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RAZÕES DE RECURSO

CURSO JURÍDICO

O CURSO JURÍDICO defende a anulação de 4 (quatro) questões da prova do


último exame da OAB:

Direito Ambiental
33 BRANCA
34 VERDE
33 AMARELA
34 AZUL

A QUESTÃO:
“Renato, proprietário de terra rural inserida no Município X, pretende promover a
queimada da vegetação existente para o cultivo de cana-de-açúcar. Assim, consulta
seu advogado, indagando sobre a possibilidade da realização da queimada. Sobre o
caso narrado, assinale a afirmativa correta.
A) A queimada poderá ser autorizada pelo órgão estadual ambiental competente do
SISNAMA, caso as peculiaridades dos locais justifiquem o emprego do fogo em
práticas agropastoris ou florestais.
B) A queimada poderá ser autorizada pelo órgão municipal ambiental competente,
após audiência pública realizada pelo Município X no âmbito do SISNAMA.
C) A queimada não pode ser realizada, constituindo, ainda, ato tipificado como crime
ambiental caso a área esteja inserida em Unidade de Conservação.
D) A queimada não dependerá de autorização, caso Renato comprove a manutenção
da área mínima de cobertura de vegetação nativa, a título de reserva legal.”

JUSTIFICATIVA:

A banca apresenta como resposta correta a alternativa “A queimada


poderá ser autorizada pelo órgão estadual ambiental competente do SISNAMA,
caso as peculiaridades dos locais justifiquem o emprego do fogo em práticas
agropastoris ou florestais”, o que se faz correto de acordo com o a Lei
Florestal 12. 651 de 2012 que em seu artigo 38, inciso I, dispõe:
Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas
seguintes situações:
I – em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego
do fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia
aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama,
para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá
os critérios de monitoramento e controle.

Portanto, a queimada de vegetação nativa é excepcionalmente admitida


pelo Código Florestal, cabendo ao órgão ambiental estadual autorizá-la.
Além da Lei Florestal, observe-se que há o Decreto 2.661 de 1998 que já
disciplinava o uso de fogo para fins agricultáveis, como o caso apresentado pela
questão (limpeza para posterior plantio de cana-de-açucar). Vejamos:

Art 2º Observadas as normas e condições estabelecidas por este


Decreto, é permitido o emprego do fogo em práticas agropastoris e
florestais, mediante Queima Controlada.
Parágrafo único. Considera-se Queima Controlada o emprego do
fogo como fator de produção e manejo em atividades agropastoris
ou florestais, e para fins de pesquisa científica e tecnológica, em
áreas com limites físicos previamente definidos.
Art 3º O emprego do fogo mediante Queima Controlada depende de
prévia autorização, a ser obtida pelo interessado junto ao órgão do
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, com atuação na
área onde se realizará a operação.

Ocorre que, é de se esperar do examinando que o mesmo esteja atento às


atualidades. Nos últimos meses o Brasil tem enfrentado sérios problemas com
queimadas que atingem vários Biomas, em especial a Floresta Amazônica.
Esses fatos levaram o atual presidente da República a assinar um novo
Decreto, nº 9.992, em 22 de agosto de 2019, com validade de 60 dias, no qual restou
proibido o uso de fogo em todo o território nacional, mesmo nos casos que
anteriormente eram permitidos pelo Decreto 2.661 e pelo Código Florestal.
Nos termos do atual Decreto:

Art. 1º Fica suspensa a permissão do emprego do fogo de que trata


o Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998 , no território nacional
pelo prazo de sessenta dias, contado da data de publicação deste
Decreto.
Parágrafo único. A suspensão de que trata o caput não se aplica
nas seguintes hipóteses:
I - controle fitossanitário por uso do fogo, desde que seja autorizado
pelo órgão ambiental competente;
II - práticas de prevenção e combate a incêndios; (Redação dada
pelo Decreto nº 9.997, de 2019)
III - práticas agrícolas de subsistência executadas pelas populações
tradicionais e indígenas; e (Redação dada pelo Decreto nº 9.997, de
2019)
IV - práticas agrícolas, fora da Amazônia Legal, quando
imprescindíveis à realização da operação de colheita, desde que
previamente autorizada pelo órgão ambiental estadual, observadas
as restrições estabelecidas nos art. 14 e art. 15 do Decreto nº 2.661,
de 1998. (Incluído pelo Decreto nº 9.997, de 2019)

