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Projetos Culturais: planejamento, elaboração e gestão1

Maria Helena Cunha

1-Introdução

Antes de iniciar uma discussão especifica sobre a conceituação de projetos culturais,


é necessário ampliar o seu escopo para o campo de atuação da gestão cultural, pois
associada a essa discussão se encontra todo o processo de organização do setor
cultural que, cada vez mais, exige um perfil profissional capaz de olhar de forma
estratégica e sensível o seu campo de atuação. E para refletir sobre este aspecto,
torna-se essencial fazer uma provocação sobre o próprio sentido do termo gestão
cultural, que traz em si a contradição dessa profissão: gerir o subjetivo!

Assim, quando ao associar a capacidade de crescimento e de profissionalização do


setor cultural ao processo de formação dos seus gestores, torna-se fundamental
refletir sobre os referenciais comuns e coletivos visando compartilhar conhecimentos
específicos do campo da gestão. Desta forma, para garantir a eficiência na atuação
profissional, seja na área de gestão pública, privada ou do terceiro setor, é preciso
recorrer a conceitos, instrumentos e ferramentas de trabalho disponíveis para o
desenvolvimento de políticas culturais participativas, tais como a formulação de
diagnóstico situacional, planejamento estratégico, planos de ação e de
sustentabilidade e, por fim, elaboração de projetos.

Nesta perspectiva, ao falar de projeto cultural, é preciso levar em consideração


vários aspectos, o primeiro é saber diferenciar o conceito positivo de gestão de
processos culturais e não se basear na lógica exclusiva da gestão a partir de projetos.
Portanto, a atuação profissional diferenciada do gestor de cultura está em dominar
ferramentas de trabalho que deverão fazer parte do seu cotidiano, aqui refere-se ao
desenvolvimento do planejamento e, conseqüentemente, o desenho de projetos que
deve ser considerado como produto final do processo. De qualquer forma, cada
projeto deverá ter seu próprio planejamento específico de execução, monitoramento
e avaliação.

Vale ressaltar que o processo de planejamento estratégico significa, resumidamente,


o trabalho de preparação e organização de planos e programas, tendo como premissa
básica o conjunto de métodos e técnicas que visam racionalizar as ações, a partir de
uma missão, das diretrizes e dos objetivos estabelecidos. Em momento algum ele
deve significar o risco de intervenção na liberdade de expressão individual e de
grupos. Planejar significa sintonizar idéias e realidades, reconhecer e otimizar
recursos humanos, físicos e financeiros para tornar mais eficientes as ações
propostas. É preciso afirmar que planejamento é um momento importante de
reflexão.

O conceito estabelecido pelas Organizações das Nações Unidas que define projeto
como “um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades
inter-relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos dentro dos
limites de um orçamento e de um período de tempo dados”. (ONU, 1984), reforça as
orientações básicas para a elaboração de um projeto cultural, quando são necessárias
a composição, com qualidade e eficiência, de um conjunto de ideias bem articuladas
1
Texto produzido, inicialmente, para a disciplina Elaboração e Avaliação de Projetos
Culturais.
entre objetivos, justificativa, cronogramas e estratégias, orçamentos e demais itens
que compõem a estrutura de um projeto. Seu desenho depende de sua natureza e
finalidade e, sobretudo a ideia de que não há uma fórmula ou “receita” pronta!

2. Planejamento e projeto: contextualização

O projeto parte de um contexto social, histórico e cultural para que possa ser
planejado. Deve-se, portanto, conhecer a realidade onde se vai intervir, por meio do
levantamento de dados e pesquisas que possam subsidiar e fortalecer sua concepção.
Avaliar em que contexto ele é desenhado (o que está acontecendo a nossa volta),
avaliar também oportunidades e riscos, conhecer quais e como têm sido
desenvolvidos trabalhos semelhantes. Levar em consideração o público-alvo ou o
público beneficiado como o conjunto de pessoas que se pretende atingir
positivamente nas ações do projeto.

