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AVALIAÇÃO DE PERDA DE SOLO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO

RIBEIRÃO FORMOSO, PARAÚNA-GO

Lorrane Vicente Fabrício1


Rherison Tyrone Silva Almeida2

Resumo

Este trabalho teve como objetivo diagnosticar as incidências de processos erosivos na bacia
hidrográfica do Ribeirão Formoso e no Parque Estadual de Paraúna a partir da aplicação da
Equação Universal de Perda de Solo (EUPS) e realização de validação com imagens de satélite
de alta resolução espacial. Avaliou-se que a perda de solo ocorre em taxas superiores a 50%.
Foram identificadas 65 ocorrências de processos erosivos, categorizadas de acordo com a
vulnerabilidade associada ao uso e prática conservacionista, como: solo exposto, APP e
terraceamento em nível, sendo essas duas últimas as de maior gravidade. As ocorrências de
áreas mais vulneráveis podem estar relacionadas à expansão agrícola, que causaram a supressão
da vegetação natural, sobretudo, em áreas próximas aos cursos d’água, as quais deveriam estar
sendo preservadas conforme a legislação.

Palavras-chaves: Erosão; Conservação; Equação Universal de Perda de Solo; Sistemas de


Informação Geográfica (SIG); Vulnerabilidade.

EVALUATION OF SOIL LOSS IN THE RIBEIRÃO FORMOSO HYDROGRAPHIC


BASIN, PARAÚNA-GO

Abstract

The objective of this work was to diagnose the incidence of erosion processes in the Ribeirão
Formoso Watershed and in the State Park of Paraúna from the application of the Universal Soil
Loss Equation (USLE) and carrying out validation with high spatial resolution satellite images.
It can be assumed that soil loss occurs at rates greater than 50%. 65 occurrences of erosion
processes were identified, categorized according to the vulnerability associated with the use
and conservation practice, such as: exposed soil, permanent preservation área and level
terracing, the latter two being the most serious. The occurrences of more independent areas may
be related to agricultural expansion, which caused the influence of natural vegetation, especially
in areas close to watercourses, which should be preserved according to legislation.

Keywords: Erosion, Conservation; Universal Soil Loss Equation; Geographic Information


Systems (GIS); Vulnerability.

1
Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Geografia do Instituto de Estudos Socioambientais -
Universidade Federal de Goiás (PPGeo/IESA/UFG). Email: lorranevf4@gmail.com.
2
Professor Adjunto das áreas de recursos naturais, análise ambiental e geomática no Instituto de Estudos
Sócio-Ambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Email: rherison_almeida@ufg.br.
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EVALUACIÓN DE LA PÉRDIDA DE SUELO EN LA CUENCA HIDROGRAFICA


RIBEIRÃO FORMOSO, PARAÚNA-GO

Resumen

Este trabajo tuvo como objetivo diagnosticar la incidencia de los procesos de erosión en la
cuenca del arroyo Formoso y en el Parque Estadual de Paraúna a partir de la aplicación de la
Ecuación Universal de Pérdida de Suelo (EUPS) y validación con imágenes satelitales de alta
resolución espacial. Se estimó que la pérdida de suelo ocurre a tasas superiores al 50%. Se
identificaron 65 ocurrencias de procesos erosivos, categorizados según la vulnerabilidad
asociada al uso y práctica de conservación, tales como: suelo expuesto, APP y aterrazamiento
a nivel, siendo estos dos últimos los más graves. Las ocurrencias en áreas más vulnerables
pueden estar relacionadas con la expansión agrícola, lo que provocó la supresión de la
vegetación natural, especialmente en las áreas cercanas a los cursos de agua, que deben ser
preservadas de acuerdo con la legislación.

Palabras clave: Erosión, Conservación; Ecuación Universal de Pérdida de Suelo; Sistemas de


Información Geográfica (SIG); Vulnerabilidad.

INTRODUÇÃO

O crescimento populacional tem gerado processos de urbanização acelerado, que vem


provocando o aumento da pressão das atividades humanas sobre os recursos naturais,
especialmente no solo e na água. Essas alterações comprometem diretamente em uma série de
mudanças na qualidade desses recursos, pois são muitas vezes ações que não consideram a
capacidade do meio ambiente em reestabelecer seu equilíbrio, após ter sofrido alguma
perturbação, resultando em uma série de impactos ambientais negativos, tais como: erosão do
solo, infertilidade do solo, assoreamento dos corpos hídricos, conflitos em APP’s, entre tantos
outros (DIODATO, 2004; PERALTA, 1997 apud DIODATO, 2004).
Com intuito de promover conservação, proteção e utilização sustentável dos recursos
naturais, foram criados mecanismos para efetivação da sua garantia, sendo destacada a Lei n.
9.433, de 8.1.1997, que instituiu no Brasil a Política Nacional de Recursos Hídricos, visando a
proteção ambiental das bacias hidrográficas (PORTO e PORTO, 2002). A delimitação da bacia
hidrográfica como unidade de análise para estudos de planejamento ambiental, foi concebida
por delimitar uma área natural que possui características ambientais semelhantes. Além disso,
considera a integração entre os aspectos sociais e o meio físico, de extrema relevância, uma vez
a população faz uso desse recurso natural de inúmeras formas e os resultados dessas ações

