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CÁLCULO III

SOLUÇÃO DE E.D.O. POR SÉRIES

Cel Reinaldo Teixeira DELFINO


SOLUÇÃO DE E.D.O. POR SÉRIES
• Diz-se que uma função f é analítica em um
intervalo (x0 – r, x0 + r) se ela possui uma
expansão em série de potências nesse
intervalo, convergente para |x – x0| < r:

f ( x) =  a n ( x − x0 ) n
n =0
• Considere a E.D.O. y” + P(x)y’ + Q(x)y = 0. Um
ponto x0 é denominado ponto ordinário dessa
E.D.O. se P(x) e Q(x) são analíticas em x0; caso
contrário, o ponto x0 é chamado ponto
singular.

• O ponto x0 é denominado singular regular se


for singular e se as funções (x – x0).P(x) e
(x – x0)2.Q(x) forem analíticas em x0. Se ao
menos uma dessas funções não for analítica,
x0 é um ponto singular irregular.
• Exemplo: Considere a equação diferencial
ordinária (x2 – 16).y” + y = 0. Classifique os
pontos x0 = 3 e x1 = 4.

1
• Resolução: y ' '+ y=0
( x − 4)( x + 4)
1
P ( x) = 0 ; Q( x) =
( x − 4)( x + 4)

x0 = 3 é ponto ordinário;

x1 = 4 é ponto singular regular.


• Se os coeficientes de uma E.D.O. linear
homogênea y(n) + P1(x)y(n-1) + ... + Pn(x)y = 0
são analíticos no intervalo (x0 – r, x0 + r), então
pode ser demonstrado que existem n soluções
linearmente independentes u1(x), u2(x), ...,
un(x), as quais são analíticas no mesmo
intervalo. A demonstração desse Teorema
para o caso das E.D.O. de 2a ordem está feita
no Apostol, Vol. 2, Seção 6.17.
• Exemplo: resolva a equação y” + xy’ + 2y = 0.
• Resolução: as funções x e 2 admitem
expansão em série de Maclaurin em todo o
domínio real. Logo, x0 = 0 é um ponto
ordinário dessa E.D.O.
Assim,  vamos supor uma solução da forma

y(x) =  n  y’(x) =  nc x
c x n

n =1
n
n −1

n= 0

y’’(x) =  n
n=2
( n − 1) c n x n−2
Substituindo essas expressões na E.D.O.:
  

 n
n=2
( n − 1) c n x n−2
+
n =1
 n
nc x n
+ 2  n =0
c x n

n =0

  
  (n + 2)(n + 1)cn + 2 x +  ncn x +  2cn x n = 0 
n n

n =0 n =1 n =0


 2c2 + 2c0 +  {( n + 2)(n + 1)cn + 2 + ncn + 2cn }x n = 0 
n =1

2c2 + 2c0 = 0  c2 = −c0



 cn
(n + 2)(n + 1)cn + 2 + (n + 2)cn = 0  cn+ 2 = − , n 1
 n +1
Logo: c = − c , n  0
n+2
n
n +1
Para valores pares de n:
c2 c0 c c c0
c2 = −c0 ; c4 = − = ; c6 = − 4 = − 0 ; ... ; c2 m = (−1) m ; ...
3 3 5 15 1.3.5....(2m − 1)

Para valores ímpares de n:


c1 c3 c1 c5 c1 c1
c3 = − ; c5 = − = ; c7 = − = − ; ... ; c2 m +1 = (−1) m
; ...
2 4 8 6 48 2.4.6....(2m)


c1 3 c0 4 c1 5
Assim: y ( x) =  cn x n = c0 + c1 x − c0 x 2 − x + x + x − ... =
n =0 2 3 8
 x4 x6   x3 x5 x7 
= c0 1 − x + − + ... + c1  x − + − + ... =
2

 3 15   2 8 48 
 
(−1) n 2n   
(−1) n 
= c0 1 +  x  + c1  x +  x 2 n+1  =
 n =1 1.3.5....(2n − 1)   n =1 2.4.6....(2n) 
= c0 y1 ( x) + c1 y2 ( x)
EQUAÇÃO DE LEGENDRE
• Uma equação da forma:

