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POLÍTICA NACIONAL

DE SAÚDE MENTAL
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POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL


LEI Nº 10.216/2001
A Política Nacional de Saúde Mental tem como marco a Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001,
que redirecionou a forma de atendimento direcionada à saúde mental no território nacional.
Ela dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas que apresentam transtornos mentais
(incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas)
e define que a internação, em qualquer de suas modalidades, só pode ser indicada quando
os recursos extra-hospitalares forem insuficientes para atender às necessidades do paciente
naquele momento.
A Lei nº 10.216/2001, também conhecida como Lei Paulo Delgado, foi aprovada após passar 12
anos em negociação no Congresso Nacional e garante o direito das pessoas com transtornos
metais. Ela foi reflexo das lutas da Reforma Psiquiátrica e foi entendida como um marco na
história da assistência à saúde mental brasileira, instituindo como dever do Estado o desenvol-
vimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde às pessoas
com transtornos mentais (com a participação da sociedade e da família).
Através desta Lei passaram a ser assegurados os direitos e proteção de pessoas em sofrimento
psíquico sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual,
religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e grau de gravidade
ou tempo de evolução de seu transtorno.
Estabeleceu-se, ainda, que, nos atendimentos em saúde mental de qualquer natureza, os
pacientes e seus familiares ou responsáveis deverão ser informados quanto aos direitos da
pessoa com transtorno mental, que são:
ͫ ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;
ͫ ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde,
visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
ͫ ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
ͫ ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
ͫ ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não
de sua hospitalização involuntária;
ͫ ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
ͫ receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
ͫ ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
ͫ ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
Assim, assegurou-se que a assistência à saúde mental seria voltada à reinserção social do
paciente na sua comunidade, garantindo o seu acesso aos melhores recursos terapêuticos,
e que estes seriam voltados às suas necessidades, além de ser assegurado tratamento com
respeito e garantia ao acesso à informação e à liberdade.
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No seu artigo 4º, a Lei 10.216/2001 afirma que a assistência à saúde mental deve ser realizada,
preferencialmente em serviços extra-hospitalares e que a internação de uma pessoa com trans-
torno mental, em qualquer de suas modalidades, só deve ser indicada quando esses serviços
se mostrarem insuficientes às necessidades do paciente naquele momento.
O tratamento em regime de internação foi estabelecido como uma forma de garantir que o
paciente receberá assistência em situações extremas (em que ele apresenta risco para si e para
terceiros), com acesso integral a serviços médicos, de assistência social, psicológicos, terapeu-
tas ocupacionais, de lazer, entre outros. É proibida a internação de pessoas com transtornos
mentais em instituições com características asilares, ou seja, instituições hospitalares que não
assegurem os direitos do paciente e não ofertem os recursos terapêuticos mencionados acima.
Nos casos em que o paciente está internado há um longo período ou que apresente grave
dependência institucional em função do seu quadro clínico ou da ausência de suporte social
/ familiar, participará de políticas específicas para realização da alta planejada e reabilitação
psicossocial assistida, ficando sob a responsabilidade da autoridade sanitária competente e
supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do
tratamento, quando necessário. Podemos citar como exemplos destas políticas específicas os
Serviços Residenciais Terapêuticos e o Programa De Volta pra Casa.
Afim de garantir que os direitos da pessoa com transtorno mental sejam preservados, pesquisas
científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas sem o consenti-
mento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida comunicação aos
conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.

TIPOS DE INTERNAÇÃO – LEI Nº 10.216/2001


Foram estabelecidos pela Lei nº 10.216/2001 três tipos de internação, entretanto, em qualquer
uma delas, a internação psiquiátrica só será realizada mediante laudo médico circunstanciado
que caracterize os seus motivos. As classificações são:
ͫ internação voluntária: acontece com o consentimento do usuário;
ͫ internação involuntária: acontece sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro;
ͫ internação compulsória: determinada pela Justiça.
Tanto a internação voluntária quanto a involuntária só serão autorizadas por um médico devi-
damente registrado no Conselho Regional de Medicina – CRM do estado onde se localiza o
estabelecimento de saúde.
Quando a internação é voluntária, por pedido da pessoa ou com o seu consentimento, ela
deve assinar uma declaração que optou por esse regime de tratamento. A assinatura desse
documento deve ser realizada no momento da admissão. O término desse tipo de interna-
ção acontecerá através de uma solicitação por escrito do paciente ou pela determinação do
médico assistente.
Atenção! A Internação Psiquiátrica Voluntária poderá tornar-se Involuntária quando o paciente
internado exprimir sua discordância com a manutenção da internação (Portaria nº 2.391/2002).
A internação involuntária, por sua vez, será realizada com a solicitação por escrito do familiar
ou responsável legal, ou quando o especialista responsável pelo tratamento julgar que os
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métodos extra-hospitalares não serão suficientes para atender às necessidades do paciente


naquele momento. Esse tipo de internação deverá ser comunicado ao Ministério Público Esta-
dual pelo responsável técnico do estabelecimento de saúde, no prazo máximo de 72 horas, e
este procedimento também deve ser realizado quando o paciente receber alta.
Já a internação compulsória refere-se àquela que acontece a partir de uma determinação
judicial, pelo juiz competente, de acordo com a legislação vigente, e levará em consideração
as condições de segurança do estabelecimento de saúde e a proteção do paciente, das outras
pessoas internadas e dos funcionários do local.
Situações de evasão (fuga), transferência, acidente, intercorrência clínica grave e morte, deve-
rão ser comunicadas pela direção do estabelecimento de saúde mental aos familiares ou
representante legal do paciente e à autoridade sanitária responsável, no prazo máximo de 24
horas da data da ocorrência.

POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS


A respeito da Política Nacional direcionada à assistência aos usuários e dependentes de drogas,
existem a Lei nº 11.343/2006 e a Lei nº 13.840/2019.
A Lei nº 11.343/2006 institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad,
prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas e estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao
tráfico ilícito de drogas e define crimes.
O Sisnad é o conjunto ordenado de princípios, regras, critérios e recursos materiais e humanos
que envolvem as políticas, planos, programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se
nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal
e Municípios. Ele atua em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS e o Sistema Único
de Assistência Social – SUAS, e tem por objetivo articular, integrar, organizar e coordenar as
atividades relacionadas com:
ͫ a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes
de drogas;
ͫ a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
O Sisnad tem como princípios:
ͫ o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua
autonomia e liberdade;
ͫ o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;
ͫ a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecen-
do-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos
correlacionados;
ͫ a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social para o estabelecimento
dos fundamentos e estratégias do Sisnad;
ͫ a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo
a importância da participação social nas atividades do Sisnad;
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ͫ o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido


de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
ͫ a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
ͫ a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário
visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
ͫ a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza
complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico
ilícito de drogas;
ͫ a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não
autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;
ͫ a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas
- Conad.
Assim, o Sisnad objetiva contribuir para a inclusão social do cidadão, de modo a torná-lo menos
vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico
ilícito e outros comportamentos correlacionados; assim como promover o conhecimento da
população a respeito das drogas; promover a integração entre as políticas de prevenção do
uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, e de repressão
à produção de drogas não autorizada e ao tráfico ilícito, e as políticas públicas setoriais dos
órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios; e assegurar as
condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades voltadas à prevenção
do uso de drogas, à assistência à saúde de usuários e dependentes e à repressão da produção
e tráfico de drogas ilícitas em território nacional.
Segundo a Lei nº 13.840/2019 (que alterou a Lei nº 11.343/2006), as atividades de prevenção
do uso indevido de drogas são direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e
risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção, como:
ͫ o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade
de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;
ͫ o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indev-
ido de drogas;
ͫ o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do
setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de
drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
ͫ a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socio-
culturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
ͫ o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como
resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos
objetivos a serem alcançados;
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ͫ o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em


consideração as suas necessidades específicas.
As atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, por
sua vez, são direcionadas à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos
associados ao uso de drogas, garantindo sempre:
ͫ o respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer
condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e dire-
trizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;
ͫ a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social considerando as
suas peculiaridades socioculturais;
ͫ o desenvolvimento o projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social
e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;
ͫ a oferta de uma assistência, sempre que possível, desenvolvida por uma equipe
multidisciplinar;
ͫ a estimulação à capacitação técnica e profissional;
ͫ a efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação continuada e ao trabalho;
ͫ a orientação do usuário ou dependente de drogas quanto às consequências lesivas do
uso de drogas, ainda que ocasional.
O texto da Lei nº 13.840/2019 apresenta que o tratamento do usuário ou dependente de drogas
deverá ser realizado em uma rede de atenção à saúde, com prioridade para as modalidades
de tratamento ambulatorial, incluindo, excepcionalmente, formas de internação em unidades
de saúde e hospitais gerais.
Segundo essa Lei, a internação de dependentes de drogas somente poderá ser realizada em
unidades de saúde ou hospitais gerais que possuam equipes de atendimento multidisciplina-
res, e a internação, quando necessária, deverá ser obrigatoriamente autorizada por médico
devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize
o estabelecimento no qual acontecerá a internação.

