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MARÇO 2023 - EDIÇÃO 1

Guia de Elaboração e Gestão


de Projetos Sociais
MARÇO 2023 - EDIÇÃO 1

Organizado por:

Arlete Gomes
GUIA DE ELABORAÇÃO E GESTÃO
Assistente Social
Atuação: Coordenadora de Projetos Sociais
DE PROJETOS SOCIAIS
Odete Rigato Mioto
Assistente Social
Atuação: Coordenadora Pedagógica/CEFEP Os projetos na vida das organizações e os elementos
centrais para gerenciar os resultados

Esse guia está dividido em nove (9) etapas, e visam


atender estas três (3) perspectivas: Os projetos na
vida das organizações, elaboração de projetos e os
elementos centrais para gerenciar resultados. Esse
material é para você que busca aprimorar e qualificar
sua prática de captação de recurso para subsidiar
trabalhos e encontros nas comunidades, pastorais e
movimentos.
Boa leitura!
MARÇO DE 2023 | EDIÇÃO 1

APRESENTAÇÃO
O CEFEP é uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, constituindo-se
como um serviço à formação política dos cristãos leigos e leigas, sob a coordenação da
Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato (CEPL). E tem como:

OBJETIVO GERAL:
Fomentar em nosso País um pensamento social cristão à luz da Doutrina Social da Igreja e
dos valores evangélicos, contribuindo com a formação de lideranças inseridas na política
brasileira, em suas diferentes formas e níveis, a partir de uma reflexão bíblica e teológica
das ciências sociais e da filosofia.

MISSÃO:
Promover a transformação social, por meio dos grupos de formação e articulação política, na
defesa da democracia participativa, agindo de forma solidária e sendo espaço de diálogo e
atenção às pessoas, na perspectiva de uma ecologia integral e de uma economia solidária.

VISÃO:
Ser referência em formação e aprofundamento do pensamento social cristão em vista da
transformação social e política do Brasil.

VALORES:
Educação libertadora;
Sinodalidade;
Diálogo;
Ecumenismo;
Solidariedade;
Serviço;
Espiritualidade encarnada;
Respeito à diversidade;
Ecoespiritualidade.

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AFINAL, O QUE É UM PROJETO SOCIAL?


O significado de projeto

Projeto é um plano para a realização de um ato, também pode significar desígnio,


intenção e esboço. Esta é uma palavra oriunda do termo em latim projectum que
significa “algo lançado à frente”. Por esse motivo, o projeto também pode ser uma
redação provisória de uma medida qualquer que vai ser realizada no futuro.

É importante dizer que um projeto social tem como finalidade repercutir na vida da
sociedade, para isso, precisa dialogar dentro de um esquema lógico a ser
implementado, de modo a ter sempre lugar de avaliação e reformulação que
contribua de forma reflexiva para o aprendizado de quem está inserido nele. É neste
sentido que um projeto é uma estrutura lógica e ao mesmo tempo provisória.

Sabemos que projeto social é uma ação planejada, estruturada em objetivos,


resultados e atividades baseadas em uma quantidade limitada de recursos humanos,
materiais, financeiros e de tempo. Às vezes, parece muito simples, porém é necessário
compreender bem cada ponto para construir uma ideia planejada. Projeto não é
apenas aquele documento formal enviado aos financiadores como instrumento para
captação de recursos, muito mais do que isso, é uma das soluções técnicas mais
difundidas para que as pessoas e as organizações possam contribuir para o
enfrentamento de problemas sociais de uma forma organizada, ágil e prática.

Esse guia de elaboração e gestão de projetos sociais é uma ferramenta de


orientação prática, objetiva e com elementos essenciais para buscar novas parcerias
e fortalecer as alianças em prol da promoção da vida e do bem viver.

A proposta está dividida em nove (9) etapas, e visam atender estas três (3)
perspectivas: Os projetos na vida das organizações, elaboração de projetos e
elementos centrais para gerenciar resultados.

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1. O projeto na vida das organizações


Projetos: Aprendizado, Planejamento e Participação.

1.1 Flexibilidade e aprendizado institucional


É fundamental que a instituição promotora de projetos estimule a atitude
institucional que leve seus integrantes a reflexão crítica constante para
experimentar e aprender coletivamente a partir da prática social.

Todos os instrumentos utilizados para gerir projetos, praticamente, acabam


reduzindo e simplificando a realidade social concreta. Quando tais instrumentos são
utilizados por organizações mais rígidas, de pouca reflexão autocrítica, de não
participação dos beneficiários e de excessiva confiança em modelos prontos, corre-
se um grande risco de que as piores limitações do formato do projeto venham a se
manifestar com força.

Assim, para que um projeto possa ter maiores chances de êxito, é fundamental que
o estilo e a cultura de gestão que o orienta sejam baseados em:

Uma atitude de reflexão crítica, de aprendizado e de investigação permanente;

Dinâmicas que possibilitem diferentes formas e níveis de participação de todos


os envolvidos;

Flexibilidade para experimentar, adaptar e inovar, de forma que os instrumentos


metodológicos usados para gerir um projeto (objetivos, resultados, indicadores,
atividades, recursos, prazos) não se tornem uma camisa de força.