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antrópicas são refletidos diretamente nos corpos hídricos da bacia hidrográfica (BOTELHO e
SILVA, 2004).
Diante disso, diversos estudos relacionados a erosão têm empregado a bacia
hidrográfica como célula natural de análise (BOTELHO e SILVA, 2004). Segundo Pereira
(2015, p. 77) “a constante modificação da superfície nas bacias hidrográficas tem degradado o
solo, pelo seu uso e ocupação, que associados ao regime hidrológico e sedimentológico destas,
têm ocasionado no aceleramento do processo de erosão hídrica”. Ademais, Oliveira et. al.
(2018) salientam que a degradação do solo causada por processos erosivos é um dos principais
problemas ambientais enfrentados atualmente.
A erosão é definida como um conjunto de processos físicos que provocam
desprendimento e transporte de partículas do solo (BERTONI e LOMBARDI, 2010). Essa ação
pode ocorrer de duas formas distintas. A primeira é classificada como erosão geológica,
acontece de forma natural, onde a remoção do solo ocorre de maneira muito lenta em relação à
taxa de formação de solo. O segundo tipo é classificado como erosão acelerada (também
denominada antrópica) e ocorre em razão da interferência das ações humanas na natureza, nesse
caso, o processo erosivo ocorre de maneira rápida e destrutiva, pois a taxa de remoção do solo
é superior à de formação do solo (SILVA, 1995).
Dentre as diferentes formas de ocorrência de erosão, no Brasil, há o predomínio da
erosão de origem hídrica, em razão de ser regido por um clima tropical, caracterizado por
elevados índices de chuvas, além disso, muitas áreas apresentam concentração de chuva em
dado período do ano, que influência diretamente no agravamento da erosão (GUERRA, 1999).
Segundo Pruski (2006), “a chuva constitui o agente responsável pela energia necessária para a
ocorrência da erosão hídrica, tanto pelo impacto direto das gotas sobre a superfície do solo
quanto pela sua capacidade de produzir o escoamento superficial”.
As formas mais comuns de degradação do solo causadas pela erosão hídrica, são: a
laminar, em que as partículas são desgastadas uniformemente da superfície de forma quase
imperceptível, seu avanço é notado somente após algum tempo; os sulcos, que provocam
desgastes irregulares concentrados em alguns pontos específicos da superfície, apresentando
média profundidade; e as voçorocas, que provocam deslocamento de grandes massas de solo
formando imensos sulcos com cavidades extensas e com grande profundidade, também
caracterizado pela fase mais avançada do processo erosivo (SILVA, 1995; PRUSKI, 2006;
BERTONI e LOMBARDI NETO, 2010).

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Guerra e Mendonça (2004) evidenciam que a ocorrência dos processos erosivos sofre
influência de diversos fatores, como: intensidade, duração e frequência das chuvas
(erosividade); características da composição, estrutura, porosidade e permeabilidade dos solos;
desnível, forma e declive das vertentes; presença ou não de cobertura vegetal; e do tipo de uso
e manejo do solo realizados na área. Dado que, as consequências resultantes da erosão dos
solos, podem ser resumidas pela ocorrência da: remoção dos nutrientes do solo; redução das
infiltrações e armazenamento da água; redução das áreas passíveis de serem utilizadas para
agricultura e pecuária; ampliação do assoreamento dos corpos hídricos; poluição dos cursos
d’água, por conta do transporte de defensivos agrícolas, em conjunto com os sedimentos
erodidos (GUERRA e JORGE, 2013).
O desencadeamento dos processos erosivos e suas consequências generalizadas,
demandam, cada vez mais, o desenvolvimento de técnicas e ferramentas que visem prevenir,
minimizar e avaliar os impactos decorrentes desse fenômeno. Segundo Amorim et al., (2006,
p. 80) “diversos modelos matemáticos vêm sendo desenvolvidos e aperfeiçoados desde a
década de 1950, com o intuito de prever a magnitude das perdas de solo por erosão”. A vista
disso, Silva et al. (2010) destacam que a Equação Universal de Perda de Solo (EUPS) é o
modelo matemático mais utilizado no Brasil para realizar estudos acerca da perda de solo pela
erosão laminar.
Outrossim, a tecnologia de geoprocessamento surge como um instrumento fundamental
para realização de investigações ligadas a análise ambiental (DIAS et al., 2001), uma vez
que, utiliza “um conjunto de técnicas, que possibilita a manipulação, a análise, a simulação de
modelagens e visualização de dados georreferenciados” (FITZ, 2008, p. 24). De acordo com
Demarchi (2012), as operações de geoprocessamento podem ser executadas em ferramentas
como Sistema de Informações Geográficas (SIG), auxiliando na avaliação e investigações
acerca da estimativa de perdas de solo ocasionadas por erosão, através de análises espaciais e
simulações de possíveis cenários de degradação, de modo ágil e preciso.
Estudos na bacia hidrográfica do ribeirão Formoso, localizada no município de
Paraúna-GO, são importantes visando a promoção da geodiversidade, geoconservação e
geoturismo existentes nessa área, haja vista a existência do Parque Estadual de Paraúna, sendo
de grande relevância ambiental, cultural e econômica para o município, bem como para o estado
de Goiás (JORGE e GUERRA, 2016; FERREIRA, 2016). As características da vegetação
natural do município de Paraúna são representadas pelo Cerrado, que suscita a promoção de sua

