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R.A: 241.005029
DOCENTE: Narla Fernandes
DISCIPLINA: Psicologia e Processos Clínicos
A história conta que em 1903, quando o hospital foi fundado na cidade de Barbacena/MG, a fim
de proporcionar um tratamento àquelas pessoas que sofriam de doenças mentais, cujas famílias não
sabiam mais o que fazer, possibilitando, assim, uma vida melhor após o término do tratamento. Logo no
início, o local se tornou referência por oferecer aquele tipo de “serviço”. Em termos de tamanho, existia
uma estrutura grandiosa, que contava com vários pavilhões, cada um com sua finalidade específica,
como por exemplo, pavilhões destinados apenas a mulheres, crianças e adolescentes. A princípio, o
Hospital Colônia atenderia cerca de duzentos a trezentos pacientes, entretanto, na década de quarenta,
haviam mais de cinco mil pessoas em referido local, tudo porque o Estado era extremamente omisso,
fingindo que nada estava acontecendo por ali, sobretudo com relação aos negros, moradores de rua,
prostitutas, homossexuais, que eram literalmente despachados num trem, (conhecido como vagão
destinado aos loucos), até Barbacena/MG com destino ao hospital, sendo que, na grande maioria das
vezes, ninguém necessitava de tratamento mental, pois não possuíam, sequer, alguma doença
psiquiátrica, mas, devido a marginalização da sociedade, eram tratadas como tal. Com a chegada da
grande quantidade de pessoas, foi se perdendo o controle em todos os sentidos, como médicos,
enfermeiros, pessoas que trabalhavam no hospital eram submetidos a tortura, os médicos aplicavam
tratamento de “eletrochoque” nos pacientes (que geralmente não tinham nada), ficavam dias sem
comida, sem lugar para dormir, nus, no frio, apanhando sem hora e sem motivo, tomando remédios
com superdosagem para se acalmarem, ou seja, grande percentual daqueles que lá estavam (em torno
de 70%), estavam somente pelo fato de não serem aceitos pela sociedade. Com isso, muita gente
faleceu com hipotermia, pois não aguentaram permanecer sem comida, sem roupa, no frio, dentre
outros quesitos característicos de maus-tratos.
De acordo com os relatos de ex- funcionários, ex-internos e pessoas que conheciam o local no
decorrer do documentário, é nítido vislumbrar o quão triste/assustador a forma em que todos eram
tratados, sobretudo quando faleciam, pois, na maioria das vezes, os corpos eram vendidos para
faculdades de medicina. Há também aqueles que trabalhavam sem nada em troca ou, em determinados
momentos, por um maço de cigarro, por exemplo.
Atualmente, ainda restam alguns poucos sobreviventes da época, que foram transferidos para
abrigos com condições melhores e passaram a receber indenizações do Estado.
Referências Bibliográficas: