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FACULDADE BIOPARK II

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

O IMPACTO DO EMPREENDEDORISMO NO SETOR PÚBLICO


LIGADO AO DESENVOLVIMENTO DE PAÍSES DE TERCEIRO
MUNDO

FELIPE ZMUDA BEZERRA


GABRIEL DOS SANTOS CONTI
MARIANA PEREIRA BERNINE

TOLEDO - PR
2023
FELIPE ZMUDA BEZERRA
GABRIEL DOS SANTOS CONTI
MARIANA PEREIRA BERNINE

O IMPACTO DO EMPREENDEDORISMO NO SETOR PÚBLICO LIGADO AO


DESENVOLVIMENTO DE PAÍSES DE TERCEIRO MUNDO

Projeto de Pesquisa realizado para


aprovação no Projeto de Método
de Pesquisa em
Empreendedorismo e Negócios.

Orientadora: Angélica Meurer

TOLEDO - PR
2023
Sumário

1. Introdução 4
2. Problema de Pesquisa 5
3. Justificativa 5
4. Objetivos 5
4.1 Objetivo geral 5
4.2 Objetivos específicos 5
5. Revisão de literatura 6
REFERÊNCIAS 9
1. Introdução

O empreendedorismo durante muito tempo esteve atrelado ao setor privado como uma
característica inerente e exclusiva das organizações desta esfera.
Definido em termos de tomada de decisão, inovação e proatividade, a literatura aponta
o público empreendedor como uma ação capaz de melhorar a alocação dos recursos, mas que
precisa de um ambiente organizacional favorável ao seu desenvolvimento.
O empreendedorismo no setor público tem se tornado um tema cada vez mais
relevante na administração pública moderna. Ao contrário do que muitos pensam,
empreendedorismo não é um conceito exclusivo do setor privado, mas pode ser aplicado
também no setor público.
Uma abordagem do público empreendedor envolve a utilização de princípios e
técnicas do empreendedorismo para desenvolver soluções inovadoras para os desafios
enfrentados pelo governo. Isso significa que as organizações governamentais devem agir
como empreendedoras, buscando constantemente novas formas de oferecer serviços públicos
de alta qualidade e eficiência. Neste contexto, o empreendedorismo público pode ajudar a
melhorar a gestão pública e oferecer soluções mais criativas e eficazes para os desafios
enfrentados pela sociedade.
De acordo com Paiva (2004) o empreendedor é a pessoa que desempenha atividades
com outros indivíduos, gerenciadas por administradores que têm objetivos comuns
Deste modo, Emmendoerfer (2019) destaca que alguns comportamentos
empreendedores como: ter atitude de liderança, comprometimento, correr riscos calculados,
gerar ideias e inovações, todos indivíduos possuem e podem ser incentivados e desenvolvidos
de acordo com os governantes públicos.
O empreendedorismo no setor público é uma abordagem que busca aplicar conceitos e
práticas do empreendedorismo no contexto da administração pública. Algumas das principais
características do empreendedorismo público incluem:
● Inovação: o empreendedorismo público valoriza a busca por soluções
inovadoras para os desafios enfrentados pela sociedade.
● Orientação para o cidadão: o empreendedorismo público tem como foco
principal o atendimento às necessidades dos cidadãos e a melhoria da
qualidade dos serviços públicos.
● Agilidade e flexibilidade pública: a abordagem do empreendedorismo valoriza
a agilidade e a flexibilidade na gestão pública, permitindo uma resposta mais
rápida e eficaz aos desafios enfrentados pelo governo.
● Empreendedorismo social: o empreendedorismo público tem um forte
componente social, buscando promover o bem-estar da sociedade e a redução
das desigualdades.
● Parcerias público-privadas: o empreendedorismo público pode envolver
parcerias com o setor privado para desenvolver soluções inovadoras e
eficientes para os desafios enfrentados pela sociedade.
Os resultados mostram que as características experimentadas de fato influenciam o
público empreendedor existindo relação positiva para a presença dos fatores subordinados,
formalidade, flexibilidade, autonomia, recompensas, especialização, accountability,
multiplicidade de objetivos, orientação para os resultados, responsabilidade legal e para a
competição e relação negativa para a presença dos fatores participação e influência política.