(1 – x )y” – 2xy’ + ( + 1)y = 0


2

onde  é uma constante real, é denominada


equação de Legendre. Ela também pode ser
escrita como:
[( x2 – 1)y’]’ = ( + 1)y.
• Se x2  1, uma forma alternativa para a
equação de Legendre é:
2x  ( + 1)
y' '− y'+ y=0
1− x 2
1− x 2


• Como 1
= 
1 − x 2 n =0
para |x| < 1, conclui-se que
x 2n

as funções coeficientes possuem expansões


em séries de potência no intervalo (–1, 1), de
modo que podemos garantir a existência de
duas soluções linearmente independentes
analíticas nesse intervalo.
• A resolução dessa equação é feita tentando-se 
encontrar soluções da forma y( x) =  a x . n
n

  n =0
y ' ( x) =  na x ; y ' ' ( x) =  n(n − 1)a x
n
n −1
n
n−2

n =1 n=2

Substituindo-se essas expressões na equação,


obtém-se:
(n + 2)(n + 1)an + 2 − n(n − 1)an − 2nan +  ( + 1)an = 0 
( − n)( + n + 1)
 an + 2 =− an , n  0
(n + 1)(n + 2)
Dessa forma, determinam-se a2, a4, a6, ... em
função de a0, e a3, a5, a7, ... em função de a1.
Por indução, pode-se demonstrar que:

 ( − 2)...( − 2n + 2).( + 1)( + 3)...( + 2n − 1)


a2 n = (−1) n a0 , n = 1, 2, 3, ...
(2n)!

( − 1)( − 3)...( − 2n + 1).( + 2)( + 4)...( + 2n)


a 2 n +1 = (−1) n a1 , n = 1, 2, 3, ...
(2n + 1)!

Logo, y ( x) = a0u1 ( x) + a1u2 ( x) , onde:



 ( − 2)...( − 2n + 2).( + 1)( + 3)...( + 2n − 1)
u1 ( x) = 1 +  (−1) n x 2n
n =1 (2n)!


( − 1)( − 3)...( − 2n + 1).( + 2)( + 4)...( + 2n) 2 n +1
u 2 ( x) = x +  (−1) n x
n =1 (2n + 1)!

O critério da razão mostra que essas séries


convergem para |x| < 1. Como u1 e u2 são
linearmente independentes, a solução geral
da equação de Legendre no intervalo (-1, 1) é
dada pela combinação linear de u1 e u2, sendo
a0 e a1 as constantes arbitrárias.
• Quando  é zero ou um inteiro positivo par,
ou seja,  = 2m, a série para u1(x) se torna um
polinômio de grau 2m, contendo apenas
potências pares de x. Observe que:
2n m!
 ( − 2)...( − 2n + 2) = 2m(2m − 2)...(2m − 2n + 2) =
(m − n)!

(2m + 2n)!m!
( + 1)( + 3)...( + 2n − 1) = (2m + 1)(2m + 3)...(2m + 2n − 1) =
2n (2m)!(m + n)!
• Assim, a fórmula para u1(x) nesse caso se
torna:
(m!) 2 m (2m + 2k )!
u1 ( x) = 1 + 
(2m)! k =1
( −1) k

(m − k )!(m + k )!(2k )!
x 2k

• Analogamente, quando  é um inteiro


positivo ímpar ( = 2m + 1), a série para u2(x)
se torna um polinômio de grau 2m + 1:
(m!) 2 m (2m + 2k + 1)!
u 2 ( x) = x + 
(2m + 1)! k =1
( −1) k

(m − k )!(m + k )!(2k + 1)!


x 2 k +1
• As soluções polinomiais acima podem ser
obtidas (a menos dos termos constantes) a
partir da seguinte fórmula:
1 [ n / 2] (−1) r (2n − 2r )! n−2 r
Pn ( x) = n  x
2 r =0 r!(n − r )!(n − 2r )!

