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O papel do governo

na sustentabilidade
Prof.ª Lynda Carolina Pavão

Descrição

O papel dos Estados junto às Organizações Multilaterais e o


Desenvolvimento Sustentável.

Propósito

Compreender o papel dos Estados e dos Governos junto às


Organizações Multilaterais no caminho para o Desenvolvimento
Sustentável, por meio de Acordos Internacionais.

Objetivos
Módulo 1

O papel do Estado
Descrever o papel do Estado no desenvolvimento sustentável.

Módulo 2

As Organizações Multilaterais
Reconhecer as organizações multilaterais e sua importância.

Módulo 3

Os Acordos Internacionais
Identificar os acordos internacionais que buscam o desenvolvimento
sustentável.

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Introdução
Construir uma sociedade sustentável não é tarefa fácil, e
exige a participação dos mais diversos atores sociais. Por
exemplo, as pessoas podem reciclar seu lixo, e comprar
produtos com pouco impacto ambiental. As empresas
podem adotar boas práticas de produção, como filtros para
emitir menos poluentes.

Um ator fundamental na construção da sustentabilidade é o


setor público. Seja através da atuação direta, ou através da
regulação do setor privado, os governos têm um papel
fundamental para buscar o desenvolvimento sustentável e,
ao mesmo tempo, promover o crescimento econômico, a
distribuição de renda, e tantos outros objetivos da
sociedade.

Neste tema, estudaremos o papel do Estado, incluindo


diferentes esferas de atuação, tanto nacionais quanto
internacionais.
1 - O papel do Estado
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever o papel
do Estado no desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento
sustentável

Objetivos do
desenvolvimento
sustentável
Para que possamos compreender o papel dos governos na promoção
do desenvolvimento sustentável, devemos primeiro entender o que
isso significa.

Afinal, o que é desenvolvimento sustentável?

Em 1983, em uma Assembleia Geral da Organização das Nações


Unidas (ONU), foi estabelecida uma comissão especial que
disponibilizaria um relatório sobre o meio ambiente e a problemática
global para o ano 2000 e posteriores, incluindo estratégias propostas
para o desenvolvimento sustentável.

Essa comissão, posteriormente, adotou o nome Comissão Mundial


para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), ou World
Commission on Environment and Development (WCDE) da qual
resultou o documento intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common
Future), em 1987, conhecido como Relatório Brundtland, o qual
apontava a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os
padrões de produção e consumo vigentes no período (STOFFEL;
COLOGNESE, 2015).

O Relatório Brundtland apresentou um dos conceitos mais difundidos


de desenvolvimento sustentável definindo como:

Organização das Nações Unidas


Organização intergovernamental criada para promover a cooperação internacional.

Relatório Brundtland
Nome devido a Gro Harlem Brundtland, primeira-ministra da Noruega, na época, a qual presidia a CMMAD.

desenvolvimento que
satisfaz as necessidades
presentes, sem
comprometer a capacidade
das gerações futuras de
suprir suas próprias
necessidades."
(RELATÓRIO BRUNDTLAND,
1987)

São destacados no relatório, ainda, três componentes fundamentais


para o desenvolvimento sustentável:

eco
Proteção ambiental
eco
Crescimento econômico
eco
Equidade social
Representaremos esses três componentes como as dimensões da
sustentabilidade:

a dimensão econômica,
dimensão social e
dimensão ambiental.

Na prática, a dimensão econômica está inserida na dimensão social e


esta, por sua vez, está inserida na dimensão ambiental. Isso porque as
políticas econômicas são adotadas por sociedades, as quais têm suas
instituições. Já essas sociedades estão inseridas no meio ambiente, o
qual tem recursos naturais finitos.

Em 1992, a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas sobre o


Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro,
com 179 países participantes, que ficou conhecida como Rio-92. Os
países participantes acordaram e assinaram a Agenda 21 Global, um
programa de ação para promover um novo padrão de
desenvolvimento, o chamado desenvolvimento sustentável para o
século XXI.

A Agenda 21 conciliou métodos de proteção ambiental,


justiça social e eficiência econômica a fim de construir
sociedades sustentáveis.

Durante os anos 1990, foi realizada uma série de cúpulas multilaterais


sobre o desenvolvimento humano, das quais emergiram os Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio (ODM), em 2000. Os ODM foram
adotados pelos Estados-membros da ONU em 2000 e impulsionaram
os países a enfrentarem os principais desafios sociais no início do
século XXI.

Objetivos do desenvolvimento no milênio

Já em 2012, 193 delegações, além de representantes da sociedade


civil, voltariam à cidade do Rio de Janeiro para renovar o compromisso
global com o desenvolvimento sustentável. O objetivo da Rio+20 era
avaliar o progresso obtido até então e as lacunas remanescentes na
implementação dos resultados das cúpulas anteriores, abordando
novos emergentes desafios.

O foco das discussões da conferência era, principalmente: a economia


verde no contexto do desenvolvimento sustentável, erradicação da
pobreza e o arcabouço institucional para o desenvolvimento
sustentável.

A Declaração Final da Conferência Rio+20 — o


documento O Futuro que queremos — reconheceu que
a formulação de metas poderia ser útil para o
lançamento de uma ação global coerente e focada no
desenvolvimento sustentável.

Assim, guiou as ações da comunidade internacional nos três anos


seguintes e deu início ao processo de consulta global para a
construção de um conjunto de objetivos universais de
desenvolvimento sustentável para além de 2015.

Mais recentemente, em 2015, todos os 193 Estados-membros das


Nações Unidas concordaram com uma agenda para transformar o
mundo em que vivemos até 2030, um plano de ação para erradicar a
pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz
e a prosperidade, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a
qual contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, conhecidos como ODS e 169 metas como
desdobramentos destes objetivos.

Atenção!