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1.2 Sistematizar experiências


A organização deve dotar-se de instrumentos e procedimentos sistemáticos
constantes de reflexão no processo de gestão de projetos que possam lhe dar boas
condições para uma melhor compreensão da problemática enfrentada e para sua
transformação.

Recomenda-se que cada organização selecione, no momento do planejamento


anual, pelo menos uma experiência concreta para ser sistematizada. E que o
processo de sistematização seja ele também planejado.

1.3 Alguns passos metodológicos para realizar a sistematização


Um ponto de partida definido: Aqueles que vão participar da sistematização
tomaram parte na experiência e existem registros dela?

Uma definição clara da experiência a ser sistematizada: Qual o objetivo da


sistematização? Qual experiência de trabalho será sistematizada? Que
aspectos centrais desta experiência mais nos interessa explorar?

A recuperação do processo vivido: Reconstruir o processo real conforme foi


vivenciado, usando as informações registradas de forma a ter-se uma
periodização do processo segundo as questões que mais nos interessam.

Uma reflexão crítica sobre os porquês da experiência: Responder perguntas


chaves, tais como: Por que as coisas aconteceram de certa forma e não de
outra? Quais as tensões e contradições reais do processo que ajudam a
compreendê-lo? Quais as causas diretas e as mais profundas/estruturais dos
fenômenos observados? Quais os fatores que favoreceram e quais os que
dificultaram a nossa ação?

Um ponto de chegada: Saber formular conclusões em relação aos pontos que


nos interessam na sistematização, procurar comunicá-las a outros atores
interessados e retirar consequências concretas para a vida institucional e para a
gestão dos projetos.

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1.4 As fases do ciclo de um projeto

FIGURA: HTTPS://CAPTA.ORG.BR/

________________________
1 Trata-se de uma estrutura de quatro etapas projetada para ajudar os gerentes de projeto a orientar seus projetos com sucesso do
início ao fim. O propósito do ciclo de vida do projeto é criar uma estrutura fácil de seguir para orientar o trabalho. Quais são os
quatro estágios do ciclo de vida do projeto? O início do projeto: entender metas, prioridades, prazos e riscos do projeto; o
planejamento do projeto: descrever as tarefas e o cronograma a ser executado; a execução do projeto: colocar seu plano em ação
e monitorar o desempenho; a conclusão do projeto: analisar os resultados, resumir as principais aprendizagens e planejar as
próximas etapas.

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1.5 Na prática, a relação entre estas fases não é tão linear quanto o esquema
possa fazer crer e pode ser definida em três tópicos:
A elaboração de um projeto nunca cessa, uma vez que a reflexão sistemática
durante o processo de implementação (monitoramento e avaliação +
sistematização) leva sempre a reformulações significativas de objetivos,
estratégias, resultados e atividades;

A aprovação ou a decisão acerca de recursos para o projeto, muitas vezes, já está


definida quando o grupo se reúne pela primeira vez para começar a discutir a sua
formação;

Embora uma fase de avaliação, propriamente dita, seja colocada no final do


período (final do ano, final do triênio, final do projeto) avaliações acontecem
continuamente ao longo da implementação, como parte do sistema de
monitoramento e avaliação do projeto. Sendo essencial como base de referência
para as avaliações maiores e mais profundas, via de regra, com participação
externa, de final de período marcantes.

1.6 Os objetivos e as atividades relativas a cada momento do ciclo de um projeto


são:
Fase da identificação
A fase da identificação é caracterizada:

Pela identificação da oportunidade da intervenção:


Essa é a hora da oportunidade da intervenção, delimitando-se o seu objeto e o seu
âmbito. Identificando-se hipóteses explicativas preliminares sobre a situação
problema a ser enfrentada.

Pelo exame preliminar da sustentabilidade da ideia:


Nesse momento, realiza-se uma análise preliminar da viabilidade da ideia.

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Fase de elaboração:
A fase de elaboração é caracterizada:

Pela formulação do objetivo do projeto:


Quando se define com base nas possibilidades e limitações indicadas na fase de
identificação. O Objetivo Geral e os Objetivos Específicos do projeto de acordo com
a estratégia de intervenção.

Pela proposição de resultados imediatos:


Quando são propostos resultados a serem alcançados de imediato.

Pela indicação de atividades e ações:


Quando são formuladas atividades chave, necessária a produção de resultados.

Pela análise da lógica da intervenção:


Quando é realizada uma análise crítica de ações – atividades – resultados.

Pela identificação de fatores de risco:


Definindo como a intervenção será feita, é imprescindível que se proceda a análise
das premissas de fatores de risco do projeto.

Pela definição dos indicadores, meios de verificação e procedimentos de


monitoramento e avaliação:
Esse é o momento de formular os parâmetros pelos quais o projeto será
continuamente monitorado e avaliado.

Pela análise da sustentação lógica do projeto:


Procede-se a análise do marco lógico.

Pela montagem do plano operacional:


Uma vez que se tenha segurança da qualidade do projeto e sua sustentabilidade,
monta-se o plano operacional para definir os resultados.

Pela determinação dos custos e da viabilidade financeira:


É quando o projeto está elaborado e passa-se aos cálculos financeiros.

