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Educação a Distância

3.7 AULA 7 – Fatores que devem direcionar as empresas para a


temática: Responsabilidade Socioambiental

O Instituto Ethos (2011), considera que a “responsabilidade socioambiental


corporativa”, é a forma de gestão que se define pela relação ética, transparente
solidária com todos os públicos que se relacionam, e pelo estabelecimento de
metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da
sociedade, ou setor de atuação, preservando recursos ambientais e culturais
para as gerações futuras, respeitando as diversidades e promovendo a
redução das desigualdades sociais. “Para o alcance da gestão ambiental
sustentável, necessita de políticas públicas baseada nas tendências e
responsabilidades em função do mercado”.

Dentre as opções para a construção de uma proposta comum do que seja, de


fato, responsabilidade socioambiental, resulta em fatores envolvidos nessa
nova forma das empresas conduzirem seus negócios. Existem registros que
remetem as primeiras preocupações com as questões sociais, ao final do
século XVIII e a partir da segunda metade do século XX, um movimento de
âmbito mundial provocou uma inflexão progressiva no pensamento do meio
empresarial ao exigir a ampliação do foco meramente econômico para uma
visão sistêmica integrada às dimensões social e ambiental. (STAUB, 2008).

Baseado em Staub (2008) citando diversos autores, esse período exigiu das
empresas uma postura permanentemente evolutiva: do início do século,
quando o mercado era caracterizado por uma demanda de expansão e pouco
competitivo, até o seu término, quando a integração dos mercados e as quedas
das barreiras comerciais levaram as empresas a enfrentar os inúmeros
desafios de uma competição em escala planetária. O movimento que esboçou
um entendimento da noção de responsabilidade socioambiental empresarial foi
complexo, afetado por diversos fatores. Representa a dimensão múltipla da
questão e pode ser analisada de diversos ângulos, conforme citados a seguir:

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O desempenho econômico ainda é considerado a principal


responsabilidade da empresa e indispensável à sua sobrevivência, mas
não constitui seu único objetivo (DRUCKER, 1996 apud STAUB, 2008);
As empresas privadas, assim como as entidades públicas de prestação
de serviços, são órgãos da sociedade. Não existem para si mesmas, e
sim para atender uma finalidade social específica da sociedade, da
comunidade ou da pessoa (DRUCKER, 2006 apud STAUB, 2008);
Na nova economia globalizada, as empresas viram-se compelidas a
mudar radicalmente suas estratégias de negócio e padrões gerenciais
para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades decorrentes da
ampliação de seus mercados potenciais, do surgimento de novos
concorrentes e novas demandas da sociedade (BANCO DO BRASIL,
2007 apud STAUB, 2008);
A finalidade da empresa não é simplesmente a produção de benefícios,
mas principalmente a própria existência da empresa como comunidade
de pessoas que, de diversas maneiras, buscam a satisfação de suas
necessidades fundamentais e constituem um grupo particular a serviço
da sociedade inteira (NADAS, 2003 apud STAUB, 2008);
As indagações que questionam o poder e responsabilidade das
empresas, diante do contexto em que estão inseridas, começaram a
ficar mais contundentes a partir da emergência de teorias como a do
ecodesenvolvimento, que apresentam as dimensões da sustentabilidade
e os caminhos da transição para chegar até ela (SACHS, 1986; 1993
apud STAUB, 2008);
No que tange à possibilidade de transformar em práticas a concepção do
ecodesenvolvimento nas afirmações de Sachs (1993 apud STAUB
(2008) ao formular os seus princípios, a transição para a
sustentabilidade precisa de uma parceria com a sociedade no sentido
mais completo: a sociedade civil organizada, as autoridades públicas de
todos os níveis, a economia social e a iniciativa privada – “o mundo das
empresas” (DALLABRIDA, 2006 apud STAUB, 2008);
Até a Rio-92, desenvolvimento sustentável era sinônimo da questão
ambiental. No final do século XX, as empresas começaram a ser
cobradas por conta das questões sociais, como o emprego de trabalho
infantil e manutenção de locais com péssimas condições de trabalho
(TIMBERLAKE, 2007 apud STAUB, 2008);

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A responsabilidade socioambiental corporativa é uma vantagem


competitiva num mercado sem fronteiras (TACHIZAWA, 2002; GUEDES,
2004 apud STAUB, 2008);
Paralelamente aos grandes eventos em torno da discussão sobre a
sustentabilidade a partir da década de 1970, o conceito da
responsabilidade socioambiental empresarial começa a transpor a ideia
de obrigação e passa a incorporar a questão da ética na atuação
empresarial (DALLABRIDA, 2006 apud STAUB, 2008);
O que adianta a empresa ser a primeira no ranking do seu negócio,
deter as melhores máquinas e tecnologia, e não poder contar com uma
sociedade que compartilhe das mesmas expectativas? Tanto o seu
sucesso quanto o seu fracasso estão intrinsecamente ligados ao
desempenho das pessoas, tornando a empresa corresponsável e agente
de transformação social (DUARTE, 2005; TORRES, 2005 apud STAUB,
2008);
A sociedade cobra das empresas uma atuação responsável e o
consumidor tem consciência da efetividade de seus direitos. Portanto,
exige-se das empresas uma postura que explique sua preocupação com
questões socioambientais (responsabilidade socioambiental) e com a
ética (FORMENTINI, 2007; OLIVEIRA, 2007 apud STAUB, 2008);
Tão importante quanto à alta produtividade e a capacidade de inovação
tecnológica das empresas é também sua capacidade de estabelecer
uma comunicação aberta, eficaz, ética e transparente com seus
stakeholder (DUARTE, 2005; TORRES, 2005 apud STAUB, 2008);
Mesmo que o cérebro empresarial continue esperando que os desafios
ambientais e sociais desapareçam, eles estão cada vez mais profundos
e fortes (ELKINGTON, 2001 apud STAUB, 2008).

Segundo Silva (2001 apud STAUB, 2008), uma das interpretações que engloba
boa parte dessas múltiplas demandas e dimensões foi lançada em 1998 no
Congresso Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, uma
proposta para o conceito de responsabilidade socioambiental empresarial:

Responsabilidade socioambiental corporativa é o


comprometimento permanente dos empresários de adotar
um comportamento ético e contribuir para o
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desenvolvimento econômico, melhorando


simultaneamente a qualidade de vida de seus
empregados e de suas famílias, da comunidade local e da
sociedade como um todo.

Do estudo de Duarte e Torres (2005 apud STAUB, 2008), sobre esta temática
concluem-se que:

A responsabilidade socioambiental surge como resgate da


função social da empresa e das pessoas em geral, cujo
objetivo no novo contexto econômico, deve ser promover
o desenvolvimento humano sustentável, que transcende o
aspecto ambiental e se estende por outras áreas (social,
cultural, econômica, política); e tentar superar a distância
entre o social e o econômico, obrigando as empresas a
repensar seu papel e a forma de conduzir seus negócios.
No cenário atual, impera a concepção de que a
responsabilidade empresarial está muito além de manter
o lucro de seus acionistas e dirigentes. Ela passou a ser
responsável pelo desenvolvimento da sociedade onde
está inserida, adotando ações que influenciem o bem-
estar comum.

DEFINIÇÃO

Stakeholder: atualmente, a definição mais utilizada é a de qualquer grupo ou


indivíduo que afeta ou é afetado pelo alcance dos objetivos da empresa
(STAUB, 2008).

Para aprofundar seus estudos sobre o tema desta aula, se necessário for, o
aluno poderá pesquisar em outras fontes, citando-as, para que possamos
intensificar a aprendizagem referente ao assunto.

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