilizando os simuladores do fabricante (Subpump,


Autograph), respeitando-se a vazão de projeto e as pressões
requeridas na descarga e disponível na admissão da bomba,
viscosidade e temperatura do fluido na entrada da bomba e na
ANMH. Deste ajuste, será obtido o conjunto BCSS adequado para
o projeto, a tensão necessária na ANMH e a corrente elétrica, para
alimentação do conjunto;

• A geração de tabelas de pressão requerida de fundo para estudos


de reservatórios, quando se utiliza o BCSS, deverá seguir a
seguinte metodologia:
o O especialista em BCSS deverá especular sobre a melhor
configuração do equipamento, de forma a atender as
necessidades impostas pelo especialista em estudos de
reservatórios, considerando os seguintes itens:
a. Existência de bombas capazes de manusear as vazões a
serem estudadas;
b. Potências requeridas para cada combinação dos parâmetros
estudados (vazão, BSW, RGO, pressão a jusante do
sistema e freqüência);
c. Viabilidade técnica da faixa de freqüência de operação;
d. Fração de gás livre na entrada da bomba;
e. Curvas de desempenho dos equipamentos nas condições
de operação;
f. Profundidade de assentamento do conjunto de BCSS.

o Antes da geração das tabelas de pressão de fundo requeridas,


necessárias para os estudos de reservatórios, deverão ser
feitas simulações prévias, utilizando os softwares do fabricante
em conjunto com os softwares para escoamento. Deve-se
verificar se há uma boa convergência nos valores das pressões
requeridas na descarga da bomba. Nas situações onde ocorrer
discrepâncias maiores que as desejadas, é recomendável que
se proceda a uma verificação nos dados de entrada, e se
necessário, ajustes de algumas variáveis;
o A escolha da profundidade de assentamento do conjunto de
BCSS deverá ser compatível com os diversos critérios de
projeto estabelecidos no item 5.2, com destaque para as
limitações impostas pela geometria do poço, presença de gás
livre e possibilidade da presença de areia no fluido produzido. A
profundidade deve ser definida após a simulação de um número
suficiente de casos para proporcionar ao técnico uma avaliação
completa de cada situação;
o Após a definição da profundidade de assentamento do conjunto
de BCSS, o especialista deverá selecionar os equipamentos de
fundo, conforme indicado no item 6, com destaque para as
limitações impostas por dimensões, potências, pressões
máximas de operação e freqüência. Com o conjunto escolhido
para um determinado período de produção, o especialista
deverá utilizar software específico (Wellflo, PipeSim etc) para
gerar as tabelas de pressões de fundo requeridas que serão
utilizadas nos estudos de reservatórios. O especialista poderá
gerar, se for necessário, tabelas com diferentes conjuntos
visando atender às variações de parâmetros de reservatórios ao
longo da vida produtiva do poço;
o O especialista em BCSS, deverá repassar os resultados
obtidos, para uma freqüência de operação que julgar mais
conveniente (igual ou menor que 60 Hz), alertando sobre as
limitações do equipamento, que deverão ser consideradas nas
simulações dos estudos de reservatórios;
o O especialista deverá acompanhar periodicamente os
resultados obtidos pelas simulações para refinar a solução
encontrada.

6- Seleção de Equipamentos

6.1- Motor

6.1.1- Potência

• Observar que há limites de potência associados às séries, às


quais os fabricantes relacionam diâmetros externos dos motores.
A série define o tamanho do revestimento mínimo em que o motor
pode ser instalado;

• Em determinadas situações os motores podem ser utilizados em


“Tandem”, ou seja, montados em série para que se possa obter
maiores potências;

• Atender, em projetos atuais, a potência máxima requerida pela


bomba de 1200 HP, considerando uma folga de até 20% para o
limite de potência nominal de 1500 HP. Para projetos especiais,
que demandem potências maiores que esse valor, consultar
fabricantes.

6.1.2- Tensão e corrente

• Otimizar o binômio tensão/corrente levando-se em conta a queda


de tensão e classe de isolamento do sistema;

• Considerar, na seleção das características de tensão e corrente


do motor, a profundidade de assentamento e a consequente
queda de tensão no cabo elétrico.

6.1.3- Temperatura

• É recomendável que a temperatura máxima no ponto mais quente


do motor não ultrapasse a 80% da temperatura limite do motor,
indicada pelo fabricante, para operação contínua;

• Recomenda-se utilizar uma velocidade em torno de 1 pé/seg para


refrigerar o motor. Usar shroud para atender a essa condição
quando for necessário.

6.2- Protetor ou selo


Critérios de seleção:

• Considerar que a unidade selante seja composta de labirintos e


bolsas contendo pelo menos 3 barreiras em série;

• Considerar mancal de alta carga (HL) e alta temperatura;

• Considerar o uso de eixos de alta resistência (Inconel);

• Desconsiderar a barreira de selos labirínticos em poços com mais


de 60o de inclinação, sabendo que quanto maior o ângulo de
inclinação menor será a sua eficiência;

• Não usar selo labiríntico em poços onde a densidade do fluido do


poço for inferior à densidade do óleo mineral dielétrico;

• Ao utilizar selo labiríntico verificar junto ao fabricante se este é


compatível com o teor de gás previsto;

• Usar selo labiríntico se a temperatura de fundo for maior do que


175 º C;

• Usar protetores com bolsas em paralelo em motores tandem;

• Usar selos em série, visando aumento da confiabilidade, em poços


de alto custo de serviço;

• Verificar a agressividade do fluido produzido e compatibilidade


com os elastômeros das bolsas.

6.3- Admissão

• Utilizar admissão simples uma vez que não está prevista a


separação de gás de fundo em poços com completação
submarina;

• Usar do mesmo rigor na especificação dos materiais de fabricação


utilizados que os demais componentes do conjunto de fundo.

6.4- Bomba

6.4.1- Fatores de Seleção


• Selecionar série da bomba de acordo com o diâmetro interno do
revestimento e a configuração do conjunto de fundo;

• Selecionar o modelo de bomba considerando que a vazão deverá


estar dentro da faixa de operação recomendada pelo fabricante,
levando-se em conta as correções das curvas de desempenho
pelas propriedades do fluido bombeado;

• Optar, na seleção, por bomba que atenda aos requisitos de projeto


em freqüência inferior a 60 Hz, na faixa entre 50 até 60 Hz;

• Optar por bombas do tipo Compression pump, por ter uma faixa de
operação mais ampliada, sem apresentar desgaste tipo
downthrust em vazão mais baixa;

• Usar bombas com mancais intermediários visando melhorar


estabilidade e reduzir vibração.

6.4.2 – Outros fatores a considerar

A aplicação de BCSS em poços com os fatores a seguir, deve ser


avaliada com maior critério, pois o custo e o risco serão aumentados,
considerando-se que soluções mais complexas poderão ser necessárias. A
obtenção de informações corretas é fundamental para o bom desempenho
do projeto.

• Incrustação por Sulfato de Bário, Estrôncio, Cálcio, ...

o Obter o potencial de incrustação do poço. A incrustação


provoca a obstrução da bomba, reduzindo o seu desempenho,
podendo levar ao completo entupimento da mesma;
o Deve-se evitar utilizar o BCSS em poços com potencial de alto
grau de incrustração. Caso não se possa aplicar outro método
alternativo de elevação artificial, recomenda-se o uso de injeção
de anti-incrustante;
o Prever a injeção de anti-incrustrante, num ponto abaixo do
motor, através de capilar de injeção. Para injeção de baixa
vazão utilizar cabo integrado ao cabo elétrico ou através de
linha independente para vazões de injeção elevadas.

• Parafina e Asfaltenos

o Obter o potencial de formação de parafina e asfaltenos. A


parafina e asfaltenos levam a problemas similares à
incrustação;
o Deve-se evitar utilizar o BCSS em poços com potencial de
deposição de parafina e asfaltenos. Caso não se possa aplicar
outro método alternativo de elevação artificial, recomenda-se o
uso de injeção de inibidores;
o Prever injeção de produtos que inibam a formação de parafina e
asfaltenos, através de linhas hidráulicas acopladas ao cabo
elétrico do BCSS ou através de linha independente, a depender
da vazão de injeção requerida do produto químico.

• Gases corrosivos – H2S, CO2, ...

o Obter os percentuais dos gases corrosivos presentes no fluido a


ser produzido. Estes gases provocam a deterioração e/ou
corrosão dos componentes da bomba e do conjunto BCSS;
o Especificar equipamentos especiais resistentes à concentração
destes gases existentes no fluido a produzir.

