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A

cultura
do caju no
Brasil
Altair Maia
A Geografia do Caju
•  A produção de caju no Brasil concentra-se na
região Nordeste do país.
•  O Nordeste brasileiro é composto por 9
estados, cobrindo uma área de 1,550 mil km2
(aproximadamente 18% do território nacional)
•  A população ultrapassa 50 milhões de
habitantes (27%) da população brasileira e
concentra-se na área litorânea.
•  Uma das regiões mais pobres do Brasil.
A região Nordeste
As sub-regiões no Nordeste
As Sub-regiões Sertão e Meio Norte
A maior parte do Nordeste (Sertão e Meio
Norte) é árida ou semiárida, bastante parecida
com o Sahel africano.
Tem baixos índices pluviométricos (até 1000
mm/ano) e bastante calor.
Pouca chuva, forte calor e evaporação intensa
provoca, às vezes, longos períodos de seca,
como o que ]vemos agora, nos úl]mos 4 ou 5
anos.
A área de produção de caju
•  A produção de caju no Brasil ocorre nas sub-
regiões do Sertão e do Meio Norte,
espalhando-se por todos os estados
nordes]nos, e transformando-se numa das
mais importantes a]vidades da agroindústria
do Nordeste brasileiro.
A safra (campanha) de caju no Brasil
•  A safra (ou campanha) do caju ocorre nos meses
de agosto a dezembro, entressafra dos produtos
tradicionais e da safra do caju nos países
africanos, que ocorre no primeiro semestre.
•  O caju promove a geração de emprego e renda,
no campo e na indústria, tanto nas grandes
quanto nas pequenas unidades
•  Produção de imensa gama de produtos
derivados, como sucos, doces, cajuína, vinhos,
cachaça etc.
A cultura do Caju
•  A área total de produção de caju no Brasil ultrapassa
os 700 mil hectares, com mais de 200 mil produtores
regulares. A maior parte dos cajueiros ainda é “Caju
na]vo” de baixa produ]vidade, 300 kg/ha, contra
mais de 600 kg/ha do cajueiro anão, em media.
•  Experiências com a irrigação têm apresentado
resultados altamente posi]vos, com a produção
chegando a mais de 30 toneladas por hectare (3
mtons de castanha)
•  Apesar de se produzir em todo o Nordeste, três
estados lideram o ranking da produção nacional,
sendo o Ceara, Piauí, Rio Grande do Norte os
maiores produtores
Do caju nada se perde
O aproveitamento do caju no Brasil

Os principais produtos do caju são a castanha e


o pseudo fruto, a polpa ou maça do caju.

Porem há uma serie de outros produtos


derivados, tanto da castanha quanto da polpa,
que merecem ser analisados.
A industrialização da Castanha
•  Há 5 grandes fabricas de processamento de
castanha e mais de 100 mini fabricas, com
capacidade total de processamento de 300 mil
toneladas ano.
•  As mini fabricas se organizam de forma isolada ou
em forma de coopera]vas.
•  A comercialização da castanha é feita tanto em
grandes quan]dades, sacos de 50 libras, quanto
em pequenas embalagens de 25, 50 ou 100
gramas, geralmente produzidos pelo....
Produtos da grande e da pequena
fabrica
Derivados da castanha
# O óleo da casca do caju – LCC, o Balsamo e as
Resinas, têm largo uso industrial, como na
fabricação de ]ntas, colas, fer]lizantes, vernizes,
resinas, lubrificantes etc.

# A própria casca da castanha


A casca do caju, mesmo sendo extraído o LCC
(menos poluente) tem bastante uso para queima,
gerando energia calorifica, que pode ser usada na
própria industrialização da castanha.
A industrialização da polpa
Ha 4 grandes fabricas de suco de caju que extraem
e processam o suco. As grandes empresas
desenvolvem um verdadeiro “monitoramento” de
seus associados / produtores.
Inúmeras mini fabricas que fabricam desde o
refrigerante de caju até a cajuína.
Centenas de outras que produzem doces, vinhos,
rapadura, mel de caju, cachaça etc.
Mesmo havendo um bom aproveitamento do
pedúnculo, a u]lização desse insumo ainda fica
muito abaixo dos 50% da produção total.
Se considerarmos que para cada
tonelada de castanha colhida há 9
toneladas de polpa que são, na
maioria das vezes, jogada fora,
podemos ter noção do quanto de
c o m i d a b o a e s a u d á v e l é
desperdiçada.

Hambúrguer de caju
A importância do Setor Caju
A cadeia produ]va do caju gera mais de 60 mil empregos
diretos, sendo 40 mil na agricultura e 20 mil na indústria.
O emprego na agricultura acontece na entressafra das
culturas tradicionais.
Mais de 70% da produção de amêndoas des]na-se ao
mercado externo, sendo importante fonte de divisas para
o país.
O mercado interno é abastecido principalmente pelas
micro e pequenas indústrias, dado a menor escala com
que operam.
A queda na produção
•  A produção de castanha no Brasil sempre
esteve acima de 200 mil mtons/ano
•  Porem, nos úl]mos anos, tem se situado bem
abaixo desse nível, oscilando a volta de 100
mil mtons/ano
•  Essa queda na produção foi provocada pela
longa es]agem 2012/16 e pelo ataque de
pragas e fungos, como a Mosca Branca, a
Antracnose e o Oidio
Produção, importação, processamento e
exportação
(Fonte: IBGE – 2016 – Em mil Mtons)

Ano Produção Import Total ACC Export % export


2011 230,7 43,8 274,5 57,6 26,3 46

2012 80,6 59,4 140,1 29,4 25,3 86

2013 109,7 42,2 151,9 31,9 20,9 66

2014 107,7 11,7 119,4 25,1 17,0 68

2015 102,5 26,1 128,6 27,0 12,9 48

2016 79,7 9,8 89,5 18,8 15,6 83

**17 150,0 30,0 180,0 37,8 18,9 50


O suporte ao agricultor
O suporte a caju cultura no Brasil acontece
de duas formas.
01 – Através de linhas de credito tanto do
Governo Federal quanto dos Estados e
Municípios
02 – Através do suporte técnico e de
pesquisa da Embrapa – Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária.
A Ação governamental
•  Além das linhas de credito propriamente ditas, a
ação governamental pode acontecer através da
doação de mudas e/ou subsidio para a
subs]tuição de copas, adubagem etc.
•  O maior programa de distribuição de mudas
ocorreu no estado do Piauí, 18 milhões de
mudas, que resultaram em 12 milhões de
arvores.
•  Todos os anos ocorre distribuição de mudas nos
diversos estados do Nordeste.
A Embrapa

•  A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


– EMBRAPA, foi cons]tuída em 1973.
•  Tem como obje]vo desenvolver a
agropecuária tropical.
•  Tornou-se uma das maiores empresas de
pesquisa agrícola de todo o mundo, sendo um
dos pilares do agronegócio no Brasil.
•  Convenios / Parcerias
A Embrapa caju
O CNPCa (Centro Nacional de Pesquisa do
Caju), atual Embrapa Agroindústria Tropical

Os plan]os ate 1970 - Irregulares

O surgimento dos clones do cajueiro anão.


Uniformização do plan]o
A fazenda Embrapa - Pacajus
•  Embrapa Agroindústria Tropical, na cidade de
Pacajus, estado do Ceara é responsável pela
maior pesquisa rela]va ao caju e seus clones
•  Além das pesquisas realizadas quanto a
Castanha, tambem se desenvolvem pesquisas
rela]vas ao aproveitamento da polpa, dos
adubos e dos inse]cidas.
Embrapa Pacajus
Os Clones de caju da Embrapa

•  Clone CCP 06 - Lançado em 1983, adaptado para


solo arenoso de baixa fer]lidade, sem correção
ou fer]lização nem controle de pragas. U]lizado
como fornecedor de sementes para a formação
de porta-enxerto
•  Clone CCP 09 Lançado em 1987, tanto para
terrenos áridos quanto irrigado, para
aproveitamento do pedúnculo para o mercado de
mesa e da castanha para o mercado de amêndoa.
O CCP 76

