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MODELOS DE GESTÃO E
GESTÃO POR PROJETOS
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1.1 Projetos, Programas e Portfólios
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Gráfico 1 – Projetos, Programas e Portfólios
Portfólio
programa A programa B
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Em um cenário onde ocorre pressão popular aliada à insatisfação social,
é necessário que haja constante busca por um incremento na eficiência da
gestão, tendo a própria população como principal beneficiário. Um importante
fator, que tem influência na elevação do interesse sobre a temática
gerenciamento de projetos na área pública, é a crescente necessidade de
controle e avaliações dos gastos públicos. Este movimento é crescente não
somente no Brasil, mas em diversos outros países.
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podem ser entendidos como atividades exclusivas e com seu final
preestabelecido.
A profunda observância destes dois conceitos possibilita a visualização
de um importante diferencial existente entre eles. Os processos existentes em
todas as esferas organizacionais são realizados sem prazo definido para a sua
conclusão e de maneira repetitiva; já os projetos possuem prazo e objetivo
previamente definidos.
A grande semelhança existente entre eles indica que ambos são
realizados por recursos limitados na organização e também gerenciados por um
planejamento. Outro ponto de convergência verificado entre eles é que ambos
devem ser executados e controlados. Na prática das organizações, é possível
verificar a existência de um projeto que, com o seu final, pode levar à criação de
um processo. Como exemplo, pode-se observar uma linha de produção em uma
empresa de tênis. Antes do tênis como objeto ser realmente produzido na linha
de montagem (processo), é necessária a criação de um projeto para definir o
tênis, suas cores, tamanhos, público-alvo e outras características – ou seja, o
projeto.
Para apresentar estes conceitos de forma visual, o quadro a seguir ilustra
uma síntese das diferenças existentes entre projetos e processos.
Processos Projetos
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TEMA 3 – DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE PROJETOS
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Figura 1 – Conceito de projeto
Crédito: NicoElNino/Shutterstock
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Aprofundando um pouco o tema, sobre o âmbito da criação de um
produto, serviço ou resultado único, é importante destacar que a palavra “única”,
ou seja, exclusiva, é o principal ponto que distancia os projetos dos processos
organizacionais. Esta concepção elucida a forma como os projetos auxiliam na
entrega de um produto que anteriormente não existia. Assim sendo, os projetos
podem ser utilizados nos mais diversos ramos de atividade humana, como
construção civil, criação de softwares, exploração de petróleo ou até no terceiro
setor.
Por outro lado, o pilar que indica o projeto como um “esforço temporário”
evidencia uma necessária dimensão temporal relativa à realização dos projetos,
ou seja, eles apresentam um prazo previamente definido. Posterior ao alcance
dos objetivos do projeto, é realizada a conclusão dele, ou, em outro cenário,
quando o projeto não é mais útil ou mesmo possível. As duas características dos
projetos, que identificam pilares de temporariedade e entrega única ou exclusiva,
constituem dois importantes conceitos que diferenciam projetos dos processos
em todas as instituições.
Em todas as esferas, os projetos se apresentam como um importante
auxílio ao desenvolvimento de um objetivo específico. Este objetivo é inexistente
previamente e pode incluir o aperfeiçoamento organizacional em aderência a
uma realização de estratégias institucionais determinadas. Eles podem existir
como motivo de aumento no bem-estar social, adequação legal, construção civil
nas mais diversas especificidades, pavimentação de ruas até na exploração
espacial, entre vários outros.
A utilização do gerenciamento de projetos já é uma realidade para a esfera
pública, mesmo levando em conta as várias especificidades particulares do
setor. Estas particularidades podem levar a uma maior burocracia no processo
de gestão, que pode também ocasionar a perda na eficiência do alcance dos
resultados pretendidos. Contudo, observa-se a preocupação do setor público
quanto à utilização de mecanismos de gestão de projetos, que eram
originalmente usados apenas no setor privado (Vieira et al., 2018).
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forma plena. Por isso, é necessário o aprofundamento de suas características
operacionais em uma linha do tempo própria. Isso é importante para que seja
possível identificar em que momento o projeto está enquadrado e, assim, tomar
as decisões de forma coordenada.
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Gráfico 2 – Ciclo de Vida de um Projeto
Atividades
Tempo
Fonte: Luz, 2022.
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que não existe um modelo fechado de gestão de projeto para cada situação.
Cada organização pode escolher de que forma vai observar os projetos e
controlar o andamento das atividades.
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Figura 2 – Gerenciamento de projeto
Crédito: wutzkohphoto/Shutterstock
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projetos vão precisar de um documental robusto, com arcabouço variado de
procedimentos no seu ciclo de vida.
Contudo, por outro lado, existe uma grande gama de projetos nos quais
se percebe a existência de uma equipe com grande experiência e escopo
totalmente conhecido. Nestas particularidades, pode ser utilizada a realização
de um gerenciamento de projetos baseado em ágeis decisões, tanto com relação
ao escopo do projeto, quanto a diversas outras decisões.
Assim, como existem diversas particularidades com relação ao projeto,
existem também diversos cenários em que este projeto pode acontecer.
Determinar a melhor forma de se gerenciar os projetos do mundo com todas as
suas particularidades é uma missão muito difícil.
No mercado, hoje, existem inúmeras formas de se gerenciar projetos.
Contudo, a forma mais comum são as boas práticas de projetos levantadas na
publicação chamada Guia do Conhecimento de Gerenciamento de Projetos,
também conhecido como Guia PMBOK. Esta publicação, realizada pelo Project
Management Institute (PMI), é conhecida pelo mercado como a principal e uma
das mais antigas publicações sobre o tema. Assim, o Guia PMBOK se apresenta
como uma literatura importante para se observar o gerenciamento de projetos.
Entretanto, em alguns ambientes complexos, onde as decisões de
projetos são realizadas de forma fluída, ou, ainda, quando existem alguns
projetos cuja entrega final ainda não é totalmente conhecida, é mais comum
tratar estes projetos pelo prisma de gerenciamento ágil.
Uma maneira de se gerenciar projetos em ambientes ágeis é o Scrum,
que, de acordo com Cruz (2013, p. 31), “é um framework para gerenciamento de
projetos ágeis que, apesar de muito utilizado na área de desenvolvimento de
software, pode ser utilizado para o planejamento, gerenciamento e
desenvolvimento de qualquer produto, principalmente por ser um framework
iterativo e incremental”.
De forma geral, os projetos ágeis nada mais são do que os projetos,
gerenciados por algumas organizações, cuja fluidez nas decisões acaba tendo
um nível maior se comparado aos projetos com escopo totalmente fechado. O
Scrum é mais utilizado em cenários nos quais existe a necessidade de maior
agilidade, tanto na tomada de decisão, quanto nos processos para o seu
gerenciamento.
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Com a utilização do gerenciamento ágil, a literatura sobre projetos teve
um novo campo de atuação, agora voltado para uma metodologia de
gerenciamento de projetos que priorize a rapidez, a utilização de uma burocracia
muito pequena ou quase inexistente, e uma tomada rápida de decisão. Com este
cenário, estavam lançadas as bases para a criação de um novo modelo de
gerenciamento de projetos que seria denominado como metodologia ágil de
projetos.
Todavia, o Scrum é somente uma das formas de se gerenciar projetos
ágeis, existe o Crystal, Feature-Driven Development (FDD), Dynamic System
Development Method (DSDM), Kanban, Extreme Programming (XP), Modelos
Híbridos, entre diversos outros. Modelos de gerenciamento ágeis são criados a
cada dia e possuem a intenção de auxiliar na tomada de decisão em ambientes
onde os projetos são necessários.
O mesmo vale para os projetos preditivos, ou projetos cujo ambiente
possibilita o seu gerenciamento de forma linear, que é o caso do modelo de
gerenciamento de projetos estipulado pelo Guia PMBOK, Prince2, Canvas, entre
diversos outros. Ainda é bastante comum a existência de ambientes onde
ocorrem projetos em que existe a utilização de diversos modelos observados em
conjunto, cada um com a sua particularidade.
Uma metodologia de gerenciamento de projetos surge como importante
opção que facilitará as organizações públicas no gerenciamento de importantes
práticas gerenciais. A utilização de projetos vem se consolidando como uma
iniciativa que permite aos gestores contribuir para a governança, com foco na
transparência, eficiência e efetividade (Clemente et al., 2017).
Contudo, com o passar do conteúdo, verificaremos com detalhes muitos
destes modelos ou possibilidades de gerenciamento de projetos, muito pela
comprovada eficiência em ambientes de projetos, e também para facilitar a
tomada de decisão em todas as esferas.
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REFERÊNCIAS
GIAMBIAGI, F.; ALÉM, A. C.; Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil. São
Paulo: Campus, 2008.