• Areia

o Obter o percentual de areia a ser produzido. A areia é um fator


de desgaste prematuro dos componentes da bomba podendo
também ocasionar seu travamento. Embora as características
da areia produzida, como granulometria, geometria, solubilidade
em ácido e quantidade de quartzo também sejam importantes, a
literatura recomenda um teor de areia máximo de 0,005%.
Porém, como vários problemas ainda são observados com esse
teor, adotar um teor de areia máximo para aplicação de BCSS
de 0,001% em volume (para a completação do poço);
o Usar equipamentos resistentes à abrasão, tipo AR (abrasion
resistant), em todos os poços de BCSS.

6.5- Cabo elétrico

6.5.1- Critérios de dimensionamento e seleção:

• Corrente elétrica
o A seção mínima do condutor necessária é determinada pela
corrente requerida pelo motor e a queda de tensão permissível
que não deve ultrapassar 30V/1000 pés.

• Dimensional
o Selecionar os cabos de acordo com as folgas disponíveis entre
os equipamentos da coluna de produção e o revestimento.
Utilizar procedimento de cálculo e as tolerâncias de cada
fabricante que leva em consideração as dimensões de cada
componente do sistema;
o Usar preferencialmente cabo redondo;
o Exigir que o cabo redondo tenha uma camada externa de
borracha especial em torno da armadura, para proteger o cabo
contra danos mecânicos.

• Classe de Tensão
o É determinada em função das características do motor
selecionado e da queda de tensão calculada. Normalmente os
fabricantes disponibilizam cabos para 3 kV ou para 5 kV.

• Classe de Pressão
o Considerar que os cabos são usualmente fabricados para
suportarem pressão de operação de até 3000 psi. A depender
do projeto, cabos de 5.000 psi poderão ser necessários.

• Temperatura de operação
o Definir a temperatura de operação em função da temperatura
do poço e da temperatura do condutor, considerando as
informações fornecidas pelo fabricante baseadas na corrente e
na temperatura de fundo;
o Considerar, na seleção do cabo, que a temperatura de
operação não deve superar a temperatura máxima permitida
pelo fabricante do cabo;
o Considerar que o material isolante Termofixo (EPDM) tem como
limite de utilização a temperatura de operação de 204 oC. Já o
material Termoplástico (Polipropileno) poderá ser usado para
temperaturas de operação de até 96 oC.

• Ataque químico

Considerar as seguintes informações referentes à possibilidade de


ataque químico:

a) Isolante termoplástico (Polipropileno)


o É susceptível a degradação por aromáticos e por frações leves;
o Condições de operação com alta concentração de CO2 e
elevada RGO podem ocasionar sua fragilização;
o Submetido a esforços mecânicos (aperto do clamp, dobramento
ou esmagamento) quando operando em temperatura limite
pode causar deformação permanente e falha.

b) Isolante termofixo (EPDM)


o É susceptível a amolecimento e inchamento na presença de
aromáticos e frações leves;
o Embora não seja degradado pela presença de gás é necessário
prever barreiras que previnam a explosão em caso de
descompressão.

c) Condutores
o Nas aplicações em ambientes com a presença de CO2, H2S e
outras substâncias quimicamente agressivas deverá ser
prevista na configuração do cabo uma barreira mecânica à
penetração de fluido, sendo a mais eficiente um revestimento
de chumbo.

d) Armadura
o Para aplicações usuais, deve ser dada prioridade ao uso do aço
galvanizado devido ao menor custo. Em ambientes severos,
com alta concentração de CO2, H2S ou alto BSW, deve ser
consideradas as opções de Monel ou Aço Inox 316L.

e) Gás
o Em poços com presença de gás deve ser prevista, na
configuração do cabo, camadas que funcionem como barreira
mecânica à penetração do gás no próprio cabo e nos
conectores e de contenção ao efeito de descompressão.

• Configuração do condutor

Usar as configurações abaixo, segundo as necessidades, de acordo com as


seguintes características:

a) Sólido
o É a configuração que proporciona menor diâmetro;
o Minimiza a migração de gás e deterioração por H2S;
o Proporciona menor flexibilidade.

b) Trançado
o É a configuração que resulta em maior diâmetro;
o Permite a migração de gás ao longo do condutor;
o Confere excelente flexibilidade

c) Compactado
o Esta configuração tem diâmetro de aproximadamente 92% do
trançado;
o Dificulta a migração de gás;
o Confere flexibilidade intermediária entre o sólido e o trançado.

• Emenda e conexão ao motor e ao tubing hanger


Usar as emendas e conexões abaixo, segundo as necessidades, de
acordo com as seguintes características:
a) tape-in
o É feita através de emenda das três fases do cabo com os três
terminais do motor utilizando-se fitas especiais;
o Requer condições favoráveis de ambiente (baixa umidade),
maior trabalho e tempo para ser executada;
o Em condições favoráveis proporciona alta confiabilidade
operacional.

b) plug-in
o É feita através de uma conexão do tipo macho-fêmea de
encaixe;
o É bem menos sensível às condições de ambiente bem como
sua execução é muito mais rápida;
o É recomendável dispor de qualificação do fabricante para este
tipo de conexão, tendo em vista seu maior número de modos de
falha.

• Fixação
o Utilizar sistema de fixação do cabo elétrico à coluna de
produção através do uso de dispositivos (cintas metálicas em
inox ou clamps), que aumentam a confiabilidade da instalação,
melhor fixando e protegendo o cabo de danos mecânicos e
evitando riscos à instalação;

6.6- Sensor de fundo

• Utilizar sensor de fundo de pressão e temperatura em poços com


BCSS para monitoramento e melhor conhecimento das condições
operacionais na profundidade da bomba;

• Avaliar, caso a caso, a utilização de sensores para monitoramento


de outros parâmetros operacionais, tais como pressão na
descarga da bomba, temperatura dos enrolamentos do motor,
vazão, vibração, fuga de corrente e outros, devendo ser
consultado os fabricantes para definição do sistema adequado às
necessidades do projeto.

• Deve ser observado o limite de temperatura de operação dos


sensores atuais, não ultrapassando 150oC.

6.7- Variador de Velocidade (VSD)

• Sempre dimensionar o BCSS considerando o uso de VSD;


• O VSD permite partida suave do conjunto de BCSS, ajuda a
preservar boas condições térmicas e mecânicas do conjunto e
diminuir arrastes de areia. Além disso o uso do VSD introduz
flexibilidade ao sistema pois permite otimizar a produção,
corrigindo eventuais incertezas do projeto, ajustar os parâmetros
operacionais ao comportamento do reservatório e otimizar o
consumo de energia;

• Verificar a ocorrência de harmônicos perturbadores. Havendo


necessidade o projeto deverá prover recursos para eliminação
desse inconveniente;

• Considerar estudos de harmônicos associados à presença do


VSD. Tais estudos devem verificar a influência do VSD no sistema
da unidade e no cabo submarino de alimentação do BCSS.

• Avaliar o uso de VSD com opção de software de compensação de


queda de tensão devido à impedância do transformador elevador
de superfície, cabo submarino, eventual transformador submarino
e cabo de poço. Tal compensação deverá ser elaborada de forma
a manter a tensão nos terminais próxima ao valor desejado;

• Utilizar o VSD na faixa de operação normal entre 40 e 70 Hz.

6.8- Transformador

• Prever uma folga de no mínimo 25% no dimensionamento do


gerador e transformador;

• Minimizar o uso de transformador submarino, de forma a facilitar o


uso de sensores de poço que utilizam o cabo do BCSS como meio
de transmissão de sinais de monitoramento;

• Utilizar transformador submarino, sempre que a queda de tensão


entre a plataforma e a ANM for superior a 10% da tensão inicial na
plataforma, considerando-se a maior bitola de cabo submarino
disponível;

7- Critérios de Aquisição e aceitação dos Equipamentos

Da especificação para compra dos equipamentos deverão constar os


requisitos mínimos (ver Anexo VII- Especificação técnica mínima) a serem
apresentados pelos fornecedores com suas respectivas propostas, sendo os
principais:

• Especificação das características operacionais;


• Especificação de materiais especiais para atender condições
operacionais especificadas;

• Nível de controle de qualidade a ser aplicado na fabricação;

• Nível de inspeção mais acurada de fabricação;

• Documentação técnica a ser fornecida com o equipamento


(relatórios de testes, data book etc) em meio digital;

• Testes de desempenho a serem realizados com os equipamentos


(String Test para novas tecnologias, Stack up Test para os demais
projetos etc).

8- Transmissão submarina de Energia Elétrica

• Devem ser elaborados estudos elétricos para o correto


dimensionamento e funcionamento integrado do sistema de
transmissão submarina do BCSS. Tais estudos devem envolver:
o ampacidade do cabo submarino;
o queda de tensão em diversas condições de operação;
o curto-circuito;
o partida do motor;
o harmônicos no sistema de transmissão e o uso de filtros;
o ressonância e sobretensões.