Os ODS reconhecem que os países ao redor do


mundo enfrentam desafios universais que
exigem investimento e colaboração de
governos, cidadãos e empresas. Nenhum
indivíduo, organização ou país é capaz de
atingir os ODS agindo isoladamente e, por isso,
é preciso uma forte colaboração.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, de acordo com as


Nações Unidas Brasil (2015), são os seguintes:

1. Erradicação da pobreza 2. Fome zero e agricultura


sustentável

Acabar com a pobreza em todas Acabar com a fome, alcançar a


as suas formas, em todos os segurança alimentar e melhoria
lugares. da nutrição e promover a
agricultura sustentável.

Esses objetivos atingem de forma conjunta as três dimensões da


sustentabilidade. Dois objetivos, contudo, tratam da cooperação e das
parcerias entre países e organizações em prol do desenvolvimento
sustentável (ODS 16 e 17).
Para compreender melhor o papel dos ODS, podemos classificá-los de
acordo com seu direcionamento. Os ODS, assim, podem ser
direcionados ao meio ambiente, à sociedade, à economia e às
parcerias. No entanto, vale ressaltar que, mesmo que possamos
categorizá-los, os objetivos são integrados e equilibram as três
dimensões do desenvolvimento sustentável.

ODS e seus direcionamentos.

É importante observar também que cada um desses objetivos se


desdobra em metas mais específicas que podem ser encontradas na
página das Nações Unidas.

Princípios básicos da
governança para o
desenvolvimento
sustentável
Para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sejam
alcançados, os governos devem desempenhar seu papel de acordo
com princípios básicos da governança eficaz para o desenvolvimento
sustentável. Sabendo disso, cabe a pergunta: você conhece as
iniciativas do governo para promover o desenvolvimento sustentável
na sua cidade?

video_library

Quadro das Nações


Unidas sobre mudança
do clima
Neste vídeo, iremos tratar da evolução histórica do papel dos governos
na promoção da sustentabilidade, focando nos acontecimentos da
ONU, nos relatórios internacionais, da Rio+20, dentre outros.

Em 2 de julho de 2018, o Comitê Econômico e Social da ONU


apresentou um conjunto de 11 princípios elaborados pelo Comitê de
Peritos em Administração Pública da ONU (CEPA) e pelo
Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (DESA).

Esses princípios básicos devem contribuir para o


desempenho dos governos e ajudar a construir
instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em
todos os níveis, com o objetivo de alcançar a Agenda
2030 para o desenvolvimento sustentável.

Os princípios básicos devem orientar as políticas públicas e as


instituições governamentais, considerando as diferentes estruturas de
governança, realidades nacionais, capacidades e níveis de
desenvolvimento dos países, respeitando as políticas e prioridades
nacionais. Esses princípios básicos são:

competência;
formulação sólida de políticas;
colaboração;
integridade;
transparência;
supervisão independente;
não exclusão;
não discriminação;
participação;
subsidiariedade;
equidade intergeracional.

Como princípios básicos, eles se aplicam a todas as instituições


públicas, incluindo a administração de órgãos executivos e
legislativos, os setores de segurança e justiça, órgãos constitucionais
independentes e empresas estatais. Esses princípios podem ser
divididos em três categorias:

looks_one Eficácia

Os três primeiros princípios (competência,


formulação sólida de políticas e
colaboração) se concentram na eficácia,
destinando-se, especialmente, ao modo
como as políticas públicas devem ser
elaboradas.
Responsabilidade
looks_two
Os três princípios seguintes (integridade,
transparência e supervisão independente)
se concentram na responsabilidade,
indicando de que modo as instituições
devem aplicar essas políticas.

looks_3 Inclusão

Os cinco últimos princípios (não exclusão,


não discriminação, participação,
subsidiariedade e equidade intergeracional)
se concentram na inclusão, enfatizando a
importância destas políticas atenderem a
todo o público-alvo.

Princípios de eficácia
Apresentamos agora, com mais detalhes, os princípios relacionados à
eficácia.

Competência expand_more

As instituições governamentais devem


ter experiência, recursos e ferramentas
suficientes para desempenhar suas
funções de maneira eficaz. Como
estratégias utilizadas, podemos citar
como exemplos o desenvolvimento de
liderança e treinamento de funcionários
públicos, gerenciamento de
desempenho, gerenciamento baseado
em resultados, gerenciamento e
controle financeiro, administração
eficiente e justa da receita.

Formulação sólida de políticas expand_more

A fim de alcançar as metas propostas,


as políticas públicas devem ser
coerentes entre si e fundadas em bases
verdadeiras ou bem estabelecidas, em
total conformidade com o fato, a razão
e o bom senso. Para isso, deve haver
planejamento estratégico, análise de
impacto regulatório, promoção de
políticas coerentes, fortalecimento dos
sistemas estatísticos nacionais,
sistemas de monitoramento e
avaliação, estruturas de gerenciamento
de riscos e compartilhamento de
dados.

Colaboração expand_more

As instituições de todos os níveis do


governo e de todos os setores devem
trabalhar em conjunto, além de atuar
junto a atores não estatais com o
mesmo objetivo ou finalidade. Isso
inclui colaboração, coordenação,
integração e diálogo entre os níveis de
governo e áreas funcionais.

Princípios de
responsabilidade
Os três próximos princípios abordam a responsabilidade.

Integridade expand_more
Para servir ao interesse público, os
funcionários públicos devem cumprir
com seus deveres oficiais de maneira
honesta e justa. Para isso, devem-se
promover políticas, práticas e órgãos
anticorrupção, códigos de conduta para
funcionários públicos, compras
públicas competitivas, eliminação de
suborno e comércio de influência,
políticas de conflito de interesses,
proteção a denunciantes e
fornecimento de remuneração
adequada.

Transparência expand_more

Para garantir a prestação de contas, as


instituições devem ser transparentes na
execução de suas funções e promover
o acesso à informação, sujeitas apenas
às exceções específicas e limitadas
previstas em lei. Exemplos de práticas
de acordo com o princípio da
transparência são: a divulgação
proativa de informações, transparência
orçamentária e dados abertos do
governo.