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Pela redação do projeto:


Esse é momento de redigir o documento de apresentação do projeto, sistematizando
as principais definições da intervenção de forma a justificar solidamente a iniciativa.

Fase de aprovação:
Essa fase é marcada pela negociação entre as partes, aprovação de recursos, e
assinatura do contrato.

Fase de implementação:
Essa é a fase de maior complexidade, envolve o desenrolar das atividades e a
utilização dos recursos com vistas a produção de resultados e o alcance dos objetivos
estipulados.

Fase de avaliação:
É a fase que corresponde ao momento de avaliação do projeto após um certo
período. Ou, então, quando o projeto muda de natureza ou se encerra e faz uma
avaliação.

1.7 Prestação de Contas


A prestação de contas é a apresentação detalhada das despesas, conforme o
orçamento aprovado. Na prestação, estão inseridas obrigatoriamente:

Planilha detalhada dos valores gastos, observando o cronograma de execução


do projeto;

Notas fiscais, recibos e comprovantes legíveis e originais para fins de fiscalização


e auditorias;

Relatório de atividades etc.

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2. Os fatores de êxito de um projeto social


Encontrar formulas concretas e compreensíveis são indispensáveis para alcançar
projetos brilhantes.

2.1 Para ser exitoso, um projeto social deve satisfazer às seguintes condições:
Realizar as atividades e produzir os resultados esperados dentro do padrão de
qualidade, do cronograma e do orçamento definido;

Atingir de forma substancial os objetivos de médio prazo estabelecidos, gerando


mudanças concretas na qualidade de vida, na capacidade organizativa e no
poder de influenciar processos mais amplos dos setores sociais definidos como
beneficiários;

Proporcionar uma genuína apropriação do projeto por parte de seus principais


beneficiários diretos, de forma que eles se tornem seus sujeitos e não apenas seus
beneficiários passivos;

Gerar conhecimentos reconhecidamente novos e metodologias inovadoras para o


enfrentamento de problemáticas socialmente relevantes;

Desenvolver capacidade de multiplicação, tornando-se referência tanto para


outras organizações sociais quanto para as políticas públicas;

Desenvolver a capacidade de atração de novos parceiros/aliados e de novos


financiamentos.

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2.2 Quais são, porém, os fatores-chave dos quais depende o êxito de um


projeto? Os mais importantes são:
Realizar as atividades e produzir os resultados esperados dentro do padrão de
qualidade, do cronograma e do orçamento definido;

Ter objetivos e resultados claramente definidos. ¨Não como camisas de força,¨


mas como bússolas orientadoras da direção;

Construir unidades de propósitos, um clima de colaboração e envolvimento e clara


divisão de responsabilidades dentro da equipe executora;

Pessoas certas nos lugares certos, reunir competência técnica especializada nas
áreas prioritárias e capacidade metodológica para conduzir processos
participativos;

Sempre contar com a participação de potenciais beneficiários diretos dos projetos


em todas as principais atividades planejadas, nos seus momentos de
Monitoramento (M) e Avaliação (A), aumentando as chances de alcançar os seus
objetivos e a sustentabilidade do projeto;

Ouvir todos os integrantes: desenvolver a capacidade de harmonizar as visões,


interesses, expectativas de todos os atores envolvidos de forma a obter-se
consensos progressivos sobre os principais elementos do projeto;

Dispor de capacidade gerencial técnica, administrativa e financeira adequada ao


nível de complexidade e ao volume de recursos do projeto;

Dispor de recursos financeiros suficientes para sustentar a maior parte das


atividades previstas.

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2.3 Os passos para a realização de um diagnóstico participativo:

Grandes ideias e pensamentos surgem do espaço, refletindo a nossa visão do mundo!

Monte uma equipe


A equipe geralmente é pequena, formada por pelo menos três pessoas
dispostas a dialogar, podendo incluir pessoas de fora da comunidade, com a
ressalva de que haja alguém conhecido pela comunidade.

Planeje o seu diagnóstico


Faça um planejamento básico, defina um roteiro para a realização do
diagnóstico, veja que materiais ou estruturas irá precisar, planeje como irá
registrar o processo e divida as funções com a equipe.

É importante verificar quais das ferramentas de diagnóstico são mais


indicadas para os aspectos que se pretende diagnosticar e se possível, utilize
mais de uma ferramenta para obter dados de diferentes formas.

A essência do diagnóstico é o diálogo


O diagnóstico pode ser realizado junto a cada família e/ou no coletivo. Essa
conversa pode ser estimulada a partir de uma reunião, uma caminhada, ou
pela confecção de um mapa da propriedade ou da comunidade.

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Sistematize o resultado do diagnóstico


Sistematizar significa organizar as informações, reunindo-as conforme
categorias e temas. Após coletar um monte de dados, é chegada a hora de
juntá-los, de forma que representem a riqueza de informações, de maneira
simples, objetiva e clara. Ao final, elabore com este material sistematizado o
relatório do diagnóstico.

Apresente o resultado para a comunidade


As informações levantadas e organizadas devem ser apresentadas em
reunião comunitária para que possam ser discutidas com a comunidade. O
próximo passo é pensar onde se pretende chegar e que ações podem ser
realizadas para transformar a realidade. Esse processo é o planejamento.