onde [n/2] representa o maior inteiro menor


ou igual a n/2. O polinômio Pn(x) é
denominado polinômio de Legendre de grau
n. Quando n é par, Pn é um múltiplo de u1(x);
quando n é ímpar, Pn é múltiplo de u2(x).
• A fórmula para obtenção de Pn(x) pode ser
reescrita da seguinte forma, conhecida como
fórmula de Rodrigues:

1 dn 2
Pn ( x) = n ( x − 1) n

2 n! dxn

• Com o auxílio dessa fórmula e da equação de


Legendre, algumas propriedades dos
polinômios de Legendre podem ser deduzidas:
• Pn(1) = 1 para todo n  0;

• Pn(x) é o único polinômio que satisfaz a


equação (1 – x2)y”- 2xy’ + n(n + 1)y = 0 e
possui valor 1 quando x = 1;

• Pn(–x) = (–1)nPn(x) para todo n  0;

• −1 Pn ( x) Pm ( x)dx = 0 se m  n e 2
1 1
Pn ( x) =  [ Pn ( x)]2 dx =
2
−1 2n + 1
• Todo polinômio f(x) de grau n pode ser
expresso como uma combinação linear dos
polinômios de Legendre P0, P1, ..., Pn:
n
2k + 1 1
f ( x) =  c P ( x) , onde ck =
k k −1 f ( x) Pk ( x)dx
k =0 2

• Se g(x) é um polinômio de grau inferior a n,


1
então −1 g ( x) Pn ( x)dx = 0 ;

• O polinômio de Legendre Pn(x) possui n raízes


reais distintas, todas situadas no intervalo
(–1,1).
• Exercícios: resolva os exercícios 8 a 14 da
Seção 6.21 do Volume 2 do Apostol.
Método de Frobenius
• Considere a E.D.O. y” + P1(x)y’ + P2(x)y = 0. Se
P1 e/ou P2 não for(em) analítica(s) em torno
de x0, soluções em forma de expansões em
séries de potência podem existir ou não.
• Entretanto, se x0 for um ponto singular
regular, ela pode ser resolvida empregando-se
o método desenvolvido pelo matemático
alemão Georg Frobenius.
• O teorema de Frobenius garante que a E.D.O.
acima possui ao menos uma solução da forma

y ( x) =| x − x0 |r  an ( x − x0 ) n , onde r e an são
n =0
constantes.

• A constante r é determinada a partir da


equação quadrática:
r(r – 1) + P(x0)r + Q(x0) = 0
denominada equação indicial da E.D.O.
(x – x0)2y” + (x – x0)P(x)y’ + Q(x)y = 0.
. Suponha que P(x) e Q(x) possuam expansões
em séries em um intervalo (x0 – A, x0 + A), ou
seja, x0 é um ponto singular regular. Sejam r1
e r2 as raízes da equação indicial, as quais
podem ser reais ou complexas. Em função
dessas raízes, o método de Frobenius pode ser
dividido em dois casos:
• 1o CASO: se r1 – r2 não é um número inteiro,
então a E.D.O. possui duas soluções
independentes u1 e u2 da forma:

u1 ( x) =| x − x0 |  an ( x − x0 ) n, onde a0 = 1
r1

n =0


u2 ( x) =| x − x0 |r2 n
b (
n =0
x − x0 ) n
, onde b0 = 1

Essas duas séries convergem no intervalo


|x – x0| < A, e as soluções são válidas para
0 < |x – x0| < A.
• 2o CASO: se r1 – r2 = N é um número inteiro
não-negativo, então a E.D.O. tem uma solução
u1 da mesma forma do caso anterior e outra
solução L.I. u2 da forma:

u ( x) =| x − x |  b ( x − x ) + C.u ( x). ln | x − x | , onde b0 = 1
2 0
r2
n 0
n
1 0
n =0

A constante C é diferente de zero se N = 0, e


pode ser nula ou não se N > 0. Como no caso
anterior, as duas séries convergem no
intervalo |x – x0| < A, e as soluções são válidas
para 0 < |x – x0| < A.
EQUAÇÃO DE BESSEL
• Uma equação da forma
x2y” + xy’ + (x2 - 2)y = 0
onde  é uma constante não-negativa, é
denominada Equação de Bessel de ordem .
• Observe que x0 = 0 é um ponto singular
regular dessa equação, de modo que o
Método de Frobenius pode ser empregado
para a sua resolução.
• Para tanto, deve-se buscar soluções da forma

y = x  a x , com a  0, válidas para todo x
r n
n
n =0
0
real (com a possível exceção de x = 0).

