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Ezequiel Schukes Quister

Texto: Elementos de Teoria Geral do Estado – Dalmo de Abreu Dallari.

Quais são os pontos positivos e negativos do sistema de representação


majoritária e do sistema de representação proporcional?

No texto fica evidente que ambos os sistemas de representação,


majoritário e proporcional, têm suas vantagens e desvantagens diante da
necessidade de se estabelecer um mecanismo eficiente que transforme votos
em mandatos.

No sistema majoritário, busca-se assegurar a representação do


candidato mais votado. A primeira problemática que surge dessa situação diz
respeito à representação de minorias, ou a ausência dela. É que tal sistema,
diante do cenário político nacional, tende a privilegiar os grandes partidos, os
quais ofuscam os menores. Mesmo que estes consigam algum representante,
ele será sufocado pela impossibilidade de ver suas propostas aprovadas ou
pior, sem apoio do demais ele será isolado. Nesse ponto, a questão
democrática da concorrência parece enfraquecida, pois no contexto brasileiro,
de megapartidos políticos, esse sistema parece favorecer o surgimento de
governos majoritários frutos de um único partido. Como citado por Dallari, “a
mais dura crítica deste sistema recai sobre a artificialidade da maioria e a
sufocação das minorias”.

Se, como argumenta Dallari, esse sistema estreita os vínculos entre


representantes e representados, pois delineia responsabilidades e
consequentemente esclarece o cidadão sobre quem as têm, também deixa
evidente que, necessariamente, a pluralidade, de certa forma, não é a saída
para uma democracia forte. Sabemos que a representatividade sempre afeta a
governabilidade de um país, portanto, parece mais vantajoso evitar muitas
dissidências ou “empecilhos” causados pela pluralidade de opiniões e
demandas. Norberto Bóbbio exemplifica isso muito bem essa necessidade de
se manter uma democracia arregimentada, eu entendo, quando diz que “o
preço que se deve pagar pelo empenho de poucos é frequentemente a
indiferença de muitos. Nada ameaça mais matar a democracia que o excesso
de democracia” (O Futuro da Democracia, p.39).

Como tentativa de solucionar o problema ligado à falta de


representatividade das minorias, criou-se na Bélgica o sistema de
representação proporcional.

Ao contrário do exposto nos parágrafos anteriores, neste sistema as


minorias encontram, ainda que limitada, uma forma de representação que
atenda seus anseios. Mesmo diante das críticas de que tal sistema dilua e até
reduza a capacidade de governabilidade, é possível afirmar que ele permite
uma representação mais igualitária entre os concorrentes. Outro fator
importante é que ele fomenta a criação de novos partidos e alianças.

As críticas a este sistema se concentram na pluralidade de ideologias e


na inviabilidade de uniformizar as orientações partidárias, o que acarreta
dificuldade de governar diante de tantas divergências e contradições entre as
partes. Também surge desse cenário a questão apontada anteriormente sobre
a dificuldade que um representante da minoria terá para aprovar seus projetos,
já que não tem muito apoio da maioria da base governante. Como explica
Dallari, “resulta disso tudo a completa inautenticidade da representação”.

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