Supervisão independente expand_more

Para que se tenha confiança no


governo, as agências de supervisão
precisam agir estritamente de modo
profissional e devem ser
independentes. Esse princípio abrange
a promoção da independência das
agências reguladoras, acordos para a
revisão de decisões administrativas por
tribunais ou outros órgãos, auditoria
independente e respeito à legalidade.

Princípios de inclusão
Por fim, vejamos os cinco princípios que abordam a inclusão.

Não exclusão expand_more


Para garantir que todos os seres
humanos possam ter dignidade, as
políticas públicas precisam levar em
consideração as necessidades e
aspirações de todos os segmentos da
sociedade, incluindo os mais pobres e
vulneráveis e os sujeitos à
discriminação. Como exemplos,
destaca-se a promoção de políticas
fiscais e monetárias equitativas.

Não discriminação expand_more

Para respeitar, proteger e promover os


direitos humanos e as liberdades
fundamentais para todos, o acesso ao
serviço público deve ser concedido em
termos gerais de igualdade, sem
distinção de raça, cor, sexo, idioma,
religião, opinião política ou outra,
origem nacional ou social, propriedade,
nascimento, incapacidade ou outro
status. As estratégias podem incluir
promoção da diversidade da força de
trabalho do setor público, proibição de
discriminação na prestação de serviços
públicos, padrões de acessibilidade,
entre outros.

Participação expand_more

Todos os grupos políticos significativos


devem se envolver ativamente em
assuntos que os afetem diretamente e
tenham a chance de influenciar
políticas. Os exemplos são eleições
livres e justas, processo regulatório de
consulta pública, fóruns com várias
partes interessadas, orçamento
participativo e desenvolvimento
orientado pela comunidade.

Subsidiariedade expand_more

Para promover um governo que


responda às necessidades e aspirações
de todas as pessoas, as autoridades
centrais devem executar apenas as
tarefas que não podem ser executadas
efetivamente em um nível mais
intermediário ou local. Os exemplos
incluem federalismo fiscal,
fortalecimento da governança urbana,
fortalecimento das finanças municipais
e sistemas financeiros locais,
aprimoramento da capacidade local de
prevenção.

Equidade intergeracional expand_more

Esse princípio trata da importância da


equidade entre a geração atual e as
futuras. Para promover a prosperidade
e a qualidade de vida de todos, as
necessidades de curto prazo da
geração atual devem ser equilibradas
com as necessidades de longo prazo
das gerações futuras.

A partir deste módulo, é possível compreender de que maneira os


governos devem atuar em direção ao crescimento sustentável. Com
base em princípios gerais, indicamos a importância dos governos na
promoção de políticas públicas eficazes, que sejam adotadas com
reponsabilidade e sejam inclusivas na trajetória para o
desenvolvimento sustentável.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

Estudamos os princípios básicos da


governança eficaz para o desenvolvimento
sustentável apresentados pelo Comitê
Econômico e Social da ONU. Um desses onze
princípios destaca a importância de
instituições de diferentes setores e níveis do
governo atuarem conjuntamente, além de
trabalharem junto a atores não
governamentais com o mesmo objetivo.
Assinale qual dos princípios foi descrito:

A Integridade.

B Não exclusão.

C Equidade intergeracional.
D Colaboração.

E Supervisão independente.

Parabéns! A alternativa D está correta.

O princípio descrito é o da colaboração. O princípio da integridade trata da


importância da honestidade e justiça na promoção de políticas públicas. Já o
princípio da não exclusão destaca que as políticas públicas devem levar em
consideração as necessidades e aspirações de todos os segmentos da
sociedade. O princípio da equidade intergeracional trata do equilíbrio das
necessidades de curto prazo da geração atual com as necessidades de longo
prazo das gerações futuras, avaliando o impacto do desenvolvimento
sustentável. Por fim, o princípio da supervisão independente trata da
promoção da independência das agências reguladoras, dos acordos para a
Questão 2
revisão de decisões administrativas por tribunais ou outros órgãos, da
auditoria independente e do respeito
Os princípios básicos à
dalegalidade.
governança eficaz
para o desenvolvimento sustentável
apresentados pelo Comitê Econômico e Social
da ONU devem contribuir para o desempenho
dos governos e ajudar a construir instituições
que tenham eficácia, responsabilidade e sejam
inclusivas. Assinale qual das opções não é um
princípio básico da governança eficaz para o
desenvolvimento sustentável apresentado pelo
Comitê Econômico e Social da ONU:

A Formulação sólida de políticas.

B Não discriminação.

C Meritocracia.

D Transparência.

E Não exclusão.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A meritocracia não é um dos princípios básicos da governança eficaz,


responsável e inclusiva para o desenvolvimento sustentável apresentados
pelo Comitê Econômico e Social da ONU. Os demais podem ser
considerados princípios básicos.
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2 - As Organizações Multilaterais
Ao final deste módulo você será capaz de reconhecer as
organizações multilaterais e sua importância.

O papel das
organizações
multilaterais
No módulo anterior, apresentamos a importância da atuação dos
governos para a promoção da sustentabilidade por meio da
implementação de políticas públicas alinhadas aos ODS.
Juntamente aos governos, as organizações
multilaterais, também chamadas de organismos
internacionais ou instituições multilaterais, têm um
papel crucial no incentivo ao desenvolvimento
sustentável, permitindo que diferentes países e
instituições contribuam conjuntamente para o melhor
a todos.

Organizações multilaterais são entidades criadas pelas principais


nações do mundo com a finalidade de trabalhar conjuntamente para o
desenvolvimento das diferentes áreas da atividade humana, como a
política, economia, saúde e segurança. Essas organizações são
constituídas por meio de acordos e têm como objetivo a permanente
cooperação entre seus membros.

Saiba mais

De acordo com Decicino (2013), as


organizações multilaterais podem atuar
conjuntamente de diferentes maneiras,
adotando normas comuns de comportamento
social ou político entre os países-membros,
planejando ações comuns, realizando
pesquisas conjuntamente e prestando serviços
de cooperação, seja ela econômica, cultural ou
médica.

Algumas organizações desempenham importante papel na promoção


do desenvolvimento sustentável, tais como:

Organização das Nações Unidas (ONU).


Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Organização Mundial do Comércio
(OMC).
Banco Mundial.
Fundo Monetário Internacional (FMI).
Organização Internacional do Trabalho
(OIT).

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Papel da ONU
Neste vídeo, iremos apresentar o papel central que a ONU
desempenha na promoção da sustentabilidade, ressaltando que quase
todas as organizações multilaterais estão, em certa medida, atreladas
a ela.

Organização para a
Cooperação e
Desenvolvimento
Econômico (OCDE)
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) é uma instituição econômica intergovernamental para
estimular o desenvolvimento econômico e o comércio mundial. Ela
discute políticas públicas e econômicas, apoiando-se nos princípios da
democracia representativa e nas regras da economia de mercado.

Essa organização tem uma história de


envolvimento com os principais processos das
Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento
e bem-estar humano, financiamento para o
desenvolvimento, sustentabilidade ambiental e
mudanças climáticas.Também contribuiu para
moldar a Agenda 2030 e comprometeu-se em
utilizar da sua capacidade e experiência para
apoiar esta agenda.

A OCDE afirmou seu compromisso com a Agenda 2030 confirmando a


preparação de um plano de ação que estabelece como a organização
apoiará os membros e a comunidade internacional na conquista dos
ODS. Foi elaborado um documento, mas reconhecendo que as
necessidades e os interesses dos países evoluirão com o tempo.

Atenção!

A responsabilidade pela implementação da


Agenda 2030 cabe principalmente aos países e
seus governos. A colaboração reforçada com
outras organizações internacionais, incluindo
as Nações Unidas, promoverá sinergias e
evitará duplicação de esforços (OECD, 2016).

Em apoio à Agenda 2030, aos seus 17 objetivos e às suas 169 metas,


a OCDE vai:

check Apoiar os países na identificação de onde


estão atualmente em relação aos ODS, onde
precisam estar e propor caminhos
sustentáveis com base em evidências.

check Reafirmar seu papel como fonte de


conhecimento, dados, boas práticas e
padrões nos setores econômico, social e
nas áreas ambientais de políticas públicas
relevantes para os ODS.

check Incentivar políticas melhores e mais


coerentes que possam ajudar a entregar os
ODS, por meio do uso das principais
abordagens da OCDE, como a avaliação por
pares, o monitoramento e elaboração de
relatórios estatísticos e o diálogo sobre
políticas (OECD, 2016).
Organização Mundial do
Comércio (OMC)
A Organização Mundial do Comércio pode contribuir para alcançarmos
a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável e seus ODS. A
OMC identificou etapas que ajudariam a garantir que o comércio
internacional contribua para acelerar o progresso na consecução dos
ODS. Essas etapas são:

1. Integrar o comércio nacional e criar


estratégias setoriais para alcançar os ODS.
2. Fortalecer o sistema multilateral de
comércio, para que possa continuar
apoiando o crescimento inclusivo, o
emprego e a redução da pobreza.
3. Continuar reduzindo os custos comerciais
por meio da implementação completa do
Acordo de Facilitação do Comércio.
4. Desenvolver capacidade do lado da oferta
e infraestrutura relacionada ao comércio
em países em desenvolvimento.
5. Focar na diversificação das exportações e
adição de valor.
6. Melhorar o setor de serviços.
7. Aplicar regras de origem flexíveis e
aumentar a utilização de esquemas de
preferências.
8. Garantir que medidas não tarifárias não se
tornem barreiras ao comércio.
9. Fazer do e-commerce uma força para
inclusão.
10. Apoiar as micro, pequenas e médias
empresas a se envolverem no comércio
internacional.

Mais especificamente, a OMC também destaca como pode atuar


diretamente para alguns dos ODS, como vemos abaixo (World Trade
Organization, 2018).

check ODS 1: Erradicação da pobreza

A OMC acredita que iniciativas de política


comercial bem planejadas e
estrategicamente executadas podem ter um
impacto positivo na redução sustentável da
pobreza. A abertura do comércio também
pode gerar padrões de vida mais altos por
meio de maior produtividade, aumento da
concorrência e mais opções para os
consumidores e melhores preços no
mercado.

check ODS 2: Fome Zero e Agricultura


Sustentável

A OMC acredita que, eliminando subsídios


que causam distorções nos mercados
agrícolas, será possível tornar os mercados
mais justos e competitivos, ajudando os
agricultores e consumidores, e, assim,
contribuindo para a segurança alimentar.

check ODS 3: Boa Saúde e Bem-Estar


Um dos principais objetivos do ODS 3 é
garantir o acesso a medicamentos a preços
acessíveis para todos. Uma importante
emenda ao Acordo TRIPS da OMC entrou
em vigor nos últimos anos. Essa medida
facilitará aos países em desenvolvimento
um caminho legal seguro para acessar
medicamentos

check ODS 5: Igualdade de Gênero

A OMC defende que o comércio pode criar


oportunidades para o emprego e o
desenvolvimento econômico das mulheres.
Por meio do comércio, as oportunidades de
emprego para as mulheres aumentaram
significativamente. Os empregos nos
setores de exportação também tendem a
dispor de melhores salários e condições. Os
setores de exportação são um importante
fornecedor de emprego para mulheres nos
países em desenvolvimento.