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AULA 2
MODELOS DE GESTÃO E
GESTÃO POR PROJETO
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também existia um grupo de pessoas rigorosamente definido, responsáveis pelas
atividades diretas da construção do projeto.
Nesse sentido, existia a preocupação com os materiais, qualidade e o
escopo do projeto propriamente dito. Ou seja, os primórdios do gerenciamento de
projetos poderiam ser verificados desde milhares de anos antes de Cristo.
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diferentes. Assim, as áreas política e militar também foram acionadas causando
mais complexidade ao projeto.
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de projetos. Ele era sócio de Taylor e juntos desenvolveram vários estudos sobre
o esforço de trabalho e a sua administração. Nesse sentido, estavam lançadas as
bases para o gerenciamento de recursos e como eles seriam administrados.
Gantt é responsável pela criação de um importante diagrama usado até
hoje, que ilustra em forma de barras as tarefas, a sua duração e marcos que
auxiliam na tomada de decisão no ambiente de projetos. Esse estudo foi
importante para que outras técnicas e ferramentas se unissem a esta e criassem
um gerenciamento mais completo de que temos hoje conhecimento.
O Diagrama de Gantt, como hoje conhecemos, é utilizado praticamente
como o estudo original o idealizou. Ou seja, evidencia a adequação, capilaridade
e profundidade realizada por esse tipo de informações gráficas. A esfera militar
utilizou-se na prática do Diagrama da Gantt em diversas aplicações na Segunda
Guerra Mundial, que também potencializou a utilização dessa importante
ferramenta.
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Mais especificamente nos Estados Unidos no final da década de 60 foi
fundado o Project Management Institute, que conhecemos como PMI. Registros
indicam que o seu principal objetivo era realizar a promoção do desenvolvimento
de gerentes de projetos. Além disso, eles auxiliavam na disponibilização de
treinamento e divulgação de tecnologias aplicadas.
A respeito da evolução do pensamento sobre o gerenciamento de projetos
nos anos 60, neste período se visualizou um grande aumento da competitividade
e industrialização, aliado a incrementos de tecnologia. Nesse tipo de cenário, o
conhecimento sobre ferramentas de como gerenciar projetos se tornaram muito
importantes.
Contudo, registros indicam que o PMI não foi necessariamente a primeira
instituição fundada com o intuito de organizar e atualizar as atividades com relação
à projetos. Em 1965 foi criado a International Project Management Association
(IPMA), tida como realmente a primeira instituição criada em atenção ao
gerenciamento de projetos no mundo. Ela foi sediada em Viena por um grupo de
pessoas interessadas na pesquisa sobre o gerenciamento de projetos, e hoje ela
possui milhares de membros espalhados também por todo o mundo.
Nos anos 70, foram criados softwares que auxiliaram o processo de
evolução do gerenciamento de projetos, como o Ártemis, Projacs ou até o Proplan,
que, de certa forma, organizavam o processo de gerenciamento de projetos. Eles
auxiliavam na organização de tarefas correlatas distribuídas em um projeto e
facilitavam o planejamento em um nível maior.
Na década de 80, a evolução dos sistemas digitais fez com que fosse
possível a análise de uma forma mais específica para com a organização de
trabalhos. Isso levou à criação de uma Estrutura Analítica de Projeto (EAP) mais
segmentada, facilitando assim os trabalhos no projeto.
Nesse período histórico também foi possível verificar a popularização dos
computadores e da programação, fazendo com que outros softwares pudessem
ser criados. O aumento da pesquisa para com o gerenciamento de projetos, bem
como a criação de sistemas que facilitariam o trabalho do gerente do projeto,
fizeram com que se ganhasse cada vez mais robustez no seu resultado final.
A partir desse momento, a evolução da tecnologia de informação e o
gerenciamento de projetos estiveram cada vez mais próximos. A criação de
sistemas, técnicas e métodos inovadores fez com que fosse possível visualizar a
evolução do gerenciamento.
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TEMA 3 – GERENCIAMENTO DE PROJETOS NO BRASIL
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métodos comprovadamente satisfatórios de gerenciamento de projetos fossem
introduzidos e controlados. Aliado ao processo de avanço de técnicas de
gerenciamento de projetos, também se observou crescente atenção do
profissional brasileiro, no processo de atualização constante.
Dessa forma, o acesso a instituições preocupadas com essa demanda se
tornou crescente. Assim, nos anos 70 alguns profissionais brasileiros tomaram
contato com o PMI dos Estados Unidos na intenção de aumentar a gama de
habilidades para com o gerenciamento de projetos.
Ao mesmo tempo, surgiu o Grupo de Estudos em Gerência de
Empreendimentos de São Paulo (Gege), que era uma instituição responsável por
estipular alguns requisitos e normativas importantes para o gerenciamento no
Brasil. Algum tempo depois, mais especificamente em 1983, surgiu o que foi
considerado como primeiro curso efetivo sobre gerenciamento de projetos. Ele era
distribuído pelo Instituto Mauá de Tecnologia em conjunto com a empresa
chamada Planasa. Esse curso tinha uma duração de 6 meses e foi importante
para o processo de conhecimento sobre o tema (CODAS, 1987).
A promoção de seminários ou congressos que versavam sobre o tema
necessitava basicamente de profissionais estrangeiros, que tinham a missão de
ensinar os brasileiros. Apenas com o passar dos anos e com o aprofundamento
do estudo é que foi possível conseguir no Brasil também a disponibilização desse
tipo de evento somente com profissionais nacionais (Schmitz et al., 2012).
Nesses momentos iniciais de aprendizagem sobre o gerenciamento de
projetos, os alunos eram majoritariamente da área de construção civil e áreas
correlatas. Somente com o passar do tempo o estudo passou a ganhar outras
áreas de atuação fazendo com que diversos outros profissionais também se
voltassem para o tema.
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gerenciamento de projetos pelo prisma da maior instituição de gerenciamento de
projetos no mundo, e com ela completar o entendimento sobre como o
gerenciamento se desenvolveu até os dias de hoje.
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Como forma de divulgar boas práticas sobre o gerenciamento de projetos,
o PMI se valia de congressos e também de publicações disponíveis na época. Na
década seguinte, a instituição criou o Project Management Quarterly, que tempo
depois foi chamado de Project Management Journal.
Aliado à publicação de periódicos e da realização de congressos, o PMI
também idealizou duas outras frentes de atuação para com a gestão de projetos.
Eram a criação de capítulos (subsedes) em diversas outras cidades e a concessão
de um selo de qualidade para os profissionais mais gabaritados sobre as práticas
para garantir qualidade em projetos. Esta segunda forma de atuação auxiliava na
ampliação do alcance do PMI, pois cada vez mais pessoas ligadas a projetos se
associavam a instituição para garantir atualizações sobre o tema.
Com o passar dos anos, o número de capítulos e profissionais foi ganhando
força, fazendo com que a instituição se preocupasse com outras importantes
vertentes, como um código de ética. Isso ocorreu na década de 80, quando o
número de envolvidos alcançava uma marca muito relevante e uma norma para
conduto se fazia importante.
Crédito: Rawpixel.com/Shutterstock.
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Mais especificamente em 1984 o PMI instituiu um selo de qualidade para
os profissionais ligados à área de projetos chamado Project Management
Professional (PMP), que se tornou hoje o maior título de um profissional ligado à
área de projeto. O título de PMP é a principal honraria alcançada por um
profissional ligado à área de projetos. Ele é reconhecido em todo o mundo porque
garante que um determinado profissional é detentor das melhores práticas de
gerenciamento de projetos de pequeno, médio e grande porte (Heldman, 2017).
Na década de 80, o leque de publicações capitaneadas pelo instituto foi
alcançando números cada vez maiores, com a criação de diversos periódicos e
livros sobre gerenciamento de projetos. A revista mensal PMNetwork e o livro
PMQ Special Report on Ethics Standards and Accreditation são alguns exemplos
desta época e que retratavam práticas e modelos de atuação para com o
gerenciamento de projetos.
Na década de 90, o número de envolvidos com o PMI, a concessão do título
de PMP e o número de capítulos foram crescendo cada vez mais. Em 1999, havia
143 capítulos, ou subsedes, em diferentes cidades espalhadas pelo mundo todo.
O crescimento de profissionais com o título de PMP ativos passou de 349 em 1989
para 18.090 em 1999 (PMI, 2019).
Ainda nos anos 90 foram criados seminários que iniciaram nos Estados
Unidos e se espalharam para outros países. Contudo a maior obra capitaneada
pelo PMI nos anos 90 foi a publicação da primeira versão do livro chamado A
Guide to the Project Management Body of Knowledge, também conhecido como
Guia PMBOK. Este livro foi mundialmente conhecido e tratava o gerenciamento
de projetos de uma forma muito diferente do que se fazia anteriormente. Ele foi
recebendo diversas atualizações e ainda hoje é conhecido como uma das mais
importantes obras sobre o tema no mundo.