Tomem decisões e planejem as ações de forma coletiva


Este é o momento de planejar as ações. Para esta etapa, pode ser feito um
plano de trabalho, pensando em todas as atividades que a comunidade
deverá empreender em resposta aos problemas e às dificuldades priorizados
no processo de diagnóstico.

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2.4 Árvore de Problemas

Para elaborar, inicia-se desenhando uma árvore e colocando o problema identificado


no tronco da árvore. Na discussão com o grupo, vão sendo preenchidos cartões com
possíveis causas (raízes) e efeitos (galhos) do problema. As tarjetas vão sendo fixadas
na árvore, ao tempo em que se discute verdadeiramente a causa o efeito e se for
necessário, trocam-se os cartões de lugar. No debate final, discute-se quais das
causas podem ser eliminadas ou controladas por atividades da comunidade.

____________________________
2 A “árvore de problemas” é uma ferramenta utilizada para analisar a relação causa-efeito de um problema previamente
determinado, seja no mapa da comunidade, na caminhada transversal ou na utilização de outras ferramentas. As raízes da
árvore simbolizam as causas do problema. O próprio problema se encontra no tronco e os galhos e folhas representam os
efeitos. A intenção é analisar um problema a fundo, com a finalidade de estabelecer as suas causas primárias. Estas causas
primárias serão o ponto de partida para a busca de soluções.
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3. Formulando o Projeto

É importante, antes de tudo, ler as orientações ou o edital com muita atenção. O


edital é o documento com as linhas gerais do financiamento, valor máximo, prazos e
regras. O financiador quer apoiar ações relacionadas a alguma temática ou frente de
atuação. Portanto, somente dê o passo adiante se a ideia de projeto estiver alinhada
com o objetivo do edital.

Os elementos de um projeto:

Título: Qual o nome do projeto?


Aconselha-se pensar no nome somente depois de ter estruturado o projeto.
Pense em um nome que seja simples, atrativo, criativo e que, ao mesmo tempo, traduza
a essência do projeto. Pode conter algo relacionado com o que vão fazer e a
localidade. O interessante é que o nome seja o primeiro atrativo, que deixe o
financiador com vontade de ler o documento. Se o nome é muito grande, do tamanho
de um parágrafo, até que o avaliador termine de ler, já vai ter esquecido como
começou.

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3.1 Resumo
O resumo deve conter a essência do projeto, ou seja, deve trazer as linhas gerais, que
possibilitem a quem lê um bom entendimento do projeto. Em geral, o resumo
apresenta minimamente para quê o projeto será feito (objetivo geral), o que será feito,
para quem e onde. Dependendo do formulário, o resumo pode ser maior, às vezes,
chegando até uma página de texto, neste caso, complemente com informações do
contexto e da justificativa, o tempo e o valor necessários.

3.2 Apresentação
Alguns editais pedem informações referentes à organização em formulários contendo
itens, como: nome, endereço, data de constituição, histórico de atuação, composição,
missão, parceiros etc. No entanto, pode acontecer do financiador pedir um texto
corrido, se assim for, lembre-se de abordar estes itens acima.
É muito importante que o avaliador veja claramente que o projeto proposto tem a ver
com a organização, seja pelo motivo que ela foi criada, a missão, os objetivos ou o
histórico de atuação. Aproveite, se for o caso, para contar um pouco da experiência
da organização com a temática que será trabalhada no projeto.

3.3 Contexto
O contexto é a realidade do local, bairro ou região, onde o projeto vai intervir. Deste
modo, deve ser suficiente para que o financiador perceba claramente a localidade, as
questões ambientais, econômicas, sociais e culturais, que influenciam diretamente
sobre a comunidade em que o projeto pretende atuar.

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3.4 Público ou Beneficiários


Os beneficiários, como o próprio nome diz, são as pessoas para as quais o projeto se
destina, isso quer dizer a quantidade de pessoas e qual o perfil delas. Às vezes, não
aparece um item específico para a descrição dos beneficiários, devendo, nestes
casos, serem apresentados no contexto.

Pergunta chave - Quem vai se beneficiar? Quantas comunidades, famílias,


pessoas?

3.5 Justificativa
Deve-se deixar claro por que as atividades e os investimentos propostos são
necessários e como vão ajudar a alcançar os resultados e objetivos esperados e,
assim, melhorar a realidade.

Assista este vídeo para te inspirar como


fazer uma justificativa
https://www.youtube.com/watch?v=8y0bU42Zw1Y

3.6 Objetivo Geral


O objetivo geral deixa claro a partir de qual perspectiva o projeto se desenvolverá. Ele
expressa o impacto mais geral do projeto, mas além dos efeitos produzidos para seus
beneficiários diretos ou das organizações nele envolvidas. Geralmente, o objetivo
geral é um parágrafo de no máximo cinco linhas, que inicia com o objetivo amplo, cita
a localidade e dá uma “pincelada” no que será feito.

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3.7 Objetivos Específicos


Os objetivos específicos correspondem aos resultados concretos que o projeto
pretende alcançar e contribuem para o alcance do objetivo geral. Quais as mudanças
e os resultados concretos que o projeto pretende alcançar?