• Devem ser realizadas verificações elétricas e mecânicas quanto à


qualificação referente a desempenho estático e dinâmico de cabos
elétricos submarinos durante o lançamento e operação normal.
Para tal devem ser consideradas as características da instalação
quanto à profundidade de água na UEP, na ANMH, no trajeto e o
percurso a ser percorrido pelo cabo elétrico. A qualificação de
conectores, penetradores e transformadores submarinos também
deve ser exigida;

• Considerar que os componentes utilizados em projetos de BCSS


devem passar por uma qualificação específica e que o Vendor List
deve ser muito rigoroso em todos os itens: transformador de
superfície e submarino, conectores submarinos, VSD, cabos,
sensores de fundo etc.

9- Conectores Elétricos
• Conector do TH, conector da ANMH e o Penetrador do Packer ou
do Tubing-Mounted: atender à classe de pressão, temperatura,
tensão e corrente previstas;

• Existem 2 classes de conectores de potência para ANMH e TH,


ambos qualificados para 2.500m, que atende as necessidades
atuais:
o 5,8 KV e 200 Amperes para T = 110 °C (1500 HP)
o 8,0 KV e 200 Amperes para T = 110 °C (2000 HP)

• O alojamento (perfil) do conector elétrico deve ser padrão


Petrobras com a montagem do mesmo sendo feita por baixo do
suspensor evitando emenda do cabo.

10- ANMH

• Utilizar preferencialmente a ANMH;

• Na ANMH, a tree cap deve ser externa, preferencialmente,


acionada por ROV;

• No projeto da ANMH, dotar o Tubing Hanger (TH) de passagens


para o conector de potência, o controle da DHSV, o conector do
cabo do PDG etc;

• A ferramenta de descida do Tubing Hanger deve capacitar a


monitoração da continuidade dos sinais elétricos do PDG e do
cabo de potência.

11- MTTF para EVTE’s

• Considerar 2 anos na primeira instalação e 2,5 anos nas


posteriores.
Anexo I: Cálculo da velocidade erosional
Velocidade erosional

1. Introdução
• A análise do potencial de erosividade de um sistema de produção pode ser
feita com o uso da Recomendação Prática da API RP-14E ou com o uso de
correlações levantadas experimentalmente como a proposta pelo Centro de
Pesquisa de Corrosão/Erosão (E/CRC) da Universidade de Tulsa, EUA;
• O único modelo em domínio público existente é o apresentado pela API
RP-14E. Este modelo apresenta valores conservativos para sistemas com
predominância de líquidos, como é o caso de aplicações de BCSS. Este
modelo não leva em consideração a viscosidade do fluido, a presença ou não
de sólidos e o teor de sólidos presente no fluxo. O procedimento descrito
abaixo é a reprodução do que a API RP-14E estabelece para o cálculo da
velocidade erosional;
• No âmbito da PETROBRAS, que participa desde 1995 do projeto
multicliente E/CRC citado acima, recomenda-se utilizar as correlações
desenvolvidas pela Universidade de Tulsa para a análise do potencial de
erosão dos sistemas de fluxo multifásicos;
• Para a aplicação desta correlação é necessário que se tenha os valores de
viscosidade e densidade de cada fluido (O-G-A), os valores das velocidades
superficiais de cada fluido, a dimensão dos equipamentos e as características
dos materiais submetidos à erosão em cada ponto a ser verificado. Estes
valores devem ser obtidos com o uso de programas simuladores de fluxo
multifásicos do tipo: Marlim, Wellflo, Pipesim, etc. De posse de tais dados, e
com a estimativa dos teores de sólidos presente no fluxo, utiliza-se a
correlação do E/CRC para análise do potencial erosivo em cada ponto com o
uso da planilha thresh2.xls em anexo. Cabe alertar que esta planilha é para
uso exclusivo no âmbito da PETROBRAS.

2. Determinação da velocidade erosional pela API RP-14E


a) Definição

onde:
Ve: velocidade erosional em ft/s
c: constante empírica
pm: peso específico da mistura gás-líquido na pressão e
temperatura de escoamento (lbf/ft3)
b) Cálculo:
c = 100

onde:
P: pressão de operação (psia)
dL: densidade do líquido nas condições normais de temperatura e
pressão (CNTP)
R: razão gás-líquido (ft3/bbl)
T: temperatura de operação (R)
dG: densidade do gás (CNTP)
Z: fator de compressibilidade do gás
c) Critério:

onde:
V: velocidade do escoamento (ft/s)
Q: vazão máxima do escoamento (ft3/s)
A: área da tubulação ( ft2)

Considerar como critério:


V < Ve
Anexo III: Mapa de escoamento no impelidor – Indicador de Surging
• Tipos de escoamento no canal do impelidor
o Há dois tipos possíveis de escoamento no canal do impelidor de uma
bomba centrífuga: bolhas dispersas e estratificado. O fenômeno do
Surging e Bloqueio de Gás estão associados ao escoamento
estratificado. Para verificar que tipo de regime irá ocorrer será
necessário calcular um número adimensional IS e utilizar o mapa de
escoamento a seguir:
14,0

12,0

Bolhas Dispersas
10,0

8,0
IS

6,0 Surging

4,0

2,0
Bloqueio de gás
0,0
0,80 0,82 0,84 0,86 0,88 0,90 0,92 0,94 0,96 0,98 1,00
(1-α) r1

• Cálculo do adimensional IS

onde:

com:
α: fração de vazio na entrada do canal (em r1)
ar1: largura do canal na direção radial (em r1);
b1: altura do canal (em r1);
β 1: ângulo β na entrada do canal (em r1);
dbm: diâmetro médio da bolha em r1 (adotar 0,5 mm)
Q L: vazão de líquido
QG r1: vazão volumétrica de ar em r1
r1 : raio interno do rotor;
r 2: raio externo do rotor;
ρ L: densidade do líquido
μm: viscosidade da mistura
ω: velocidade de rotação

o Se, em função das condições operacionais, ocorrer, durante a vida útil


do equipamento, somente escoamento em bolhas dispersas, já na
entrada do 1º estágio da bomba, pode-se dispensar o uso dos
equipamentos manuseadores de gás, tipo separador de gás de fundo e
Gas Handler . Se ocorrer porém, durante esse período, o Bloqueio de
Gás, recomenda-se que se utilize Separador de Gás de Fundo. A
utilização do Gas Handler poderá ser recomendada para as situações
onde ocorrer o surging.
Anexo III: Colunas de produção
Coluna simples
Coluna com packer e DHSV
Coluna com tubing-mounted Coluna com bloco Y
Anexo VII: Especificação Técnica Mínima
Especificações técnicas mínimas dos componentes do sistema de bombeamento
centrífugo submerso submarino(BCSS)

Setembro/2005

Introdução

Nos projetos atuais de elevação por BCSS , têm se trabalhado com


intervalos médios entre intervenções entre 2 e 2,5 anos, de acordo com a
experiência da Petrobras e levantamentos estatísticos mundiais. No entanto, a
confiabilidade do sistema BCSS está associado às exigências de qualidade dos
equipamentos adquiridos e à qualidade da instalação e da operação do sistema.
A partir de maio de 2005, a Centrilift passou a fornecer conjuntos BCS
para aplicações submarinas e a forma de aquisição dos sistemas passará a ser
por licitação. Assim, pretende-se elaborar uma especificação mínima para os
componentes do sistema de BCSS de modo a limitar as propostas dos
fabricantes durante as licitações.

Objetivo

1- Apresentar uma especificação que permita elevada confiabilidade do


sistema;
2- Garantir que os fornecedores atendam à especificação mínima.

Procedimento

1. Levantar a experiência da Petrobras em sistemas de BCSS que


apresentaram bons resultados e avaliar a especificação aplicada a estas
instalações;
2. Basear em especificações já realizadas para os projetos em andamento;
3. Embora se espere que a produção de areia seja inferior a 0,001% em
volume, a especificação mínima para BCSS contemplará a hipótese de
produção de areia inferior a 0,01% por motivo de segurança (não
efetividade do sistema de contenção de areia), limpeza do poço etc;
4. Considerar fração de gás inferior a 40% na admissão da bomba;
5. Será considerado produção com pequenos percentuais de agentes
corrosivos;
6. Solicitar aos fornecedores habilitados( Centrilift e Reda), as suas
especificações para vários ambientes de aplicação para compararmos
com os itens 1, 2 e 3;
7. Consolidar as especificações de forma que os dois fabricantes possam
atendê-las.