Há uma relação positiva com a presença dos fatores hierarquia, formalidade,


flexibilidade, autonomia, recompensas, especialização, responsabilidade, multiplicidade de
objetivos, orientação para resultados, responsabilidade legal e para a competição.Inovações na
gestão no setor público tem proporcionando modernização, diante disso, o empreendedorismo
tem colaborado para tornar o serviço mais eficiente e eficaz. Pensando nisso, a Administração
Pública, tem que buscar por resultados, aplicando os recursos e obtendo melhoramento na
qualidade de vida da sociedade. O empreendedorismo no setor público refere-se a um
processo de aperfeiçoamento que resulta em atividades inovadoras, como o desenvolvimento
de novos serviços, tecnologias, técnicas administrativas, aprimoramento de estratégias
(VALADARES; EMMENDOERFER; MORAIS, 2014) e melhorias de processos já
existentes.De acordo com McClelland (1961), o perfil empreendedor está relacionado à
realização, preocupando em fazer bem feito suas ações. Os empreendedores precisam ter
atitudes inteligentes, saber definir objetivos e observar as oportunidades, além de serem os
agentes de inovações que ocorrem nas organizações privadas como também nas públicas,
buscando a inovação. Vale ressaltar que o empreendedor público compartilha práticas e
experiências em sua equipe, ou seja, seu ambiente organizacional é coletivo, onde o esforço
de todos gera qualidade ao cidadão (JOHANNISSON, 1998).

2. Problema de Pesquisa

Qual o impacto do empreendedorismo no setor público para a inovação e o


desenvolvimento econômico em países em desenvolvimento?

3. Justificativa

Este trabalho tem como propósito incentivar o empreendedorismo no setor público


demonstrando estudos que comprovem seus benefícios para o desenvolvimento econômico e a
inovação, sendo assim, justifica-se a realização deste trabalho, pois, o setor público ainda
sofre carência de profissionais empreendedores.

4. Objetivos

4.1 Objetivo geral


De acordo com Peter Drucker (1954), “[...] um objetivo geral deve ser específico,
mensurável, alcançável, relevante e temporalmente definido, de forma a ser útil para guiar as
decisões e ações da organização em direção ao sucesso a longo prazo”.
O objetivo geral desta pesquisa é demonstrar os impactos positiva e negativamente do
empreendedorismo no setor público para incitar a inovação e explicitar a carência de
empreendedores neste ambiente.
4.2 Objetivos específicos

a. Objetivo 1: Levantar dados dos impactos do empreendedorismo no setor público no


desenvolvimento econômico.
b. Objetivo 2: Demonstrar a ausência de profissionais empreendedores com ideias de
inovação no setor público.
c. Comparar as diferenças existentes entre o empreendedorismo privado e o público.

5. Metodologia

Esta pesquisa, em sua metodologia, consiste em uma abordagem qualitativa devido às


análises de dados já coletados de outros estudos. O objetivo se baseia em um estudo
explicativo das relações do empreendedorismo no setor público para o desenvolvimento
econômico de países de terceiro mundo. Em relação à natureza, ela é básica, com
procedimentos de revisões bibliográficas de materiais pré-existentes.

6. Revisão de literatura

Antes de começarmos a argumentação sobre o empreendedorismo no setor público,


cabe salientar a definição de – empreender – na qual, se diferencia com base em diversas
óticas dos grandes autores. Por exemplo, para Schumpeter (1949), empreender consiste em
destruir a ordem econômica ao inserir um novo produto no mercado, criar formas de
organização inovadoras ou explorar novos recursos materiais. Isso nos mostra que o ato de
empreender está diretamente ligado à inovação, seja na criação de novos produtos, numa
forma diferente de organizar uma empresa ou no descobrimento de novas oportunidades.
Já para Dornelas (1971,p.29):

"Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto,


levam à transformação de idéias em oportunidades. E a perfeita implementação
destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso".

Com isso, Dornelas nos apresenta mais um conceito a ser atribuído ao


empreendedorismo: o envolvimento de pessoas nos processos. Nenhum negócio acontece sem
o envolvimento de pessoas que auxiliam na transformação de idéias em realidade, fazendo o
negócio ter sucesso.
Para tanto, há apenas mais uma ótica relevante sobre empreender a ser apresentada,
que será um dos pontos chave para o andamento deste artigo. O chamado "espírito
empreendedor", consiste em um conjunto de virtudes e atitudes que um empreendedor de
sucesso precisa ter. Souza (2004), diz que o espírito empreendedor é uma predisposição para o
"fazer acontecer". Vale destacar, também, a visão de Dornelas (1971), que complementa o
espírito empreendedor: segundo ele, os empreendedores de sucesso são visionários; sabem
tomar decisões; indivíduos que fazem a diferença; sabem explorar ao máximo as
oportunidades; assumem riscos calculados; líderes; bem relacionados; organizados etc.
Estando claro alguns conceitos do empreendedorismo, no qual foi explicado por
algumas diferentes óticas de grandes autores no ramo da administração e negócios, podemos
agora seguir adiante na contextualização deste assunto tão complexo. Desse modo, o elemento
a ser analisado agora será sua constituição histórica, que levará em consideração o surgimento
do trabalho e as primeiras relações de troca como ponto inicial de todo seu desenvolvimento,
e também, em como isso tudo acarretou no aprimoramento da sociedade e do mundo.
Netto e Braz (2012, p.49), afirmam que:

"[...] Uma espécie natural, sem deixar de participar da natureza, transformou-se


através do trabalho, em algo diverso da natureza – mas essa transformação deveu-se à
sua própria atividade, o trabalho: foi mediante o trabalho que os membros dessa
espécie se tornaram seres que, a partir de uma base natural (seu corpo, suas pulsões,
seu metabolismo etc.), desenvolveram características e traços que os distinguem da
natureza. Trata-se do processo no qual, mediante o trabalho, os homens produziram-se
a si mesmos (isto é, se autoproduziram como resultado de sua própria atividade),
tornando-se – para além de seres naturais – seres sociais.".

Sabendo disso, podemos ainda esclarecer através das ideias de Netto e Braz (2012),
que o trabalho, distingue-se de uma ação programada de um animal através de uma
prefiguração do resultado da ação, antes de fazê-la. Ou seja, antes de realizar um projeto, o
arquiteto já tem todo o desenho da planta em sua cabeça e coordena do início ao fim algo que
já foi definido. Isso nos mostra que o trabalho exigiu do homem um planejamento prévio e
um nível maior de complexidade que vão além das necessidades fisiológicas – objetivações,
arte, luxo – que acarretou diretamente na constituição de um ser social e em uma sociedade
cada vez mais desenvolvida.
Com o aprimoramento do trabalho, iniciaram-se as primeiras relações de troca, que
marcavam o começo do empreendedorismo, (NETTO e BRAZ, 2012). Dornelas (1971),
destaca que a primeira vez que o termo empreendedorismo foi utilizado, aconteceu quando
Marco Polo tentou estabelecer uma rota comercial para o oriente. E, ainda segundo as ideias
de Dornelas (1971), ao longo dos séculos, o empreendedor era muitas vezes confundido com
o administrador, sendo considerado meramente como aqueles que organizam, planejam,
controlam e dirigem uma empresa.

Com base nos argumentos supracitados, retornaremos à ideia principal deste estudo:
empreendedorismo no setor público como ferramenta de desenvolvimento econômico.
Cavalcante et al. (2017), diz que:

"O argumento central é que a atuação do setor público, tanto voltada à viabilização da
inovação no setor privado quanto à interna ao aparato estatal, ultrapassam a visão
restrita do papel do Estado meramente para fins de correção de falhas de mercado,
incorporando também outras perspectivas, como a construção de (e participação em)
sistemas de inovação. Adicionalmente, ainda no âmbito intragovernamental, as
inovações se justificam pelas falhas de governo, pelo crescimento de problemas cada
vez mais complexos e estruturantes [...]"

Ou seja, tomando como verdade as falhas governamentais de arrecadar recursos suficientes


para a manutenção, desenvolvimento e estruturação da sociedade, justifica-se o uso dos meios
empreendedores como forma de suprir essas necessidades, já que, um novo negócio gera
novos empregos e caixa para fazer a economia se desenvolver naquela área. Contudo,
deixaremos esse ponto a ser mais aprofundado em tópicos adiante, neste momento, nos
atemos apenas a contextualizar o assunto.
Então, ao falarmos de empreendedorismo no setor público, é interessante fazermos uma
comparação com o privado, já que é dele que surgiram empreendimentos por parte do Estado.
O empreendedorismo no setor público geralmente busca soluções inovadoras para desafios
sociais, políticos e econômicos, enquanto o empreendedorismo no setor privado visa criar e
desenvolver negócios lucrativos. Embora ambos os setores tenham suas próprias dinâmicas e
métricas de sucesso, ambos desempenham papéis importantes no desenvolvimento e
progresso da sociedade. Segundo as ideias de Loureiro (2010), ilustramos as diferenças dos
dois ramos de empreendedorismo na seguinte figura abaixo:

Tabela 1: Diferenças entre empreendedorismo público e privado:


Diferenças Empreendedorismo público Empreendedorismo privado

Objetivos Busca pela conformidade Busca pelo resultado

Os objetivos de ambos os tipos de empreendedorismo é o ponto chave para a


diferenciação de ambos, já que toda a cadeia de processos é a mesma, a finalidade da
existência de cada um consiste em: 1. gerar lucros e 2. acarretar no desenvolvimento
econômico da sociedade.
Segundo Mazzucato (2014):

“[...] Um Estado empreendedor não apenas “reduz os riscos” do setor privado, como
antevê o espaço de risco e opera corajosa e eficientemente dentro desse espaço para
fazer as coisas acontecerem. De fato, quando não se mostra confiante, o mais
provável é que o Estado seja “submetido” e se curve aos interesses privado.”.

Com os conceitos e diferenças esclarecidos, uma análise de estatísticas de novos


empreendimentos no Brasil na última década se faz relevante, descrita no gráfico a seguir
realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (2023):

Gráfico 1: Histórico de abertura e fechamento de empresas no terceiro quadrimestre (2012 a 2022)


Disponível em<gov.br/mapadeempresas

De acordo com Endeavor (2017), as cidades empreendedoras são lugares que


apresentam infraestrutura, legislatura e atividades que atraem pessoas que querem empreender
para criar novos negócios, já as cidades inovadoras, têm a mesma concepção das cidades
empreendedoras e inserem práticas para gerar inovações e tecnologia tanto de interesses
públicos como do privado.

Figura 2: Cidades mais empreendedoras e inovadoras do Brasil em 2017:


Cidades empreendedoras Cidades inovadoras

1° São Paulo 1° Rio de Janeiro

2° Florianópolis 2° São José dos Campos

3° Vitória 3° Florianópolis
Fonte: Endeavor (2017).

Os stakeholders, principalmente o governo e seus serviços públicos precisam obter um


ambiente vantajoso para a inovação, dentro e fora das instituições, para retratar interações
constantemente entre os agentes incluídos (Faria, 2018), para modificar a ideia de inovação
em algo nítido para a sociedade em níveis local e regional. Destaca-se que iniciativas
essenciais como a criação de um laboratório de inovação ou fazer parte de uma rede de
inovação no setor público estimula o empreendedorismo em benefício da administração
pública.
Para conhecer qual tipo de inovação utilizar, é preciso detectar e apresentar aptidão em
inovação ao setor público, que podem definir o sucesso ou insucesso da inovação, dentre eles
estão: Liderança transformadora, Intenção estratégica de inovar, Gestão de pessoas para
inovação, Conhecimento do público-alvo, Gestão estratégica da tecnologia, Organicidade da
estrutura organizacional, Desempenho em inovação, Gestão de projetos.
Segundo Mazzucato (2014): [...] Um Estado empreendedor não apenas "reduz os
riscos" do setor privado, como antevê o espaço de risco e opera corajosa e eficientemente
dentro desse espaço para fazer as coisas acontecerem. De fato, quando não se mostra
confiante, o mais provável é que o Estado seja "submetido" e se curve aos interesses
privados"

REFERÊNCIAS

DRUCKER, P. The Practice of Management. 1a. ed. New York: Harper & Row,1954.

Emmendoerfer, Magnus L.; Valadares, Josiel L.; Hashimoto, Marcos. Evidências do


empreendedorismo interno em organizações no contexto da inovação. Revista Eletrônica de
Ciência Administrativa, v. 9, n. 2, p. 144, 2010. DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-
8077.2011v13n30p88

JOHANNISSON, B. Personal and collective entrepreneurship in the public sector: A case


study. Entrepreneurship & Regional Development, 10(1), 1-24, 1998.

M., Mariana. O estado empreendedor. 1. ed. São Paulo: Portfolio-Penguin, 2014. 320 p.

MCCLELLAND, D. C. (1961). The achieving society. Princeton, NJ: Van Nostrand, 1961.
SILVA, C.A., Araújo, E.T.T., Anjo, J.E.S., Brito, V.G.P., & Andrade, D.M. (2022).
Empreendedorismo público à luz das teorias da prática. Contextus –Revista
Contemporânea de Economia e Gestão, 20(7), 88-98.

VALADARES, J. M. de A.,EMMENDOERFER, M. L., & MORAIS, R. M. (2014).


Empreendedorismo no setor público: Inovação e modernização na gestão. In: Encontro de
Administração Pública e Governança (EAPG), 3, 2014, São Paulo. Anais eletrônicos... São
Paulo: USP.

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