•  Clone ob]do no ano de 1983. A maior


produção registrada pela planta matriz foi de
22 kg. Apresenta plantas de porte baixo e sua
exploração comercial vem sendo feita tanto
em cul]vo de sequeiro como irrigado, para
aproveitamento do pedúnculo para o mercado
de mesa - pois é um dos mais saborosos - e da
castanha para o mercado de amêndoa.
A adubação
•  Seja irrigado ou caju de sequeiro, os cuidados
com a adubação e o combate as pragas devem
ser um permanente.
•  A adubação tanto no plan]o quanto no cul]vo
são fundamentais para arvores e frutos saudáveis
e em plenas condições de produ]vidade.
•  A analise do terreno, antes do plan]o, é muito
importante na determinação dos cuidados a
seguir.
Adubos; Inse]cidas e fungicidas
O combate às pragas
•  Diversas são as pragas e fungos que atacam os
cajueiros, tanto o fruto quanto a arvore.
•  Para obtenção de frutos saudáveis, há que se
observar que ]po de produtos são aplicados
no combate a essas pragas.
•  No Brasil a importação de fer]lizantes e
inse]cidas são condicionados a fiscalização do
Ministério da Agricultura
Os Agroquímicos e os Fer]lizantes
•  Os agroquímicos, pelo risco que apresentam, são
subme]dos através do MAPA, ao Sistema de
Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) que
estabelece normas para a produção, importação e
comercialização de agrotóxicos, componentes e
afins.
•  Os fer]lizantes, corre]vos, inoculantes e
biofer]lizantes, insumos básicos para aumentar a
produção agrícola, são fiscalizados diretamente
pelo Ministério da Agricultura, que fiscaliza a
produção, a importação e o comércio de
fer]lizantes.
Os agroquímicos mais u]lizados
A deser]ficação da África
•  Eu iniciei essa nossa conversa com mapas do
Brasil e termino com outro, da África, tão
importante que afeta a vida de milhões de
africanos e o clima de todo o mundo.
•  O Deserto do Saara avança todos os anos mais de
10 mil km2 sobre a área verde da África. Hoje o
Saara a]nge mais de 9 milhões de km2 e
expande suas fronteiras ano após ano, avançando
sobre as terras férteis que ficam mais ao Sul.
Os desertos já ocupam metade do
Con]nente Africano.
Urge que se faça algo
•  É urgente que se faça algo. E algo esta sendo
feito. Uma grande muralha verde esta sendo
erguida, arvore por arvore, ao longo de mais
de 7 mil quilômetros. A ideia surgiu com o
ambientalista britânico Richard Baker, em
1952, e foi resgatada pelo presidente da
Nigéria Olusegun Obasanjo que, com o apoio
da União Africana, deu inicio ao projeto em
2007.
A grande muralha verde
•  A muralha que se ergue ao norte do con]nente
africano não é uma muralha para separar, mas
sim um muralha para unir os povos a volta de
uma ideia, conter o avanço do deserto.
•  Além da contenção do deserto essa “nova
floresta” tem, tambem, a função de dar
sustentabilidade aos povos do Sahel.
•  Em áreas reflorestadas do Senegal a vida na
floresta começa a ressurgir.
O Desafio da TNS / INCAJU
•  O cajueiro é uma arvore forte, de crescimento
rápido e adaptada a climas áridos e semiáridos.
•  Como ul]ma mensagem deixo aqui um desafio à
TNS e a Incaju: reunir todas as forças ligadas ao
caju, para somar esforços no sen]do de que o
cajueiro seja uma das arvores a conter o deserto e
gerar emprego e renda para a população do Sahel.
•  O cajueiro não é uma arvore tão longeva quanto o
Baoba, mas tambem é considerado uma arvore da
vida.
A força do cajueiro
A Grande Muralha Verde da África
Altair Maia

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