Resultados

Adotando o procedimento acima chegamos à especificação mínima a seguir:

Componente do
Sistema BCSS Especificação mínima para o componente
Cabo de superfície 1. Cabo naval armado para instalação em plataforma
- da caixa de de petróleo;
conexão( após 2. Trifásico;
queixo duro) do 3. Condutores de cobre com seção compatível com a
cabo submarino ao seção do cabo submarino (120, 150 ou 240 mm2);
secundário do 4. Isolamento em EPR;
transformador / 5. Blindagem metálica em cada condutor;
variador de 6. Armado contra esforços radiais e transversais;
frequência 7. Classe de tensão 6/10 KV.
Variador de 1. Qualificado para aplicação em plataformas
frequência / offshore e certificado em caso de unidades flutuantes;
transformador 2. Experiência de 3 anos de aplicação em cenários
similares;
3. Drive de média tensão para potência superior a 400
HP. Para potência inferior a 400 HP é aceitável drive
de baixa tensão com transformadores;
4. O drive deve estar apto a operar continuamente
com uma fase à terra na saída;
5. O drive deve ser capaz de proporcionar as
proteções elétricas minimas ao conjunto de fundo , tais
como subcarga , sobrecarga , curto circuito e
desequilíbrio entre fases;
6. O rendimento global considerando a entrada do
drive e a saída para o conjunto de fundo deverá ser
superior a 96%;
7. O THD de tensão (THDv ) na saída do drive
deverá ser inferior a 3%;
8. O THD da corrente de alimentação do drive (THDi
) deverá ser menor que 5% e atender à tabela 10.3 do
IEEE STD 519;
9. As harmônicas individuais devem atender o IEEE
STD 519;
10. O drive deverá permitir operação entre 35 e 75 hz.
Conector elétrico 1. Classe de tensão 5 KV;
do tubing 2. Classe de temperatura de 370 oF;
mounted/packer 3. Classe de pressão de 5000 psi;
4. Trifásico, com seção de cobre compatível com a
corrente de operação;
5. Possuir histórico de utilização em poços de
petróleo.
Cabo redondo 1. Condutor de cobre, sólido ou trançado e
compactado;
2. Isolamento em EPDM;
3. Barreira mecânica com capa de chumbo;
4. Jaqueta em EPDM;
5. Armadura dupla em aço galvanizado;
6. Classe de tensão do cabo de 5 KV(fase terra) para
os sistemas com motores de classe de tensão da ordem
de 4,16 KV;
7. Classe de temperatura de 400 oF;
8. Classe de pressão de 5.000 psi.
Cabo chato 1. Condutor de cobre;
2. Isolamento em EPDM;
3. Barreira mecânica com capa de chumbo;
4. Jaqueta em EPDM;
5. Corpo do pot head em ni resist ou monel;
6. Armadura em monel;
7. Classe de tensão do cabo de 5 KV para os sistemas
com motores de classe de tensão da ordem de 4,16
KV;
8. Classe de temperatura de 400 oF;
9. Classe de pressão de 5.000 psi.
Cabeça de 1. Corpo em aço com 9% Cr e 1%Mo ou superior;
descarga 2. Caixa com rosca compatível com a coluna de
produção.
Bomba centrífuga 1. Housing, cabeça e base da bomba em aço com
de múltiplos 9%Cr e 1%Mo ou superior;
estágios 2. Impelidores e difusores em Ni resist tipo I;
3. Bombas resistentes a abrasão com mancais
intermediários de zircônia ou carbeto de tungstênio a
pelo menos cada 2 estágios;
4. Eixo de alta resistência;
5. Range de operação ampliado, para reduzir o
desgaste por downtrust, atendendo o range de vazão
solicitado pela Petrobras a 60 hz.
Manuseador de 1. Housing, cabeça e base do manuseador de gás em
gás aço com 9% Cr e 1%Mo ou superior;
2. Impelidores e difusores em Ni resist tipo I;
3. Eixo de alta resistência;
4. Equipamento resistente a abrasão com mancais
intermediários de zircônia ou carbeto de tungstênio a
pelo menos cada 2 estágios.
Intake 1. Corpo em aço com 9% Cr e 1%Mo ou superior;
2. Eixo de alta resistência;
3. Resistente a abrasão com mancal de zircônia ou
carbeto de tungstênio.
Selo 1. Housing, cabeça e base em aço com 9% Cr e
1%Mo ou superior;
2. Selo mecânico da cabeça resistente a abrasão;
3. Selos mecânicos resistentes a alta temperatura;
4. Mancais radiais da cabeça e base resistentes a
abrasão;
5. Mancal de escora do selo de alta carga(high load) e
alta temperatura;
6. Deve possuir um mínimo de 4 a 6 câmaras entre
bolsas e labirintos, podendo ser montado algumas
câmaras em série ou paralelo. As configurações
possíveis são BSBSL S BSBSL ou BPBSL S BPBSL.
Em situações onde o labirinto não seja aplicável
(grande inclinação) serão possíveis as configurações
BSBSBSB ou BPBSBPB. O material das bolsas,
o’rings e óleo dielétrico de preenchimento do selo
devem ser compatíveis com o ambiente de aplicação;
7. Eixo de alta resistência.
Motor 1. Motor trifásico de 2 polos, preenchido com óleo
mineral de alta resistência dielétrica(mesmo utilizado
para preencher o selo), com rotação em torno de 3500
RPM em plena carga a 60 hz, de alto desempenho;
2. Housing, cabeça e base em aço com 9% Cr e
1%Mo ou superior;
3. Mancal de escora do motor de alta carga(high
load) e alta temperatura;
4. Classe de temperatura de 400 oF;
5. Resistência de isolamento mínima a 500 volts de
10.000 MegaOhms;
6. Deve permitir a conexão do sensor de pressão e
temperatura.
Sensor 1. Housing em aço com 9% Cr e 1%Mo ou superior;
2. Classe de temperatura de 250 oF;
3. Sensor deverá fornecer os seguintes sinais:
Pressão na descarga, pressão na admissão, temperatura
na admissão, temperatura do óleo do motor, vibração e
corrente de fuga.
Clamps para luvas 1. Atender ao projeto do poço( capilares, linha de
da coluna de injeção, PDG etc);
produção e 2. Classe de temperatura de 250 oF;
protetores dos 3. Classe de pressão de 5.000 psi;
componentes do 4. Deve possuir histórico de aplicações em poços
conjunto BCS satélites offshore.

Observações

A especificação mínima acima está contemplando ambientes com alguma


presença (muito baixa) de agentes corrosivos. No entanto, para ambientes com
elevados percentuais de agentes corrosivos, esta especifição pode e deve ser
melhorada, juntamente com os fornecedores. Nestes ambientes, toda a
superfície que fica em contato com o fluido é afetada, devendo ser de material
especial.
Em ambientes que sejam muitos agressivos aos componentes do conjunto
BCS, deve-se investigar com rigor a atratividade da aplicação do método de
elevação por BCSS.

Conclusões
De acordo com a experiência da Petrobras é possível estabelecer uma
especificação mínima que pode levar uma boa durabilidade e desempenho do
sistema de BCSS.
Quando houver a boa quantidade de agentes corrosivos, deve-se buscar a
melhor solução junto ao fornecedor.

Recomendações

1. Discutir internamente as especificações mínimas apresentadas;


2. Reunir com os fornecedores a fim de nivelar as especificações de modo
que ambos consigam atendê-las;
3. Ajustar as especificações após o atendimento dos itens 1 e 2;
4. Divulgar as especificações mínimas para serem incorporadas ao
contrato de BCSS;
5. Melhorar as especificações mínimas de acordo com as novas
experiências adquiridas.

Elaborado por:

Pedro da Silva Oliveira - UN BC/ST/EE - Matrícula: 03.3269-4


Diógenes Dutra - UN BC/ST/EGMSE - Matrícula: 13.2973-1
Jurandir Antônio Gomes da Silva - UN BC/ATP-NE/EE - Matrícula: 13.7504-
1
Bruno Maia Pyramo Costa – EP ENGP/TPP/EE - Matrícula: 02.1131-3
Carlos Emir Pinho Vaz – UN BC/ATP-C/EE - Matrícula: 13.6080-2
Correção de curvas de bomba considerando o efeito da viscosidade

46
Correção de Viscosidade 80
Curvas p/ água e corrigida

Head agua
70
Eff p/ água
HP p/água/n stg
N. de estágios da bomba = 100

Head (ft) , Eff(%) e BHP/100stg


60
Head p/ Viscos.
Eff p/ Viscos.
Q (bep) 1100 bpd 50
HP p/ Viscos.
H (bep) 23.72 ft
40

API 15 30

densidade 0.966 20

Visc cin 200.000 cP


visc din 207.067 cSt 10

0
y -1.140445574 0 1000 2000

q* 34.10342355 Vazão (bpd)