Conforme o envolvimento dos profissionais da área de projetos aumentava,
o número de publicações e sua complexidade também aumentavam. Nesse
sentido, o PMI se apresentava como um grande centralizador de informações
relevantes sobre o gerenciamento de projetos na época, e também como um
importante centro de relacionamento em cada país. Isso porque os profissionais
que estavam envolvidos com a função juntamente com pessoas interessadas se
relacionavam neste ambiente, fazendo com que as práticas de projetos se
atualizassem de forma constante.
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Nas décadas seguintes até o dia de hoje, o PMBOK ganhou várias
atualizações, assim como o PMI também desenvolveu uma série de outras
publicações, seminários e capítulos mundo afora. Atualmente o PMI é responsável
pela publicação de alguns periódicos como a revista mensal PMNetwork assim
como o jornal trimestral Project Management Journal. A atualização constante e o
envolvimento dos profissionais fizeram também com que o PMI disponibilizasse
um boletim chamado PMI Today, dentre diversas outras publicações on-line de
fácil acesso aos interessados.
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Segundo o Guia PMBOK (PMI, 2021), um projeto pode ser considerado
como um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou
resultado único. Esse conceito é amplamente conhecido e utilizado em uma
definição sobre projetos. Assim, o próprio conceito central sobre projetos é
retirado dessa literatura.
Outro fator que auxilia a tornar o PMBOK uma obra muito conhecida é que
todas as ferramentas e práticas contidas nele foram aplicadas de forma prática
em algum projeto no mundo. Essa constatação leva a dois principais benefícios:
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REFERÊNCIAS
HELDMAN, K.; Gerência de projetos – Guia para o Exame Oficial do PMI. São
Paulo: Gen, 2017.
PMI – Project Management Institute. 1969-2019 – PMI 50. Newtown Square: PMI,
2019.
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AULA 3
MODELOS DE GESTÃO E
GESTÃO POR PROJETOS
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um papel crítico na liderança de uma equipe alocada para um projeto. Seu papel
é geralmente designado nos momentos iniciais do planejamento do projeto.
Em casos específicos, pode haver um cenário em que o gerente de projetos
tenha de se envolver com suas funções antes do início do projeto, principalmente
na ação de verificação de cenários e planejamento de atividades iniciais. Quando
isso ocorre, percebe-se o amadurecimento e conhecimento da instituição para
com o gerenciamento de projetos, e como ele deve acontecer. Um gerente de
projetos é uma pessoa proativa e responsável pelo projeto. Ele deve coordenar
os recursos para atingir o resultado planejado. Porém, essa não é uma tarefa
simples e demanda, desse profissional, uma posição de ação com relação às
inúmeras ocorrências a serem administradas ao longo do ciclo de vida do projeto
(Gasnier, 2012).
Crédito: goodluz/Shutterstock.
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conhecimento sobre ferramentas tecnológicas de comunicação e as possíveis
barreiras apresentadas por cada uma delas são de vital importância.
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Vale salientar que tal gerenciamento é importante, visto que a relação dos
stakeholders com o projeto pode vir a ser tanto positiva quanto negativa. Por
exemplo, um novo fornecedor central de um insumo, pode ser um interessado,
com uma relação bastante positiva com o projeto; entretanto, os fornecedores
antigos, que não serão mais acionados, podem ser tidos como envolvidos com
relação negativa, por isso, devem também ser monitorados.
O gerenciamento dos stakeholders envolve desde a própria equipe do
projeto, diretoria, potenciais clientes, fornecedores, concorrentes e o governo –
uma vez todas estas pessoas e organizações são consideradas partes
interessadas. A má administração desse grupo pode comprometer seriamente o
projeto, a ponto de ele poder ser até mesmo cancelado.
Um dos papéis do gerente de projetos é realizar as interações com todos
os seus envolvidos. Contudo, dentro das instituições, essa tarefa se torna
complexa, muito pelo fato de que, por diversas vezes, há vários projetos sendo
gerenciados concomitantemente. Por isso, e para que os envolvidos entendam de
que trata cada projeto, é importante a apresentação do termo taxonomia.
De acordo com Gasnier (2012), a taxonomia de projetos pode ser entendida
como uma ciência atenta à classificação e à sistematização de um grupo de
projetos. Sua intenção é melhorar a comunicação, possibilitando a segmentação
de mercados, definição de diferentes abordagens e auxiliar na seleção do gerente
de projetos com o perfil mais adequado para cada projeto.
Uma classificação de projeto pode auxiliar a identificar qual projeto é o mais
complexo, com prazos mais curtos, ou, ainda, que apresentará ou utilizará uma
tecnologia nunca utilizada. Com essa identificação, será possível não apenas
identificar a equipe e o gerente de projetos ideal, mas, sobretudo, verificar a
aderência ao planejamento organizacional maior, o plano de gestão existente em
cada órgão, e a legislação vigente.
Vale salientar que um projeto não é um esforço temporário realizado de
forma isolada dentro de uma instituição. Ele possui, ou deveria possuir, aderência
com o planejamento estratégico da área pública, bem como receber suporte e ter
sua importância percebida – esforço que seria facilitado com a taxonomia de
projetos.
Não existe uma classificação de projetos única no mundo, pois o
gerenciamento de cada projeto tem particularidades. No entanto, a título de
exemplificação, é importante o entendimento completo das informações sobre o
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projeto para melhor classificação. Assim, informações como o custo do projeto,
tempo de execução, utilização de tecnologia e recursos humanos, são
importantes.
Todavia, informações mais subjetivas do projeto também devem ser
levadas em consideração, como impacto municipal, aderência com o
planejamento estratégico, complexidade, importância do projeto quanto ao bem-
estar social, entre outras.
A intenção dessa segmentação é deixar claro, de forma rápida e sucinta,
qual projeto pode ser prioritário no rol de projetos possíveis para um órgão.
Observe, a seguir, o Quadro 1. Ele apresenta um exemplo de taxonomia usada
em projetos.
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referência para as decisões de projetos, também conhecido como Project
Management Office, ou PMO.
Assim, caberia ao PMO a organização de uma classificação para os
projetos. Por meio de seu corpo técnico e diretoria, ele toma decisões sobre quais
itens os projetos poderiam ser classificados, submetendo esses projetos a tal
classificação. Além disso, um escritório de projetos também seria responsável por
um suporte administrativo e tecnológico para os projetos, bem como um comitê
executivo. Assim, vale salientar o papel hierárquico que esse escritório teria e sua
importância nas decisões sobre projetos.
No Brasil, já há escritórios de projetos. É possível constatar diversas áreas
da gestão pública se valendo desse conceito, pois são importantes para que os
projetos ocorram de forma plena. Contudo, ainda podemos visualizar um grande
potencial de crescimento, pois ainda existem diversos órgãos carentes desse tipo
de escritório (Pestana et al., 2010).
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ainda, tornar comum”. Ou seja, dividir, de fato, conhecimentos sobre determinada
área e, no caso organizacional de projetos, partilhar informações sobre ele.
É importante destacar que, para que a comunicação aconteça, é
necessária a existência de diferentes elementos importantes para sua
constituição. Na verdade, há três elementos que se articulam nesse processo: o
emissor, a mensagem e o receptor.
O emissor é quem vai emitir a informação necessária; a mensagem é a
própria informação ali codificada; e, o receptor, é a pessoa que receberá essa
informação e a processará para a tomada de decisão futura.
Apesar de parecer evidente, o entendimento sobre o processo de
comunicação se faz necessário para que se planeje ações específicas para o
ambiente organizacional de modo que a comunicação aconteça de forma plena.
Identificar que esse sistema pode ser realizado em um fluxo contínuo e aberto é
essencial, assim poderá existir o envio de informações e, posteriormente, o
recebimento de novas informações, em um fluxo dinâmico.
Na comunicação organizacional, é fundamental que entendamos que ela
deve focar, de forma decisiva, a ética, o profissionalismo e a transparência entre
os envolvidos. Assim, a importância que o processo de comunicação recebe de
uma determinada instituição está muito relacionada à instrução sobre a
comunicação recebida pelos seus colaboradores. Dessa forma, o aprendizado
constante, tanto sobre técnicas, quanto ferramentas de comunicação, é
importante não apenas para os projetos, mas para a sobrevivência institucional
como um todo (Bueno, 2003).
As ferramentas tecnológicas estão presentes no processo de comunicação
há muito tempo. Assim, o ambiente no qual a comunicação acontece deve levar
em consideração as devidas ferramentas, bem como a própria interação entre os
envolvidos. Entretanto, vale destacar que, mesmo com a grande capilaridade e
utilização de tecnologias de comunicação, ainda assim, elas não podem ser
entendidas como o fim, mas como meio para que o processo aconteça.