Para chegar aos objetivos específicos, deve-se primeiramente definir qual o problema
principal será o foco do projeto, feito isso, identifica-se as causas (a “árvore de
problemas” pode ser muito útil neste processo). E, a partir delas, deve-se pensar no
que poderá ser feito para minimizá-las, estes serão então os objetivos específicos.

3.8 Atividades
O que são?
Atividades são agrupamentos de ações concretas, de forma que um conjunto de ações
deve ser realizado para viabilizar cada atividade.

4. Como Elaborar Atividades e Ações?


ATIVIDADES (Segundo resultados e sem detalhamento de ações perspectivas).

a)Selecionar e capacitar educadores de rua e profissionais das áreas (médica,


psicológica, esporte...) afinados com os objetivos do projeto.
b)Estabelecer acompanhamento individual à criança na rua e na casa.
c)Identificar e contatar escola apropriada a inserção da criança.
d)Realizar oficinas de formação para professores, pais da escola sobre inserção de
crianças de rua.
e)Ministrar aulas de preparação e reforço escolar na casa de apoio.
f)Acompanhar regularmente as crianças na escola.
g)Elaborar cursos técnicos apropriados (informática, desenhos) em conjunto com
instituições.
h)Realizar diversos cursos técnicos na casa de apoio.
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4.1 Resultados Imediatos


O que são
A definição de resultados imediatos ou metas, diz respeito a proposição de produtos
ou situações concretas e tangíveis a serem produzidas pelo projeto com base nas
realizações das atividades/ações.

EXEMPLO
Resultados:
1.Serviços de acompanhamento e assistência (médica, legal, de esportes) a partir de
uma casa de apoio e de educadores na rua instalados. (médio prazo)
2.Laços familiares e comunitários retomados.
3.Reinserção na escola efetiva.
4.Autoestima recuperada e habilitação para gerar renda regularmente conquistada.

4.2 Indicadores
O que pode indicar se o projeto teve sucesso em sua execução?
A maioria dos editais pedem que seja explicado como o projeto será monitorado e/ou
avaliado. Monitorar quer dizer ter meios para avaliar o projeto, seja durante sua
execução ou ao final. Em poucas palavras, consiste no balanço entre o planejado e o
realizado.

Ao falar sobre monitoramento e avaliação é importante esclarecer inicialmente o que


são os indicadores. Em poucas palavras, eles são referências quantitativas ou
qualitativas que servem para indicar se as atividades de um projeto estão sendo bem
executadas (indicadores de processo ou desempenho) ou se os objetivos foram
alcançados (indicadores de resultado e de impacto).

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4.3 Tipos de Indicadores

Indicadores de processo:

Atividade Indicadores Meios de verificação

Quantidade de
Listas de presença
capacitações
Realizar duas
realizadas;
capacitações em Fotos
agroecologia para 30
Quantidade de
agricultores Relatórios
agricultores
capacitados.

Indicadores de Resultado:

Objetivo Específico Indicadores Meios de verificação

Diversidade de
Fotos
espécies produzidas
Difundir a aplicação nas roças;
Visitas técnicas
de técnicas
agroecológicas junto Teor de matéria
Entrevistas
aos agricultores orgânica nos solos;

Relatórios
Independência de
insumos externos.

Indicadores de Impacto:

Objetivo Geral Indicadores Meios de verificação

Relatos
Aumento da segurança Redução no valor
alimentar com a gasto com a compra
Entrevista
implantação de de insumos externos
sistemas agroflorestais para produzir
Pesquisa
alimentos.

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5. O Marco Lógico como Instrumento de Elaboração e Gestão de Projetos


O Marco Lógico é um instrumento muito útil para elaboração, análise e gerenciamento
de projetos.

5.1 As melhores vantagens da utilização da metodologia do Marco Lógico


Garantia de que as questões chave são levantadas e consistentemente
respondidas de forma a oferecer mais informações e maior transparência a todos
os envolvidos;

Promove uma análise lógica e sistemática dos elementos-chave para a satisfatória


elaboração de um projeto e exige a formulação antecipada de seus parâmetros
de monitoramento e avaliação;

O planejamento melhora quando são identificados os fatores de risco, fora do


controle do projeto, mas que são fundamentais para seu êxito;

Maior facilidade de comunicação e compartilhamento de conceitos dentre todos


os atores envolvidos;

A utilização do Marco Lógico reforça as chances de continuidade de enfoque


quando há mudanças na equipe de execução.

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5.2 Análise da Lógica da Intervenção


Para proceder a essa análise, deve-se responder às seguintes perguntas:
As ações listadas são necessárias e suficientes para realizar as atividades?
As atividades previstas conduzem necessariamente a produção dos Resultados
definidos? Os resultados indicados, uma vez produzidos, têm chances de levar ao
alcance do objetivo do projeto? O alcance do objetivo específico do projeto tem que
probabilidade de contribuir de forma relevante para um objetivo geral do projeto?

5.3 Plano de trabalho


O Plano de Trabalho é um quadro que sintetiza a parte operacional do projeto. Apesar
deste quadro não ser solicitado em todos os editais, ele pode ser muito útil na
execução do projeto, podendo ser elaborado independentemente da exigência do
financiador. Pode ser usado inclusive para o planejamento da organização e
monitoramento do projeto.