Curva do fabricante p/ água Fator de correção de Curva corrigida p/ viscosidade


viscosidade
q H / est. Eff BHP Cq Ceff Ch q H Eff BHP
bpd ft % HP/ n est bpd ft % HP/ n est
1 0 0 32 0 24.8 1.00 0 32 0 -
2 0,6q(bep) 660 29 52 28.8 0.82 437 24 11 68.5
3 0,8q(bep) 880 27 62 30.1 0.661962 0.207858 0.80 583 22 13 69.4
4 1,0q(bep) 1100 24 66 31.2 0.74 728 18 14 67.0
5 1,2q(bep) 1320 19 62 31.6 0.68 874 13 13 61.7
6 qmax 1900 0 0 27.3 0.00 1258 0 0 -
Elaborado por Pedro da Silva Oliveira matr. 03.3269-4 em setembro/2003

Procedimento para correção da curva de bomba

1- Determinar o ponto de máxima eficiência: Qbep & Head


2- Calcular y
3- Dado o API, determinar a densidade do fluido a 60 ºF
4- Determinar a viscosidade dinâmica do fluido (v ) – cSt
5- Determinar q* => f (y,v )
6- Calcular Cq e Ceff => f (q*)
7- Calcular Ch1, Ch2, Ch3, Ch4 =>f (q*)
8- Corrigir as curvas
Obs: pode ser dada a curva ou pontos da curva

47
48
Determinação do aumento de temperatura do fluido com o uso do BCS

49
Determinaçãodoaumentodetemperatuta dofluidoaopassar emtornodomotor epelabomba

ExpressãoparaCálculo:

C g/cal.oC = 0.45 ( calor específicodoóleo)


C g/cal.oC = 1 ( calor específicodoágua)
o
C g/cal. C = 0.3 ( calor específicodogás)
T1+ΔT BSW % = 15.7 ( percentual deáguanolíquido)
GL % = 15 ( percentual degáslivrenofluido)
Q Q
o
C g/cal. C = 0.50 ( calor específicodofluido)

H m = 914.4 ( head)
ηB (0-100%) = 64.4 ( eficiênciadabomba)
ηM (0-100%) = 86 ( eficiênciadomotor)

?T o
C = 3.45( aumentodetemperaturaaopassar pelomotor ebomba)
Q Q

OBS: Estecálculoconsideraquetodaaenergiaperdidaserá
T1 absorvidapelofluido. Deve-seatentar para:
1- Numasituaçãotransienteinicial, osmetaisdosequipam
absorverãocalor;
2- Haveráalgumatrocacomoambiente, logoo ΔTserá
umpoucoinferior aocalculado
3- Estecálculoéválidoparasituaçãodinâmica- poçoem

Elaboradopor: PedrodaSilvaOliveira
Setembro/2003
Ex. decurvadabomba- headeeficiênciadependemdavazão

50
CORRELAÇÃO PARA VISCOSIDADE DO ÓLEO NA PRESENÇA DE GÁS

51
Correlação para viscosidade do óleo – Beggs/Robinson (1975)

a) Viscosidade do óleo morto (cP)

μ OD = 10 X − 1 (cP)
X = y T −1,163 T = ºF
y = 10 Z

Z = 3,0324 − 0,02023 API

b) Viscosidade do óleo vivo (cP)

μ o = A μ OD B
A = 10,715 (Rs + 100 )
− 0 , 515
com Rs = scf / STBO
B = 5,44 (Rs + 150 )
− 0 , 338

Aumento da temperatura no BCS

⎛ 1 ⎞
ΔT = 2,347 10 −3
H
⎜⎜ − 1⎟⎟ (º C )
c ⎝ η Bη M ⎠
H →m
c → g / cal º C
η B , η M → fração

52
SIMULAÇÃO DE BCS PARA ESTUDOS DE RESERVATÓRIOS

53
SIMULAÇÃO DE BCS
PARA ESTUDOS DE RESERVATÓRIOS

José Antonio da Silva


UN-RIO/ST/EE

Fevereiro / 2004

54
INTRODUÇÃO:
Este anexo decorre da necessidade de geração de tabelas de pressão
requerida no fundo do poço, para estudos de reservatórios, quando se utiliza o
BCS (BCSS) como método de elevação artificial.
Há algum tempo temos sido consultados por alguns ATPs quanto à
simulação de BCS para Estudos de Reservatórios, tendo em vista a
possibilidade de utilização deste método de elevação artificial em algumas
áreas.
Objetivando o atendimento da demanda por simulação de BCS para estudos
de reservatórios, foi solicitado ao coordenador do GTe então incluído no texto,
um item relativo ao assunto contendo algumas orientações acordadas pelo
grupo.
No sentido de reunir as principais informações disponíveis sobre projeto de
BCS e também auxiliar a utilização de software com a finalidade de gerar
tabelas de pressão de fundo requerida para BCS, foi preparada a nota a seguir,
que acreditamos poderá ser útil no desempenho da tarefa.
O software considerado para geração de tabela de pressão de fundo foi o
FloSystem, já amplamente utilizado em poços com GL.
A visão adotada no desenvolvimento do texto é a de que as tabelas devem
refletir as pressões requeridas no fundo, representando diversos projetos
elaborados para diferentes valores de parâmetros estabelecidos pelo pessoal
da área de reservatórios. Neste sentido devem corresponder a condições
operacionais possíveis de serem obtidas com as práticas atualmente
conhecidas e recomendadas pelos especialistas no assunto.
Deve ser lembrado que os valores de pressão calculados serão aqueles
levados para a Gerência de Reservatórios elaborar a curva de produção por
BCS, que poderá ser confrontada com a curva de GL, onde aplicável. Para
cada método estarão também associados custo de investimento e de
operação, que poderão ser bastante diferentes, traduzindo portanto as
repercussões da opção selecionada.
Deve-se acrescentar que o objetivo é de orientação, não devendo limitar as
ações do projetista.

55
Diversas dificuldades são apontadas e precisam ser superadas, tendo
em vista que o BCS é o método alternativo ao Gas Lift que se apresenta com
maior possibilidade de utilização nos poços da UN-RIO e da UN-BC.
Vale lembrar que, em se tratando de poços de GL, o processo é
bastante conhecido dos técnicos que trabalham com simulação na área de
Elevação Artificial.

2-O Problema
O problema consiste em determinar a pressão requerida no fundo para
diversos valores de pressão a jusante do sistema, RGO, vazões de líquido,
BSW e freqüência de operação do BCS.
Não se têm estabelecido, no momento, os critérios a serem seguidos,
que devem servir de orientação, bem como as limitações do processo
(associadas a equipamentos e operação).

3-Situação
Trata-se de nova demanda técnica na área de elevação artificial que
requer do técnico, além do conhecimento dos conceitos e das disciplinas
normalmente envolvidas nos estudos de elevação, alguma experiência em BCS
nos aspectos relacionados a dimensionamento e operação.
Alguns softwares se propõem à geração das tabelas de pressão requerida
no fundo, mas são pouco conhecidos quanto à metodologia empregada
internamente nos cálculos, necessitando portanto de melhor investigação e
análise dos resultados encontrados.

4- Objetivo
Fornecer aos técnicos envolvidos na atividade uma visão resumida do
processo, destacando as principais variáveis que afetam o resultado nos
aspectos relacionados a dimensionamento dos equipamentos de BCS, que
influenciarão as tabelas de pressão.
Não se pretende limitar as ações do projetista, mas orientá-lo nas
questões relevantes relacionadas à adequação às condições requeridas pela
operação.

56
5- Verificações
Os principais pontos que necessitam ser investigados são:
- Existência de bombas capazes de manusear as vazões a serem
estudadas;
- Potências requeridas para cada combinação dos parâmetros
estudados (vazão, BSW, RGO, pressão a jusante do sistema e
freqüência;
- Viabilidade técnica da faixa de freqüência de operação;
- Fração de gás livre na entrada da bomba;
- Curvas de desempenho dos equipamentos nas condições de
operação;
- Profundidade de assentamento do conjunto de BCS.
Cada item precisa ser investigado e limitado a valores que sejam
representativos de situações realmente possíveis de operação do BCS.

6- Encaminhamento da solução do problema:

A solução natural que se apresenta para o problema envolve, de modo


sucinto, as seguintes etapas:
a) Cálculo da pressão requerida na descarga da bomba, a partir da pressão a
jusante do sistema, para cada combinação dos parâmetros estudados;
b) Cálculo, a partir da pressão requerida na descarga da bomba, da pressão
requerida na sua admissão;
c) Cálculo, a partir da pressão de admissão da bomba, da pressão requerida
no fundo do poço.

O processo, na sua totalidade, requer conhecimento de BCS do técnico


executante, no sentido de impor algumas condições de projeto, e análise das
diversas condições operacionais resultantes, de forma a selecioná-las.
A aproximação entre os valores de pressão de fundo calculada e de
operação será tão maior quanto mais centrais forem os valores dos parâmetros
de cálculo solicitados pela Gerência de reservatórios, a experiência do técnico
executante e o número de interações efetuadas.
A Figura 01apresentada a seguir mostra, esquematicamente, as
diversas etapas da solução do problema.