Desse modo, mesmo com a utilização das tecnologias mais atuais e
completas, a comunicação deve se valer de uma série de estruturas necessárias
para que sua realização em projetos ocorra. Assim, informações úteis e relevantes
para um indivíduo, bem como o tempo correto de recebimento dessa informação,
devem ser considerados (Batchelor, 2013).
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Levando em conta que a comunicação não é somente realizada em
projetos, mas de forma institucional, Robbins (1999) indica um importante modelo
de comunicação otimizada. Ele indica que a comunicação institucional deve
priorizar seis diferentes preceitos básicos:
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4.1 As barreiras no processo de comunicação na prática
Crédito: pathdoc/Shutterstock.
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causando danos à informação. Desse modo, as barreiras comportamentais estão
relacionadas a prejulgamentos ocorridos entre os agentes da comunicação
(Chaves et al., 2010).
Chaves et al. (2010) afirma que as barreiras organizacionais ou técnicas
estão ligadas ao funcionamento institucional no qual os agentes estão inseridos.
A existência de uma estrutura que suporta a comunicação é importante para que
os agentes interajam entre si no processo de comunicação.
Dessa forma, estruturas burocráticas e que privilegiam uma série de regras
e procedimentos desnecessários pode fazer com que o processo de comunicação
e a informação em si sejam afetados. Isso também ocorre quando a organização
disponibiliza uma tecnologia para comunicação interna obsoleta, ou com
características pouco familiares aos envolvidos, o que pode afetar os projetos de
forma decisiva.
Para resolver esse tipo de problema, é importante citar que não existe um
manual completo com todas as práticas de comunicação corretas para qualquer
instituição e projeto. Cada instituição possui suas particularidades, fazendo com
que as práticas de comunicação também se adequem a cada realidade. Assim,
uma prática altamente recomendada para um ambiente pode não colher bons
frutos se aplicada a outros.
Contudo, de forma geral, para que a comunicação aconteça plenamente é
importante citar os 5 Cs da comunicação. O Guia PMBOK (PMI, 2021) indica que
a comunicação respeite cinco aspectos: ela deve ser correta, concisa, clara,
coerente e controlada.
Devemos dar ao termo controlada especial atenção. A comunicação
controlada não é identificada apenas pelo controle da linguagem empregada no
processo de expor informações; mais do que isso, ela também diz respeito a
mecanismos, processos e tecnologias que auxiliam no controle de toda a
comunicação no projeto.
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e responsabilidades dentro do projeto, o total conhecimento do ambiente onde ele
é desenvolvido.
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que atendam às necessidades observadas. Há uma particularidade que, de certa
forma, aumenta a dificuldade nestes ambientes: diferentemente dos ambientes
simples, para os quais há uma resposta certa para cada situação, em ambientes
complicados, poderão existir vários caminhos diferentes para a resolução de um
mesmo problema. Via de regra, a resposta mais barata e rápida acaba sendo
escolhida para essas situações.
Já os ambientes complexos, segundo Camargo et al. (2019, p. 87) indicam
que “existem diversas hipóteses quanto ao problema. Não sabemos o que levará
até o resultado que queremos, mas podemos efetuar uma série de experimentos
para validar nossas respostas”. Ou seja, em ambientes assim, é exigida uma
maior sensibilidade dos envolvidos.
É necessário realizar a experimentação e também a sondagem de qual
ideia responde melhor a determinada situação no projeto. Existe pouca
possibilidade de se prever exatamente como será o resultado do experimento, o
que demanda grande nível de identificação dos envolvidos.
Na sequência, temos os ambientes caóticos, nos quais há muita
turbulência e a instabilidade é grande. Nesses cenários, é realmente muito difícil
determinar uma simples relação entre causa e efeito nas decisões do projeto. Isso
ocorre por conta da grande fluidez das decisões, pois a volatilidade causa grande
dano ao planejamento. O ideal é agir inicialmente de forma intensa, para se tentar
sair dessa situação e, posteriormente, realizar algum planejamento.
O quinto ambiente é o desordenado, que nada mais é do que aquele no
qual há desconhecimento do cenário no qual estamos inseridos. Neles, é mais
comum os envolvidos agirem como estão mais habituados em seu dia a dia, para
que, depois, tenhamos mais noção do ambiente em que o projeto está sendo
desenvolvido.
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A Figura 3 apresenta um esquema sobre o Framework Cynefin.
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REFERÊNCIAS
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VARGAS, R. V. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais
competitivos. Rio de Janeiro: Brasport, 2016.
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AULA 4
MODELOS DE GESTÃO E
GESTÃO POR PROJETOS
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Gerenciamento de Projeto, que nada mais é do que os princípios de
gerenciamento que auxiliam na orientação do comportamento e das ações da
equipe do projeto e, também, de todos os demais interessados.
Este Padrão de Gerenciamento é um capítulo do guia que é composto por
três pilares principais, que são: uma introdução sobre projetos; a análise de um
sistema de entrega de valor; e, também, dos princípios de gerenciamento de
projetos. Estes três pilares formam o que chamamos de Padrão de
Gerenciamento de Projetos, e auxilia na operação com projetos em diversas
instituições.
De forma geral, a introdução sobre projetos é um espaço destinado à
apresentação conceitual sobre os projetos e que servirá como abordagem inicial
e como nivelamento importante de conhecimento para todos os envolvidos.
Abordar inicialmente conceitos como portfólio, projetos e programas, por
exemplo, é extremamente importante, e de antemão darão mais rapidez ao
entendimento dos assuntos tratados na sequência.
A parte introdutória do Padrão de Gerenciamento de Projetos trata de um
tema importante, que é o aprofundamento sobre o público-alvo do Guia PMBOK.
Entender o público-alvo também nos ajuda a envolver de forma mais
aprofundada sobre os conceitos que serão de alguma forma impactados por
eles. Neste sentido, segundo o Guia PMBOK (PMI, 2021), os envolvidos no
Padrão de Gerenciamento de Projetos são: pessoas que prestam contas ou são
responsáveis pela entrega dos resultados do projeto; pessoas que ensinam ou
estudam gerenciamento de projetos; entre diversos outros. A seguir será
apresentado o Quadro 1 com a informação do público-alvo para a leitura do
Padrão de Gerenciamento de Projetos.
Público-alvo
Prestam contas ou são responsáveis pela entrega dos resultados do projeto
Trabalham em projetos em tempo integral ou parcial
Trabalham com portfólios, programas ou em escritórios de gerenciamento de projetos
(EGPs)
Estão envolvidos com o patrocínio de projetos, propriedade de produtos, gerenciamento
de produtos, liderança executiva ou governança de projetos
Estão envolvidos com o gerenciamento de portfólio ou programas
Provisionam recursos para o trabalho do projeto
3
Mantêm o foco na entrega de valor de portfólios, programas ou projetos
Ensinam ou estudam gerenciamento de projetos
Estão envolvidos com qualquer aspecto da cadeia de entrega de valor do projeto
Créditos: NicoElNino/Shutterstock.
5
É importante a aderência dos projetos com a estratégia como meio para
realização do planejamento institucional. Neste sentido é vital observar que uma
organização bem-sucedida possui um fluxo de projetos para lidar com a
mudança inevitável enfrentada por ela (Cleland et al., 2002).
Contudo, para que também o projeto opere de forma efetiva é importante
citar outro pilar importante que compõe um sistema de entrega de valor,
conhecido como Sistema de Governança Organizacional. Este é mais um
componente que se enquadra no campo de entendimento mais amplo de
projetos. Assim, um sistema de governança se relaciona com o próprio sistema
de entrega de valor para facilitar o entendimento sobre os fluxos de trabalho,
gerenciamento de mudanças e no apoio à tomada de decisão no ambiente de
projetos (PMI, 2021).
Um sistema de governança pode ser também entendido como de grande
serventia para o apoio e estrutura destinada aos projetos. Neste sentido, ele
corrobora com o sistema de entrega de valor. A governança deve se atentar a
uma estrutura integrada para avaliar as mudanças nos projetos, assim como
riscos e comunicação entre diversos outros existentes.
Outro pilar importante para o sistema de criação de valor é o ambiente do
projeto, que influencia e é influenciado pelo projeto em si. Um entendimento do
cenário em que os projetos estão sendo realizados auxilia na tomada de decisão
em diversos níveis. Assim, ambientes internos ou mesmo externos ao projeto
devem ser continuamente monitorados e influenciam o planejamento de forma
decisiva. Importante entender que esta influência pode ser positiva ou negativa
ao projeto e, assim, proteger o projeto ou atuar para se beneficiar de melhor
maneira das mudanças que podem ocorrer.
Sobre o ambiente interno é importante verificar que diversos componentes
deste cenário podem impactar no projeto, como a experiência com projetos
anteriores da organização; cultura e estrutura para com projetos; documentos de
projetos anteriores; e disponibilidade de recursos, entre diversos outros (PMI,
2021).