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preservação e conservação. Dado que esse domínio vem sendo ameaçado pelas interferências
antrópicas, principalmente ligadas a expansão das atividades agropecuárias, que sem adequado
plano de manejo, acarretam diversos impactos ambientais, tal como a degradação do solo
causado por processos erosivos (Bacarro, 1999; GUERRA e MENDONÇA, 2004).
Diante do exposto, este trabalho pretende realizar uma avaliação de perda de solos
utilizando técnicas de geoprocessamento visando identificar áreas de vulnerabilidade, na bacia
hidrográfica do ribeirão Formoso, localizada em Paraúna-GO.

MATERIAIS E MÉTODOS

Caracterização da área de estudo

A bacia hidrográfica do ribeirão Formoso está localizada no município de Paraúna


(Figura 1), contido na mesorregião sul do território goiano. Situada no domínio morfoclimático
do Cerrado.

Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do ribeirão Formoso no município de Paraúna.

Fonte: elaboração própria, 2022.

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À montante dessa bacia está localizado o Parque Estadual de Paraúna (GO), criado a
partir do decreto n° 5.568, de 18 de março de 2002, com a finalidade de preservar dois
monumentos geológicos encontrados na região: A serra das Galés, localizada na parte leste do
parque, e a Serra da Portaria, localizada na área oeste do parque. Estes dois monumentos são
considerados relevantes por apresentarem características de beleza cênica e de possuírem
amostras do ecossistema do Cerrado (SEMAD, 2021).
O município de Paraúna-GO, segundo a classificação de Köppen-Geiger, apresenta
tipologia de um clima Aw, representada por uma região dominada pelo clima tropical, que
apresenta como principal característica duas estações climáticas muito bem definidas, sendo
compostas por um verão chuvoso e um inverno seco (NASCIMENTO e NOVAIS, 2020). Em
Paraúna as temperaturas ao longo do ano oscilam entre 16.5°c a 32.8°c, e apresenta temperatura
média anual de 24.2°C. O índice de precipitação possui média anual de 1.440 mm. O período
de chuvas está concentrado entre os meses de outubro a abril, sendo janeiro o mês mais chuvoso
(Climate-Data.org, s. d.).
A formação geológica do município de Paraúna está associada à presença de rochas
sedimentares e vulcânicas datadas das Eras Paleozoica à Cenozoica (GOIÁS, 2008). A área da
bacia hidrográfica do ribeirão Formoso apresenta cobertura sedimentar do Grupo Itararé
(formação Aquidauana); São Bento (formação Serra Geral); Bauru (formação Vale do Rio do
Peixe); e Depósitos Aluvionares (GOIÁS, 2008). É relevante salientar que tais características
geológicas possuem grande importância para recarga de aquíferos e sobretudo para a
conservação de solos que se destacam por sua vulnerabilidade erosiva.
O domínio do relevo do município de Paraúna está associado a bacia sedimentar do
Paraná, onde se formaram as faixas intracratônicas, que favoreceram os processos de sequências
de camadas sedimentares (horizontais ou sub-horizontais) caracterizando as transformações
Morfológicos estruturais, responsáveis pela origem e pela evolução do relevo tabuliforme na
região, formada por chapadões, chapadas e mesas (CASSETI, 2005).
As unidades pedológicas que compreendem a área de estudo são representadas por
quatro categorias de solo, sendo elas: Argissolo, Gleissolo, Latossolo e Neossolo. Quanto às
características de cada uma das classes, de acordo com Embrapa (2018), temos: o Argissolo,
composto por materiais minerais, de textura argilosa, suscetível a erosão quando o gradiente de
textura é acentuado; o Gleissolo, recorrente em áreas alagadas ou sujeitas a alagamentos e
quando saturado facilita o escoamento superficial provocando a remoção e transporte do solo;

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o Neossolo constituído por materiais de baixa evolução, pouca profundidade e com alto risco
erosivo; e por fim, o Latossolo, formado por materiais com alto grau de intemperismo, muito
profundos e com boa drenagem.
A área de estudo está localizada em uma região caracterizada pela intensidade da
atividade agrícola, que atua fortemente no mercado produtor de monoculturas de cana-de-
açúcar, soja e outras lavouras temporárias. O uso e ocupação do solo é composto
predominantemente pelas atividades agropecuárias, que está em processo de expansão.

Estimativa de perda de solo

A Equação Universal de Perda do Solo (EUPS) desenvolvida por Wischmeier e Smith


(1958) é um modelo empírico designado para estimar a perda de solo por erosão laminar,
(AMORIM et al., 2006; BERTONI e LOMBARDI NETO, 2010). Essa equação leva em
consideração a integração dos fatores naturais e antrópicos que influenciam a perda de solo,
como: clima, solo, topografia e uso e o manejo do solo (NEARING et al., 1990; LANE et al.,
1992 apud AMORIM et al., 2006). Sendo expressa pela seguinte fórmula:
A=R*K*L*S*C*P
Em que: A = perda média anual de solo, (Mg ha-1 ano-1); R = fator erosividade da chuva
(MJ mm ha-¹ h-¹ ano-¹); K = fator erodibilidade do solo (Mg h MJ-1 mm-1); L = fator
comprimento de rampa, baseado nos valores, em metros, do comprimento de rampa
(adimensional); S = fator declividade, baseado nos valores, em porcentagem, da declividade
(adimensional); C = fator uso e manejo (adimensional); e P = fator práticas conservacionistas
(adimensional).

Fator R – Erosividade da chuva

Para determinar os valores das médias de erosividade da região onde está inserida o
estado de Goiás, utilizou-se a equação sugerida por Morais et al. (1991), apresentada por Silva
(2003 apud PRUSKI, 2006), sendo expressa por:
EI30 = 36.849 * (Mx2 / P) 1.0852
Em que: EI30 = média mensal do índice de erosão, em MJ mm ha-1 h-1 ano-1; Mx =
precipitação média mensal, em mm; P = precipitação média anual, em mm.
O fator R foi gerado com base nos registros de onze estações pluviométricas do entorno
da área de estudo (Tabela 1), disponibilizado pela Superintendência de Geologia e Mineração

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de Goiás (2006). Os dados obtidos foram organizados em planilhas eletrônicas. Em seguida,


aplicou-se a equação de Morais et al. (1991) e posteriormente o método de interpolação IDW
(Inverse Distance Weighted) utilizando software livre Qgis (Hannover 3.16).

Tabela 1. Registros de estações pluviométricas presentes no contexto da área de estudo.

Estações (Município) Registro de Dados Fonte


Cachoeira de Goiás 1978 a 1997
Caiapônia 1978 a 2001
Edéia 1977 a 2002
Iporá 1976 a 1996
Israelândia 1979 a 2001
SIC-Goiás
Jandaia 1976 a 2002
(2006)
Maurilândia 1978 a 2002
Montividiu 1976 a 2001
Paraúna 1979 a 2002
Rio Verde 1972 a 2002
Turvânia 1974 a 2002

Fator K - Erodibilidade do solo

Para a obtenção do fator K utilizou-se o mapa pedológico, disponibilizado pela Agência


Ambiental de Goiás (2005) na escala 1:1.000.000, considerando 1º nível categórico de
classificação do solo da EMBRAPA (2018). Em seguida, considerando a similaridade das
características desses solos, foram adotados valores (Tabela 2) apontados por Silva e Alvares
(2005).
Tabela 2: Valores de erodibilidade dos solos adquiridos da literatura.
Classes de Solos Fator K* Fonte
Argissolo 0,0425
Gleissolo 0,0361
Silva e Alvares (2005)
Latossolo 0,0162
Neossolo 0,0351
*em Mg h MJ-1 mm-1.

Fator L - Comprimento do declive e Fator S - Declividade da encosta

O fator comprimento de rampa (fator L) e o fator declividade (fator S) foram obtidos


com base nos dados do Modelo Digital de Elevação (MDE) SRTM (Shuttle Radar Topography
Mission) com resolução espacial de 30 metros. Para o cálculo do fator L foi utilizada equação
de Desmet e Govers (1996):

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(𝐴+𝐷 2 )𝑚+1 − 𝐴𝑚+1


L= 𝑎𝑚 ∗ 𝐷𝑚+2 ∗ 22,1𝑚
Em que: L = fator de comprimento de rampa de uma célula (adimensional); A = área de
contribuição ou fluxo acumulado de uma célula (m²); D = tamanho da célula, ou seja, tamanho
do pixel (m); m = coeficiente função da declividade para grade de células; α = coeficiente
função da direção de fluxo para grade de células.
O fator S foi obtido a partir da equação de McCool et al. (1989), calculada utilizando o
parâmetro de declividade em graus “θ”:
10,8 sin θ + 0,03 (𝑆 < 9%)
𝑆={
16,8 sin θ − 0,50 (𝑆 ≥ 9%)
A classificação atribuída aos valores do fator LS baseou-se na sugestão de Tartari e
Constantino (2018), organizada em quatro diferentes classes: 0 – 2 (baixo); 2 – 5 (moderado);
5 – 15 (alto); e > 15 (muito alto).

Fator CP

Os fatores uso e manejo (fator C) e de práticas conservacionistas (fator P) foram


baseados no mapeamento de uso e cobertura da terra do Mapbiomas (2021) coleção v6.0 para
a área de estudo. Conforme as classes identificadas nesse dado, atribuiu-se os valores de CP
conforme os valores encontrados na literatura (Tabela 3).
Tabela 3: Valores de CP obtidos a partir da literatura.
Classes de Uso e Cobertura do Solo Fator CP Fonte
Agricultura 0,2
Corpo D'água 0
Formação Florestal 0,00004
Stein et al. (1987 apud MATOS, 2015)
Formação Natural não Florestal 0,01
Silvicultura 0,0001
Pastagem 0,1
Outras Áreas não vegetadas 1 Reinning (1992)
Mosaico de Agricultura e Pastagem 0,366 ARS (1975 apud SEGEDI, 2019)

Fator A - estimativa de perda anual de solo

Os valores obtidos do fator A foram divididos em 4 classes de perda de solo, que variam
entre nula a moderada até forte a muito forte, de acordo com a classificação adaptada de
Carvalho (2008 apud SALES, 2018) (Tabela 4).

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Tabela 4. Classes de Perda de solo.


Classes de Perda de Solo Perda de Solo (Mg ha-1 ano-1) Fonte
Nula a Moderada < 15
Média 15 - 50 Carvalho (2008) adaptado
Média a Forte 50 - 120
Forte a Muito Forte > 120

Inspeção visual de pontos de processos erosivos na bacia do ribeirão Formoso, Paraúna –


GO

No software QGIS (Hannover 3.16), foi acessado o plugin QuickMapServices e


adicionado as imagens de alta resolução espacial do Google Satellite (visualizadas no plugin
em fevereiro de 2022) sobrepondo à bacia hidrográfica do ribeirão Formoso e, associando ao
dado de estimativa de perda de solos. Assim, foi possível realizar a inspeção visual na bacia,
visando identificar áreas que apresentassem algum tipo de vulnerabilidade erosiva. Essas áreas
foram vetorizadas como pontos e classificadas quanto ao local de ocorrência predominante:
solo exposto, APP (Áreas de Preservação Permanente) em desacordo com a legislação
ambiental e terraceamento em nível mal dimensionado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Fator erosividade (R)

Os valores de R gerados para cada estação pluviométrica apresentaram variação entre


9.270,43 e 11.881,66 Mj.mm/ha.h.ano, correspondendo, respectivamente, aos municípios de
Jandaia e Israelândia (Tabela 5). Considerando a classificação de Carvalho (2008) para o fator
R, observou-se que os registros de todas as estações estão enquadrados na classe de erosividade
“Muito Forte”. Diante disso, conclui-se que a área de estudo está inserida em uma localidade
onde o fator R apresenta-se como um condicionante expressivo quando analisado sua
interferência nas taxas de perda de solo (Figura 2A).

Tabela 5. Estações pluviométricas respectivas aos municípios do entorno da área de estudo e


valor de erosividade do solo médio anual.
Estações Pluviométricas Fator R*
Cachoeira de Goiás 10.310,05
Caiapônia 10.362,35
Edéia 9.391,11
Iporá 10.672,77

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Israelândia 11.881,66
Jandaia 9.270,43
Maurilândia 11.355,3
Montividiu 9.327,93
Paraúna 9.369,37
Rio Verde 11.620,04
Turvânia 9.294,71
-1 -1 -1
*em MJ mm ha h ano .

Fator erodibilidade (K)

O Argissolo, Gleissolo e Neossolo apresentaram valores de erodibilidade considerados


“alto”, enquanto que, o Latossolo registrou o valor “baixo”, baseado na classificação de
Carvalho (1994). Quanto a distribuição espacial dos solos, temos que: o Argissolo está limitado
a uma pequena porção ao Nor-noroeste do Parque Estadual de Paraúna, apresentando cobertura
de somente 0,02%, o menos expressivo na área de estudo; o Gleissolo com extensão de 7,23%;
o Neossolo compreendendo uma parcela relevante de 56,07% da bacia; por fim, o Latossolo
correspondendo a 36,67% da área da bacia. Diante disso, evidencia-se que mais de 60% da área
de estudo está inserida em uma localidade que apresenta considerável vulnerabilidade de
erodibilidade (Figura 2B).

Fator uso e manejo e práticas conservacionistas (CP)

A maior porção da bacia tem sido ocupada pelas atividades agrícolas, que correspondem
a cerca de 45,34% da área (Figura 2C). Logo depois, a pastagem, compreendendo 19,69%. Em
seguida, temos a formação florestal abrangendo 17,76%. No que diz respeito a espacialização
das outras classes identificadas, encontramos: mosaico de agricultura e pastagem, formação
natural não florestal, silvicultura, corpo d’água e outras áreas não vegetadas (Tabela 6). Desse
modo, identificado que, considerável parcela da área de estudo é composta por áreas que
sofreram modificações antrópicas, tais alterações influenciam diretamente na proteção natural
do solo, uma vez que a retirada de sua proteção natural interfere diretamente na sua perda de
solo (BERTONI e LOMBARDI NETO, 2010).