Em geral, o projeto atua em situações complexas e interligadas com o contexto


onde irá ser realizado e que não podem ser tratados como ações isoladas. Cada item
do projeto deve estar interligado, isso significa que, na prática, quando estamos
planejando e estruturando um projeto, cada atividade deve se remeter ao seu
objetivo específico, e estes ao objetivo principal, aos resultados e, portanto,
refletem nos recursos financeiros necessários para sua viabilização e nos recursos
humanos capazes de transformar as ideias em ações culturais e artísticas efetivas.

Dessa maneira, garante-se que um percurso lógico seja traçado e que as atividades
estejam conectadas e mantenham coerência no conjunto da proposta. Isso não
significa, no entanto, que essa percepção seja definitiva sobre nossas ações, mas
deve ser considerada como parâmetro, sobretudo na quantificação de públicos, nos
resultados esperados, no alcance das ações e, inclusive, na percepção da necessidade
de parcerias.

No planejamento de um projeto deve levar em consideração as políticas e diretrizes


específicas dos planos e programas em que estão inseridos. Muitas vezes os projetos
são desenhados, desde seu início, a partir dos programas dos quais fazem parte, pois
resultam do processo de um planejamento. Por isso, são facilmente percebidos como
integrados às políticas que constituem tal programa. Em outros casos, o projeto foi
elaborado para um objetivo independente (projeto isolado) e pode ser ajustado ou
inscrito em um determinado programa ou edital, na medida em que possui afinidades
com suas diretrizes e linhas de atuação. Nos editais, por exemplo, o conjunto da
proposta define critérios, parâmetros e direcionamento dos projetos a serem
aprovados, no entanto, o programa não definiu os projetos propriamente ditos, mas
abriu possibilidade de financiamento a iniciativas adequadas aos seus conceitos e
diretrizes.

2.1. A especificidade de cada projeto


De forma sucinta, cada projeto deve considerar alguns pontos básicos:
1) Levar em conta o público que pretende beneficiar;
2) Compreender o contexto social, histórico e cultural onde está inserido;
3) Possuir um percurso lógico próprio; compreende-se que cada projeto é
“único” e, portanto, deve ser planejado e desenhado de acordo com as
características propostas.

E como todo projeto necessita de recursos financeiros para ser realizado, é preciso
considerar as oportunidades de financiamento existentes: editais de empresas
públicas, privadas e de fundações, uso de leis de incentivo, fundos e doações, etc.
Assim, muitas vezes é necessário adequar textos e planilhas de projetos aos
instrumentos e roteiros específicos elaborados pelas instituições que administram
e/ou possuem recursos.
Em geral, não basta “copiar e colar” conteúdos de projetos em formulários e
planilhas pré-definidos, mas perceber, primeiramente, em que medidas tais
conteúdos são adequados a esses instrumentos e quais ajustes devem ser feitos.

2.2 . O projeto no formato para patrocínio cultural

O projeto comercial ou de patrocínio deve possuir características que o diferenciam,


visando apresentar aos potenciais financiadores/patrocinadores informações
necessárias para sua avaliação e posterior execução a partir da parceria
estabelecida. Todos os pontos da estruturação do projeto devem ser contemplados
em um formato mais comercial, pois a análise deve ser integral. Alguns pontos que,
em geral, são avaliados pelas empresas:

 Diferencial: em que medida o projeto se distingue de outros e como pode ser


direcionado à empresa/instituição financiadora. Um bom momento para demonstrar
esse ponto é no item de apresentação e, de forma resumida e com destaque, na
carta (ou e-mail) de encaminhamento.
 Adequação: pertinência do projeto à empresa/instituição patrocinadora, de
acordo com suas políticas de investimento e programas específicos. Destacar esse
ponto na carta de encaminhamento. É um desgaste para a imagem do projeto
encaminhá-lo a possíveis patrocinadores sem fazer uma adequação e de uma forma
aleatória; é preciso ter afinidade entre projeto e política de investimento.
 Equipe técnica: análise do histórico da instituição proponente e da equipe
principal que compõem o projeto. Análise de currículo e portfólio, identificação de
experiências e profissionalismo em outras iniciativas.
 Custo-benefício: equivalência entre o que se propõe e o que se oferece. Pode ser
claramente identificado em um plano de comunicação e no plano de cotas e
reciprocidades.
 Exequibilidade: viabilidade técnica do projeto, orçamento adequado às
atividades propostas e compatibilidade de cronograma de ações.
 Acessibilidade: o projeto deve demonstrar a sua capacidade de permitir acesso
aos portadores de necessidades especiais (auditivas, visuais e/ou físicas).
 Democratização do acesso: o projeto deve apresentar quais são as possibilidades
de promoção de ações democráticas voltadas para a igualdade de oportunidades de
acesso e fruição de bens, serviços e produtos.
 Público: é fundamental para o próprio projeto identificar o seu público-alvo, pois
permite uma divulgação direta e mais eficaz, além de demonstrar conhecimento do
seu trabalho e, se for o caso, demonstrar proximidade com possíveis patrocinadores.
 Flexibilidade: abertura para negociar pontos de interesse que, no entanto, não
podem comprometer, definitivamente, os objetivos e a qualidade da proposta. É um
risco de inviabilização e perda de credibilidade.
 Avaliação: apresentação das formas de aferição de resultados, a partir de
indicadores específicos e monitoramento das atividades previstas, inclusive
financeiras.
3. Apresentação do contexto

O projeto parte de um diagnóstico que retrata a realidade e que permite identificar,


com objetividade e da forma mais completa possível o que desejam propor como seu
objeto de trabalho, sejam manifestações artísticas ou identificação de problemas e
demandas às quais buscam interferir com ações em determinada localidade. É
preciso conhecer o contexto, o público e as demandas (ou necessidades) com as quais
se pretende lidar e propor intervenções.

Portanto, é importante ter clareza sobre o ponto de partida do qual pretendemos


desenvolver uma ação a partir da elaboração de projetos culturais. Entre os vários
aspectos e percepções particulares que são determinantes, podemos destacar:
 Proteção e promoção à diversidade cultural: ações diversificadas para públicos
abrangentes, de modo a não se tornarem fatores de exclusão social. É fundamental
valorizar o tecido humano e o conjunto de experiências que constituem o patrimônio
de vida de cada indivíduo.
 Percepção da necessidade de acesso aos bens culturais e ampliação das
potencialidades criativas.
 Concepção de sistemas ou cadeias de produção: compreender toda a dinâmica
produtiva referente ao produto principal resultante da proposta, ter consciência dos
processos produtivos.
 Co-responsabilidade: compartilhamento de responsabilidade e de ações entre os
diversos atores sociais (organismos governamentais, empresas e organizações da
sociedade civil).
 Pluralidade: considerar que determinadas temáticas de ação proposta não deve
ser tratada de maneira isolada, e sim em transversalidade com outras áreas como
cultura, educação, turismo, saúde e meio ambiente.
 Gestão compromissada: profissionalização da relação de patrocínios e da gestão
cultural com foco em resultados.

Dessa forma, ao descrever um contexto (dimensão descritiva, explicativa do


diagnóstico), precisamos ter consciência de que a forma de agir que propomos
(estratégias e métodos) está sintonizada com a realidade a qual o projeto será
realizado e, para tanto, torna-se essencial identificar, conhecer, valorizar, reforçar o
que já foi construído: culturas locais, programação existente, formas de produção e
de superação de problemas sociais, necessidades específicas, entre outros aspectos
que influenciam no contexto geral da comunidade onde o projeto estará inserido.

4. Estrutura geral para a elaboração de projetos culturais

A estrutura para a elaboração de projeto cultural deve conter elementos (itens)


básicos que permitem a compreensão geral do projeto e faça, ao mesmo tempo, a
sua defesa como ação necessária a ser realizada em determinado local e por um
período de tempo. Essa estrutura (roteiro) é um documento orientador na construção
do projeto e a sua dimensão e seu o formato deverão ser adequados a cada proposta,
dependendo de sua natureza, finalidade e complexidade.