• Consideremos inicialmente o caso x > 0, de


modo que |x|r = xr. Assim:

y = x a x r
n
n

n =0
  
y ' = rx r −1
 an x + x
n =0
n r
 nan x
n =0
n −1
=x r −1
 (
n =0
n + r ) a n x n


y' ' = x r −2
 (
n =0
n + r )( n + r − 1) a n x n
Substituindo essas expressões na E.D.O.,
obtém-se:
 
x r  [(n + r ) 2 −  2 ]a n x n + x r  a n x n + 2 = 0
n =0 n =0

• O termo constante dessa expressão mostra


que (r2 – 2).a0 = 0. Como procuramos
soluções nas quais a0  0, obtemos a equação
indicial r2 – 2 = 0, cujas raízes são  e - .
• Para r = , as equações restantes são:
(1 +  ) −  a = 0  a = 0 ( pois   0)
2 2
1 1

(n +  ) −  a + a = 0  a = − n(na+ 2 ) ,
2 2
n n−2 n
n−2
n2

• Logo, a3 = a5 = a7 = ... = 0, e:
a0
a2 n = (−1) 2 nn
, n = 1, 2, 3, ...
2 n!(1 +  )(2 +  )...(n +  )

• Portanto, para r = , obtém-se a solução:


 
(−1) n x 2 n 
y = a 0 x 1 +  2 n


 n =1 2 n!(1 +  )(2 +  )...(n +  ) 
O critério da razão mostra que a série acima é
convergente para qualquer valor real de x.

• Consideramos x > 0. Se x < 0, o


desenvolvimento é análogo, bastando
substituir xr por (–x)r. A equação indicial nesse
caso também é r2 – 2 = 0. Para r = , obtém-
se uma solução semelhante à anterior, exceto
pelo fato de que o fator x é substituído por
(–x). Assim, as duas soluções podem ser
descritas pela expressão:
 
( −1) n 2n
x 
f  ( x) = a 0 | x | 1 +  2 n 
 n =1 2 n!(1 +  )(2 +  )...(n +  ) 

f é uma solução da equação de Bessel válida


para todo x real diferente de zero. Para os
valores de  em que f’ e f” existam, a
solução também é válida para x = 0.

• Considere agora a raiz r = –  da equação


indicial. As equações resultantes da E.D.O.
remanescentes nesse caso são:
(1 −  ) −  a = 0  (1 − 2 )a = 0
2 2
1 1

(n −  ) −  a + a = 0  n(n − 2 )a
2 2
n n−2 n + an − 2 = 0

• Se 2 não for um inteiro, essas equações


an − 2
resultam em a1 = 0 e an = − n(n − 2 ) para n  2.
Essa fórmula de recorrência é semelhante à
do caso r = , sendo  substituído por – .
Pelo mesmo raciocínio anterior, obtém-se a
seguinte solução, válida para todo x real
diferente de zero:
 
(−1) n x 2 n 
f − = a 0 | x | − 1 +  2 n 
 n =1 2 n!(1 −  )(2 −  )...(n −  ) 

• A solução f- foi obtida com a hipótese de que


2 não é um inteiro positivo. Observe,
porém, que a série para f- é válida como
solução mesmo que 2 seja inteiro, desde que
 não seja um inteiro positivo.
• Assim, para cada   0, existe a solução f e,
se  não for um inteiro não-negativo, existe
também a solução f-. Note que f e f- são
linearmente independentes, o que pode ser
facilmente constatado observando-se que a
segunda tende a infinito quando x tende a
zero, o que não ocorre com a primeira.
Função Gama de Euler
• Para cada s real positivo, define-se a função
gama de Euler (s) pela integral imprópria:

( s ) =  t s −1e −t dt
0+

• Essa integral converge se s > 0 e diverge se


s  0. Integrando-se por partes, conclui-se
que:
(s + 1) = s.(s)
• Portanto:
(s + 2) = (s + 1).(s + 1) = (s + 1).s.(s)
(s + 3) = (s + 2).(s + 2) = (s + 2)(s + 1).s.(s)
.................................................................