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Tabela 6. Quantificação da distribuição das classes de uso e cobertura do solo,


associadas aos valores de CP da literatura.
Classes de Uso e Cobertura do Solo Fator CP Área (em %)
Agricultura 0,2 45,34
Corpo D'água 0 0,11
Formação Florestal 0,00004 17,76
Formação Natural não Florestal 0,01 8,34
Mosaico de Agricultura e Pastagem 0,366 8,49
Outras Áreas não vegetadas 1 0,08
Pastagem 0,1 19,69
Silvicultura 0,0001 0,14

Fator topográfico (LS)

Os resultados do fator LS (Figura 2D) indicam que maior parte da área de estudo
expressa valores baixos, variando entre 0 a 2, correspondente às porções de relevo plano e
suavemente ondulado. Os valores mais acentuados, que variam de 5 a 15 e superiores a 15,
estão localizados em relevos mais movimentados, coincidindo com as bordas das chapadas.

Figura 2. A) Fator erosividade (R); B) Fator erodibilidade (K). C) Fator uso e manejo do solo
e práticas conservacionistas (CP); D) Fator topográfico (LS).

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TERRITÓRIO ALMEIDA, Rherison Tyrone Silva

Fonte: autores, 2022.

Estimativa de perda de solos dos cenários da EUPS (A)

Observou-se que o conjunto dos fatores (R, K e CP) da equação EUPS exercem
considerável influência na ocorrência de perda de solo, expressa em taxas relevantes de mais
de 50% da área de estudo. Visto que, a área apresenta alto grau de erosividade causado pelas
chuvas; condições pedológicas com características naturais de vulnerabilidade à erosão;
somadas as expressivas práticas agropecuárias. As ocorrências de perdas de solo, estão
distribuídas espacialmente em diferentes locais da área de estudo, dado que as classes que
apresentaram maior ocorrência são a nula a moderada com 47,45%, e a média, correspondendo
a 41,70% (Tabela 7).

Tabela 7. Quantificação das áreas das classes de perda de solo da área de estudo.
Classes de perda de solo Área (em km²) Área (em %)
Nula a Moderada 374,11 47,45
Média 328,8 41,70
Média a forte 75,98 9,65
Forte a Muito Forte 9,40 1,20

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19 Set./Dez. de 2022 / ISSN:2177-8396
Avaliação de perda de solo na bacia hidrográfica do Ribeirão SOCIEDADE E
Formoso, Paraúna-GO TERRITÓRIO

Quanto à predominância de cada uma das classes na área da bacia, temos: a classe nula
a moderada nas partes noroeste, sul e sudeste, correspondendo as áreas com maior presença de
cobertura vegetal e baixo fator LS; a classe média, nas porções oeste, sudoeste, leste, norte e
nordeste, relacionadas as áreas ocupadas por atividades agrícolas e solos de alta suscetibilidade
erosiva; relativo à classe média a forte, indica espacialização semelhante à classe média;
enquanto, a classe forte a muito forte, está localizada em dois pontos a noroeste da bacia,
compostos por mosaicos de agricultura e pastagem, em áreas com solos de alta vulnerabilidade
erosiva e locais com alto fator LS.
No Parque Estadual de Paraúna, a leste, onde está localizada a Serra das Galés,
observou-se que apresenta baixa perda de solo e ainda presença de vegetação natural em seu
entorno, principalmente na sua porção mais a sudeste, enquanto, na sua porção mais a noroeste
foi possível indicar médio potencial de perda de solo, estando essa parte ocupada pela pastagem.
A área central do parque é composta predominante pela classe de perda média de solo e também
está inserida em uma área ocupada pela pastagem. Em relação à localização oeste do parque,
destacam-se as faixas do extremo oeste, onde está localizada a Serra da Portaria, verificou-se
que as bordas das chapadas expressam os maiores valores relativo à perda de solo, estando
relacionadas as áreas com elevados valores dos fatores R, K e LS.
Ferreira (2012) descreve que a classe relativa à nula a moderada não representa
significativas perdas de solo ou, ao menos, são áreas que não demonstram ameaça à ocorrência
de processos erosivos. Considerando a mesma linha de raciocínio, entende-se que a classe
média até forte a muito forte, são as áreas mais suscetíveis de gerar perda de solo, bem como
passiveis de ocorrência de processos erosivos (Figura 3).

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Set./Dez. de 2022 / ISSN:2177-8396 20
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TERRITÓRIO ALMEIDA, Rherison Tyrone Silva

Figura 3. Estimativa de perda de solo da área de estudo.

Fonte: autores, 2022.

Localização dos processos erosivos identificados na bacia do ribeirão Formoso, Paraúna

Foram identificados 65 pontos associados à ocorrência de processos erosivos, dos quais


estão localizados predominantemente na porção norte da bacia (Figura 4). Desses pontos, 20
foram classificados como críticos, apresentando dois padrões de local de ocorrência:

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21 Set./Dez. de 2022 / ISSN:2177-8396
Avaliação de perda de solo na bacia hidrográfica do Ribeirão SOCIEDADE E
Formoso, Paraúna-GO TERRITÓRIO

terraceamento em nível mal dimensionados e APP’s em desacordo com a legislação ambiental


da Política Florestal do Estado de Goiás (Lei Estadual n° 18.104/2013, art. 9º).

Figura 4. Identificação dos pontos erosivos quanto ao seu local de ocorrência na bacia
hidrográfica do ribeirão Formoso.

Fonte: autores, 2022.

O terraceamento é uma prática utilizada na superfície do terreno com objetivo de


controlar a erosão nos solos, sendo uma das mais eficientes (BERTONI e LOMBARDI NETO).

Sociedade e Território – Natal. Vol. 34, N. 3, p. 7–32


Set./Dez. de 2022 / ISSN:2177-8396 22
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TERRITÓRIO ALMEIDA, Rherison Tyrone Silva

Todavia, quando mal planejadas, podem trazer malefícios ao solo e favorecer a ocorrência de
processos erosivos, sendo tais consequências, ainda piores do que a escolha de não adotar
nenhum tipo de práticas conservacionistas no solo (OLIVEIRA, 2009).
Além disso, Oliveira (2009) enfatiza que o rompimento do terraceamento ocorre em
função de elevadas chuvas ou pelo terreno apresentar algum ponto de fragilidade, estando
relacionado a priori a um mau dimensionamento e falta de manutenção dessas áreas. Na área
que compreende a bacia hidrográfica do ribeirão Formoso, observou-se que os terraceamento
em nível apresentaram algum problema quanto ao seu dimensionamento, que resultaram na
erosão do solo dessa área.
Na figura 5, correspondente ao ponto 2, foi possível observar que, de forma geral, as
informações geradas pela EUPS estabelecem conexão com os pontos de riscos erosivos
encontrados por interpretação visual. Averiguou-se que esse ponto mapeado é pertencente às
classes “média a forte” e “forte a muito forte”. Analisando os fatores de perda de solo e
associando às imagens, foi inferido que as atividades agrícolas (soja, café, outras lavouras
temporárias) realizadas nessa área da bacia de solos predominantemente arenosos (Neossolo) e
de alto índice de erosividade, podem ter provocado os processos erosivos. Em relação ao fator
topográfico, verificou-se que a área expressa baixos valores.

Figura 5. Ponto crítico erosivo associado a retirada da cobertura vegetal e terraceamento em


nível mal dimensionado.

Fonte: autores, 2022.

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Avaliação de perda de solo na bacia hidrográfica do Ribeirão SOCIEDADE E
Formoso, Paraúna-GO TERRITÓRIO

Conforme Brito et al. (1998, apud SEGEDI, 2019), o modo de uso e ocupação da terra
é um dos principais fatores que favorecem o agravamento da degradação do solo. Além disso,
como já exposto, a perda de solo também é influenciada pela ausência da proteção natural da
cobertura do solo (BERTONI e LOMBARDI NETO, 2010). Com isso, ausente de cobertura
vegetal, essa área com solo exposto, está suscetível à erosão hídrica, a qual em um evento de
chuva, poderá carrear os sedimentos para áreas mais rebaixadas do relevo, provocando
assoreamento de corpos hídricos, perda da qualidade d’água e biodiversidade.
Na figura 6, relativo aos pontos 4, 5, 6 e 7, verificou-se que a área apresenta classe de
perda de solo majoritariamente entre “média” e “média a forte”. À vista disso, foram
identificadas 3 ocorrências de processos erosivos, em diferentes estágios, também relacionados
aos terraceamentos em nível.

Figura 6. Área com solo severamente degradado, causado pelo mau planejamento do
terraceamento em nível.

Fonte: autores, 2022.

Nos pontos 4 e 5 foi possível verificar haver anteriormente um curso d’água que foi
ocupado por área agrícola. As modificações relacionadas as atividades agrícolas culminaram
no desmatamento da APP presente nesse local. Entretanto, constatou-se que o motivo
primordial do processo erosivo foi originado pelos terraceamentos mal dimensionados.
No ponto 6, o rompimento do terraceamento em nível suprimiu a vegetação, expondo o
solo. Enquanto, no ponto 7 observou-se que houve uma tentativa à montante de conter o avanço
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Set./Dez. de 2022 / ISSN:2177-8396 24
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de uma erosão linear, provavelmente desencadeada por um terraceamento mal dimensionado.