TIPOS DE INTERNAÇÃO APRESENTADOS PELA LEI 13.840/2019


São apresentados dois tipos de internação:
ͫ a internação voluntária: que acontece com o consentimento do dependente de drogas;
ͫ a internação involuntária: que acontece sem o consentimento do dependente, a pedido
de familiar ou do responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor público da
área de saúde, da assistência social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad que
constate a existência de motivos que justifiquem a internação. Os servidores da área de
segurança pública não estão autorizados a realizar este tipo de solicitação.
Na internação voluntária, o indivíduo deverá apresentar uma declaração por escrito afirmando
que deseja realizar esse tipo de tratamento, e a alta será realizada a partir da determinação
do médico ou através de solicitação por escrito do paciente.
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A internação involuntária será realizada após a formalização da decisão pelo médico respon-
sável, e será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na
hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de alternativas terapêuticas previstas
na rede de atenção à saúde.
A internação involuntária durará somente o tempo necessário à desintoxicação do paciente,
com prazo máximo de 90 dias, e a alta será realizada a partir da solicitação do médico respon-
sável. Entretanto, a família ou o representante legal poderá solicitar ao médico a interrupção
do tratamento. Atenção, a internação, tanto voluntária quanto involuntária, somente será
indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
Todas as internações e altas apresentadas pela Lei nº 13.840/2019 deverão ser informadas ao
Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização, no prazo máximo,
de 72 (setenta e duas) horas, através de sistema informatizado único. É garantido ao paciente
sigilo das informações disponíveis no sistema referido, e o acesso a ele será permitido somente
às pessoas autorizadas, sob pena de responsabilidade.
O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual deverão se guiar, no que cou-
ber, no que é apresentado pela Lei nº 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos
das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental.
Ressalta-se que é proibida a realização de qualquer tipo de internação em comunidades tera-
pêuticas acolhedoras. Entretanto, apesar de ser proibida pela Lei nº 13.840/2019 a realização
de qualquer tipo de internação em comunidades terapêuticas acolhedoras, é permitido que
elas realizem o acolhimento do usuário ou dependente de drogas, o que é entendido como uma
etapa transitória para a reinserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas.

PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO


O atendimento ao usuário ou dependente de drogas na rede de atenção à saúde será realizado
a partir da avaliação prévia da equipe técnica multidisciplinar e multissetorial, que deverá
investigar qual o tipo de droga que a pessoa costuma utilizar e qual o padrão de seu uso, além
do risco à sua saúde física e mental ou das pessoas com as quais ela convive. A partir dessas
informações, será elaborado um Plano Individual de Atendimento (PIA) para o paciente.
O PIA deve contemplar a participação dos familiares ou responsáveis no tratamento do paciente,
tendo em vista que eles têm o dever de contribuir com o processo. E no caso de crianças e
adolescentes, eles são ainda passíveis de responsabilização civil, administrativa e criminal,
nos termos da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
O PIA será elaborado no prazo de até 30 dias da data de inserção do paciente no atendimento,
e será inicialmente desenvolvido sob a responsabilidade da equipe técnica do primeiro projeto
terapêutico que atender o usuário ou dependente de drogas, sendo atualizado ao longo das
diversas fases do atendimento do paciente.
Ele deve conter, no mínimo:
ͫ os resultados da avaliação multidisciplinar;
ͫ os objetivos apresentados pelo paciente;
ͫ a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação profissional;
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ͫ atividades de integração e apoio à família;


ͫ formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano individual;
ͫ designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimento do previsto no
plano;
ͫ as medidas específicas de atenção à saúde do atendido.
Atenção! As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano individual de
atendimento são consideradas sigilosas!
O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiver cum-
prindo pena privativa de liberdade ou submetido a medida de segurança, tem garantidos os
serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

ACOLHIMENTO EM COMUNIDADE TERAPÊUTICA ACOLHEDORA


A Lei nº 13.840/2019 afirma que as comunidades terapêuticas acolhedoras podem realizar o
acolhimento do usuário ou dependente de drogas, como uma etapa transitória para a rein-
serção social e econômica dele.
Para que possam acolher os pacientes, elas devem ofertar projetos terapêuticos ao usuário ou
dependente de drogas que visem à abstinência, adesão e permanência voluntária, formalizadas
por escrito. O acolhimento deve ser realizado em ambiente residencial, propício à formação
de vínculos, com a convivência entre os pares (pessoas que vivem a mesma situação), com o
desenvolvimento de atividades práticas de valor educativo e promoção do desenvolvimento
pessoal, direcionada para acolhimento de pessoas em vulnerabilidade social. Deve haver
avaliação médica prévia, e a elaboração de plano individual de atendimento, e não pode ser
realizado o isolamento físico do usuário ou dependente de drogas.
Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometimentos biológicos e psicoló-
gicos de natureza grave que mereçam atenção médico-hospitalar contínua ou de emergência,
casos que deverão ser encaminhados à rede de saúde.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 13.840, de 05 de junho de 2019. Senado Federal: Brasília, 2019.
BRASIL. Portaria nº 3.588, de 21 de dezembro de 2017. Senado Federal: Brasília, 2017.
BRASIL. Portaria de Consolidação nº 3, de 28 de setembro de 2017. Senado Federal: Brasília,
2017.
BRASIL. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011, republicada em 21 de maio de 2013.
Senado Federal: Brasília, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2011/prt3088_23_12_2011_comp.html
BRASIL. Portaria nº 130, de 26 de janeiro de 2012. Senado Federal: Brasília, 2012.
BRASIL. Lei nº 11.343, de 13 de agosto de 2006. Senado Federal: Brasília, 2006.
BRASIL. Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002. Senado Federal: Brasília, 2002.
BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Senado Federal: Brasília, 2001.

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