Sobre o âmbito de cultura e estrutura, são aspectos de uma organização
que incluem a visão, missão, valores, crenças e até mesmo o estilo de liderança
interna. Vale salientar que ainda questões sobre normas, relações com
autoridades e hierarquia também podem ser consideradas como pilares a serem
observados no âmbito de ambiente interno do projeto.
6
Outro fator importante e que influencia os projetos da esfera pública é a
disponibilidade de recursos que incluem restrições a contratações, acordos de
colaboração e normas de compras. A disponibilidade de recursos tanto de
pessoas quanto de maquinário impacta no andamento das atividades e podem
ocasionar atrasos nas entregas do projeto.
Por fim, o ambiente externo também deve ser considerado neste campo
que se atenta ao ambiente do projeto. Fatores externos como condições
financeiras de mercado; influência de questões culturais; ambiente regulatório; e
ambiente físico do projeto devem ser considerados.
No que tange o ambiente regulatório, deve-se considerar a legislação
vigente, tanto nacional quanto estadual e municipal, questões relativas à
segurança e proteção de dados, juntamente com licenciamento e aquisições.
Estas questões externas são apenas algumas que devem ser observadas
continuamente para garantir que a entrega do projeto será realizada conforme o
planejamento inicial.
Nacionalmente visualiza-se que o sucesso verificado na experiência com
o gerenciamento de projetos pode alavancar profissionais de todas as outras
áreas a se atentarem em inovadoras formas de conseguir maior eficiência e
eficácia na gestão. Ou seja, observar as diferentes fases que compõem um
projeto auxilia na obtenção de resultados e, também, colabora para o equilíbrio
institucional e ao alcance de maiores níveis de maturidade.
7
e regras definidas. Contudo, os Princípios de Gerenciamento de Projetos
pretendem orientar o comportamento dos indivíduos envolvidos exclusivamente
no ambiente de projeto (PMI, 2021).
Com uma diretriz definida, a atuação com projetos e o ganho de
maturidade no ambiente organizacional serão de muita relevância. Segundo
Kerzner (2006), o aumento da maturidade em gerenciamento de projetos eleva
a probabilidade de sucesso. Os resultados observados na aplicação de modelos
de maturidade foram, entre outros, no incremento da relação de melhorias no
gerenciamento de projetos; também no aprendizado proporcionado pelo
monitoramento de mudanças; e na observação de forças e fraquezas. A ganho
de maturidade com projetos possibilita alcançar os objetivos estratégicos de
forma mais focada.
Neste sentido, os princípios de gerenciamento de projetos possuem
ligação com um código de ética e conduta profissional. Eles se relacionam com
responsabilidade, respeito, equidade e honestidade; estas quatro características
são vitais para um profissional atuante na área de projetos.
De forma geral, são doze os Princípios de Gerenciamento de Projetos
idealizados pelo Guia PMBOK (PMI, 2021), que estão alinhados com valores
identificados no código de ética profissional do envolvido em gerenciamento de
projetos e que devem ser desenvolvidos e engajados continuamente no
ambiente de projetos. Os doze Princípios de Gerenciamento de Projetos são:
Administração; Equipe; Partes Interessadas; Valor; Visão Sistêmica;
Liderança; Tailoring; Qualidade; Complexidade; Risco; Adaptabilidade e
resiliência; Mudanças.
Analisaremos estes princípios separadamente, contudo, de forma inicial,
podemos observar seu relacionamento conforme o quadro a seguir:
Princípio Relacionamento
Administração Seja um administrador diligente, respeitoso e
atencioso.
Equipe Crie um ambiente colaborativo para a equipe do
projeto.
Partes interessadas Envolva-se de fato com as partes interessadas.
Valor Concentre-se no valor.
8
Visão sistêmica Reconheça, avalie e reaja às interações do
sistema.
Liderança Demonstre comportamentos de liderança.
Tailoring Faça a adaptação de acordo com o contexto.
Qualidade Crie qualidade nos processos e nas entregas.
Complexidade Navegue pela complexidade.
Risco Otimize as respostas a riscos.
Adaptabilidade e resiliência Adote a capacidade de adaptação e resiliência.
Mudanças Aceite as mudanças para alcançar o futuro
previsto.
Fonte: Sandro Fabiano da Luz, 2022.
Vale salientar que não existe um princípio mais importante do que o outro
no ambiente de projetos. O que pode acontecer em uma realidade é que um
determinado princípio pode ser mais demandado que outro por uma questão
estrutural, contudo a não observância da importância destes princípios pode
comprometer de sobremaneira o andamento das atividades de um projeto.
9
No quesito confiabilidade vale destacar que atentar-se a esta
característica é cumprir com a legislação vigente, regulamentos e exigências que
limitam a atuação em projetos. Assim, os profissionais de projetos devem se
esforçar para atender as diretrizes destinadas e proteger a organização, a
comunidade ou o próprio projeto.
O segundo princípio atenta-se a preocupações com a equipe do projeto
e a importante missão de criar um ambiente colaborativo para que eles
desenvolvam as entregas necessárias para o projeto. Neste sentido é importante
salientar que as equipes de projetos são formadas por indivíduos com diferentes
habilidades e conhecimentos. Assim, as equipes que trabalham de forma
colaborativa podem alcançar os objetivos do projeto de forma mais eficaz.
Para se criar um ambiente colaborativo é importante observar três
aspectos, que são: acordos com a equipe; estrutura organizacional; e processos.
No que tange a acordos com a equipe vale salientar que representam um
conjunto de parâmetros comportamentais de trabalho estabelecidos pela equipe
e que precisam ser respeitados. Estes acordos devem ser identificados logo no
início do projeto e podem ser realizados desde que não causem dano a algum
âmbito do projeto.
O terceiro princípio observa as partes interessadas do projeto. Esta
atividade é muito importante e pode afetar de forma definitiva o andamento das
atividades no projeto. Neste sentido o engajamento das partes interessadas
deve ser proativo e de forma a contribuir com o sucesso do projeto (PMI, 2021).
Analisar as partes interessadas em projetos vai muito além do que
conhecer a equipe do projeto. Nesta área também são considerados os
envolvidos externos que atuam em conjunto no projeto ou que serão recursos
dele ao longo do progresso das atividades.
Neste sentido, este princípio se preocupa com fornecedores, clientes,
equipe interna do projeto e que podem atuar e afetar alguma atividade do projeto.
Para que todas as ações sejam realizadas nesta área, é de suma importância a
utilização de comunicação. É necessário acompanhar, inspirar, planejar o
sucesso da equipe, compreender a dinâmica de cada situação e seus impactos
e, também, integrar todas as outras áreas de gerenciamento para que, em
conjunto, seja possível alcançar o sucesso (Batchelor, 2013).
Assim, existem algumas atividades necessárias que podem auxiliar o
processo de gerenciamento desta área, que são: identificar as partes
10
interessadas; planejar o engajamento destas; e realizar o gerenciamento e
monitoramento delas continuamente.
Uma tarefa importante para este princípio consiste na identificação das
partes interessadas. Esta atividade pode ser entendida como o processo de
identificação constante de todas as partes interessadas do projeto. Além de
realizar uma análise e documentação das informações relevantes sobre seus
respectivos interesses, bem como seu envolvimento, interdependência,
influência e impacto potencial no sucesso do projeto.
Em projetos da área pública, as partes interessadas estão em diferentes
níveis da instituição e para a realização de sua identificação o auxílio da equipe
do projeto é fundamental. Inicialmente, porque ele é o primeiro processo e
depende muito dele o sucesso da atuação com as partes interessadas a ser
realizado posteriormente. Só é possível ter interação com determinada parte
interessada se ela for identificada logo no início dos trabalhos.
Depois, da posse de identificação das partes interessadas, será possível
fazer a criação de uma matriz que não apenas identifique a parte interessada,
mas também apresente o grau de envolvimento dela para com o projeto, bem
como as suas expectativas. Então, será possível por meio da comunicação
atender a expectativa desta parte interessada ou realizar o planejamento de
mudanças de acordo com cada realidade.
Créditos: Fizkes/Shutterstock
11
O princípio seguinte para a realização de um padrão de gerenciamento de
projetos é a atenção ao valor, ou seja, o valor criado pelo projeto, mas aqui pela
ótica de princípio. O valor inclui resultados pela perspectiva do cliente final do
projeto, que é um indicador definitivo para a verificação do progresso das
atividades. Neste sentido, o valor se concentra no resultado do projeto.
Para ter estas informações atendidas é necessário verificar
continuamente a justificativa do projeto, pois ela se conecta à necessidade
observada pelo negócio que está sendo construído. A justificativa apresenta o
motivo do investimento válido para o projeto e o motivo de ele ser considerado
no momento presente.
Apesar de que, tanto as justificativas para o projeto quanto diversas
ferramentas disponíveis no mercado são originárias ou destinadas a
administração do segundo setor, exigências crescentes dos cidadãos por
serviços públicos de qualidade têm elevado a importância da utilização de
práticas eficientes também no setor público (Pestana et al., 2010).