5.4 Quais os passos necessários para o alcance de cada objetivo específico?


Pode ser que a atividade seja realizada por várias pessoas, neste caso, é importante
definir uma pessoa que lidere, que será a responsável por formar a equipe, fazer os
preparativos, mobilizar as pessoas que participarão e tomar outras providências
necessárias. Muitas vezes, confiar que todos irão realizar a atividade pode resultar
que ninguém a faça. Para ilustrar a situação veja esta história.

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5.5 Plano de Trabalho

Sobre a importância do planejamento das ações,


veja este vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=LOyX-vgdQGQ

5.6 Metodologia
Como as atividades serão realizadas detalhadamente? Quem irá se envolver? A
palavra “metodologia” significa, em poucas palavras, o caminho ou via para a
realização de algo. Portanto, neste item deve ser descrito como o projeto será
realizado para o cumprimento dos objetivos propostos.

5.7 Análise de Riscos


O que pode dar errado na execução do projeto? O que pode ser feito para reduzir os
riscos? O que será feito caso algo não funcione como previsto?

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5.7 Sustentabilidade do projeto


O que precisa ser considerado durante a realização do projeto para que, após o seu
término, haja continuidade das ações? Quando você se deparar com este item, pense
em como a sua comunidade ficará um ano após a execução do projeto e o que
precisa ser feito para que as ações não acabem junto com o projeto. As pessoas
continuarão envolvidas ou simplesmente ficará tudo abandonado?

5.8 Cronograma
Em geral, o tempo de realização do projeto é marcado em uma tabela específica,
como a apresentada abaixo, com os meses de realização. É importante destacar que
o “mês 1” não quer dizer “janeiro”, e sim o 1º mês de execução do projeto. No caso
abaixo, se o projeto foi aprovado em agosto e será iniciado somente em outubro,
então o mês 1 corresponde a outubro, e assim por diante.

5.9 Orçamento
O orçamento é a parte do projeto em que se indica quais recursos financeiros serão
necessários para sua execução, com os valores unitários e os totais. Algumas vezes,
pede-se que estes custos estejam descritos por atividades, rubricas ou cronograma de
desembolso. Portanto, é importante verificar previamente qual o modelo utilizado pelo
financiador. É importante verificar se o edital define uma porcentagem específica
para a contrapartida. Se assim for, lembre-se de considerá-la ao fazer o seu
orçamento.

Para cada atividade, quais as despesas/gastos serão necessárias? Quanto vou


solicitar ao financiador? De quanto será minha contrapartida?

5.9.1. Anexos
Fiquem atentos aos anexos que, porventura, forem solicitados no edital. Caso não
consiga algum documento solicitado, sugerimos que entre em contato com a entidade
financiadora e pergunte se há problemas em enviar a proposta assim mesmo. Alguns
financiadores nem leem a proposta caso faltem documentos.
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5.9.2 Check List


Ortografia: A proposta passou por uma revisão ortográfica por pelo menos uma
ou duas pessoas?

Objetivo do edital: A proposta está 100% alinhada com o que o financiador está
disposto a apoiar?

Critérios de elegibilidade: A proposta está de acordo com todos os critérios de


elegibilidade?

Critérios de avaliação: O projeto contempla grande parte dos itens relacionados


nos critérios de avaliação?

Itens financiáveis e não financiáveis: O orçamento somente contempla itens


ditos como “financiáveis” pelo financiador?

Valor mínimo e máximo financiável: O projeto respeita os valores mínimo e


máximo estipulados pelo financiador?

Contrapartida: O projeto apresenta uma proposta de contrapartida, conforme


solicitado pelo financiador?

Prazos: O projeto será enviado dentro do prazo?

Limite de páginas, linhas ou palavras: A proposta respeita o limite para o


tamanho da proposta, quando houver?

Anexos: Todos os anexos solicitados e/ou mencionados ao longo da sua proposta


foram incluídos no documento.

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6. Elementos de Gestão no Projeto


Um projeto bem elaborado deve contemplar elementos de gestão desde a sua
concepção:
Avaliação de Processo (monitoramento): Indica como o projeto se desenvolve. É
a eficiência dos métodos e procedimentos empregados, de modo a fazer mais
com menos;

Avaliação de Resultado: Eficácia dos métodos e procedimentos utilizados e


denota as transformações sociais geradas pelas atividades;

Avaliação de Impacto: Continuidade das transformações decorrentes das ações


implementadas, ou seja, a efetividade do projeto;

Avaliação dos indicadores: A formulação de indicadores deve vir acompanhada


da determinação de seus meios de verificação que são também chamados de
instrumentos ou fontes de informação. Vale, inclusive, lembrar que os indicadores
só são úteis se, a partir deles, puderem ser definidos os instrumentos. Os
instrumentos ou meios de verificação podem ser questionários, entrevistas, relatos
diários de observação, análise de documentos, reuniões programadas ou não
programadas, grupos focais etc.

6.1 Meios de Verificação

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6.2 Definições de Monitoramento e Avaliação (M. & A.)


O procedimento de monitoramento e avaliação de um projeto é definido como o
conjunto dos procedimentos de acompanhamento e análise realizados ao longo de
sua implementação com o propósito de checar se atividades e resultados realizados
correspondem ao que foi planejado (M) e se os objetivos previstos estão sendo
alcançados (A).

O monitoramento diz respeito a observação regular e sistemática do desenvolvimento


das atividades, do uso dos recursos e da produção dos resultados, comparando-os
com o planejado.

Assim, o monitoramento e a avaliação são duas dimensões do acompanhamento do


projeto que acontecem sempre juntas, fazendo pouco sentido realizar-se o
monitoramento sem a avaliação, assim, como fazer uma avaliação sem que esta tenha
por base as informações do monitoramento. Ou seja, M.&A são uma unidade.

Em resumo, M.&.A do projeto é a observação e revisão constante das informações,


análises e hipóteses nas quais o projeto se baseia, a partir de:

Mudanças na realidade concreta na execução;


Evolução do próprio projeto;
Evolução do avanço da reflexão e do aprendizado individual e coletivo.

Sugestão: Como realizar o processo de monitoramento?


Organizar um cronograma, de forma a verificar se as atividades previstas estão
acontecendo conforme o que foi estabelecido para o mês da execução de
determinada ação. Analisar se houve alguma mudança e o por quê.

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6.3 Orçamento e Viabilidade Financeira


Após a formulação do projeto dentro dos parâmetros do Marco Lógico inicia-se o
calculo dos custos e da definição da viabilidade financeira. Sendo fundamental que
todas atividades principais sejam descritas a fim de calcular o nível e o tipo de recurso
que cada uma delas irá necessitar.

6.4 Como realizar o cálculo do orçamento de um projeto?


Deve-se proceder da seguinte forma:
Determinar os recursos humanos, materiais e financeiros necessários para realizar
cada uma das atividades planejadas;

Calcular os recursos humanos, materiais e financeiros necessários para as


atividades de gestão e apoio ao projeto, mesmo se não formuladas no Marco
Lógico;

Cálculo do custo total do orçamento a partir dos gastos relativos ao uso dos
recursos acima indicados, repartindo-se o total segundo as diversas fontes de
financiamento;

Indicar as contribuições de cada grupo/instituição participante do projeto em


termos de recursos;

Qualificar a contribuição própria local das organizações executantes em termos


de recursos humanos (trabalho voluntário) materiais (cedência de equipamentos) e
financeiros.

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7. Plano Operacional
O Plano Operacional é a apresentação detalhada dos principais elementos do
projeto, indicando resultados, atividades, ações, prazos, responsabilidades e recursos
necessários. Ele serve como instrumento de orientação e controle cotidiano do
desenvolvimento do projeto para todos os envolvidos.

8. Abaixo uma sugestão de apresentação


Abertura
Página de capa, resumo.

Contexto
Organização/proponente,
Justificativas,
Antecedentes e origem do projeto.

Intervenção.
Objetivo geral,
Objetivo do projeto,
Resultados imediatos,
Atividades,
Metodologia,
Premissas e fatores de risco.

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Programação
Organização do trabalho e forma de atuação,
Recursos humanos e materiais necessários,
Cronograma.

Viabilidade
Sustentação política,
Viabilidade técnica,
Viabilidade econômico-financeira,
Dimensão ambiental,
Dimensão cultural, ética e de gênero,
Capacidade institucional e de gestão.

Sistema de M. & A
Indicadores e meio de verificação,
Organização e procedimento de M. & A.,
Revisões e avaliações.

Orçamento e plano de financiamento


Orçamento,
Proposta de financiamento.

Anexos
Marco Lógico,
Plano operacional,
Plano orçamentário
Cronograma de execução de atividades
Informações adicionais sobre a organização proponente.

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8.1 Fontes de recursos para organizações de base comunitária

Fonte Categorias Exemplos

Petrobrás, Itaipu Binacional,


Empresas Companhias de abastecimento de
Públicas água, Companhias de eletricidade.

Banco do Brasil, Caixa Econômica


Federal, o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Bancos Estatais
Social, o Banco da Amazônia e o
Banco do Nordeste.

Governos estaduais, municipais,


Ministérios, doações de apreensão
Governo
Estado da Receita Federal.

Agência Nacional de Águas,


Agências Agência Nacional de Energia
Governamentais Elétrica, Agência Nacional de
Saúde Suplementar.

Do Meio Ambiente, de Direitos


Humanos, de Direitos Difusos,
Fundos Estaduais de Meio Ambiente, Fundo
Amazônia.

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Fontes de recursos para organizações de base comunitária

Fonte Categorias Exemplos

Agência de Cooperação
Agências
Internacional do Japão, Itália,
brasileiras
Alemanha, Canadá, França.

Organização dos Estados


Americanos (OEA), Banco
Agências
Interamericano de Desenvolvimento
multilaterais
(BID), União Europeia.

Programa das Nações Unidas para


Organismos
Agências o Desenvolvimento (PNUD),
especializados da
Internacionais Organização para a Alimentação e
Organização das
Agricultura (FAO),Programa das
Nações Unidas –
Nações Unidas para o Meio
ONU
Ambiente (PNUMA).

Japão, Canadá, Noruega, Austrália.