check ODS 8: Trabalho Decente e


Crescimento Econômico

O crescimento econômico inclusivo liderado


pelo comércio aprimora a capacidade de
geração de renda de um país, que é um dos
pré-requisitos para alcançar o
desenvolvimento sustentável. A iniciativa de
Ajuda ao Comércio da OMC pode fazer uma
grande diferença na suplementação de
esforços domésticos na construção de
capacidade comercial.

check ODS 9: Indústria, Inovação e


Infraestrutura

O comércio produz ganhos dinâmicos na


economia, aumentando a concorrência e a
transferência de tecnologia, conhecimento e
inovação. Os mercados abertos foram
identificados como um determinante
essencial do comércio e do investimento
entre países em desenvolvimento e
desenvolvidos, permitindo a transferência de
tecnologias que resultam em
industrialização e desenvolvimento,
ajudando a alcançar o ODS 9.

check ODS 10: Desigualdades reduzidas

No nível global, mudanças nos padrões de


desenvolvimento estão transformando as
perspectivas das pessoas mais pobres do
mundo, diminuindo a desigualdade entre os
países. As regras da OMC tentam reduzir o
impacto das desigualdades existentes por
meio do princípio de tratamento especial e
diferenciado para os países em
desenvolvimento.

check ODS 14: Vida Debaixo d’Água


A OMC desempenha um papel importante
no apoio aos esforços globais, regionais e
locais para combater a degradação
ambiental de nossos oceanos no âmbito do
ODS 14. A decisão sobre subsídios à pesca
adotada pelos membros da OMC em
dezembro de 2017 é um avanço nos
esforços multilaterais para cumprir o
objetivo 14, comprometendo os membros a
proibir subsídios que contribuam para a
sobrecapacidade e a sobrepesca, e para
eliminar subsídios que contribuam para a
pesca ilegal, não declarada e não
regulamentada, com tratamento especial e
diferenciado para os países em
desenvolvimento e menos desenvolvidos.

check ODS 17: Parcerias para os objetivos

O ODS 17 reconhece o comércio como um


meio de implementação da Agenda 2030.
Esse objetivo exige que os países
promovam um sistema comercial
multilateral universal, baseado em regras,
aberto, não discriminatório e equitativo; o
aumento das exportações dos países em
desenvolvimento, a duplicação da
participação das exportações dos países
menos desenvolvidos e a implementação de
acesso ao mercado com isenção de direitos
e sem cota para os países menos
avançados, com regras de origem
transparentes e simples para mercadorias
exportadas. A OMC é o principal canal para
alcançar esses objetivos.
Banco Mundial
Também chamado de Banco Internacional
para a Reconstrução e Desenvolvimento
(BIRD), O Banco Mundial é uma agência
especializada independente do Sistema das
Nações Unidas. O Banco Mundial é a maior
fonte global de assistência para o
desenvolvimento, proporcionando cerca de
US$60 bilhões anuais em empréstimos e
doações aos 187 países-membros.

Atua como uma cooperativa de países, que disponibiliza seus recursos


financeiros, o seu pessoal altamente treinado e a sua ampla base de
conhecimentos para apoiar os esforços das nações em
desenvolvimento para atingir um crescimento duradouro, sustentável e
equitativo. O objetivo principal é a redução da pobreza e das
desigualdades.
O Banco Mundial lançou uma nova plataforma
interativa que fornece ao público uma visão
ampla dos avanços e indicadores relacionados
a cada um dos 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS). A
plataforma se chama Atlas dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável e traz mais de
180 mapas e gráficos, distribuídos de acordo
com as metas de cada ODS, indicando o
panorama do desenvolvimento e da qualidade
de vida da população global. A ferramenta se
baseia no World Development Indicators
(Indicadores de Desenvolvimento Global), um
banco de dados com mais de 1400 indicadores
de mais de 220 economias, algumas delas
com dados que podem ser comparados em
uma linha histórica de 50 anos (WORLD BANK
GROUP, 2018).

Fundo Monetário
Internacional (FMI)
O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma agência especializada
das Nações Unidas que foi concebida na conferência de Bretton
Woods, New Hampshire, Estados Unidos, em julho de 1944.
O FMI trabalha para promover a cooperação
monetária global, garantir a estabilidade financeira,
facilitar o comércio internacional, promover o alto
nível de emprego e o crescimento econômico
sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo.

O FMI está envolvido com os ODS quando eles afetam a estabilidade


econômica e o crescimento sustentável e inclusivo. A agência
categoriza os objetivos da Agenda 2030 em:

Pessoas expand_more

Promoção da inclusão. Mais


recentemente, estudos do FMI
mostraram que níveis elevados de
desigualdade de renda estão
associados a um crescimento
econômico mais baixo e menos durável,
bem como a uma maior instabilidade
financeira. Ademais, evidências
mostraram que a redução das
diferenças de gênero impulsiona a
produtividade, o crescimento e a
resiliência da economia.

Do mesmo modo, o FMI tem explorado


como a política fiscal pode ser
acionada para reduzir a desigualdade,
por meio de gastos em saúde,
educação e proteção social, e da
garantia da progressividade dos
sistemas tributários. Nas questões de
gênero, o fundo tem se concentrado em
iniciativas para ampliar a participação
das mulheres na economia, sobretudo
mediante a formulação de políticas
tributárias e de gastos baseadas em
uma perspectiva de gênero, uma prática
conhecida como gender budgeting.

Prosperidade expand_more

Apoio ao crescimento, ao emprego e à


redução da pobreza. Impulsionar o
crescimento, sobretudo nos países de
baixa renda, é uma condição essencial
para o êxito dos ODS. Aqui, o FMI está
se concentrando na geração de espaço
fiscal para investimentos em saúde,
educação, infraestrutura e
produtividade agrícola que aumentem o
crescimento e reduzam a pobreza,
assim como em políticas destinadas a
promover a diversificação da economia.
Além disso, está explorando políticas
para enfrentar os desafios relacionados
ao futuro do trabalho, dadas as rupturas
provocadas pela evolução da
tecnologia. Isso é de especial
importância no contexto do
desemprego entre os jovens, que gera
tanto descontentamento em todo o
mundo.