57
Figura 01 – Esquema de etapas da solução

Pressão UEP Pressão


Profundidade

Pressão

Q1 Pressão descarga

Pressão de fundo
Vazão

Q2
Pressão de admissão
Q3

Q4

58
7-Análise das etapas da solução:

Cálculo da pressão requerida na descarga da bomba, a partir da


pressão a jusante do sistema.

Esta etapa é fundamental para um bom resultado final do processo, tendo


em vista que nela se objetiva estimar as pressões que deverão existir na
descarga das bombas de forma a permitir o escoamento dos fluidos até a
superfície. Alguns fatores, isolados ou associados, apresentam grande
influência e estão comentados a seguir:

a) Simuladores
O simulador disponível utilizado para fornecimento direto dos valores das
pressões requeridas de fundo é o FloSystem (modo WellFlo-ESP),
desenvolvido pela EPS. Há necessidade, todavia, de simulações prévias,
utilizando o próprio simulador e softwares auxiliares, tais como o simulador
MARLIM, que tratam do problema do escoamento multifásico, cálculo térmico,
fluidos emulsionados e fluidos viscosos, para se verificar se há boa
convergência nos valores das pressões requeridas na descarga da bomba.
Nas situações de discrepâncias maiores que as desejadas é recomendável que
se proceda a uma verificação nos dados de entrada e, se necessário, ajustes
de algumas variáveis.

b) Ajustes
Os ajustes necessários devem ser feitos nesta etapa da solução e envolvem
as variáveis usualmente utilizadas pelos técnicos da área de elevação com
esta finalidade, tais como: propriedades dos fluidos, correlações de
escoamento, fatores de correção de pressão e de temperatura, etc.

c) Profundidade de assentamento do conjunto de BCS


Este fator é crítico no processo uma vez que poderá alterar
substancialmente os resultados da etapa seguinte e, em conseqüência, gerar
valores de pressão requerida sensivelmente diferentes para um mesmo
conjunto de parâmetros. Em última análise, dependendo da profundidade de

59
assentamento, poderemos ter curvas de produção muito otimistas ou
pessimistas, com as respectivas repercussões.
O conjunto deve ser assentado preferencialmente na menor profundidade
capaz de permitir a vazão de projeto. Embora seja preferível operar com a
pressão de fluxo na entrada da bomba superior à pressão de saturação (Psat),
deve-se compatibilizar o percentual de gás livre com o modelo de bomba a ser
utilizado.
A possibilidade de produção de areia também deve ser levada em
consideração na determinação da profundidade de assentamento do conjunto
de BCS.
Em suma, a profundidade deve ser definida após a simulação de um número
suficiente de casos para proporcionar ao técnico uma visão clara de cada
opção.

d) Percentual de gás livre na entrada da bomba


Deve ser buscada solução para reduzir o percentual de gás livre na entrada
da bomba visando evitar a perda de eficiência, escoamento instável (surging) e
bloqueio de gás. Para valor superior a 10% recomenda-se analisar a instalação
de bomba com estágios especiais, compensar com estágios adicionais ou
utilizar equipamentos manuseadores de gás. Em poços com completação
submarina o uso do separador de gás de fundo não deve ser incentivado
devido a problemas tecnológicos de poço e escoamento ainda não resolvidos.

Cálculo, a partir da pressão requerida na descarga da bomba e da


pressão requerida na admissão.

Esta etapa é efetivada após a definição da profundidade de assentamento


do conjunto de BCS, definida no item anterior, após um número de simulações
que permita ao técnico uma avaliação completa de cada situação.
Nesta etapa é selecionada a bomba que propiciará o incremento de pressão
necessário. Alguns fatores de seleção devem ser considerados:
• Selecionar a série da bomba de acordo com o diâmetro interno do
revestimento onde será assentada e a configuração do conjunto de fundo.

60
A seleção mais econômica usualmente recai sobre a de maior série
(diâmetro) que o revestimento permite;
• Selecionar o modelo de bomba considerando que a vazão deverá estar
dentro da faixa de operação recomendada pelo fabricante, levando-se em
conta as correções das curvas de desempenho pelas propriedades do fluido
bombeado;
• Optar, na seleção, por bomba superdimensionada;
• Optar por bomba que atenda ao projeto com freqüência menor ou igual a 60
Hz;
• Para a definição do número de estágios da bomba deve ser previsto um
valor mínimo de pressão no recalque capaz de assegurar o envio dos
fluidos até o ponto mais a jusante do sistema durante a vida da instalação;
• Embora seja possível a composição em “tandem” devem ser verificados os
seguintes itens:
- Potência máxima tolerada pelo eixo;
- Pressão máxima de operação da carcaça.

Escolha do motor
Após a seleção da bomba é feita a escolha do motor elétrico, levando-se em
consideração:
• Os limites de potência associados às séries, às quais os fabricantes
relacionam diâmetros externos dos motores. A série define o tamanho do
revestimento mínimo em que o motor pode ser instalado;
• Em determinadas situações os motores podem ser utilizados em “tandem”,
ou seja, montados em série para que se possa obter maiores potências;.
• A potência máxima requerida pela bomba, até a presente data, deve ficar
limitada a 900 HP.

Cálculo, a partir da pressão de admissão da bomba, da pressão


requerida no fundo do poço.
É a pressão requerida no poço na profundidade do canhoneado. A partir da
pressão de admissão da bomba são adicionadas as perdas de cargas (por

61
fricção e hidrostática) para a vazão considerada, obtendo-se a pressão a
montante.
Os valores calculados diferem quando se varia a pressão na admissão,
geometria do sistema (comprimento, diâmetro interno do revestimento,
rugosidade) e características do fluido (RGL, BSW, etc).
Os valores calculados nesta etapa são aqueles que serão repassados para a
Gerência de reservatórios a fim de se estabelecer as curvas de produção com
a utilização de BCS.

Resultados das simulações


Embora tenhamos explicado o processo de cálculo das pressões requeridas
de fundo através de etapas, na prática, após o suprimento dos dados de
entrada pelo usuário, os simuladores que se propõem ao cálculo para utilização
do ECLIPSE processam os cálculos de uma só vez e apresentam como
produto final uma tabela contendo os valores de pressão calculados para cada
conjunto de parâmetros especificados: pressão a jusante, vazão de líquido,
RGO, BSW e freqüência da rede elétrica. Os valores da tabela servirão de
entrada ao ECLIPSE para determinação das curvas de previsão de produção.

Exemplo numérico
A seguir são apresentados alguns resultados práticos para ilustração e
melhor entendimento das etapas do processo de geração de tabelas de
pressão requerida de fundo com BCS, destacando alguns pontos relevantes
identificados a partir das simulações. O exemplo é desenvolvido seguindo a
seqüência de etapas descritas anteriormente como “Encaminhamento para
solução do problema”.

• Cálculo da pressão requerida na descarga da bomba, a partir da


pressão a jusante do sistema.

A título de exemplo foi utilizado um sistema constituído de riser, linha de


produção e poço.
Os principais dados considerados foram:
Riser de produção: 1500m X 6 pol ID

62
Linha de produção: 3000m X 6 pol ID (horizontal)
Tubing: 4,892 pol ID
Revest. de produção: 8,681 pol ID
PDA UEP: 1500m
PDA poço: 1500m
Prof. Reservat: 3000m
IP: 15m3/d/kgf/cm2
API óleo: 14
BSW: 0 e 50%
RGO: 45 m3/m3
Densidade do gás: 0,7
Temp. Reservat: 34°C
Temp. UEP: 20°C
T fundo mar: 4°C
Pressão a jusante: 15 kgf/cm2
Correlações escoamento: Riser / Poço (Hagedorn & Brown); Linha (Dukler &
Eaton)
Correlações Pb, RS e Bo: Glaso

O software que fornece os valores de pressão requerida com BCS é o


FloSystem. Deve ser verificado preliminarmente se os valores de pressão
calculados são razoáveis. Neste sentido a utilização de software auxiliar é
recomendável para a identificação de possíveis ajustes necessários.
No exemplo foram utilizados os softwares FloSystem (modo WellFlo –
versão3.6f) e Marlim (auxiliar).
O gráfico da Figura 02, exibido a seguir, apresenta as curvas de pressão
requerida na profundidade de 2000m para os dois simuladores.