Embaixadas

Fundación Inter-americana,
“Foundation Center”, “International
Fundações
Partnership for Human
internacionais
Development”, “European
Foundation Center”.

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Fontes de recursos para organizações de base comunitária

Fonte Categorias Exemplos

Diversas empresas por meio de


ações de responsabilidade
Empresas privadas socioambiental, de compensação
ambiental ou de ajustamento de
conduta.

Bancos Bradesco, Itaú, HSBC.

Banco do Brasil, O Boticário, Ayrton


Fundações
Senna, Semear.

Iniciativa Privada
Instituto Sociedade, População e
Natureza(ISPN), Coordenadoria
Ecumênica de Serviço (CESE),
Fundo Brasileiro para a
Organizações Não
Biodiversidade (Funbio), Fundo
Governamentais
Socioambiental CASA, Instituto
Ethos, Fundo DEMA, Grupo de
Institutos, Fundações e Empresas
(GIFE).

Doações, heranças, crowdfunding,


Indivíduos
rifas, participação em eventospara
(pessoa física)
arrecadação.

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9.0 Links de Interesse


Nacionais:
CNBB – Fundo Nacional de Solidariedade:

https://fns.cnbb.org.br/fundo/informativo/index

Fundo Brasil:

https://www.fundobrasil.org.br/quem-somos/

Fundação Luterana de Diaconia (FLD):

https://fld.com.br/nossa-historia/

Associação Brasileira de Captadores de Recursos:

https://captadores.org.br/a-associacao/

Internacionais:
Adiveniat: brasil1@adveniat.de
Comissão Pontifícia para a América Latina: pcal@americalatina.va

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9.1 Definições de Termos Básicos

Atores Envolvidos: São todos os indivíduos, os grupos ou as instituições que têm


interesses em relação ao projeto proposto.

Atividades: É um conjunto de ações concretas desenvolvidas por uma instituição


durante a aplicação de um projeto.

Avaliação: É a atividade de análise do quanto um projeto foi capaz de produzir


resultados (efeitos e impactos) que ele se propunha. Dois são os momentos que
ocorrem: durante a execução do projeto na dinâmica de monitoramento e avaliação
(M.& A.) e com mais profundidade no final do período do projeto.

Beneficiários/público prioritário: É o conjunto de pessoas e grupos que serão


beneficiados pelas atividades do projeto.

Diagnóstico: É o estudo do contexto no qual o projeto será desenvolvido de forma a


oferecer informações relevantes e uteis para que o projeto seja elaborado da melhor
forma possível.

Efeitos: São as mudanças concretas provocadas por um projeto ao longo de sua vida
útil e expressam o alcance dos objetivos de um projeto.

Impacto: São as mudanças mais profundas a longo prazo que um projeto se propõe.
São mudanças sociais mais amplas.

Indicadores: São os parâmetros ou sinais utilizados para avaliar o andamento do


projeto, os quais indicam mudanças de quantidade, de qualidade no que se refere as
metas estabelecidas no projeto.

Marco Lógico: É a metodologia de elaboração, de análise e de gestão de projetos


baseados em um esquema de 4 linhas e 4 colunas. O marco lógico é um conjunto de
hipótese e efeitos que tornam visíveis as relações entre as atividades, os resultados e
os objetivos geral e específicos pelos quais o projeto quer contribuir.

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Meios de Verificação: São dados, informações, meios de coleta e registros que


verificam a variação dos indicadores do projeto.

Monitoramento: É a atividade de observação, coleta e registro de informações de um


projeto que tem por objetivo o controle das ações.

Objetivos do Projeto: São as mudanças sociais que um projeto se dispõe a fomentar


ou efetivar/produzir.

Objetivo Geral: É o objetivo superior ao projeto ao qual ele pretende contribuir.


Normalmente ele faz parte de um programado qual o projeto faz parte.

Participação: É o envolvimento na elaboração e na realização de um projeto de


todos os seus atores, sejam eles, grupos, pessoas, instituições que podem contribuir
para o êxito do projeto.

Plano Operacional: É a apresentação resumida das principais atividades de um


projeto.

Projeto: É uma ação social planejada e estruturada para obter resultados dentro de
um processo cujo tem objetivo geral e específico.

Programa: É um conjunto de ações e estratégias que expressa objetivos de uma


determinada política.

Recursos: São insumos necessários para a realização de um projeto, classificados em:


humanos, materiais e financeiros.

Resultados Imediatos: São serviços e situações que um projeto quer produzir em


curto prazo a partir das atividades propostas de um projeto.

Viabilidade: Tais critérios e condições podem ser: políticas, técnicas, culturais,


financeiras que um projeto deve obedecer a fim de obter chances de êxito.

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10. Referências bibliográficas


Elaboração e gestão de projetos sociais / Domingos. Armani. - Porto Alegre: Tomo
Editorial, 2009. -. 96p. (Coleção Amencar).

SILVA, Elisa Marie Sette; PENEIREIRO, Fabiana Mongeli; STRABELI, José; CARRAZZA,
Luis Roberto; Guia de Elaboração de Pequenos Projetos Socioambientais para
Organizações de Base Comunitária – Brasília -DF; Instituto Sociedade, População e
Natureza(ISPN), 1ª edição,2014.

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