Depois da fase de planejamento, em que se avalia o contexto, as oportunidades e


riscos, as demandas e estratégias (o quê, como, quem e quando), é o momento de
organizar as ideias em formato de projeto - ferramenta fundamental para torná-lo
factível.

A carta de apresentação (ou de encaminhamento) acompanha o projeto,


apresentando o conteúdo de forma sucinta, sempre pautado pela objetividade. A
intenção é situar o leitor que irá receber e analisar o projeto e identificar a sua
natureza, preparando-o para uma leitura mais detalhada. A carta deverá ser dirigida
a cada potencial financiador, com a solicitação especificada.

4.1 – Estrutura básica:

a) Capa

Em geral, os projetos possuem uma página de rosto ou capa, contendo seu título e o
nome de quem assina por sua realização. É importante incluir informações que
identificam o projeto de imediato: período de realização, local (cidade, país, centro
histórico etc.), data (ano) de realização, entre outros dados pertinentes ao projeto.

b) Sumário

Descrição dos itens apresentados no projeto e suas respectivas páginas. O sumário


facilita a leitura seletiva dos assuntos abordados no projeto.

c) Apresentação

Resumo geral do projeto, buscando mostrar as ações a serem desenvolvidas, de que


forma (método) e em que contexto. A apresentação deve ser clara, concisa, e precisa
dar a noção do conjunto. A partir da apresentação, o leitor terá ideia do que virá
adiante. De forma sucinta e de acordo com o propósito do projeto, é preciso conter
as seguintes informações:
 Detalhamento de produto: tiragem, características, conteúdos inseridos, etc.
 Detalhamento de ações: programação, conteúdos abordados, forma de
organização, etc.

d) Objetivos

Os objetivos podem ser organizados de acordo com a natureza, finalidade e forma de


organização textual. Eles são a afirmação propositiva do que queremos com o projeto
e, ao final da sua realização, deve ser comprovado.

O Objetivo geral ou principal consiste no objetivo de caráter mais amplo, para o


qual o projeto contribui, mas que ultrapassa o alcance do projeto.

Os objetivos específicos devem ser precisos, mensuráveis, realistas e possíveis de


serem atingidos nos “limites” do projeto, sendo plenamente alcançados pelo
conjunto de ações previstas no projeto.

e) Justificativa

O que motivou a elaboração do projeto. O que foi percebido como foco de mudança
e por quê. Relevância do projeto cultural para o seu público-alvo e os impactos de
sua realização. Por que as ações previstas devem ser realizadas e os motivos de
escolha das formas/métodos propostos.

f) Resultados e indicadores

A definição de quais são os resultados da proposta é fundamental para melhor


compreensão das suas finalidades. Tais resultados podem e devem ser apresentados
de forma qualitativa e quantitativa para uma avaliação posterior mais precisa e
coerente com o todo da proposta. Neste caso, o mais importante, é formular, a
priori, os indicadores que irão medir tais resultados.

g) Público-alvo ou público beneficiado

A quem o projeto se destina, ou seja, quem será beneficiado (“atingido”


positivamente) pelo projeto.

Critérios de focalização do público podem ser, entre outros:


 Geográficos ou territoriais;
 Sócio-econômicos (renda ou situação de vulnerabilidade por exemplo);
 Etários (grupo de idade);
 Institucionais (indivíduos ou grupos que pertencem à determinada instituição,
por exemplo);
 Étnicas e/ou culturais;
 Por demandas específicas (grupos culturais ou sociais).

Quanto mais focado o público, mais fácil se torna a avaliação dos impactos gerados
pelo projeto.

É importante ressaltar que, em geral, os projetos dirigem-se a públicos específicos e


mensuráveis (às vezes, com certa imprecisão no caso, por exemplo, de propostas
inéditas), mas, ao mesmo tempo, beneficiam outras pessoas de maneira indireta.
Torna-se importante prever e indicar quais públicos indiretos o projeto pode
beneficiar, seja como expectador, seja por meio da contratação de mão-de-obra
para sua realização ou fomentando uma rede produtiva no local onde será realizado.

h) Estratégias de ação

É a definição das ações estratégicas que irão proporcionar a capacidade de


viabilização do projeto, avaliando as alternativas disponíveis e selecionar a mais
adequada. Algumas questões a se fazer:

 O quê? - Quais as ações e suas prioridades.