Visto que a narrativa da questão deixa evidente que o proprietário não se


enquadra nos casos excepcionais dos incisos I, II e II e ainda a questão não traz
elementos suficientes para se afirmar se a propriedade em questão está inserida na
Amazônia Legal, inciso IV, é evidente que Renato não poderia proceder a queima da
área para limpeza e posterior plantio de cana-de-açucar.
Desta forma, na data da aplicação da prova, 20 de outubro de 2019, o
examinando atento às questões ambientais legais do país saberia que nenhuma das
alternativas de resposta seria possível.
Essa é a atitude que se espera de um advogado, que esteja informado o
suficiente para dar a melhor solução ao caso de seu cliente, assim como a questão
cobrou.
Por essas razões, visto que o Decreto proibindo uso de fogo no território
nacional continua vigente, a questão merece ser anulada por não apresentar
nenhuma resposta correta na data de sua aplicação.

Direito Ambiental
34 BRANCA
33 VERDE
34 AMARELO
33 AZUL

A QUESTÃO:
Pedro, proprietário de fazenda com grande diversidade florestal, decide preservar os
recursos ambientais nela existentes, limitando, de forma perpétua, o uso de parcela de
sua propriedade por parte de outros possuidores a qualquer título, o que realiza por
meio de instrumento particular, averbado na matrícula do imóvel no registro de
imóveis competente.
Assinale a opção que indica o instrumento jurídico a que se refere o caso descrito.
A) Zoneamento Ambiental.
B) Servidão Ambiental.
C) Área Ambiental Restrita.
D) Área de Relevante Interesse Ecológico.

JUSTIFICATIVA:

A banca apresenta como resposta correta a alternativa “Servidão


Ambiental”, o que se faz correto de acordo com o a Política Nacional de Meio
Ambiente, Lei 6.938/81 e também com a Lei Florestal 12. 651 de 2012.
Data vênia, a presente questão possui outro gabarito possível além
daquele apresentado pela banca, qual seja, alternativa “Área Ambiental
Restrita”, pelas razões que serão expostas a seguir.
Não há no ordenamento pátrio brasileiro a definição do termo “Área
Ambiental Restrita”. Também não se vislumbra tal definição em qualquer
dicionário de termos florestais ou nas melhores doutrinas do Direito
Ambiental. Ficando o termo em aberto para interpretações.
No entanto, a falta de definição do termo não permite que a mesma seja
entendida como sinônimo de “área de uso restrito”, uma vez que essa última
possui definição no Capítulo III do Código Florestal (Lei 12.651/2012) como sendo
pantanais e planícies pantaneiras; e áreas de inclinação entre 25º e 45º.
Já as hipóteses de Servidão ambiental são claramente definidas pela
Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81), conforme veremos:

Art. 9º-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou


jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo
administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar
o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar,
conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes,
instituindo servidão ambiental. (Redação dada pela Lei nº 12.651,
de 2012).
[...]
§ 3º A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob
servidão ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida
para a Reserva Legal. (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012).

Observe-se que o §3º ao tratar da Servidão Ambiental utiliza a


expressão “restrição”, ou seja, é evidente que a Servidão Ambiental é uma área
ambiental restrita, pois existem restrições à sua utilização.
Assim, evidente que toda área que de alguma forma limita o livre
exercício do direito de propriedade com vistas à proteção ambiental é
considerada um a área ambiental restrita, não seria diferente para a área onde
se institui Servidão Ambiental.
Nesse sentido, a questão merece anulação, já que uma área sob a qual
incide uma servidão ambiental é espécie de uma área ambiental restrita, logo,
duas alternativas de respostas estariam corretas. A imprecisão da informação
induz o candidato a erro, contrariando expressamente o item 3.4.1.4 do edital.