63
Pressão Requerida X Vazão
R=1500m, L=3000m, P=1500m
(bomba @ 2000 m)

240
220
Pressão (kgf/cm2)

200
180
160
140
120
0 400 800 1200 1600 2000 2400 2800 3200
Vazão (m3/d)

Preq_Marlim Preq_WellFlo

Figura 02: Pressão Requerida X Vazão

A análise das curvas indica boa convergência de valores de pressão para


vazões de até 1600 m3/d (diferenças inferiores a 3%), sendo os valores
calculados pelo WellFlo, a partir de 600 m3/d, superiores aqueles calculados
pelo Marlim.
No caso em estudo, admitimos que a vazão base do projeto seria 1300 m3/d
e, portanto não se torna necessário introduzir um fator de correção no WellFlo.
A partir deste ponto começam as simulações com o WellFlo até se chegar
ao resultado final, com a obtenção das tabelas de pressão.
Algumas telas do programa serão comentadas para possibilitar melhor
entendimento da situação.
Numa fase inicial do trabalho o objetivo do executante do serviço é adquirir
uma sensibilidade com relação a cada situação possível, quando se alteram os
valores das diversas variáveis de projeto envolvidas, tais como pressão a
jusante, vazão de líquido e profundidade de assentamento do conjunto de BCS.
As Figuras 03, 04 e 05, apresentadas em seqüência, têm este objetivo.
A tela mostrada na Figura 03, a seguir, foi obtida a partir do caminho:
WellFlo/Data Preparation/ESP Data.

64
Figura 03- Data Preparation / ESP data

Esta tela do WellFlo, específica para o caso de uso de BCS, deve ser
preenchida com as informações básicas do BCS com a opção “Design pump
only” acionada. As informações servirão para a identificação, em passo
seguinte, dos conjuntos de fundo que atendem às condições aqui
estabelecidas, notadamente quanto ao diâmetro.
A tela mostrada na Figura 04, a seguir, foi obtida a partir do caminho:
WellFlo/Analysis/ESP Design e complementa as informações necessárias ao
“design pump”.

65
Figura 04 – Analysis / ESP design

Após a introdução dos valores de vazão de líquido, de pressão a jusante e


seleção das demais opções apresentadas, deve ser utilizada a chave “Vary
depth” para investigação de aspectos relacionados à profundidade de
assentamento do conjunto, tais como gradiente de pressão, fração de gás na
entrada da bomba, vazões “in situ” e “head” total.
A Figura 05, mostrada a seguir, é a tela que é obtida após seu acionamento.

66
Figura 05 – ESP design (verificações auxiliares)

Várias profundidades podem ser pesquisadas em “select depths” e, após o


acionamento da opção pelo cálculo, para cada uma delas são disponibilizados
gráficos de interesse, visualizados em “Plot”.
As Figuras 06, 07 e 08, apresentadas a seguir, mostram possibilidades de
gráficos que podem auxiliar o executante do serviço na definição de
profundidade de assentamento do conjunto e modelo de bomba a ser
selecionado. O acionamento da tecla “OK” fecha a tela da Figura 05 e retorna à
tela da Figura 04, onde deve ser dado o comando “Calculate” para a efetivação
dos cálculos. Caso se deseje alterar a profundidade do conjunto deve-se
retornar à tela da Figura 03 e definir nova profundidade.

67
Figura 06: Gradientes de pressão e de Temperatura

Figura 07: “ESP Gassiness Curves”

68
Figura 08: “Head” total X Profundidade de assentamento

• Cálculo, a partir da pressão requerida na descarga da bomba, da


pressão requerida na admissão.

Após a definição da profundidade de assentamento do conjunto de BCS, é


selecionada a bomba que propiciará o incremento de pressão necessário.
Deve-se retornar à tela da Figura 04 e acionar o botão “Choose ESP”.
A Figura 09, mostrada a seguir, é a tela que é obtida após seu acionamento.

69
Figura 09 – Equipamentos habilitados

Na tela correspondente à Figura 09 constam as diversas combinações de


equipamentos identificadas pelo Well-Flo que satisfazem as diversas condições
de projeto estabelecidas nos passos anteriores. São mostradas combinações
de bombas (com número de estágios), motores, fabricantes, cabo elétrico.
Alguns fatores de seleção devem ser considerados:

o Selecionar a série dos equipamentos de acordo com o diâmetro interno do


revestimento onde serão assentados, respeitando-se a folga recomendada
pelo fabricante do equipamento. A seleção mais econômica usualmente
recai sobre a de maior série (diâmetro) que o revestimento permite;
o Priorizar o fabricante com histórico (se houver) mais favorável de
desempenho de equipamentos;
o Padronização de equipamentos;
o Optar, na seleção, por bomba superdimensionada;
o Embora seja possível a composição em “tandem” devem ser verificados os
seguintes itens:
- Potência máxima tolerada pelo eixo;
- Pressão máxima de operação da carcaça.

70
o Embora possam ser utilizados em “Tandem”, ou seja, montados em série
para que se obter maiores potências, deve-se limitar, em projetos atuais, a
potência máxima dos motores em 900 HP;

Após selecionar a bomba o acionamento do botão “Plot” permite a


visualização da curva de “head” e de carga do motor versus vazão “in situ” para
o número de estágios calculados.
A Figura 10, mostrada a seguir, é a tela que é obtida após seu acionamento.

Figura 10 – Curvas de desempenho do BCS @ 60 Hz

Na Figura 10 é mostrada a vazão “in situ” bem como a faixa de operação


recomendada pelo fabricante. No quadro abaixo do gráfico é apresentado um
resumo das pressões de sucção e descarga da bomba e informações
adicionais.
Uma vez selecionados os equipamentos deve-se acionar o botão “Install”,
mostrado na Figura 09. O comando copia os dados dos equipamentos

71
selecionados no “ESP System Editor” e atualiza a caixa de diálogo, conforme
mostra a Figura 11, a seguir:

Figura 11 - System Editor: ESP data

Se houver interesse, pode-se alterar o valor de algumas variáveis, tais como


“Operating frequency”, “Number of stages” e “Nameplate rating”, de acordo com
os critérios desejados pelo projetista. Destacamos aqui as opções por se
trabalhar com freqüência menor ou igual a 60 hz e de se limitar a potência do
motor elétrico a valor mais confortável para operação. Para a geração de tabela
de pressão requerida o programa exige que a opção “Gas separator present”
esteja desabilitada.
Uma vez selecionados os equipamentos, que constituem o caso base, pode
ser iniciada a próxima etapa do processo.

• Cálculo da pressão requerida no fundo do poço.

72
Nesta etapa são fornecidos os diversos valores dos parâmetros (vazão de
líquido, BSW, RGO, pressão a jusante e freqüência da rede elétrica ou número
de estágios da bomba) para os quais serão calculadas as pressões de fundo.
Deve ser seguido o caminho WellFlo/Analysis/Export do Simulator/VFP
for Eclipse para se chegar a tela mostrada na Figura 12, mostrada a seguir.

Figura 12 - Export to Simulator

Na tela mostrada na Figura 13, obtida a partir da tela anterior, os valores dos
parâmetros são informados para um “Applet” (programa que controla o
WellFlo).

73
Figura 13 - Export to Eclipse
Os cálculos são desenvolvidos pelo WellFlo mas controlados pelo “Applet”.
Portanto, todas as informações básicas necessárias aos cálculos de pressão
devem ser alimentadas previamente no WellFlo, da maneira usual.
Os valores das variáveis que constituem o caso base e que constam da
tabela do “Applet” são sobrepostos quando o “Applet” é alimentado.
Entrada de dados no “Applet”:
- No menu “File” selecionar DOS Format ou Unix Format para o arquivo de
saída;
- No menu “Units” selecionar “oilfield” ou “metric”;
- Entrar com o número da tabela VFP.

Nas diversas caixas de diálogo mostradas a seguir, zero é lido como um


valor e usado no estudo de sensibilidade, caso seja válido. A ausência de um
dado de entrada é considerada um campo vazio e não um zero. Os valores
podem ser fornecidos em qualquer ordem.
A primeira vez que um “Applet” é estabelecido, os valores do caso base
aparecem como default.
A Figura 14 representa a tela obtida pelo acionamento do botão “Flow Rates”
da Figura 13, sendo obrigatório o preenchimento de pelo menos 1 valor.

74
Figura 14 – Vazão de líquido

A Figura 15 representa a tela obtida pelo acionamento do botão “Gas Ratios”


da Figura 13 e o preenchimento de pelo menos um valor é obrigatório.

Figura 15 – Razão Gás/Óleo


A Figura 17 representa a tela obtida pelo acionamento do botão “Water
Content” da Figura 13, sendo obrigatório o preenchimento de pelo menos 1
valor.

75
Figura 17 – Water Cut Values
A Figura 17 representa a tela obtida pelo acionamento do botão “ESP
Values” da Figura 13. A seleção pode ser feita entre o número de estágios e a
freqüência de operação. Qualquer que seja a alternativa selecionada, o valor
do Caso Base do WellFlo será usado para a outra alternativa.

Figura 17 – ESP Values

A Figura 18 representa a tela obtida pelo acionamento do botão “Pressures”


da Figura 13. Ao informar os valores de pressão é necessário especificar se os
valores se referem à pressão na cabeça do poço ou à jusante do sistema.