 Como? - De que forma as ações serão executadas.
 Quem? - Divisão de responsabilidades - formação de equipe.

A seleção de alternativas deve levar em conta eficácia, eficiência, prazos e riscos.


Critérios para definição de alternativas:

 Técnicos
 Financeiros
 Institucionais
 Políticos
 Ambientais
 Sociais (capital social, gênero, mobilização etc)

I) Cronograma de Atividades

Apresenta a descrição de todas as etapas a serem desenvolvidas o projeto,


determinando, em forma de quadro, o período necessário de realização das etapas e
atividades (em semanas ou meses, por exemplo). Planejar prazos de acordo com as
ações propostas demonstra uma capacidade organizacional do gestor.

Exemplo (simulação):

Modelo de Projeto de Restauração (simulação de 2 anos)


MÊS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
ATIVIDADE
Planejamento e Gestão Executiva - Ano 1 e 2
Ações de Articulação Institucional e captação de recursos
Ações de Coordenação Geral e de planejamento e gestão
Gestão financeira e contábil
Ações para evento de lançamento/apresentação do projeto
Registro fotográfico (Captação de imagens -
memória/documentação)
Registro audiovisual (Captação de imagens -
memória/documentação)
Elaboração de projetos complementares e executivos - ano 2
Assessoria jurídica
Evento de inauguração - ano 2
Comunicação Estratégica - Ano 1 e 2
Elaboração do Plano Estratégico de Comunicação
Assessoria de Imprensa
Projeto gráfico e identidade visual do projeto
Design Gráfico das peças de divulgação da obra e inauguração
Produção de peças gráficas - período da obra e da inauguração
Restauração de bens tombados - Identificação, diagnóstico e projetos
básicos - Ano 1
Serviços de Topografia

Análise Tipológica, Identificação dos Materiais e Sistema Construtivo

Diagnóstico de Estado de Restauro

Estudo Preliminar/Anteprojeto de restauro

Projeto básico de restauro


Arquitetura - projetos básicos e orçamentação - Ano 1
Estudo Preliminar/Anteprojeto de intervenção arquitetônica
Projeto básico de intervenção arquitetônica
Orçamento
Arquitetura e Restauro - projetos executivos e obra - Ano 2
Prospecções / Revisões da Arquitetura e Restauro
Projetos Executivos
Planejamento Executivo e Contratação da Obra
Execução da Obra
j) Plano de Comunicação

Apresentar a proposta e os instrumentos a serem utilizados para a promoção e


divulgação do projeto cultural, levando em consideração o equilíbrio entre a
solicitação de patrocínios e apoios e a construção de parcerias e suas reciprocidades.
Identificar os itens previstos na proposta como:

Peças gráficas: cartazes, folders, panfletos, estandartes, sinalização (banners),


convites impressos, flyer eletrônicos, catálogos, sites, informando a tiragem, formas
de distribuição.

Mídia: Necessita ter sua dimensão compatível com a complexidade do projeto. Aqui
são apresentadas as estratégias para veiculação do projeto na mídia: impressa
(jornais, revistas), eletrônica (televisão e rádios), novas mídias, redes sociais e
mídias especializadas.

k) Equipe técnica

Apresentar as funções e cargos da equipe e os respectivos nomes dos profissionais


responsáveis que irão atuar no projeto. Apresentar um pequeno currículo de cada
um, que justifica a sua participação no projeto e sua responsabilidade.

l) Orçamento

A formatação e a metodologia para se montar um orçamento dependerá do modelo e


dimensão do projeto: quanto mais complexo, maior é o detalhamento orçamentário.