Direito Empresarial
46 BRANCA
50 VERDE
47 AMARELA
48 AZUL

A QUESTÃO:
“Determinadas pessoas naturais, em razão de sua atividade profissional, e certas
espécies de pessoas jurídicas, todas devidamente registradas no órgão competente,
gozam de tratamento simplificado, favorecido e diferenciado em relação aos demais
agentes econômicos – microempresas e empresas de pequeno porte.
De acordo com a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, as
microempresas e as empresas de pequeno porte, quanto à forma jurídica, são
A) cooperativa de produção, empresário individual, empresa pública e sociedade
limitada.
B) empresário individual, empresa individual de responsabilidade limitada, sociedade
simples e sociedade empresária, exceto por ações.
C) cooperativa de crédito, empresário individual, empresa individual de
responsabilidade limitada e sociedade simples.
D) empresário individual, profissional liberal, empresa Individual de responsabilidade
limitada e sociedade por ações.”

JUSTIFICATIVA:
Todas as alternativas apresentam, pelo menos, um tipo de pessoa que não pode se
enquadrar como microempresa ou empresa de pequeno porte. Na alternativa “a”
(empresa pública não pode), na alternativa “b” (a sociedade por ações tem restrição
para se inscrever no simples), na alternativa “c”(cooperativa de crédito não pode) e na
alternativa “d” (profissional liberal não se enquadra no art. 1º da LC 123/2006). Logo,
não há nenhuma alternativa correta.

ESTRATÉGIA
Direito Empresarial
48 BRANCA
49 VERDE
49 AMARELA
50 AZUL

A QUESTÃO:
“Além da impontualidade, a falência pode ser decretada pela prática de atos de
falência por parte do devedor empresário individual ou dos administradores da
sociedade empresária. Assinale a opção que constitui um ato de falência por parte do
devedor.
A) Deixar de pagar, no vencimento, obrigação líquida materializada em título
executivo protestado por falta de pagamento, cuja soma ultrapasse o equivalente a 40
(quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência.
B) Transferir, durante a recuperação judicial, estabelecimento a terceiro sem o
consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu
passivo, em cumprimento à disposição de plano de recuperação.
C) Não pagar, depositar ou nomear à penhora, no prazo de 3 (três) dias, contados da
citação, bens suficientes para garantir a execução.
D) Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de
recuperação judicial, após o cumprimento de todas as obrigações previstas no plano
que vencerem até dois anos depois da concessão da recuperação judicial.”

JUSTIFICATIVA:
O enunciado procura uma hipótese que demonstre “ATO DE FALÊNCIA”, tudo
conforme o artigo 94, inciso III da Lei 11.101/05.
A alternativa “A” está incorreta, pois trata-se da impontualidade injustificada do artigo
94, I, Lei 11.101/05.
A alternativa “B” está incorreta, pois muito embora discuta o tema dos atos de
falência, o artigo 94, III, alínea “C” entende que o trespasse irregular traz ato de
falência, mas desde que não seja parte do plano de recuperação. A assertiva indica
que faz parte do plano, e, portanto, a hipótese também está eliminada.A alternativa
“C” está incorreta, já que versa sobre a execução frustrada com base no art. 94, II, Lei
11.101/05.
A alternativa “D” está incorreta. “FOI INDICADA COMO A HIPÓTESE CORRETA
PELA BANCA EXAMINADORA”.
A alternativa tem a seguinte redação: “D) Deixar de cumprir, no prazo estabelecido,
obrigação assumida no plano de recuperação judicial, após o cumprimento de todas
as obrigações previstas no plano que vencerem até dois anos depois da concessão da
recuperação judicial.” A assertiva indica que deixar de cumprir, no prazo estabelecido,
obrigação assumida no plano de recuperação judicial, eventualmente, seria ato de
falência.Exato, seria! Vale ressaltar, que, o ato de falência se dá pela ausência de
cumprimento de obrigações assumidas nos primeiros 2 (dois) anos após a concessão
da recuperação judicial. ERRO NA REDAÇÃO: …após o “CUMPRIMENTO DE
TODAS AS OBRIGAÇÕES” previstas no plano que vencerem até dois anos depois
da concessão da recuperação judicial. “Se o texto indica que as obrigações foram
CUMPRIDAS, não há o que se falar em ato de falência.” Finalmente, vamos para a
leitura do art. 94, III, alínea “g”, Lei 11.101/05: “III – pratica qualquer dos seguintes
atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de
recuperação judicial.”Note, que o dispositivo traz a hipótese de se deixar de cumprir
obrigação estabelecida no prazo legal, seja o de 2 (dois) anos após a concessão da
recuperação judicial.Tudo bem com o texto legal que faz referência a deixar de
cumprir obrigações, como complementa o artigo 61, Lei 11.101/05: “Art. 61. Proferida
a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação
judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem
até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial.”
Finalmente, seria ilógico decretar a falência de um Empresário ou de uma Sociedade
Empresária que tenha cumprido com as suas obrigações.

