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CLÍNICAS DE INTERNAÇÃO EM SAÚDE MENTAL

GABRIELA CHRISTÓFARI JANUTT


LUCAS ZAMPERLINI
MONIQUE GAIGHER
OTÍLIA ALMEIDA
VICTOR FERES
Historias das instituições destinadas aos
tratamentos mentais.
• Liderava até aos meados do séc. XX;
• Internação era a única condição de tratamento;
• Exclusão, tratamentos cruéis, condições desumanas;
• Admitiam a internação de pessoas que não possuíam qualquer tipo de transtorno: rejeitadas, discriminadas ou consideradas “desajustadas”,
• Comparados a um campo de concentração da 2° Guerra Mundial;
• Gerando uma série de críticas, reprovando esses tipos de tratamento nas instituições, dando início o caminho das reformas e modificações.
• O caso mais famoso foi o do Hospital Colônia, de Barbacena, em Minas Gerais, ficou conhecido como o holocausto brasileiro.
• No Brasil, assistência aos pacientes psiquiátricos é algo ainda muito recente, mas com o passar dos anos, esses pacientes foram adquirindo
direitos que precisam ser respeitados e cumpridos
• Em abril de 2001 foi promulgada a Lei n.º 10.216, proteção e direitos das pessoas
portadores de transtornos mentais;
• Com foco a extinção gradual dos manicômios, substituídos por outras formas de
assistência, preservando os direitos das pessoas com transtornos mentais, recorrendo a
internações apenas em último caso, por pouco tempo e com o objetivo de facilitar o retorno
da pessoa ao convívio social o mais breve possível;
• Rede composta pelos CAPS – Centros de Atenção Psicossocial, um serviço aberto do
sistema único de saúde (SUS), Serviços Residenciais Terapêuticos; Unidades de
Acolhimento; Leitos de Saúde Mental em Hospitais Gerais; Programa de Volta para Casa:
ajudar quem estava internado há muito tempo em manicômios a resgatar seus direitos e
serem reinseridos na sociedade;
• Rede de apoio: prestado por equipes multiprofissionais, psicólogos, médicos, terapeutas
ocupacionais, assistentes sociais, enfermeiros e outros profissionais;
• tratamento mais humanizado, participação da família;
 Rede de apoio se refere também à existência de uma rede de parentes e amigos com os
quais pode contar em momentos de necessidade;
 É muito importante para o paciente, que passa a ter relacionamento social melhor,
favorecendo muito seu convivo familiar.
 O profissional, pode saber escutar os problemas enfrentados pelas famílias, e assim discutir
meios que promovam o autocuidado do paciente, melhorando seus relacionamentos em
todos os aspectos. (CORDEIRO et al., 2012).
 No âmbito do Estado do Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde, ao promulgar o Protocolo de
Classificação de Risco em Saúde Mental (SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO ESPÍRITO SANTO,
2018;
 Assim, a Secretaria considera que a internação em saúde mental é um recurso de última instância, a ser
utilizado após a comprovada ineficácia, no caso em questão, dos recursos extra-hospitalares;
 No sentido da Lei n.º 10.216/2001, o documento lembra que as internações podem ocorrer somente quando
autorizadas por laudo médico individual;
 O laudo deve ser apresentando junto da avaliação interdisciplinar, que descreverá as medidas terapêuticas de
abordagem do caso, emitida pelo CAPS do munícipio onde o paciente reside;
Público alvo

 Em termos de legislação em saúde mental, o Brasil dispõe da Lei nº 9.867/99 que versa sobre a criação e o funcionamento de
Cooperativas Sociais, visando à integração social dos cidadãos; No Espírito Santo, por exemplo existe a Lei nº 5.267/92, que
dispõe sobre direitos fundamentais das pessoas consideradas doentes mentais;
 No que tange a Lei 10.2016/01 a internação pode ser voluntária, ou seja, com o consentimento do paciente, a involuntária que é
sem o consentimento e a pedido de terceiro, ou compulsória, a pedido da Justiça.
 A internação só deve ser indicada quando esgotados os recursos fora do ambiente hospitalar;
 Conforme Fabrício Selbman, Diretor do Grupo Recanto, rede de três clínicas de tratamento de dependentes químicos referência
no Norte e Nordeste:
 A internação psiquiátrica é uma modalidade voltada para os casos mais graves, que necessitam de cuidados intensivos. Ela
acontece quando o profissional que orienta o atendimento percebe que o paciente tem prejuízos na sua vida social, familiar e na
própria saúde. Costuma ser mais indicada nos casos em que o paciente se encontra em crise, surto ou com predisposição ao
suicídio. O objetivo é intervir na crise e realizar o seu controle, para que a pessoa possa ser estabilizada. Entre os casos mais
comuns de internação psiquiátrica estão: Dependência química, Alcoolismo, Depressão, Transtornos psicóticos (a exemplo da
esquizofrenia), Transtornos de humor (a exemplo da bipolaridade) e Predisposição ao suicídio.
 Observa-se que a legislação em vigor não é específica no que tange ao público alvo das internações em clínicas de saúde mental,
apenas indicando o termo “pessoa portadora de transtornos mentais”.
Serviços Prestados

 Parágrafo Único do artigo 2° da Lei 10.2016/01:


 “Art. 2º Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental: I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de
saúde, consentâneo às suas necessidades; II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde,
visando a alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; III - ser protegida contra qualquer forma
de abuso e exploração; IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas; V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para
esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária; VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis; VII -
receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento; VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos
meios menos invasivos possíveis; IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental”.
 A internação em Clínicas de Saúde Mental busca “acolher as pessoas em um momento de crise, estabilizar o quadro e promover uma
recuperação até a pessoa retornar ao seu estado estável”, conforme Fabrício Selbman
 Já a página do Centro de Tratamento especializado em saúde mental e dependência química Bezerra de Menezes dispõe que a clínica em
internação de saúde mental deve:
 Centrar-se na estabilização do paciente: minimizando riscos, levantando necessidades psicossociais, ajustando o tratamento
psicofarmacológico e a reinserção social do paciente em seu meio; Integrar a família no tratamento. Revisão do diagnóstico ou hipótese
diagnóstica; Ajuste medicamentoso; Focar na adesão ao tratamento com o paciente e familiar; Sensibilização para o combate ao
estigma.
Porta de entrada

 A hospitalização de indivíduos nas clínicas psiquiátricas é indicada para casos dependência química, seja de drogas ilícitas ou lícitas,
crises constantes de síndrome do pânico, episódios de psicose, transtorno mental , entre outros casos;
 Cabe ao médico e aos demais profissionais de saúde mental observar e analisar a situação do paciente e a necessidade ou não da
internação;
 Necessário um laudo que comprove tal demanda;
 Ressaltar a importância do acolhimento, não só na entrada dos pacientes, mas durante todo o tratamento,
 Necessário que ocorra a escuta terapêutica para que o paciente e o psicólogo consigam estabelecer um vínculo que acarretará o amparo e
no futuro no fim do tratamento psiquiátrico do indivíduo.
Equipe mínima

 A equipe técnica multifuncional mínima precisa conter um médico com especialização e/ou experiencia em psiquiatria, de um a dois
psicólogos, dependendo da área de atendimento e a quantidade de horas trabalhadas semanalmente, um assistente social, em algumas
regiões também é necessário um profissional que possua nível superior na dimensão de saúde mental;
 A carga horária dos profissionais pode variar entre de 20 a 60 horas semanais, dependendo do cargo e que exercem e da região em que
irão atuar;
 O resultado esperado para este tipo de internação é principalmente a estabilização do paciente, minimizando riscos como de agressão aos
outros ou a si mesmo, prescrição de psicofármacos e ressocialização do indivíduo (MENEZES, 2020).
Dicas culturais: filmes e séries

Holocausto Brasileiro - Documentário que aborda o Hospital Colônia de Barbacena (MG).


Bicho de 7 Cabeças - Filme brasileiro do ano 2000, baseado no livro "Canto dos Malditos", de Austregesilo Carrano. No filme, o jovem Neto (vivido por
Rodrigo Santoro) é internado num hospital psiquiátrico depois que seu pai encontra maconha no bolso do seu casaco. No hospício, Neto é submetido a
abusos extremos.
Nise: o Coração da Loucura - Filme de 2016 estrelado por Gloria Pires, aborda a história da psiquiatra Nise da Silveira.
Veronika Decide Morrer - Produção hollywoodiana baseada em livro homônimo de Paulo Coelho. A obra, que se passa quase toda dentro de um hospital
psiquiátrico nos EUA. Aborda as relações de poder e interesses socioeconômicos em torno das instituições psiquiátricas, além de abordar também questões
ligadas à alienação social dos dias atuais.
Em Nome da Razão - Outro documentário sobre o Hospital Colônia de Barbacena, este de 1979, dirigido por Helvecio Ratton.  
Um Estranho no Ninho - Clássico hollywoodiano da década de 1970 dirigido por Milos Forman. Ganhou 5 prêmios Oscar. Estrelado por Jack Nicholson e
Christopher Lloyd, também aborda interesses socioeconômicos e as relações sádicas de poder dentro de um hospital psiquiátrico nos EUA.
Tudo Pede Salvação – série  - é um jovem que após sofrer uma crise de ansiedade generalizada, acorda em uma clínica psiquiátrica onde foi internado
involuntariamente

Literatura:

O Alienista - Clássico de Machado de Assis, publicado em 1882. Após uma carreira consagrada como médico no Brasil e na Europa, Dr. Simão Bacamarte
retorna a Itaguaí (RJ), sua cidade-natal. Cada vez mais obcecado pelo desenvolvimento da Psiquiatria, abre na cidade o hospital Casa Verde. Com o passar
do tempo, começa a perceber sinais de demência na maioria dos moradores da cidade. Entre muitas internações e liberações, chega a prender 75% dos
moradores. No final, solta todos e se tranca sozinho na Casa Verde, pois se era a única pessoa mentalmente sã na cidade, anormal era ele.
Diário do Hospício - Relato cru de Lima Barreto após passar por duas internações no Hospital Nacional dos Alienados, no Rio de Janeiro, também
conhecido como o Hospício da Praia Vermelha. A primeira internação foi em 1914, a segunda em 1919. Uma autorreflexão sobre o status social da loucura. 
Cemitério dos Vivos - Romance inacabado escrito por Lima Barreto durante suas internações no Hospício da Praia Vermelha. Mais uma reflexão crítica
sobre os interesses sócio-políticos em torno da "indústria da loucura". "Os hospícios condenam os sujeitos à morte em vida", resume o escritor

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