Todas as despesas deverão ser especificadas: recursos humanos, materiais/físicos,


serviços de terceiros, custos administrativos, que variam de acordo com o projeto. É
importante que os custos sejam equivalentes ao de mercado. No caso da formatação
de um projeto a ser apresentado para busca de patrocínio, deve-se apresentar de
forma sucinta e é fundamental especificar se o projeto está credenciado para utilizar
benefícios fiscais, quais e de que natureza.
Exemplo (simulação):

Projeto de restauração - Orçamento físico-financeiro - Ano 1 e 2 (simulação)


Quant. Valor Total
Itens de Despesa Quant Unidade de Unitá da Total
unidade rio Linha
Etapas
1 Planejamento e Gestão - ano 1 e 2
Coordenação Geral de Planejamento, Gestão e
1.1 Cultura 1 mês 12
1.2 Gestor Cultural 1 mês 12
1.3 Assistente de Gestão Cultural 1 mês 12
1.4 Assessoria Jurídica 1 serviço 1
Registro fotográfico (registro/documentação
1.5 do processo) 1 verba 1
Registro audiovisual (registro/documentação
1.6 do processo) 1 verba 1
RS 0,00
2 Arquitetura e Restauração - ano 1
2.1 Levantamento Planialtimétrico 1 serviço 1
2.2 Projeto Arquitetônico de Restauração 1 serviço 1
2.3 Projeto Arquitetônico de Intervenção 1 serviço 1
Orçamento Básico / Cronograma Físico-
2.4 Financeiro. 1 serviço 1
R$ 0,00
Obras de Intervenção Arquitetônica e de
3 Restauração - Ano 2
3.1 Projetos executivos e Consultorias 1 verba 1
3.2 Execução da obra 1 verba 1
R$ 0,00
4 Comunicação e Visibilidade - Ano 1 e 2
Elaboração do Plano Estratégico de
4.1 comunicação 1 serviço 1
4.2 Assessoria de Imprensa 1 mês 12
Projeto gráfico e direção de arte para
4.3 Identidade Visual do Projeto 1 serviço 1
4.4 Designer Gráfico para as peças de divulgação 1 serviço 1
4.5 Serviços de tradução 1 serviço 1
4.6 Serviços de Revisão de texto 1 serviço 1
Peças Gráficas de Divulgação - Ano 1 e 2
4.7 Placas de sinalização de obra e investimentos 1 unidade 10
4.8 Outdoors 1 unidade 5
Aluguel de espaço para outdoor (um mês para
4.9 cada) 1 unidade 5
Folder (60x14 cm/ 4x4 cores/ OFFSET
4.10 COMERCIAL 180grs) 1 unidade 3000
Convite de lançamento (lâmina; 4x4 cores; Off
4.11 set comercial 240grs; 200x140mm 1 Unidade 3000
R$ 0,00
5 Administrativo Financeiro - Ano 1 e 2
5.1 Gestão financeira e prestação de contas 1 mês 12
5.2 Apoio administrativo e financeiro 2 mês 12
5.3 Serviços contábeis 1 mês 12
5.4 Secretária 1 mês 12
Cópias xerográficas e impressões e
5.5 encadernações 1 mês 12
5.6 Serviços de entrega (Moto Boy) 1 mês 12
5.7 Correio 1 mês 12

5.8 Telefonia (móvel e fixa) e serviços de internet 1 mês 12


R$ 0,00
6 Despesas com viagens - Ano 1 e 2
6.1 Hospedagem 1 diária
6.2 Alimentação para a equipe do projeto 1 diária
Transporte (locação de veículos, combustível
6.3 e táxi) 1 verba
6.4 Passagem aérea (especificar) 1 unidade
R$ 0,00
7 Materiais Diversos - - Ano 1 e 2
Materiais diversos de escritório e consumo em
7.1 geral 1 mês 12
7.2 Materiais diversos de informática 1 mês 12
R$ 0,00
8 Impostos e Taxas - Ano 1 e 2
Despesas com taxas e serviços de
8.1 Licenciamentos, seguros, prevenção 1 serviço 1
8.2 Impostos - INSS 1 verba 1
R$ 0,00
TOTAL DO PROJETO (somatório )
CAPTAÇÃO DE RECURSOS
TOTAL GERAL R$ 0,00
Os próximos itens abaixo do projeto são mais específicos de projetos no formato de
apresentação para captação de recursos financeiros junto a patrocinadores,
apoiadores e parceiros:

m) Plano de cotas e reciprocidade

Em geral, quando os projetos possuem altos valores orçamentários e necessitam da


participação de vários financiadores, utiliza-se a apresentação de um “plano de
cotas” onde são estabelecidos valores, assinaturas e benefícios “cotizados”, ou seja,
quais retornos e contrapartidas o projeto pode oferecer de acordo com o montante
investido por cada parceiro.

Exemplo (simulação):

Estudo de Aplicação de Marca – Plano de Cotas e Reciprocidade


Patrocínio Parceria Apoio
Categorias R$ 0,00 institucional R$ 0,00
Benefício/ Benefício/ Benefício/
Descrição da Contrapartida Quantidade Quantidade Quantidade
Inserção da Marca
Placa sinalizadora do
investimento na edificação (6)
Placa Permanente na edificação x x
Outdoor (5) x x x
Lançamento oficial do início do
projeto – convite
(1000) 10% 8% 5%
Folder (3000) x x x
Obra

Convite
Lançamento/inauguração 10% 8% 5%
Divulgação
Assessoria de Imprensa x x x
Citação do patrocínio nos
releases de divulgação do
projeto x x
Facebook (marca e citação) x x x
Twitter (notícias) x
Boletim virtual informativo x x x

n) Cronograma de desembolso

Em forma de quadro, ou não, especificar o valor (ou percentual) e o período do


desembolso financeiro ideal para a realização do projeto. Este quadro é importante
para o planejamento interno das empresas e do projeto. Pode ser objeto de uma
negociação após a definição de patrocínio.
Exemplo (simulação):

Mês Mês Mês Mês Mês


Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês 8 9 10 11 12
Etapas 1 2 3 4 5 6 7
Etapa R$
1 0,00
Etapa R$
2 0,00
Etapa R$
3 0,00
Etapa R$
4 0,00

o) Anexos

Deverá ser incluído como anexo todo o material que contribua para melhorar a
visualização ou que complemente o projeto, mas não pôde ser inserido na sua
formatação final. Podem constar nos anexos currículos, clipping de trabalhos
anteriores, modelos de peças gráficas do projeto, entre outros.

Observação: Nunca se esqueça de assinar o projeto, deixando todos os contatos


possíveis.

5. Avaliação do projeto

Avaliar o projeto por meio de monitoramento constante e análises é fundamental


para:
 Validação das metas/resultados alcançadas;
 Aferição dos objetivos propostos;
 Continuidade do projeto;
 Manutenção de parcerias;
 Crescimento profissional de todos os envolvidos.
5.1 - Acompanhamento e monitoramento:
 Permitem-nos verificar se estamos no caminho dos objetivos propostos.
 Servem para indicar mudanças de percurso, o que pode significar melhor
aproveitamento dos recursos (humanos, físicos, etc), economia e necessidades
de readequações.
 Balizam avaliações finais, ajudam na aquisição de dados quantitativos e
qualitativos.
 Por mais simples que seja o projeto, é possível realizar o monitoramento e a
avaliação.
 Caso o projeto realize ações periódicas, indica-se a aplicação de questionários
para coleta de dados parciais – produção de informações.

5.2 - Relatório de Avaliação

Ao final do projeto é necessário fazer uma avaliação consistente. A realização de


pesquisas de opinião junto aos diversos agentes envolvidos do projeto (de
patrocinadores ao público) traz elementos para a construção e sistematização de
informações que contribuem para uma análise minuciosa dos resultados. Essas
informações são valiosas e devem ser coletadas durante o período de realização do
projeto.

O relatório final deve conter tópicos que ajudem os parceiros a compreenderem as


etapas de realização do projeto e o alcance das ações, de acordo com o que foi
proposto inicialmente. Alguns tópicos são fundamentais de serem mensurados e
analisados: impactos gerados/resultados (de acordo com os objetivos propostos e
seus indicadores), patrocínio/parceria, público atendido, realização financeira,
comunicação, equipe envolvida, geração de empregos e renda, desdobramentos e
continuidade.

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