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CARACTERÍSTICA DOS DIREITOS HUMANOS

Pessoa deva ser tratada como um fim, em si mesma, e não como um meio.

DIREITOS HUMANOS SÃO HISTÓRICOS (historicidade: evolução ao longo


do tempo) nascem de forma gradual – lutas, avanços e recuos.

Não há lista definitiva de DH.

UNIVERSALIDADE: Direitos inerentes à espécie humana. Sujeito ativo de


direitos.

TRANSNACIONALIDADE: Os DH não dependem de nacionalidade, cidadania


ou de reconhecimento por parte de qualquer Estado.

INDIVISIBILIDADE: indivisível porque não há meio-termo, ou seja, todos os DH


devem ser respeitados.

INTERDEPENDÊNCIA: a interdependência tem a ver com o fato de que a


eficácia de um direito não é alcançada sem a realização simultânea a de outro.

INTERRELACIONARIEDADE, ideia que está ligada à convergência e ausência


de hierarquia entre os diferentes sistemas de proteção dos direitos humanos.

CATEGORIAS E GERAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS

- Primeira geração: seria composta pelos direitos civis e políticos, traduzidos


no valor liberdade. Estes direitos, por regra, revelam a necessidade
preponderante de um não fazer, um não agir, por parte do Estado – são direitos
negativos ou não onerosos (origem na Magna Carta, de 1215, do Rei João
Sem Terra).
- Segunda geração: seria composta pelos direitos econômicos, sociais e
culturais, traduzidos no valor igualdade. Estes direitos, por regra, revelam a
necessidade preponderante de um agir (uma prestação positiva), por parte do
Estado, na implantação das políticas públicas, sociais e culturais (surgiram com
a Revolução Industrial do século XIX, devido às degradantes condições de
trabalho impostas aos operários e trabalhadores da época).

- Terceira geração: seria composta pelos direitos de solidariedade que


englobam entre outros, a tutela dos interesses difusos e coletivos (ex. meio
ambiente ecologicamente equilibrado), o desenvolvimento do ser humano e o
direito à paz sem abdicar da autodeterminação dos povos e do progresso.
Traduzem o valor fraternidade, e surgiram devido à gritante velocidade da
evolução científica e tecnológica a que foi submetida a humanidade, além do
fenômeno da globalização econômica.

- A quarta geração, acrescida à doutrina original, não encontra um consenso


absoluto na doutrina sobre seu conteúdo. Em linhas gerais, seria composta por
direitos derivados da globalização dos direitos fundamentais. Como exemplos,
teríamos: direito a mecanismos de democracia direta; direito à informação;
direito ao pluralismo. Por fim, há doutrina a sustentar uma quinta geração, que
estaria integrada pela esperança e aspiração à paz enquanto espírito de
concórdia de toda a humanidade em prol de valores comuns e da preservação
do planeta.

A crítica mais contundente, e bem por isto considerada como principal, é no


sentido de que a expressão “gerações” transmite uma falsa ideia de sucessão,
de superação, de substituição de um conjunto de direitos pelos que lhe
seguiram. Em verdade, não ocorre esta evolução fragmentada, mas sim um
acúmulo histórico de direitos que compõem o núcleo de dignidade universal,
indivisível e inter-relacionado a ser protegido.

Também se costuma apresentar crítica no sentido de que a evolução dos


direitos humanos – em sua historicidade – não ocorre de maneira linear e
rigidamente progressiva (como a classificação em gerações poderia sugerir),
mas sim de forma não preordenada, com diversos avanços e recuos.
Além disso, a precedência de cada geração quanto às demais poderia também
dar ensejo a uma compreensão equivocada que atribuísse hierarquia,
prevalência ou priorização de certos conjuntos de direitos em detrimento de
outros.

É em razão destas críticas é que, contemporaneamente, tem sido mais


utilizada a expressão “dimensões dos direitos humanos”.

Em coerência com esta ideia mais contemporânea, deve-se observar que cada
direito (ou conjunto de direitos) se apresenta em suas múltiplas dimensões que,
por sua vez, convivem na mesma realidade dinâmica, quais sejam: dimensão
individual-liberal (primeira dimensão); dimensão social (segunda dimensão);
dimensão de solidariedade (terceira dimensão); e dimensão democrática
(quarta dimensão), já que não há hierarquia entre as dimensões.

Assim, oportunizam-se interpretações novas sobre o conteúdo dos direitos


humanos, lançando luz sobre sua historicidade concreta.

Por fim, importa observar que o contemporâneo Direito Internacional dos


Direitos Humanos adota a classificação que os reparte em duas grandes
categorias – a dos direitos civis e políticos; e a dos direitos econômicos, sociais
e culturais.

Estas categorias são reflexos dos Pactos de 1966, dois tratados celebrados no
contexto da Guerra Fria que - cada qual sendo propiciado pela cosmovisão de
uma das grandes potências mundiais envolvidas no conflito – com conteúdos
distintos, fizeram avançar a positivação dos direitos humanos no plano
internacional.

REVISÃO OK – 11/09/2022

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