O princípio que observa a visão sistêmica reconhece e avalia as
interações neste sistema onde o projeto está sendo realizado. Assim sendo,
reconhecer, avaliar e responder às circunstâncias dinâmicas no âmbito e ao
redor do projeto influenciam positivamente o desempenho do projeto (PMI,
2021).
Por fim, o sexto princípio que apresentaremos aqui é o que se atenta à
liderança no projeto. Demonstrar liderança e apoiar as necessidades individuais
em projetos é missão de todos os cargos na administração pública ligados a
projetos. A atuação de liderança de projetos aliada a uma boa comunicação faz
com que a tomada de decisão seja realizada de forma clara, não impactando no
andamento das atividades negativamente.
12
5.1 Demais princípios de gerenciamento de projetos
13
permitam que a equipe observe o sucesso ao longo da realização dos trabalhos.
A complexidade de um projeto em alguma medida está ligada a incertezas e
ambiguidades crescentes no mundo atualmente.
Pode ser entendida como uma condição obscura que não nos possibilita
entender plenamente uma situação. A ambiguidade pode surgir quando as
decisões no ambiente da esfera pública podem seguir por dois diferentes
caminhos sem a total clareza de qual das escolhas seria a melhor. Eventos não
necessariamente esclarecidos, ou ainda situações de emergência, podem ser
determinantes para a ambiguidade.
Outro princípio importante é a atenção aos riscos no projeto. A função de
um planejamento de riscos, como uma espécie de documento, visa coletar e
monitorar informações de ações para com os riscos no projeto. Um documental
que sustente as ações para com os riscos se torna importante, porque ele terá a
função de esclarecer de forma clara sobre o entendimento e sobre a atuação
com relação a riscos.
Uma das ações iniciais para com os riscos é a realização de uma
identificação destes. Ela deve ser constante, pois novos riscos devem surgir ao
longo do projeto. Porém, uma consideração importante que deve ser realizada é
a análise dos riscos positivos e riscos negativos para o projeto. Assim, em um
projeto podem ser identificados riscos que podem comprometer negativamente
alguma parte do escopo do projeto, porém, também podem ser identificados
riscos que podem trazer algum benefício a alguma parte do escopo.
Um exemplo de risco positivo pode ser identificado pela deflação de algum
componente para o projeto, que sofreu uma redução de preço, e agora podem
ser adquiridas em quantidade maior que a anteriormente idealizada. Ou mesmo
a flutuação do câmbio, que pode ser identificada como um risco negativo ou
positivo para compra de insumos importados para o projeto. O valor da
mercadoria pode ser maior ou menor de acordo com a cotação do dia, ou seja,
pode ser um risco negativo ou positivo para o projeto.
Posteriormente à identificação e tratamento do risco é importante realizar
um planejamento de resposta aos riscos. Segundo Clements et al. (2014), o
processo de planejar as respostas aos riscos pode ser entendido como o
conjunto definido de ações que visam prevenir ou até mesmo reduzir o impacto
do risco, posteriormente ao risco ocorrer de fato no projeto. O principal benefício
da realização de um planejamento de resposta aos riscos é visualizar de forma
14
estratégica como as ameaças e oportunidades podem comprometer algum
âmbito do projeto.
Assim, o trabalho para a realização de um completo planejamento de
resposta aos riscos deve contemplar todas as particularidades de cada risco
anteriormente identificado. A partir dele é possível realizar uma reflexão sobre
que tipo de comportamento deve ser realizado após a incidência do risco no
projeto.
Cada ação escolhida como resposta ao risco deve levar em conta a
complexidade de cada projeto e seus impactos. Sob a ótica de custo, no
momento do planejamento, é possível fazer a escolha de qual ação pode ser
considerada a menos onerosa financeiramente para a instituição. Por isso é
importante que sejam escolhidas e documentadas todas as respostas aos riscos
identificadas, bem como os seus devidos responsáveis.
O princípio seguinte se atenta à capacidade de adaptação e resiliência,
tão importante para diversas profissões atualmente. A adaptação é um
importante ato de se preparar para adaptações possíveis no ambiente do projeto
ou na equipe. O importante para o andamento das atividades é apresentar
resiliência e continuar com as entregas relativas ao projeto.
Por fim, o último princípio é o relativo a mudanças, assim, é necessário
aceitar as mudanças que ocorrem no ambiente do projeto e redesenhar ações
de acordo com esta nova realidade. É necessário preparar os envolvidos na
mudança para que adotem e mantenham comportamentos e processos novos
ou diferentes, necessários na transição do estado atual para o estado futuro
pretendido e criado pelos resultados do projeto.
Este princípio parece desafiador muito por conta de que as mudanças nos
projetos e nas organizações públicas, por muitas vezes são complexas.
Contudo, um gerenciamento de mudanças e uma comunicação otimizada em
uma instituição eleva o nível de motivação e aderência à estratégia
organizacional.
Desta forma, estes doze princípios apresentam informação importantes
para que o projeto seja realizado em qualquer organização. Vale salientar que
eles interagem entre si impactando mutuamente, por isso o trabalho com projetos
se torna complexo e dependente de avaliação constante.
15
REFERÊNCIAS
16
AULA 5
MODELOS DE GESTÃO E
GESTÃO POR PROJETOS
3
Guie o
Comportamento
Partes
interessadas
Incerteza Equipe
Domínios de Abordagem de
Medição desempenho desenvolvimento
de projetos e ciclo de vida
Entrega Planejamento
Trabalho do
projeto
4
ambos os domínios possuem relação e atenção semelhantes e são de extrema
importância dentro de uma organização.
5
No que tange a cultura da instituição, aqui analisado pelo prisma de
domínio, é necessário atentar-se a transparência, integridade e respeito mútuo.
Estas características estão presentes em instituição de qualidade que
conseguem alcançar bons resultados na experiência com projetos.
6
com um planejamento mais visível, ou também, um ciclo de vida que contemplem
incertezas.
Desta forma, as fases de um projeto podem ser iterativas, sobrepostas ou
ainda sequenciais, a sua nomenclatura, quantidade e a duração são muito
particulares. Isso depende do produto que está sendo desenvolvido, o nível de
qualidade esperado e também projeto com seus envolvidos.
Não existe ainda um conceito previamente definido entre os autores sobre
quais e quantos são os ciclos de vida de um projeto. Cada autor possui o seu
olhar e suas justificativas, porém de forma geral, é possível visualizar quatro
grandes grupos que aglutinam uma definição sobre os ciclos de vida de um
projeto. São eles: Ciclo de Vida Preditivo; Ciclo de Vida Iterativo; Ciclo de Vida
Incremental; e também o considerado Ciclo de Vida Adaptativo. Abordaremos
todos eles na sequência.
Porém, inicialmente é importante a análise sobre a relação entre eles bem
como as suas diferenças em um ambiente de projetos. Segundo Camargo et al
(2019) não existe um ciclo de vida correto e que pode ser usado por todas as
empresas e em todos os projetos. O ciclo de vida de um projeto possui estreita
relação com a frequência e quantidade de entrega, juntamente com o grau de
mudanças previamente idealizado.
No quadro a seguir, verificaremos os ciclos de projetos e a sua relação
com as entregas e também o grau de mudança presente.
7
No gráfico, é possível perceber, de forma mais clara, os limites que
separam cada uma das abordagens no ciclo de vida do projeto e qual tipo
escolher, dependendo da complexidade do projeto. Porém, de uma forma geral,
os projetos necessitam se adequar aos ciclos, visto que nenhum ciclo pode ser
considerado perfeito para todos os projetos da organização. Existe um grau de
incertezas que, muitas vezes, pode confundir a escolha de determinada
abordagem em projetos de uma forma geral.
Contudo, de forma introdutória, é possível entender que pode ser
percebido como ciclo de vida preditivo o projeto que possui mais previsibilidade
do que é quantificável e comprovado. Ele possui uma menor incerteza e
complexidade, logo é possível planejar e sequenciar as atividades de forma um
pouco mais planejada.
Os ciclos denominados iterativos possuem maior possibilidade de
feedback com relação ao andamento do trabalho que está sendo realizado e,
assim, utilizam grande comunicação para o gerenciamento do projeto. Por outro
lado, os ciclos de projetos denominados incrementais conseguem entregar uma
parte do projeto já de possível real mensuração e utilização por parte do cliente
final. Projetos assim não são considerados entregues somente ao seu final, mas
possuem partes que já podem ser recebidas pelo cliente e perfeitamente
utilizadas.
Por fim, projetos considerados como ciclo de vida adaptativos podem se
valer de ambas as características, de iterativos e incrementais, em conjunto. Em
alguns momentos em que o ciclo de vida do projeto é utilizado, existe a
possibilidade da realização de entregas em partes já finalizadas. Ao mesmo
tempo, é propícia a obtenção de feedback antecipado, potencializando a
comunicação (PMI, 2017).