Observa-se que foram inseridos aterros acima da erosão de maior altura visando quebrar a
velocidade do escoamento superficial à montante.
As áreas de preservação permanentes (APP), de acordo com Coutinho (2010), são áreas
que têm por finalidade garantir o desenvolvimento sustentável e a preservação dos recursos
naturais. A delimitação dessa área tem como principal objetivo promover a sua proteção contra
as ações antrópicas. Inclusive, a manutenção sustentável dessas áreas está presente no Código
Florestal Nacional (Lei 4.771 de 15/09/1965), como também no código florestal do estado de
Goiás (Lei Estadual n.º 12.596 de 14 de março de 1995). Entretanto, segundo Borges et al.
(2012) essa legislação carece de aplicabilidade, cumprimento, tal como de esclarecimento sobre
seus limites e penalidades, caso seja transgredida.
Em razão disso, essas áreas vêm sofrendo com a intensa expansão das atividades
antrópicas, que estão comprometendo a função ambiental desses recursos naturais (CARDOSO
e AQUINO, 2013). Desse modo, encontram-se suscetíveis ao “desenvolvimento de processos
erosivos como, sulcos, ravinas, voçorocas, movimento de massa e assoreamento dos corpos
d’água, resultando na degradação dos recursos naturais e em sérios problemas à população”
(ZANATTA et al., 2012 apud CARDOSO e AQUINO, 2013). Em relação à bacia hidrográfica
do ribeirão Formoso, averiguou-se que as modificações antrópicas realizadas, provocaram a
remoção de APP’s, que gerou como consequência processos erosivos.
Na figura 7, referente ao ponto 16, encontra-se em estágio avançado de erosão,
caracterizado como voçoroca. Examinando o estado atual dessa erosão, é possível apontar que
ela ameaça não somente a qualidade do solo, como também do curso d’água dessa área, tendo
em vista, que as águas que escoa das encostas provocam o transporte de sedimentos do solo
deslocando-os para dentro do curso d’água, ocasionando assoreamento dos rios (CUNHA,
2006).
As voçorocas são as formas mais agressivas de erosão hídrica e provocam danos
significativos ao meio ambiente, dado que gera a movimentação de quantidades consideráveis
de partículas de solo, causando degradação dos recursos naturais (MACHADO, 2006). É
possível considerar que o processo erosivo foi fomentado pela retirada da cobertura vegetal
dessa área, que realizou modificações na paisagem, comprometendo o seu equilíbrio natural.
As informações obtidas de estimativa de perda de solo, nesse ponto, não apresentam contraste

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Avaliação de perda de solo na bacia hidrográfica do Ribeirão SOCIEDADE E
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significativo com o estado atual da área, dado que configuração dessa erosão já está em uma
condição avançada de perda de solo.

Figura 7. Ponto crítico de voçorocamento relacionado à ausência de APP e conflito de uso.

Fonte: autores, 2022.

Na figura 8, conforme os resultados obtidos pelo mapeamento da EUPS, a área que


concentra os prontos 23 e 24 indica classes de “média” a “média forte” de vulnerabilidade a
perda de solo. Assim, como em outros pontos identificados na bacia, essa área também sofreu
com o desmatamento de sua APP e com a ocupação sobre o corpo hídrico existente. Foi
observado que o ponto 23 encontra-se em processo inicial de erosão, enquanto, o ponto 24
apresenta estágio de voçorocamento. Vale destacar que, apesar de o ponto 23 ainda não indicar
sinal crítico, está totalmente passível de evoluir para o estágio de voçorocamento, semelhante
ao ponto 24, caso não seja tomada nenhuma medida de mitigação.

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Figura 8. Área com processo inicial de erosão e de voçorocamento.

Fonte: autores, 2022.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estimativa de perda de solo da bacia hidrográfica do ribeirão Formoso a partir da


modelagem EUPS demonstra os locais em que ocorrem maior vulnerabilidade à perda de solos.
Assim, os resultados obtidos da EUPS puderam auxiliar na identificação dos pontos críticos
erosivos. Avaliou-se que a perda de solos na bacia hidrográfica do ribeirão Formoso varia entre:
47,45% correspondendo a classe nula a moderada; 41,70% a classe média; 9,65% entre a classe
média a forte; e 1,20% expressa pela classe forte a muito forte. Enquanto, os pontos de risco
estão concentrados na porção norte e centro-oeste. Em relação ao Parque Estadual de Paraúna,
os pontos de maior relevância, quanto a perda de solo, concentram-se na sua porção do extremo
oeste, onde está localizada a Serra da Portaria. Além disso, a EUPS estima perda de solo na sua
porção central e nordeste.
Os principais problemas ambientais verificados estão associados à degradação dos solos
e ao desmatamento da vegetação natural do Cerrado, que causaram, como consequência,
impactos ambientais negativos relacionados a erosão do solo. Destaca-se como sendo os
principais motivadores dessa degradação ambiental, a exploração excessiva das atividades
agrícolas e da pastagem, que ocupam juntas 65% da área de estudo. Vale ressaltar que a área
de estudo apresenta condições naturais pedológicas (solos predominantemente da classe

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Formoso, Paraúna-GO TERRITÓRIO

Neossolo) de suscetibilidade a processos erosivos, que quando associadas a inadequadas


práticas de manejo e conservação do solo condicionam expressiva perda de solo.
Tendo em vista os aspectos observados, recomenda-se que medidas visando o controle
dos processos erosivos sejam tomadas nessa área de estudo. Assim, expõe-se a necessidade da
reavaliação do planejamento e práticas conservacionistas utilizadas, salientando que tal
planejamento deve ser aplicado de modo integrador, visando promover a manutenção e a
conservação dos solos. Ressalta-se, inclusive, a indispensável recuperação das APP’s presentes
nessa área. Para isso, deve ser adotado a metodologia, conforme indica a resolução n° 429 do
CONAMA, que dispõe acerca da promoção da regeneração natural das espécies nativas do
Cerrado, viabilizando assim, o desenvolvimento sustentável dessa área, que se destaca por
promover a geodiversidade e geoconservação.

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Recebido em 07 de julho de 2022.


Aceito em 24 de março de 2023.
Publicado em 13 de abril de 2023.

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Set./Dez. de 2022 / ISSN:2177-8396 32

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