76
Figura 18 – Pressure Values

Há ainda, caso haja interesse, possibilidade de seleção de diferentes


correlações de escoamento multifásico e de uso de fatores de calibração de
pressão (Figura 13). Estas opções somente são aplicáveis para o escoamento
no poço.

Executando o “Applet”:
- Selecionar o botão “Create File” (Figura 13) para gerar a caixa de diálogo
mostrada na Figura 19, a seguir;
- Informe o local de armazenamento e o nome do arquivo a ser salvo;
- Salvar.

77
Figura 19 – Save VFP export file
O “Applet” então conduzirá o WellFlo com o conjunto de valores de vazão e
sensibilidades definidos pelo executante.
Quando os cálculos forem concluídos, selecione OK na caixa de diálogo de
informação de execução, mostrada nas figuras 20a ou 20b, a seguir.

Figura 20a – Situação dos cálculos - VFP Export to Eclipse

Figura 20b – Situação dos cálculos - VFP Export to Eclipse

• Arquivo de saída com as pressões de fundo:

78
O arquivo exportado pode ser visualizado no Windows NotePad, WordPad,
ou editor de texto similar, como mostrado a seguir:
--PRODUCTION WELL VFP TABLE 1
VFPPROD
1 3000.02 'LIQ' 'WCT' 'GOR' 'THP' 'PUMP' 'METRIC' 'BHP' /
200.00 400.00 600.00 800.00 1000.00 1200.00 1400.00 1600.00 1800.01
2000.00 /
15.723 /
0.0000 0.5000 /
44.23 /
50 60 /
1 1 1 1 1.0E10 219.649 211.010 218.174 226.052 237.506
251.495 268.038 286.432 1.0E10 /
1 2 1 1 255.181 245.826 239.619 243.564 248.335 256.890
271.337 289.014 307.982 1.0E10 /
1 1 1 2 1.0E10 1.0E10 198.482 202.482 209.539 218.314
229.761 243.857 262.743 281.933 /
1 2 1 2 254.244 227.465 220.352 223.595 227.912 233.037
243.366 257.398 275.560 297.363 /

• Observações:
- A profundidade do ponto médio do intervalo canhoneado reportada no
arquivo está definida como TVD abaixo do MSL.

- Se uma combinação de valores dos parâmetros de entrada não permite a


execução dos cálculos (normalmente devido a valores extremamente
elevados de BHP ou ocorrência de fluxo crítico) no arquivo de saída (VFP
file) é colocado “1E10”.

• Configuração do “Applet”
Quando o botão “Exit” é selecionado na caixa de diálogo de controle do
“Applet” (Figura 13), o conjunto de valores de entrada é salvo nos registros,
sobre valores anteriormente existentes. Da próxima vez que o “Applet” fôr

79
chamado, a partir do WellFlo, os valores usados da última vez aparecerão
como default nas diversas caixas de entrada.

• Estudo de Sensibilidade das curvas:

Na Figura 21, a seguir, a título de ilustração, são mostradas curvas de


pressão requerida no fundo para 1 modelo de bomba com 2 níveis de potência
do motor elétrico, para valores de BSW de 0 e de 50%.

Pressão Requerida X Vazão


Caso 3: JN10000 - 40stg- 477Kw
Caso4: JN10000 - 61stg- 671Kw

320
300
Pressão (kgf/cm2)

280
260
240
220
200
180
160
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Vazão (m3/d)

Caso4 BSW=0 Caso4 BSW=50% Caso3 BSW=0 Caso3 BSW=50%

Figura 21 - Curvas de pressão requerida no fundo – 1 bomba-potencias


diferentes

Na Figura 22, a seguir, a título de ilustração, são mostradas curvas de


pressão requerida no fundo para 2 modelos de bomba e 2 níveis de potência
do motor elétrico, para BSW de 50%.

80
Pressão Requerida de fundo X Vazão
R=1500m, L=3000m, P=1500m
Caso 1: GN10000 - 67stg - 447Kw
Caso 2: GN10000 - 80stg - 671Kw
Caso 3: JN10000 - 40stg - 477Kw
Caso 4: JN10000 - 61stg - 671Kw
(bomba @ 2000 m)

320
Pressão (Kgf/cm2)

300
280
260
240
220
200
180
160
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Vazão (m3/d)

Caso 1BSW=50% Caso2 BSW=50% Caso3 BSW=50% Caso4 BSW=50%

Figura 22 - Curvas de pressão requerida no fundo – 2 modelos de bomba

Na Figura 23 são mostradas curvas de pressão requerida no fundo quando


se utiliza modelo de bomba variável com a vazão e 2 valores de BSW.

Pressão Requerida de fundo X Vazão


R=1500m, L=3000m, P=1500m
GN10000-67stg(Q>800m3/d) & GN7000-38stg(Q<800m3/d)
(bomba @ 2000 m)

320
Pressão (kgf/cm2)

300
280
260
240
220
200
0 400 800 1200 1600 2000
Vazão (m3/d)

BSW=0 BSW=50%

Figura 23 - Curvas de pressão requerida no fundo variável com a vazão

Na Figura 24 são mostradas curvas de pressão requerida no fundo para


diferentes valores de freqüência da rede elétrica.

81
Pressão requerida de fundo X Vazão
GN10000 - 80stg - 671kw

320
300
Pressão (kgf/cm2)

280
260
240
220
200
180
160
0 500 1000 1500 2000 2500
Vazão (m3/d)

Caso1 - 40hz Caso2 - 50hz Caso3 - 60hz

Figura 24 - Curvas de pressão requerida no fundo variando de freqüência


Na Figura 25, a título de ilustração, são mostradas curvas de pressão
requerida no fundo para 2 profundidades diferentes de assentamento do
conjunto de BCS, para BSW de 0%.

Pressão Requerida de fundo X Vazão


R=1500m, L=3000m, P=1500m
GN1000 - 80stg - 671kw
BSW = 0%

300
Pressão (kgf/cm2)

280
260
240
220
200
180
0 500 1000 1500 2000 2500

Vazão (m3/d)

BCS @ 2000m BCS @ 2950m

Figura 25 - Curvas de pressão requerida de fundo - profundidades diferentes

82
Conclusões e Recomendações:
1) Efetuar simulações prévias, utilizando também simulador auxiliar (Marlim,
por exemplo), para verificar se há boa convergência dos valores de
pressão requerida na descarga da bomba. Caso necessário, efetuar os
ajustes no FloSystem antes de utilizá-lo na determinação das pressões
requeridas de fundo.
2) Definir a profundidade de assentamento do conjunto de BCS de acordo
com os diversos critérios de projeto estabelecidos no item 5.2 do padrão
“Diretrizes de Projeto de BCSS”, com destaque para as limitações impostas
pela geometria do poço, presença de gás livre e possibilidade da presença
de areia no fluido produzido. A profundidade deve ser definida após a
simulação de um número suficiente de casos para proporcionar ao técnico
uma avaliação completa de cada situação.
3) Após a definição da profundidade de assentamento do conjunto de BCSS,
o especialista deverá selecionar os equipamentos de fundo, conforme
indicado no item 6 do padrão “Diretrizes de Projeto de BCSS”, com
destaque para as limitações impostas por dimensões, potências, pressões
máximas de operação e freqüência.
4) Optar, na seleção, por bomba superdimensionada em vazão e utilizar a
série de maior diâmetro compatível com o revestimento na profundidade de
assentamento.
5) Atender, em projetos atuais, a potência máxima requerida pela bomba de
900hp.
6) Com o conjunto escolhido para um determinado período de produção, o
especialista deverá utilizar software específico (Wellflo, PipeSim etc) para
gerar as tabelas de pressões de fundo requeridas que serão utilizadas nos
estudos de reservatórios. O especialista poderá gerar, se forem
necessárias, tabelas com diferentes conjuntos visando atender às
variações de parâmetros de reservatórios ao longo da vida produtiva do
poço.
7) O especialista em BCS deverá repassar os resultados obtidos, para uma
freqüência de operação que julgar mais conveniente, alertando sobre as
limitações do equipamento, que deverão ser consideradas nas simulações
dos estudos de reservatórios;

83
8) A utilização, na simulação, de valores de freqüência superiores a 60hz,
gera valores de pressão requerida menores que aqueles que seriam
obtidos com freqüência inferiores a 60 hz. Estes valores de pressão,
entretanto, podem não representar condições reais de operação e implica
em menor vida útil do conjunto de BCS.
9) Os valores de pressão requerida no fundo, para um dado conjunto de
parâmetros fornecido, tendem a aumentar à medida que diminuímos a
profundidade de assentamento do conjunto de BCS no poço. A presença
de gás livre deteriora o desempenho da bomba ocasionando menor
incremento de pressão (delta P).

84

Você também pode gostar