Como síntese das abordagens de ciclos de vida, é possível resumir em
um quadro conforme abaixo.
8
Quadro 2 – Comparativo entre ciclos de vida de projetos
Realizado uma
Preditivo Fixos Única Gerenciar o custo
vez no projeto
Repetido até Correção da
Iterativo Dinâmico Única
estar correto solução
Realizado uma Entregas
Incremental Dinâmico vez para cada menores e Velocidade
incremento frequentes
Valor do cliente
Entregas
Repetido até pelas entregas e
Adaptativo Dinâmico menores e
estar correto feedbacks
frequentes
frequentes
Fonte: Luz, 2022.
Ratifica-se, pois, que não existe ciclo de vida ideal para todos os projetos,
fora o fato de que uma empresa pode utilizar todas as abordagens em diferentes
projetos. Assim, ela pode optar pela escolha que melhor responde a cada projeto
e cada situação.
9
efetivamente planejado, ou seja, como analisado anteriormente, possui muita
relação com níveis de qualidade.
O domínio de desempenho de trabalho do projeto trata das atividades e
funções associadas ao estabelecimento do projeto, gerenciamento de recursos
e também com a promoção de um ambiente de aprendizado contínuo. Este tipo
de domínio visa a melhoria da capacidade da equipe devido ao aprendizado
permanente e à melhoria de processos.
Por fim, o domínio de desempenho da entrega observa as atividades e
funções associadas às entregas efetivas realizadas no projeto e associadas ao
seu escopo. Este tipo de domínio vislumbra a compreensão da equipe do projeto
com o escopo real pretendido no projeto.
Claro que, analisando especificamente a esfera pública, é possível
verificar uma série de considerações que dificultam o gerenciamento de projeto,
pois existem características próprias que se diferem da esfera privada. Assim, a
organização dos projetos pode parecer carente de aderência quando analisada
para a esfera pública, por isso o gerenciamento de projetos públicos pode ser
considerado como uma tarefa desafiadora e que exige prudência (Reis et al.,
2017).
Contudo, a atenção a estes domínios específicos auxilia no
gerenciamento de projetos em qualquer esfera de atividade. Vale também
salientar que, de uma forma geral, o gerenciamento da qualidade do projeto está
relacionado à aderência que o produto do projeto está alcançando para com os
envolvidos. Mas, não somente isso, a qualidade de um projeto não pode ser
tratada como um evento incerto, que pode ser alcançado ou não pela equipe ao
final.
Esta área do gerenciamento dialoga com os três domínios e apresenta
abordagens importantes em relação à política de qualidade que a organização
possui, bem como a qualidade pretendida pelo projeto. Esta qualidade deve ser
planejada e controlada para que seja possível alcançá-la de forma satisfatória.
10
Créditos: Wright Studio/Shutterstock
11
própria capacitação dos recursos humanos. Assim, o planejamento de qualidade
também está ligado ao bom senso e ao momento vivido por cada instituição.
Neste sentido, é importante o conhecimento de padrões aceitáveis já
adotados pelo mercado. Assim, é possível averiguar se o nível de qualidade
esperado pelo projeto está aderente ao praticado, e, caso se deseje níveis muito
maiores do que o já praticado, deve-se planejar novas ações que levem ao
alcance desta nova realidade. Existe uma instituição internacional, denominada
International Organization for Standardization (ISO), que possui um arcabouço
bastante robusto de níveis de aceitação para serviços e produtos. No Brasil, a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) também devem ser considerados.
É importante levar em consideração que o custo do projeto tende a
aumentar quanto maiores forem os níveis exigidos de qualidade. Assim, a
atenção para com a qualidade possui também impacto nos custos. Por isso, a
importância do planejamento aliado ao monitoramento constante.
Para a realização de um bom monitoramento, é necessário levar em
consideração informações oriundas de relatórios para a tomada de decisão.
Neste sentido, é importante planejar como a comunicação se dará sob o prisma
da qualidade, e, assim, caso necessário, mudanças devem ser devidamente
planejadas para alcançar o objetivo previamente indicado.
É importante levar em consideração que informações sobre a qualidade
do projeto devem ser relacionadas a todo o andamento das atividades. No
planejamento, é o melhor momento de prever como as entregas serão
realizadas, porém, no momento da execução, considerações sobre a qualidade
também devem ser analisadas no sentido de comprovar a relação entre o
planejado e o que está sendo realizado.
12
TEMA 5 – DOMÍNIOS DE DESEMPENHO DE MEDIÇÃO E INCERTEZAS
13
um fluxo de caixa que contempla entradas e saídas, porém, em outras
realidades, os projetos possuem apenas valores alocados como saída de caixa.
Todas estas movimentações financeiras deverão ser consideradas
juntamente neste domínio de gerenciamento, principalmente sobre dois prismas:
o do orçamento e o do controle. No quesito orçamental, vale destacar que deve
ser realizado de forma completa e envolvendo o maior número de interessados
possíveis.
Neste sentido, uma grande atenção deverá ser dada aos custos ligados a
contratos dentro de projetos. Alterações de escopo podem impactar em
mudanças de custos ligados a pessoas externas ao projeto e orquestradas por
força de contrato. Este pode ser um exemplo de que alterações em projeto,
monitorados constantemente, podem acarretar em mudanças em diversas
outras áreas, por isso o controle de mudanças é tão importante. Somente com
este tipo de ação sendo realizado de forma integrada, é possível entender os
reais impactos das mudanças e corrigir o curso das atividades do projeto, tanto
de custos como de cronograma ou mesmo escopo.
Dentro da construção do orçamento do projeto, a atividade de estimar os
custos é vital. Ela pode ser entendida como o processo de desenvolver uma
estimativa de custo dos recursos alocados no projeto. A intenção é quantificar
qual valor total será necessário para completar cada atividade, sendo mais um
exemplo de ação a ser realizada no planejamento do projeto. Claro que podem
surgir mudanças ao longo do cumprimento das atividades. Neste momento,
deve-se atentar a realização da alteração, bem como os seus desdobramentos
e, posteriormente, fechar a estimativa.
14
Créditos: Wright Studio/Shutterstock
(cM + cO + cP) / 3
15
cumprimento do projeto e servirá como base para o controle dos custos do
projeto a ser realizado a seguir.
16
Assim, esta técnica permite o levantamento de ações e seus devidos
valores que apresentam apenas o básico do escopo na quantidade mínima de
esforço. Com o passar das atividades e a construção do escopo, as informações
de valores são alocadas e somadas e representarão o valor total do projeto para
posterior controle de orçamento.
O controle de orçamento para projetos com gerenciamento mais ágil ou
adaptável deve levar em consideração um valor de contingenciamento a ser
utilizado em eventos que envolvam atraso de atividades. Assim, estas duas
áreas de gerenciamento de projeto podem ser afetadas em conjunto, pois, em
momentos de atraso nas atividades, pode-se envolver maiores quantias de
valores para a destinação de maior número de recursos.
17
REFERÊNCIAS
PMI. Project Management Institute. Guia Ágil. Newtown Square: PMI, 2017.
18
AULA 6
MODELOS DE GESTÃO E
GESTÃO POR PROJETOS
2
procedimentos organizacionais, que para muitos projetos não fazem sentido. De
acordo com Camargo et al. (2019, p. 99):
3
é base para qualquer organização, mas existe um momento em que a adoção de
rígidos procedimentos acaba diminuindo a satisfação do cliente ou ocasionando
atraso de uma entrega importante.
Neste sentido, a abordagem ágil deve ser entendida como elemento
importante, mais de complexa adoção, muito por conta da inexistência de
procedimento. Cada empresa deve entender à sua prática bem como aos seus
trabalhos ordenados para que seja possível incluir elementos de complexidade –
tão importantes e necessários na atualidade.
4
Era necessário criar uma série de formas de gerenciamento de projetos que
primasse pela rapidez, sobretudo nos casos em que a equipe tinha muita
experiência com aquele tipo de projeto e o escopo não era muito complexo. A
atenção dos estudiosos sobre gerenciamento de projetos focou a atenção em
práticas e ferramentas que agilizassem o processo de gerenciamento, um
compilado de práticas, ferramentas e até procedimentos batizado de práticas
ágeis de gerenciamento de projetos (PMI, 2017).
O mercado aceitou muito bem essa modalidade de gerenciamento de
projeto, pois existia grande demanda para esse tipo de informações, e ainda hoje
o gerenciamento de projetos ágeis vem ganhando bastante capilaridade.
Inicialmente, as práticas ágeis foram bem recebidas pela área de tecnologia de
informação, mais especificamente para a área de programação, porém já se
consegue visualizar diversas outras áreas em que práticas ágeis são utilizadas.