Planeta expand_more

Participação em ações contra as


mudanças climáticas. Um dos desafios
mundiais mais urgentes e complexos é
a necessidade de enfrentar as
mudanças climáticas por meio da
adoção de uma matriz energética de
baixa emissão. Um elemento
necessário a essa transição é assegurar
que os preços da energia reflitam os
custos para a saúde e o meio ambiente,
tanto em termos das emissões de
carbono quanto da poluição
atmosférica. Assim, o FMI está
ajudando os países a precificar as
emissões de carbono e a eliminar os
subsídios à energia fóssil.

Paz expand_more

Fortalecimento da governança e
combate à corrupção. Instituições
fortes, baseadas na boa governança
são a base de sociedades pacíficas e
inclusivas. Ao constatar que a
corrupção e a debilidade dos quadros
de governança estão associadas a uma
redução significativa do crescimento,
investimento e receitas tributárias, o
FMI lançou um novo quadro que busca
um envolvimento mais franco, eficaz,
imparcial e sistemático com os países-
membros.

Parcerias expand_more

Financiamento dos ODS. Alcançar os


ODS exigirá um aumento significativo
dos gastos públicos em muitos países.
O FMI está apoiando esses esforços de
algumas maneiras, elaborando um
quadro amplo para avaliar as
necessidades de gastos tomando como
base uma série de estudos de caso de
países (Benin, Guatemala, Indonésia,
Ruanda e Vietnã), e apoiando a
realização de alguns dos ODS de alto
valor, como saúde, educação e
infraestrutura. Isso está sendo feito em
colaboração com as autoridades
nacionais, o Banco Mundial e agências
da ONU.

Em termos de financiamento, será


crucial fortalecer a capacidade
tributária, sobretudo porque os
crescentes níveis de endividamento nos
países de baixa renda estão
dificultando os progressos nos ODS.
Mas na maioria dos países em
desenvolvimento, apenas a receita
interna não será suficiente para eliminar
o déficit de financiamento, o que exige
mais ajuda oficial e opções de
financiamento privado (ANNETT; LANE,
2018).
Organização
Internacional do
Trabalho (OIT)
Única agência tripartida da ONU, desde 1919, a
OIT reúne governos, empregadores e
trabalhadores de 187 Estados-membros para
estabelecer padrões de trabalho, desenvolver
políticas e elaborar programas que promovam
trabalho decente para todas as mulheres e
homens.

Formalizado pela OIT em 1999, o conceito de trabalho decente


sintetiza a sua missão histórica de promover oportunidades para que
homens e mulheres obtenham um trabalho produtivo e de qualidade,
em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade
humanas, sendo considerado condição fundamental para a superação
da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da
governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.

Saiba mais
Trata-se de um conceito central para o alcance
dos ODS definidos pelas Nações Unidas, em
especial o ODS 8, que busca “promover o
crescimento econômico sustentado, inclusivo
e sustentável, emprego pleno e produtivo e
trabalho decente para todas e todos”.

Os principais aspectos de trabalho decente também foram


amplamente incluídos nas metas de muitos dos outros ODS da
Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável (Organização
Internacional do Trabalho, 2015).

O trabalho decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos


estratégicos da OIT:

Respeito aos direitos no trabalho,


especialmente àqueles definidos como
fundamentais (liberdade sindical, direito
de negociação coletiva, eliminação de
todas as formas de discriminação em
matéria de emprego e ocupação e
erradicação de todas as formas de
trabalho forçado e trabalho infantil).
Promoção do emprego produtivo e de
qualidade.
Ampliação da proteção social.
Fortalecimento do diálogo social.

Assim, apresentamos algumas das principais organizações


multilaterais. Elas desempenham diferentes papéis, mas contribuem
conjuntamente para o Desenvolvimento Sustentável.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

Diferentes organizações multilaterais


demonstraram apoio à Agenda 2030 e aos
seus Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS). Com relação à Organização
Mundial do Comércio (OMC), assinale qual
ODS não está no escopo de objetivos da OMC:

A ODS 3: Boa Saúde e Bem-Estar

B ODS 4: Educação de qualidade.

ODS 8: Trabaho Decente e


C
Crescimento Econôminco.

ODS 17: Parcerias para os


D
objetivos.
ODS 9: Indústria, Inovação e
E
Infraestrutura.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A Organização Mundial do Comércio vem atuando em diversas frentes para


Questão 2
contribuir para o alcance dos ODS. No entanto, não desempenha um papel
declarado no objetivo
Foram 4.apresentadas diferentes organizações
multilaterais neste módulo. Entre elas, uma se
destaca pelo papel na promoção de trabalho
decente para todos os homens e mulheres, um
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Assinale como se intitula essa organização:

A Organização Mundial do Comércio.

B Central Única dos Trabalhadores.

Organização Internacional do
C
Trabalho.

D Fundo Monetário Internacional.


Banco Internacional para a
E
Reconstrução e Desenvolvimento.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A Organização Internacional do Trabalho desempenha um papel de promover


trabalho decente a todos, independentemente de gênero.

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3 - Os Acordos Internacionais
Ao final deste módulo você será capaz de identificar os
acordos internacionais que buscam o desenvolvimento
sustentável.

Acordo internacional
Como vimos, os ODS superam fronteiras de países e, portanto, são
debatidos por organizações multilaterais. Apresentaremos, então, os
acordos internacionais que estão relacionados ao desenvolvimento
sustentável nas últimas décadas.

Acordo internacional é um documento pelo qual um


Estado ou uma organização internacional assume
obrigações e adquire direitos perante outros no
âmbito do direito internacional, servindo para
estabelecer uma parceria em áreas específicas.

Esses acordos, segundo o Ministério das Relações Exteriores (2020),


são comumente denominados “tratados”, “convenções” ou, mesmo,
“acordos” e criam um compromisso jurídico, podendo servir para
apontar possíveis formas de cooperação futura.

Os acordos internacionais que serão apresentados neste módulo


demonstram a preocupação crescente com a sustentabilidade e, por
meio deles, podemos compreender melhor quais iniciativas já foram
tomadas em diferentes dimensões da sustentabilidade, sejam elas
econômicas, sociais sejam ambientais.

Podemos dividir esses acordos em três categorias:

looks_one
As conferências e declarações internacionais
diretamente focadas no desenvolvimento
sustentável.
looks_two
Os documentos internacionais que tratam de
aspectos relevantes da sustentabilidade.

looks_3
Os instrumentos internacionais que, embora
tenham por objetivo tratar de outros assuntos,

mencionam expressamente o compromisso


com o desenvolvimento sustentável.

Conferências
internacionais
Na primeira categoria, destacam-se as grandes conferências
internacionais realizadas pela ONU para cuidar do tema, cujas
declarações finais muitas vezes elencam princípios e reafirmam que o
desenvolvimento sustentável é um objetivo que os países devem
seguir.

Nessa categoria, destaca-se a Declaração da


Conferência de Estocolmo de 1972, que estabeleceu
a obrigação de assegurar que o desenvolvimento seja
compatível com a necessidade de proteger e
melhorar o meio ambiente para benefício da
população.

Ademais, pode-se destacar também a Declaração do Rio sobre Meio


Ambiente e Desenvolvimento, apresentada na conferência que ficou
conhecida como Rio-92, a qual defendia que as necessidades de
desenvolvimento e ambientais das gerações presentes e futuras
deveriam ser identificadas de forma equilibrada.

É importante observar que a Rio-92 gerou outros importantes


instrumentos internacionais, entre eles a

Agenda 21 e a Convenção do Clima.

Vale notar que a Convenção do Clima provocou sucessivas


declarações por parte dos Estados, reforçando seu comprometimento
com o desenvolvimento sustentável nas Conferências Anuais das
Partes (COPs). Isso pode ser observado na COP-3, a qual deu origem
ao Protocolo de Kyoto de 1997.

Agenda 21
A Agenda 21 é um documento que resultou da Rio-92 e que também destaca que todos devem contribuir
conjuntamente em uma parceria global para que o desenvolvimento sustentável seja atingido.

Convenção do Clima
A Convenção do Clima prevê que os Estados participantes tenham o direito e o dever de promover o
desenvolvimento sustentável.

Saiba mais

O Protocolo de Kyoto foi de grande relevância,


enfatizando a importância da redução de
emissões de gases de efeito estufa. Anos
depois, na COP-15 (Acordo de Copenhague de
2009) e na COP-16 (Acordo de Cancún de
2010), esse compromisso também foi citado.

Para além dos acordos já citados, nesta categoria também estão a


declaração resultante da Conferência de Johanesburgo sobre
Desenvolvimento Sustentável de 2002, na qual um de seus itens prevê
que o desenvolvimento sustentável é um objetivo comum dos países
participantes.

Além disso, a Conferência das Nações Unidas


sobre o Desenvolvimento Sustentável de 2012,
que ficou conhecida como Rio+20 e foi
intitulada “O Futuro que Queremos”, renovou a
obrigação de garantir um futuro econômico,
social e ambientalmente sustentável para
nosso planeta e para as gerações presentes e
futuras.

Ademais, vale destacar nessa categoria o Acordo Climático de Paris,


de 2015. Assinado por 195 dos países na 21ª Conferência das Partes
(COP21), o acordo foi um marco da crescente preocupação com as
mudanças climáticas.

O Acordo de Paris foi aprovado a fim de reduzir


emissões de gases de efeito estufa (GEE) no
contexto do desenvolvimento sustentável. O
compromisso ocorre no sentido de manter o
aumento da temperatura média global bem
abaixo dos 2°C acima dos níveis pré-industriais
e buscar esforços para limitar o aumento da
temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-
industriais, reconhecendo que isso reduziria
significativamente os riscos e impactos das
mudanças climáticas (Conferência das Partes,
2015).

video_library

O papel dos governos na


sustentabilidade
Neste vídeo, iremos nos aprofundar no Acordo de Paris, falaremos
sobre os principais objetivos traçados e os desafios a serem
enfrentados. Abordaremos também o foco para as metas brasileiras.

Acordos e tratados
internacionais
Uma segunda categoria é a dos acordos que abordam aspectos
significativos da sustentabilidade, identificando problemas globais que
dependem da cooperação internacional para serem tratados de forma
efetiva. Entre esses temas, destacam-se:

A defesa dos direitos humanos e a


melhoria na qualidade de vida.
A garantia de condições satisfatórias de
trabalho.
O uso racional dos recursos naturais.
A defesa da ética e da transparência e a
condenação da corrupção.
A preservação de diferentes
ecossistemas.
O controle de diversos tipos de poluição.

Fazem parte dessa categoria os seguintes acordos:


check A Declaração Universal dos Direitos
Humanos de 1948.

check O Pacto Internacional sobre Direitos


Econômicos, Sociais e Culturais de 1966.

check A Convenção das Nações Unidas sobre


Direito do Mar de 1982.

check A Declaração da OIT sobre os Princípios e


Direitos Fundamentais no Trabalho de 1998.

check A Convenção das Nações Unidas Contra a


Corrupção de 2005.

check O Protocolo de Montreal sobre as


Substâncias que Prejudicam a Camada de
Ozônio de 1987.
check A Convenção de Roterdã sobre o
Procedimento de Consentimento Prévio
Informado Aplicado a Certos Agrotóxicos e
Substâncias Químicas Perigosas de 1998.

Existem diversos outros instrumentos internacionais que mostram


como a sustentabilidade, em suas mais diversas vertentes, é um valor
presente na comunidade internacional nos últimos anos.

Atenção!

Os documentos mais recentes fazem questão


de, além de tratar dos assuntos específicos
para os quais foram criados, afirmar
explicitamente a necessidade de se alcançar
um desenvolvimento sustentável.

Por fim, apresentamos uma terceira categoria, na qual os instrumentos


se direcionam a assuntos diversos que, em princípio, não estão
relacionados à sustentabilidade, mas nos quais se assume claro
compromisso com o desenvolvimento sustentável. Isso ocorre, por
exemplo, nos acordos multilaterais, plurilaterais ou bilaterais de livre-
comércio.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1
O Acordo de Paris, redigido em 2015, foi
assinado por 195 dos países na 21ª
Conferência das Partes (COP21). Assinale a
alternativa que indica o objetivo principal do
Acordo de Paris:

Permitir acesso à saúde pública e


A
universal de qualidade.

Reduzir a poluição das bacias


B
aéreas.

Limitar o aumento da temperatura


C
global.

Promover o livre-comércio entre


D
nações.

Erradicar todas as formas de


E
trabalho forçado e trabalho infantil.

Parabéns! A alternativa C está correta.


O objetivo principal do Acordo de Paris é, por meio da redução das emissões
Questão 2
de gases de efeito estufa, limitar o aumento da temperatura média global nos
próximos quinquênios.
Assinale qual acordo não está relacionado à
busca pelo desenvolvimento sustentável:

Declaração Universal dos Direitos


A
Humanos, de 1948.

Declaração da Conferência de
B
Estocolmo, de 1972.

Convenção das Nações Unidas


C
Contra a Corrupção.

D Tratado de Madrid.

Convenção das Nações Unidas


E
sobre Direito do Mar, de 1982.

Parabéns! A alternativa D está correta.


O Tratado de Madrid foi firmado no século XVIII entre os reis de Portugal e
Espanha, não tendo qualquer relação com o Desenvolvimento Sustentável. Já
a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, a Declaração da
Conferência de Estocolmo de 1972, a Convenção das Nações Unidas Contra
a Corrupção e a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar de 1982
estão de acordo com a busca pelo desenvolvimento sustentável.

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Considerações finais
O desenvolvimento sustentável é cada vez mais urgente. Meio
ambiente, sociedade e economia devem andar lado a lado para a
promoção de um mundo mais equitativo, justo e responsável.

A responsabilidade do desenvolvimento sustentável recai sobre todas


as nações, que contribuem em conjunto para a degradação ou
conservação do meio ambiente. Com isso, é fundamental
entendermos o papel que os governos desempenham.

Ademais, é importante que tenhamos compreendido que esse tema


exige cooperação internacional, de modo que acordos e organismos
multilaterais contribuam para a definição e o atingimento de metas
sustentáveis.
headset
Podcast
Vamos discutir agora algumas questões sobre o papel do estado, e em
especial das organizações multilaterais, para um desenvolvimento
sustentável.

Referências
AGÊNCIA ENVOLVERDE JORNALISMO. O Direito Internacional da
Sustentabilidade, 2015.

ANNETT, T.; LANE, C. Cinco coisas que você precisa saber sobre o FMI
e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. International
Monetary Fund, 2 ago. 2018.

BOUCKAERT, G.; CHAWDHRY, U.; FRASER-MOLEKETI, G.; MEULEMAN,


L.; PIZANI, M. Effective Governance for Sustainable Development: 11
Principles to Put in Practice. International Institute for Sustainable
Development, 7 ago. 2018.

BRANCO, P. Chegou a Hora de Revisitar o Triple Bottom Line. Página


22, 12 abr. 2012.
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Tratados internacionais.
Itamaraty. Brasília, DF: 2020. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Acordo de Paris. MMA. Brasília,


DF: 2017. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.

BRUNDTLAND, G.; KHALID, M.; AGNELLI, S; AL-ATHEL, S.; CHIDZERO,


B.; FADIKA, L et al. Our common future: the World commission on
environment and development. Oxford University Press, 1987.

CONFERÊNCIA DAS PARTES. Adoção do Acordo Paris. Nações unidas,


2015. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.

DECICINO, R. Organizações internacionais: conheça as principais


instituições multilaterais. Geografia Uol, 11 out. 2013.

NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2015. Momento de ação global para as


pessoas e o planeta. Nações Unidas Brasil. Consultado na internet em:
16 jul. 2020.

ODM BRASIL. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, 2000.


Nações Unidas Brasil. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.

OECD. Better policies for 2030: An OECD Action Plan on the


Sustainable Development Goals, 2016. Consultado na internet em: 21
jul. 2020.

Organização Internacional do Trabalho. Trabalho decente. Consultado


na internet em: 16 jul. 2020.

STOFFEL, J.; COLOGNESE, S. O desenvolvimento sustentável sob a


ótica da sustentabilidade multidimensional. Rev. FAE, v. 18, n. 2, p. 18
– 37, 2015.

WORLD BANK GROUP. Atlas of Sustainable Development Goals from


World Development Indicators, 2018. The World Bank. Consultado na
internet em: 21 jul. 2020.

WORLD TRADE ORGANIZATION. Mainstreaming Trade to Attain the


Sustainable Development Goals, 2018. Consultado na internet em: 21
jul. 2020.
Explore +
Para saber mais sobre os assuntos estudados, leia:

The Atlas of Sustainable Development Goals 2018. Plataforma


interativa lançada pelo Banco Mundial para observar avanços nos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ela permite que o público
tenha uma visão ampla dos avanços e indicadores relacionados a
cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O World Commission on Environment and Development: Our common


future da ONU, também conhecido como Relatório Brundtland.

Declaração final da conferência das Nações Unidas sobre


desenvolvimento sustentável (RIO + 20). Disponível no site do
Ministério do Meio Ambiente.

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