CEISC
Processo Civil
57 BRANCA
52 VERDE
55 AMARELO
54 AZUL

A QUESTÃO:
O edifício Vila Real ajuizou ação de execução das contribuições de condomínio em
atraso em face de Paper & Paper Ltda., proprietária da unidade 101.
Citada a ré em janeiro de 2018, não houve o pagamento da dívida e, preenchidos os
requisitos legais para tanto, houve a desconsideração da personalidade jurídica da
devedora, a fim de que seus sócios Ana e Guilherme, casados, fossem citados, o que
ocorreu em dezembro de 2018.
Posteriormente, o condomínio exequente identificou que Ana e Guilherme venderam a
Consuelo um imóvel de sua propriedade, em julho de 2018.
Considerando que a execução em tela é capaz de reduzir à insolvência de Paper &
Paper Ltda. e que não foram localizados bens penhoráveis de Ana e Guilherme,
assinale a afirmativa correta.
A) A alienação realizada por Ana e Guilherme configura fraude à execução, e deverá
ser reconhecida independentemente da intimação de Consuelo.
B) A alienação realizada por Ana e Guilherme configura fraude à execução e seu
reconhecimento não pode se dar antes da intimação de Consuelo, que poderá opor
embargos de terceiro.
C) A alienação realizada por Ana e Guilherme não configura fraude à execução, pois
realizada antes da citação dos sócios.
D) A alienação realizada por Ana e Guilherme não configura fraude à execução, uma
vez que a insolvência atingiria apenas a devedora original, e não os sócios.

JUSTIFICATIVA:
Na questão que trata da execução contra empresa paper & paper (questão 57 da
prova branca), o gabarito oficial apontou que existe fraude à execução.
Porém, como a desconsideração da PJ se deu em dez/18 e a alienação do imóvel,
pelos sócios, se deu em jul/18, não é possível se falar em fraude. Isso está expresso
no art. 792, par 3o, que aponta a fraude somente após a “citação da parte cuja
personalidade se pretende desconsiderar”.
Assim, o correto seria “C” e não como constou.
A questão deve ter o gabarito retificado.

Direito Administrativo
30 BRANCA
28 VERDE
31 AMARELO
29 AZUL

A QUESTÃO:
O mandato de João como dirigente de determinada agência reguladora federal
terminou pelo decurso do prazo, em junho de 2019, sem sua recondução ao cargo.
No mês seguinte, João recebeu vultosa e tentadora proposta de certa sociedade
empresária para prestar serviço de consultoria na área do setor regulado pela citada
agência. Levando em conta que a lei específica da agência em tela seguiu as normas
gerais de gestão de recursos humanos das agências reguladoras previstas na Lei no
9.986/00, João
A) está impedido de aceitar a proposta, pois precisa cumprir quatro meses de
quarentena, contados do término do seu mandato, período durante o qual ficará
vinculado à agência, fazendo jus à remuneração compensatória equivalente à do
cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes, sob pena de incorrer
na prática de crime de advocacia administrativa.
B) está impedido de aceitar a proposta, pois precisa cumprir noventa dias de
quarentena, contados do término do seu mandato, período durante o qual não ficará
vinculado à agência, nem fará jus a qualquer remuneração compensatória, sob pena
de incorrer na prática de ato de improbidade administrativa.
C) pode aceitar a proposta, desde que abra mão da remuneração compensatória
equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes, que
receberia durante noventa dias após o término de seu mandato, sob pena de incorrer
na prática de enriquecimento ilícito.
D) pode aceitar a proposta, inclusive acumulando sua nova remuneração da iniciativa
privada com a remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que
exerceu e aos benefícios a ele inerentes, a que faz jus durante noventa dias após o
término de seu mandato.