E, por indução, conclui-se que:


(s + n) = (s + n – 1)...(s + 1).s.(s)
para todo n inteiro positivo. Como (1) = 1,
obtém-se o seguinte resultado:
(n + 1) = n!
• Portanto, a função gama é uma extensão da
função fatorial dos inteiros para os reais
positivos.
• É possível ainda estender a definição da
função gama para valores negativos não-
inteiros de s. Observe que (s) = (s + 1) . Essa
s
expressão tem sentido para s + 1 > 0 e s  0.
Podemos usar essa equação para definir (s)
se – 1 < s < 0. Seguindo esse procedimento
repetidamente, estende-se a definição para
todos os negativos não-inteiros.
Funções de Bessel
• A solução f da Equação de Bessel contém o
produto (1 + )(2 + )...(n + ). Porém:
( n + 1 +  )
(1 +  )(2 +  )...(n +  ) =
(1 +  )

• Fazendo a0 = 2-/(1 + ) e denominando f(x)


de J(x) para x > 0, tem-se que:
x   (−1) n x 2n
J  ( x) = ( )  ( )
2 n=0 n!(n + 1 +  ) 2
• A função J definida por essa equação para
x > 0 e   0 é denominada função de Bessel
de primeira espécie de ordem . Se  = p,
onde p é um inteiro não-negativo, a função de
Bessel Jp é dada pela série:

(−1) n x 2n+ p
J p ( x) =  ( )
n =0 n!(n + p)! 2

Essa também é uma solução da equação de


Bessel para x < 0.
• É possível definir uma nova função J-
substituindo-se  por -  na expressão para J,
desde que  não seja um inteiro positivo (para
que (n + 1 - ) exista). Assim, para x > 0 e
 > 0,   1, 2, 3,..., define-se J- como:
x −  (−1) n x
J − ( x) = ( )  ( )2n
2 n=0 n!(n + 1 −  ) 2

• Fazendo a0 = 2/(1 – ), constata-se que a


expressão para J-(x) é idêntica à de f- para
x>0. Logo, se  não é um inteiro positivo, J- é
uma solução da equação de Bessel para x > 0.
• Desse modo, se  não é inteiro, a solução
geral da equação de Bessel para x > 0 é dada
por y(x) = c1J(x) + c2J-(x).

• Se  = p é um inteiro não-negativo, nós


teremos determinado apenas a solução Jp,
válida para x > 0. Uma segunda solução
linearmente independente pode ser
encontrada pelo método descrito no exercício
4 da seção 6.16 do Volume 2 do Apostol. Essa
solução é:
x 1
u ( x) = J p ( x)  2
dt
c t[ J (t )]
p

desde que c e x estejam em um intervalo I no


qual Jp não se anule. É possível demonstrar
que essa solução pode ser escrita de outra
forma, de acordo com a prevista pelo 2o caso
do método de Frobenius. Assim, essa
segunda solução Kp(x) é dada por:

K p ( x) = J p ( x). ln x + x −p
C x
n =0
n
n
• Substituindo essa expressão na equação de
Bessel, é possível determinar os coeficientes
Cn de modo que a equação seja satisfeita.
Assim, a expressão para Kp(x) é:
1 x − p p −1 ( p − n − 1)! x 2n 1 x p  hn + hn+ p x 2n
K p ( x) = J p ( x). ln x − ( )  ( ) − ( )  (−1) n ( )
2 2 n =0 n! 2 2 2 n =0 n!(n + p)! 2

onde h0 = 0 e hn = 1 + 1/2 + ... + 1/n para


n > 0. A série nessa expressão converge para
todo x real.
• A função Kp definida dessa forma para x > 0 é
denominada função de Bessel de segunda
espécie de ordem p. Jp e Kp são linearmente
independentes, e a solução geral da equação
de Bessel nesse caso, para x > 0, é dada por:

y(x) = c1Jp(x) + c2Kp(x)

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