Não existe um livro que consiga inserir todas as práticas ágeis de
gerenciamento de projetos, até porque há aquelas que estão sendo criadas ou
otimizadas nesse momento, em algum lugar do mundo. Entretanto, existem
grandes instituições que não apenas possuem boa literatura sobre o tema, mas
também certificam profissionais como detentores do conhecimento sobre
gerenciamento ágil de projetos.
Sobre o gerenciamento ágil de projetos, vale destacar que segundo
Camargo et al. (2019), é uma técnica que reúne procedimentos e práticas que
visam dar respostas ágeis e flexíveis ao ambiente do projeto. Neste sentido,
podem ser identificadas como práticas ágeis de gerenciamento de projetos:
framework Scrum, Teoria Cynefin, Crystal, Desenvolvimento Dirigido a
Funcionalidades (FDD), Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas Dinâmicos
(DSDM), entre vários outros. Porém, as práticas de gerenciamento de projetos
ágeis não podem ser consideradas apenas as que foram criadas recentemente.
Nessa vertente, a utilização de Kanban pode também ser enquadrada como
prática ágil, mesmo tendo sido criada há 50 anos.
Analisando pelo prisma da esfera pública, o gerenciamento ágil pode ser
útil para uma grande gama de projetos, contudo, vale a análise aprofundada sobre
qual será a abordagem do projeto de acordo com cada particularidade. Isso
porque é incomum a utilização de uma metodologia ágil para a criação de um
projeto de uma ponte por exemplo. Isso porque o produto deste projeto é
extremamente definido, contudo, em projetos que pode ocorrer algum tipo de
5
diálogo como a criação de um sistema para um departamento por exemplo, a
utilização desta metodologia pode ser útil.
6
TEMA 3 – SCRUM
7
produto que está sendo desenvolvido. Assim, o product owner tem a função de
centralizar informações sobre o produto para o time de desenvolvimento, que
precisa dessa figura para que também possa dialogar sobre as atividades.
Com relação ao time de desenvolvimento e seu tamanho, é importante citar
que não existe um número nem mesmo uma estrutura formal que regule sua
atuação. Porém, considerando que o próprio Scrum possui agilidade como uma
premissa, o tamanho da equipe deve permitir que essa agilidade aconteça no
projeto, sem um número máximo ou mínimo de integrantes.
Dentro dos projetos Scrum existe também o scrum master, que é muito útil
para o projeto. Essa figura tem muita relação com o próprio Scrum dentro do
projeto e articula junto à equipe de desenvolvimento, com as interações que
podem acontecer, garantindo práticas e regras do Scrum dentro do projeto. Ele
trabalha junto ao product owner, com intuito de encontrar possíveis técnicas que
auxiliem no projeto, comunicar objetivos do escopo do trabalho que está sendo
desenvolvido e facilitar os eventos de Scrum para que sejam realizados de forma
completa. Além disso, possui relação com o time de desenvolvimento, pois é de
sua responsabilidade retirar os empecilhos para completar o trabalho.
Depois da análise dos principais papéis existentes no Scrum, é necessário
abordar os eventos que fazem com que tais papéis interajam em diversos
momentos do projeto. Um dos momentos principais é o sprint, isto é, um tempo
para conclusão de algum pacote de trabalho relativo ao projeto. O projeto deve
compreender vários sprints, os quais acontecem de forma sucessiva até o final do
projeto.
Cada sprint é composto por reuniões de planejamento, encontros diários
para alinhar trabalhos que serão desenvolvidos, revisão e retrospectiva do sprint.
Esses momentos são importantes para que a equipe de desenvolvimento entenda
o trabalho e, dentro de cada sprint, execute as tarefas. Assim, o projeto pode ser
gerenciado de acordo com os sprints e suas respectivas entregas.
Em regra, cada sprint dura menos de um mês, mas é adaptável ao tipo de
projeto e cenário. O conjunto das entregas, ou seja, dos sprints, compreenderá o
resultado final da entrega do projeto. Neste sentido, a atuação do product owner
e do master scrum é importante para direcionar a atuação da equipe dentro de
cada sprint. O time de desenvolvimento se articula para prever o que pode ser
desenvolvido na duração daquele sprint e debate com o product owner. Essa
8
interação é importante para aderir ao que será realizado, visando observar o
backlog do produto.
O backlog do produto consiste nas características que o este precisa ter ao
final do projeto. O responsável pelos backlogs é o product owner, por isso sua
atuação junto à equipe é importante para entender o que está sendo criado com
as características exigidas em cada projeto. Quanto mais detalhadas as
informações do backlog, mais assertivo será o trabalho realizado pela equipe de
desenvolvimento. Junto ao backlog deve existir uma lista de priorização das
junções do produto, possibilitando à equipe atentar às características principais
para, posteriormente, se preocupar com as secundárias.
Na fase da execução do sprint, todas essas informações serão analisadas
e deverá constar se os entregáveis estão aderentes ao planejamento do sprint e
ao backlog do produto. Para a equipe de desenvolvimento, o scrum master possui
importância, visto que ele auxiliará na execução do sprint retirando algum tipo de
empecilho que possa existir para concluir o pacote de trabalho. As equipes de
desenvolvimento realizam uma reunião diária de aproximadamente 15 minutos,
com foco principal na informação do que foi realizado no dia anterior, naquilo que
será realizado no dia de hoje e se existe algum impeditivo.
Crédito: KostiantynL/Shutterstock.
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projeto. Assim, a equipe deve estar atenta ao progresso das atividades,
juntamente ao produto e sua adaptabilidade ao longo do projeto.
4.1 Canvas
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visualização de considerações sobre o modelo de negócio das organizações.
Utilizando-se de um quadro dividido em seções, as informações podem ser
organizadas de modo a facilitar a visualização dos elementos de um projeto
(Stickdorn; Schneider, 2014).
O modelo Canvas pode ser aplicado em diversos cenários organizacionais,
tanto como ferramental para o modelo do negócio em si como também para o
gerenciamento de projetos. Neste sentido, para auxílio ao gerenciamento de
projetos, o Canvas responde a questões básicas sobre os projetos, por exemplo:
o quê? Quem? Quando? Por quê? Quanto? Todas essas informações são
organizadas em uma sequência lógica.
Assim, o modelo Canvas aplicado para projeto é dividido em um quadro
com 13 grupos de informações que apresentam, de forma ágil, considerações
importantes sobre o projeto:
• Justificativa;
• Objetivo SMART;
• Benefícios futuros;
• Escopo do produto;
• Requisitos;
• Stakeholders internos e externos;
• Premissas;
• Entregas;
• Restrições;
• Riscos;
• Linha do tempo;
• Custos.
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Figura 1 – Project model Canvas
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Comumente, é usado com post-its ou cartões que podem ser colados em
paredes. Essa parede ou superfície será utilizada como repositório dos pacotes
de trabalho que, juntos, representarão o projeto em si, podendo conter algumas
separações em formato verticais, tais como: trabalho pendente, trabalho sendo
executado, trabalho concluído, entre outros. De forma prática, um quadro de
Kanban poderia ser apresentado como mostra a Figura 2.
Crédito: Quarta/Shutterstock.
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Lean ganhou mais adeptos pela forma de otimização de resultado que
proporciona, junto à conscientização sobre os recursos utilizados.
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Com o incremento de tal filosofia, foram introduzidos mais elementos de
conscientização, agilidade, capacitação e utilização consciente de recursos para
montagem de automóveis. Como benefício, a linha de montagem Lean reduziu
custos de produção, de estoques, otimizou processos sequenciais e
consequentemente, barateou o preço do produto final.
O grande desafio das empresas, passado meio século, é introduzir essa
cultura, criando eficiência e competitividade na produção em massa. Um sistema
de produção Lean deveria ser considerado como um conjunto de atividades que
pretende responder a otimização da capacidade produtiva, reduzir os
desperdícios de produção e responder com mais agilidade a todas as demandas.
Ou seja, essa linha de raciocínio pode ser aplicada a diversas outras áreas
organizacionais por compartilhar objetivos comuns (Koenigsaecker, 2011).
Os conceitos Lean são bastante conhecidos e utilizados na produção e no
sistema produtivo. Aproximar essa realidade ao gerenciamento de projetos é algo
mais recente, mas que possibilita ganhos para todos. Como o gerenciamento de
projetos está muito ligado à realização de um serviço, entender o conceito de
desperdício deve levar em conta essa realidade. O conceito Lean foi introduzido
com o entendimento de que as ações a serem executadas devem considerar sua
possibilidade de agregar valor ao produto, com a possibilidade de conscientizar
sobre ações estritamente necessárias.
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REFERÊNCIAS
CAMARGO; R.; RIBAS, T.; Gestão Ágil de Projetos: as melhores soluções para
suas necessidades. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
PMI. Project Management Institute. Guia Ágil. Newtown Square: PMI, 2017.
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