JUSTIFICATIVA:
Na questão sobre o dirigente da agência reguladora ele vai ter que cumprir
quarentena de seis meses. Não tem essa resposta, foi uma alteração recente da lei,
essa questão terá que ser anulada.

DAMÁSIO
Direito Tributário
23 BRANCA
25 VERDE
22 AMARELO
2 AZUL

A QUESTÃO:
“Otávio, domiciliado no Estado X, possui ações representativas do capital social da
Sociedade BETA S/A, com sede no Estado Y, e decide doar parte da sua participação
acionária a Mário, seu filho, então domiciliado no Estado Z.
Com dúvidas quanto ao Estado para o qual deverá ser recolhido o imposto sobre a
Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) incidente nessa operação, Mário consulta
seu escritório, destacando que o Estado Z estabelece alíquotas inferiores às
praticadas pelos demais Estados.
Com base nisso, assinale a afirmativa correta.
A) O ente competente para exigir o ITCD na operação em análise é o Estado X, onde
tem domicílio o doador.
B) O ITCD deverá ser recolhido ao Estado Y, uma vez que o bem a ser doado
consiste em participação acionária relativa à sociedade ali estabelecida, e o imposto
compete ao Estado da situação do bem.
C) O ITCD deverá ser recolhido ao Estado Z, uma vez que o contribuinte do imposto
é o donatário.
D) Doador ou donatário poderão recolher o imposto ao Estado X ou ao Estado Z, pois
o contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada”

JUSTIFICATIVA:

A banca adotou a alternativa “a” como correta. No entanto, a Sumula 435 do STF
determina que “o imposto de transmissão causa mortis pela transferência de ações é
devido ao Estado em que tem sede a companhia.

PROVA DA ORDEM
Direito Constitucional
15 BRANCA
14 VERDE
12 AMARELA
17 AZUL

A QUESTÃO:
“Durante campeonato oficial de judô promovido pela Federação de Judô do Estado
Alfa, Fernando, um dos atletas inscritos, foi eliminado da competição esportiva em
decorrência de uma decisão contestável da arbitragem que dirigiu a luta.
Na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Fernando, assinale a opção que
apresenta a medida juridicamente adequada para o caso narrado.
A) Fernando poderá ingressar com processo perante a justiça
desportiva para contestar o resultado da luta e, uma vez esgotadas as instâncias
desportivas e proferida decisão final sobre o caso, não poderá recorrer ao Poder
Judiciário.
B) Fernando poderá impugnar o resultado da luta perante o Poder Judiciário,
independentemente de esgotamento das instâncias da justiça desportiva, em virtude
do princípio da inafastabilidade da jurisdição.
C) Fernando, uma vez esgotadas as instâncias da justiça desportiva (que terá o
prazo máximo de 60 dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão
final), poderá impugnar o teor da decisão perante o Poder Judiciário.
D) A ordem jurídica, que adotou o princípio da unidade de jurisdição a partir da
Constituição de 1988, passou a prever a exclusividade do Poder Judiciário para dirimir
todas as questões que venham a ser judicializadas em território nacional,
deslegitimando a atuação da justiça desportiva.”

JUSTIFICATIVA:

A banca indicou como alternativa correta a letra C.


E, de fato, a questão não tem nenhum vício técnico. A letra C não só é correta como
tem fundamento no Art. 217 da Constituição. Repito: a questão não tem vício técnico
e está na Constituição.
O problema é outro: a questão se vale de tema estranho ao edital.
Alguém, claro, pode argumentar que como se trata de assunto contido na
Constituição, não seria tema estranho.
É tema estranho sim!
E é porque a estrutura do enunciado foi formulada de forma a induzir os candidatos ao
erro, crendo que se tratava, especificamente, de uma questão de Direito Desportivo,
conteúdo estranho ao edital e aos provimentos.
A questão enfatiza muito este aspecto!
E isso, é claro, induz à dúvida e ao erro.
Não é a primeira vez que a FGV faz isso, e não é a primeira vez que tal polêmica
surge.

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