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Exército Brasileiro ● Departamento de Ciência e Tecnologia

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

QUÍMICA I

Cap Leão, M.Sc.


Seção de Engenharia Química (SE/5)
IME – Química I – Cap Leão
❑ Exercício 01 – AULA 14 MAR 24

IME – Química I – Cap Leão


❑ Exercício 02 – AULA 14 MAR 24

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Propriedades Coligativas e
Misturas Binárias Líquidas
UD II : Soluções e Propriedades
Coligativas

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1. PROPRIEDADES COLIGATIVAS

❑ Propriedades físicas das soluções diferem das propriedades dos


solventes puros
❑ A concentração do soluto afeta cada propriedade em relação ao
solvente puro
❑ Propriedades coligativas são aquelas que dependem somente do
número de partículas do soluto não-volátil em solução e não da
natureza (identidade química) dessas partículas
❑ Para fins do estudo das propriedades coligativas, considera-se
somente soluções diluídas (concentrações menores que 0,2 M)

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1. PROPRIEDADES COLIGATIVAS
❑ Cada uma dessas propriedades depende da diminuição da
tendência ao escape (*) das moléculas do solvente pela adição das
partículas do soluto
❑ Propriedades coligativas:

abaixamento da pressão de vapor do solvente (tonoscopia)


elevação do ponto de ebulição do solvente (ebulioscopia)
diminuição do ponto de congelamento do solvente (crioscopia)
pressão osmótica (osmose)

(*) Tendência ao escape: tendência das moléculas escaparem da fase em que se


encontram. Forças intermoleculares fracas: maior tendência de escape !!!

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1.1 ABAIXAMENTO DA PRESSÃO DE VAPOR DO SOLVENTE

❑ A adição de um soluto não volátil (pressão de vapor desprezível do

soluto !) reduz a habilidade das moléculas da superfície do solvente


volátil de escaparem do líquido
❑ O abaixamento da pressão de vapor mediante a presença de um

soluto não-volátil explica o fato, por exemplo, de que lagos com


água salgada evaporam mais lentamente que os lagos de água
doce
❑ A magnitude da redução da pressão de vapor depende da

quantidade de soluto

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1.1 ABAIXAMENTO DA PRESSÃO DE VAPOR DO SOLVENTE

Pressão de vapor sobre uma solução formada por solvente volátil e


soluto não volátil é menor do que a pressão de vapor do solvente
isolado.

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1.1 ABAIXAMENTO DA PRESSÃO DE VAPOR DO SOLVENTE

❑ A Lei de Raoult:

P = Xsolvente Ppuro

P - pressão de vapor do solvente na solução


Χsolvente - fração molar do solvente na solução
Ppuro - pressão de vapor do solvente puro

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1.1 ABAIXAMENTO DA PRESSÃO DE VAPOR DO SOLVENTE

⮚ A Lei de Raoult - para uma solução que contenha somente 01 (um)


soluto, tem-se que:
P1 - pressão de vapor do solvente na solução
P1 = X1 P1o Χ1 - fração molar do solvente na solução
P1o - pressão de vapor do solvente puro

⮚ Porém, X1 = 1 – X2 , onde X2 é a fração molar do soluto. Então:


P1 = (1 – X2) P1o

⮚ Assim, verifica-se que o abaixamento da pressão de vapor, ΔP, é


diretamente proporcional à concentração do soluto.

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1.1 ABAIXAMENTO DA PRESSÃO DE VAPOR DO SOLVENTE

❑ Solução hipotética que obedece à Lei de Raoult: solução ideal

❑ Na solução ideal:

▪ As estruturas moleculares do soluto e do solvente são similares


(forças moleculares de mesma magnitude)
▪ interações entre as moléculas de soluto e solvente (soluto-
solvente) são iguais às interações entre as moléculas de
solvente (solvente-solvente) e entre as moléculas de soluto
(soluto-soluto)
❑ Consequentemente, as moléculas de soluto se misturam
livremente com as de solvente (Misturação Uniforme –
Aleatoriedade)
❑ Logo, a entalpia de dissolução é zero (solução ideal)

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1.1.1 LEIS-LIMITE PARA SOLUÇÕES

❑ Conforme visto, para gases em baixas concentrações, utiliza-se a


lei de Henry para o cálculo da pressão parcial. A Lei de Henry é a
lei limite para solutos (𝒙𝒔𝒐𝒍𝒖𝒕𝒐 → 𝟎).

❑ Já para os solventes (em alta concentração), utiliza-se a Lei de


Raoult. A Lei de Raoult é a lei limite para solventes (𝒙𝒔𝒐𝒍𝒗 → 𝟏)

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1.1.1 LEIS-LIMITE PARA SOLUÇÕES

𝑃1∗ = 𝑃1𝑠𝑎𝑡

𝑃2∗ = 𝑃2𝑠𝑎𝑡
𝑥1 → 1

\
𝑥1 → 0

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1.2 ELEVAÇÃO DO PONTO DE EBULIÇÃO DO SOLVENTE
❑ O soluto não-volátil abaixa a pressão de vapor, aumentando, por
conseguinte, a temperatura necessária para as moléculas da fase
líquida escaparem para a fase vapor. Desse modo, a temperatura
de ebulição aumenta em relação ao solvente puro.
❑ Uma temperatura mais alta é necessária para atingir uma pressão
de vapor de 1 atm para a solução (Te).

❑ O aumento do ponto de ebulição (Te) é diretamente


proporcional ao número de partículas do soluto por quantidade
de solvente, quando 𝑥𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 é pequeno (𝒙𝒔𝒐𝒍𝒖𝒕𝒐 << 𝟏).

∆𝑻𝒆 = 𝑲𝒆 . 𝕸

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1.2 ELEVAÇÃO DO PONTO DE EBULIÇÃO DO SOLVENTE

∆𝑻𝒆 = 𝑲𝒆 . 𝕸

𝑲𝒆 : Constante ebulioscópica ou Constante de elevação do ponto de


ebulição
𝕸: Molalidade ou Concentração Molal do soluto (mol/kg de solvente)

❑ Expressão geral com calor de vaporização constante, com Teb e


Teb * sendo a temperatura de ebulição do solvente puro

A título de curiosidade !

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1.2 ELEVAÇÃO DO PONTO DE EBULIÇÃO DO SOLVENTE

▪ Diagrama de fase para um solvente puro e para a solução de um soluto não volátil
▪ A pressão de vapor do solvente sólido não é afetada pela presença do soluto;
▪ A curva de sublimação para o solvente puro é a mesma para a solução;
▪ O ponto triplo ocorre a uma temperatura mais baixa, em razão do abaixamento da
pressão de vapor.
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1.2 ELEVAÇÃO DO PONTO DE EBULIÇÃO DO SOLVENTE

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1.3 DIMINUIÇÃO DO PONTO DE FUSÃO DO SOLVENTE

❑ Quando uma solução solidifica, os cristais do solvente puro


tendem a se separar do restante dos componentes da solução

❑ As moléculas do soluto normalmente não são solúveis na fase


sólida do solvente, devido às interações intermoleculares serem
muito diferentes

❑ As partículas do soluto não-volátil dificultam a cristalização do


solvente (criação de barreiras espaciais e presença da interação
soluto-solvente na fase líquida)

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1.3 DIMINUIÇÃO DO PONTO DE FUSÃO DO SOLVENTE
❑ A solidificação envolve a transição de um estado mais desordenado
(líquido) para outro menos desordenado (sólido) (Diminuição de
Entropia)
❑ Como a solução tem maior entropia (S > S∗ ) e mais estabilidade do
que o solvente puro (G < G∗ ) e considerando que a entropia (SS ),
a energia livre de Gibbs (GS ) do sólido e a entalpia de fusão sejam
constantes (∆𝐻 𝐿−𝑆 = ∆𝐻 ∗,𝐿−𝑆 ) sejam constantes, temos que:
𝐺 = 𝐻 − 𝑇𝑆
𝐺 ∗ = 𝐻∗ − 𝑇 ∗ 𝑆 ∗
∆𝐺 𝑆−𝐿 = ∆𝐻 𝑆−𝐿 − 𝑇∆𝑆 𝑆−𝐿
∆𝐺 ∗,𝑆−𝐿 = ∆𝐻 ∗,𝑆−𝐿 − 𝑇 ∗ ∆𝑆 ∗,𝑆−𝐿
0
∆𝐺 𝑆−𝐿 − ∆𝐺 ∗,𝑆−𝐿 = ∆𝐻 𝑆−𝐿 − ∆𝐻 ∗,𝑆−𝐿 − 𝑇∆𝑆 𝑆−𝐿 + 𝑇 ∗ ∆𝑆 ∗,𝑆−𝐿

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1.3 DIMINUIÇÃO DO PONTO DE FUSÃO DO SOLVENTE

∆𝐺 𝑆−𝐿 − ∆𝐺 ∗,𝑆−𝐿 = −𝑇∆𝑆 𝑆−𝐿 + 𝑇 ∗ ∆𝑆 ∗,𝑆−𝐿

𝐺 − 𝐺 ∗ = −𝑇∆𝑆 𝑆−𝐿 + 𝑇 ∗ ∆𝑆 ∗,𝑆−𝐿 < 0

𝑇 ∗ ∆𝑆 ∗,𝑆−𝐿 < 𝑇∆𝑆 𝑆−𝐿

∆𝑆 ∗,𝑆−𝐿 < ∆𝑆 𝑆−𝐿 , 𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑆 ∗ < 𝑆


Lembrar que S é
∆𝑆 ∗,𝑆−𝐿 maior que zero !
𝑆−𝐿
<1
∆𝑆
∆𝑆 ∗,𝑆−𝐿 𝑇
𝑆−𝐿
< ∗<1 T< 𝑇 ∗
∆𝑆 𝑇

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1.3 DIMINUIÇÃO DO PONTO DE FUSÃO DO SOLVENTE

❑ A diminuição do ponto de fusão (Tf) é diretamente proporcional


ao número de partículas do soluto por quantidade de solvente,
quando 𝑥𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 é pequeno (𝒙𝒔𝒐𝒍𝒖𝒕𝒐 << 𝟏).

∆𝑻𝒇 = 𝑲𝒇 . 𝕸

𝑲𝒇 : Constante crioscópica ou Constante de abaixamento do ponto de


fusão

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1.3 DIMINUIÇÃO DO PONTO DE FUSÃO DO SOLVENTE

▪ A curva de sublimação para o solvente puro é a mesma para a solução


▪ O ponto triplo ocorre a uma temperatura mais baixa, em razão do abaixamento
da pressão de vapor
▪ A curva do ponto de fusão (ponto de congelamento) é uma linha paralela, a partir
do ponto triplo
▪ A solução solidifica a uma temperatura mais baixa

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1.3 DIMINUIÇÃO DO PONTO DE FUSÃO DO SOLVENTE

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1.3 DIMINUIÇÃO DO PONTO DE FUSÃO DO SOLVENTE

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1.3 DIMINUIÇÃO DO PONTO DE FUSÃO DO SOLVENTE

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1.4. CONSIDERAÇÕES PARA ELETRÓLITOS

❑ Se o soluto for um eletrólito, deve ser levada em conta a extensão


de sua dissociação
❑ O cloreto de sódio, por exemplo, se dissocia, formando íons Na+ e
Clˉ, sendo que ambos contribuem para o abaixamento do ponto de
congelamento
❑ A molalidade total do soluto é duas vezes a molalidade em relação
à fórmula unitária de cloreto de sódio
❑ Em soluções concentradas, os íons podem se juntar para formar
pares de íons e outros agregados
❑ O efeito do soluto nessas soluções é complexo e difícil de ser
determinado

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1.4. CONSIDERAÇÕES PARA ELETRÓLITOS
❑ Nessas soluções, utiliza-se a seguinte relação:

∆𝑻𝒄 = 𝒊𝑲𝒄 . 𝕸
❑ O parâmetro “i” é denominado fator de van’t Hoff, o qual é
determinado experimentalmente e está relacionado ao grau de
dissociação de uma substância, variando com a concentração.

❑ Relaciona o número efetivo de partículas em solução após a


dissociação, com o número de cargas unitárias dissolvidas na
solução

❑ Para soluções diluídas de não-eletrólitos, i = 1


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1.4. CONSIDERAÇÕES PARA ELETRÓLITOS

❑ As propriedades coligativas das soluções dependem da


concentração total de partículas de soluto, independentemente de
serem íons ou moléculas

❑ Assim, espera-se que uma solução de NaCl tenha um abaixamento


do ponto de congelamento coerente com o número de partículas
dissociadas do sal (i = 2)

❑ Porém, não é isso o que se observa na prática, da mesma forma


que ocorre, também, com outros eletrólitos fortes

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1.4. CONSIDERAÇÕES PARA ELETRÓLITOS

❑ A diferença entre as propriedades coligativas esperadas e as


observadas para eletrólitos fortes deve-se às atrações
eletrostáticas entre os íons, que interagem entre si, formando,
com alguma frequência, partículas associadas – “clusters”

❑ Ocorre, assim, na prática, uma variação do número de partículas


em relação ao esperado

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1.4. CONSIDERAÇÕES PARA ELETRÓLITOS

❑ Na ausência de informações práticas, usa-se o valor ideal

❑ Quanto mais diluída a solução, mais o fator de van’t Hoff se


aproxima do valor ideal, porque a interação iônica diminui

❑ Quanto menor os módulos das cargas dos íons, menor o


afastamento da idealidade, pela mesma razão (Menor interação
Eletrostática)

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1.4. CONSIDERAÇÕES PARA ELETRÓLITOS

▪ Fatores de van’t Hoff medidos (experimentalmente) e calculados, para soluções de


eletrólitos 0,0500 M a 25 ℃
▪ A sacarose (*) não é um eletrólito, sendo citada apenas para fins de comparação

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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA

❑ Quando uma membrana semipermeável permite a passagem


apenas de moléculas de solvente, esse movimento é denominado
osmose e a membrana especial necessária para se observar esse
fenômeno é chamada membrana osmótica

❑ Osmose: é o movimento de moléculas de um solvente, através de


uma membrana semipermeável, a partir de um solvente puro ou de
uma solução diluída, para uma solução mais concentrada

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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA

❑ Em alguns casos, trata-se simplesmente de uma questão de


tamanho: uma membrana semipermeável pode ter poros tão
pequenos que só permita a passagem de moléculas do solvente
❑ Em outros casos, um mecanismo diferente pode ser responsável
pela seletividade da membrana, como a maior “solubilidade” do
solvente na membrana
❑ Os fatores que determinam quais são as partículas capazes de
atravessar a membrana podem ser o tamanho da molécula, a sua
carga elétrica e a sua polaridade. Ocorrem devido a um gradiente
de concentração.

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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA

❑ O processo é espontâneo porque a diluição da solução no


compartimento da solução mais concentrada leva a um aumento
da entropia e à diminuição da energia de Gibbs

❑ A osmose relaciona-se com as variações de entalpia e entropia


envolvidas no processo: o solvente flui até que a energia livre de
Gibbs seja a mesma nos dois lados da membrana.

❑ A osmose pode ser justificada com base em conceitos de potencial


químico das moléculas envolvidas

❑ O equilíbrio é alcançado quando o fluxo de solvente é balanceado


pela diferença de pressão hidrostática no dois lados

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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA

▪ O solvente move-se através


da membrana, da direita
para a esquerda
▪ Os níveis de líquido nos
dois lados se tornam
diferentes
▪ No equilíbrio, a diferença
de pressão entre os lados
interrompe a osmose
▪ ᴫ = pressão osmótica

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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA

▪ Os níveis do solvente puro (esquerda) e da solução (direita) são iguais no


início
▪ Durante a osmose, o nível da solução sobe, em decorrência do fluxo de
solvente (esq. para a dir.)
▪ A pressão osmótica é igual à pressão hidrostática exercida pela coluna de
fluido, à direita, no equilíbrio
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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA

❑ A pressão osmótica, , é a pressão necessária para prevenir a


osmose
❑ A pressão osmótica obedece a uma lei similar a dos gases
ideais para soluções diluídas (𝒙𝒔𝒐𝒍 << 𝟏), conforme mostrou
van’t Hoff:
V = nRT
n
 =   RT = MRT
V 

❑ Onde: V é o volume da solução, n é a quantidade de matéria do


soluto, R é a cte do gás ideal, T é a temperatura (em K) e M é a
concentração molar (molaridade).

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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA

❑ A equação básica da osmose conhecida como equação de van’t


Hoff, podendo incorporar o fator de van’t Hoff (“i”) para soluções
de eletrólitos:

 = iMRT

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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA

A osmose através da membrana semipermeável que envolve uma célula de


glóbulo vermelho:
(a) Crenação: murchamento provocado pela perda de água;
(b) Hemólise: provocado pelo movimento de água para dentro da célula.

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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA

❑ Na osmose, a água se desloca de uma área de alta concentração de


água (baixa concentração de soluto) para uma área de baixa
concentração de água (alta concentração de soluto): processo
espontâneo.
❑ As células, entretanto, transportam não apenas água, mas outras
substâncias, através de suas membranas, por meio de processos
seletivos, permitindo que nutrientes entrem e substâncias inúteis
sejam descartadas;
❑ Em alguns casos, ocorre o caminho inverso da osmose. Esse
movimento, chamado transporte ativo, exige que as células gastem
energia, uma vez que esse processo não é espontâneo.

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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA

Osmose Reversa:
▪ purificação da água do mar
▪ pressão aplicada maior do que a pressão
osmótica
▪ íons e outras partículas são filtradas pela
membrana semipermeável
▪ água potável emerge do lado oposto
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1.5. OSMOSE E PRESSÃO OSMÓTICA
Osmose Reversa:
❑ Outros processos podem ser utilizados para a dessalinização da
água: destilação, congelamento da água do mar, etc. Porém,
consomem muita energia
❑ Economicamente, a osmose reversa é mais viável, porém,
apresenta baixo rendimento (é lenta) e deve ser associada a outros
processos para melhorar a qualidade da água
❑ Sucesso de uma dessalinização em grande escala depende da
adequada escolha da membrana, que seja permeável à água, mas
não aos sais dissolvidos, e que possa resistir a altas pressões por
longos períodos

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X. UNIDADES DE CONCENTRAÇÃO -- BÔNUS

❑ O estudo quantitativo de uma solução implica no conhecimento


de sua concentração !!!

❑ Concentração: quantidade de soluto ou de solvente ou de


qualquer espécie presente em dada quantidade de solução

❑ Várias unidades de concentração são utilizadas, cada uma com


vantagens e limitações !

❑ Unidades mais utilizadas: porcentagem em massa, fração molar,


molaridade (mol ⋅ L−1 ) e molalidade (mol ⋅ kg −1 ) .

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X. UNIDADES DE CONCENTRAÇÃO -- BÔNUS
❑ PORCENTAGEM EM MASSA

❑ ppm (Partes Por Milhão)


▪ pode ser expressa como 1 mg de soluto por quilograma de
solução;
▪ utilizada para soluções muito diluídas.

❑ ppb (Partes por Bilhão)

▪ pode ser expressa como 1 g de soluto por quilograma de solução;

▪ utilizada para soluções ainda mais diluídas (Ex.: Metais pesados em


água)

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X. UNIDADES DE CONCENTRAÇÃO -- BÔNUS

❑ Molaridade ou Concentração molar:

❑ Fração molar:

❑ Molalidade ou Concentração molal


:
msolvente em kg

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2. MISTURAS BINÁRIAS LÍQUIDAS

Misturas líquidas Ideais

𝑃 = 𝑥1 𝑃1 + 𝑥2 𝑃2
Lei de Raoult

❖ Em uma mistura líquida ideal, as


interações cruzadas entre os
dois tipos de moléculas são
iguais às interações entre cada
tipo de molécula no estado puro.
As interações A–A, B–B e A–B
são iguais.

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2. MISTURAS BINÁRIAS LÍQUIDAS

Uma solução que não obedece à lei de Raoult em um intervalo de


composições é denominada solução real. As soluções reais se
aproximam do comportamento ideal quando os solutos estão em
concentrações abaixo de 0,1 mol/ L, ou seja, quando uma das
espécies tem concentração pequena de modo que se aplica a Lei
Limite de Raoult

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2. MISTURAS BINÁRIAS LÍQUIDAS
Idealidade versus Não-idealidade

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2. MISTURAS BINÁRIAS LÍQUIDAS
Idealidade versus Não-idealidade
❑ Lei de Raoult: 𝑃 = 𝑥1 𝑃1 + 𝑥2 𝑃2 𝜸𝒊 :
Coeficiente de
❑ Lei de Raoult Modificada: 𝑃 = 𝑥1 𝛾1 𝑃1 + 𝑥2 𝛾2 𝑃2 Atividade

𝛾𝑖 < 1 : Desvio negativo da Lei de Raoult


Ocorre abaixamento da pressão de vapor à mesma temperatura.
Desse modo, as interações cruzadas soluto-solvente são mais fortes
que as soluto-soluto e/ou as solvente-solvente.

𝛾𝑖 > 1 : Desvio positivo da Lei de Raoult


Ocorre aumento da pressão de vapor à mesma temperatura. Desse
modo, as interações cruzadas soluto-solvente são mais fracas que as
soluto-soluto e/ou as solvente-solvente.

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2.1 DIAGRAMAS DE FASE Txy (Pressão Constante)
❑ Sistema n-hexano/ n-heptano – P= 1 atm

Curva do Ponto
de Orvalho (y)

Curva do Ponto
de Bolha (x)

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2.1 DIAGRAMAS DE FASE Txy (Pressão Constante)
❑ Sistema Etanol/ Água – P= 1 atm

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2.1 DIAGRAMAS DE FASE Txy (Pressão Constante)
❑ Sistema Acetona/ Clorofórmio – P= 1 atm

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2.1 DIAGRAMAS DE FASE Txy (Pressão Constante)
❑ Sistema Ácido Sulfúrico/ Água – P= 1 atm

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2.1 DIAGRAMAS DE FASE Txy (Pressão Constante)
❑ Sistema Ácido Nítrico/ Água – P= 1 atm

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2.2 DIAGRAMAS DE FASE Pxy (Temperatura Constante)
❑ Sistema n-hexano/ n-heptano – T= 50 oC (323,15 K)

Curva do Ponto
de Bolha (x)

Curva do Ponto
de Orvalho (y)

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2.2 DIAGRAMAS DE FASE Pxy (Temperatura Constante)
❑ Sistema Etanol/ Água – T= 60 oC (333,15 K)

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2.2 DIAGRAMAS DE FASE Pxy (Temperatura Constante)
❑ Sistema Acetona/ Clorofórmio – T= 50 oC (323,15 K)

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2.3 DESTILAÇÃO
Separação dos componentes de misturas líquidas baseada na
diferença de volatilidades relativas.

O fundamento científico básico da


operação é o entendimento do
Equilíbrio Líquido-Vapor da mistura.

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2.3 DESTILAÇÃO
❑ Destilação Simples (Diferencial) para líquidos com temperaturas
de ebulição bastante distintas em magnitude no Laboratório:

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2.3 DESTILAÇÃO
❑ Destilação a nível industrial para separações mais difíceis:
PRATOS RECHEIOS

COLUNA DE
DESTILAÇÃO

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2.3 DESTILAÇÃO

Curva do Ponto de Orvalho (y)

Curva do Ponto de Bolha (x)

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2.3 DESTILAÇÃO
❑ O processo chamado de destilação fracionada usa o método de redestilação
continua para separar misturas de líquidos, que possuem pontos de ebulição
próximos, como benzeno e tolueno.

❑ A mistura é aquecida e o vapor passa por uma coluna recheada e/ou de pratos. O
vapor começa a condensar sempre que entra em contato com um elemento
interno da coluna (prato e/ou recheio), de modo que ocorre nesse ponto um
equilíbrio parcial líquido-vapor.

❑ Conforme o aquecimento continua, o vapor condensa progressivamente à


medida que sobe até o topo da coluna, enquanto a corrente de liquido retorna à
mistura que ferve.

❑ O vapor fica progressivamente mais rico no componente cujo ponto de ebulição


é menor (mais volátil) à medida que sobe pela coluna e chega ao condensador. O
destilado final (produto de topo) é mais puro no componente mais volátil;
enquanto o produto de fundo, no menos volátil.

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2.4 AZEÓTROPOS
Azeótropo Positivo Azeótropo Negativo

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2.4 AZEÓTROPOS
Azeótropo de Mínimo

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2.4 AZEÓTROPOS
Azeótropo de Máximo

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2.4 AZEÓTROPOS
Azeótropo de Máximo

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Exercícios Propostos

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❑ Exercício 01

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❑ Exercício 02

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❑ Exercício 02
ITEM A

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❑ Exercício 02
ITEM B

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❑ Exercício 02
ITEM C

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ORIENTAÇÕES GERAIS
DA VC DE QUÍMICA I - CG

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ATENÇÃO !!!

AVALIAÇÕES
❑ VE: 30 % – 1ª VE escrita (UD I – Gases) – 07/03/24
20 % – Média de Listas Somativas de Termodinâmica (UD III)
50 % – Média de Relatórios de Experimentos (Vide PlaDis)

❑ VC (UDs I e II) : Escrita e Individual (Semana de 01 a 13/04/24)

❑ VF (UD III) : Escrita e Individual (Semana de 24/06 a 06/07/24)

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ATKINS - LIVRO-TEXTO BASE
▪ Assunto 01 – Gases : Focos 3A – 3E (p. 147 – 184)

▪ Assunto 02 – Líquidos e UD II (Soluções e Proprieda-


des Coligativas): Focos 3F – 3G (p. 185 – 200)
Focos 5A – 5F (p. 349 – 396)

❑ Focar na solução de problemas do livro, dos exercícios em sala e


verificação dos passos utilizados nos exemplos resolvidos

❑ Sempre verificar as unidades utilizadas e a base utilizada para


quantidade de matéria (massa, número de mols, etc)

❑ Atentar para a leitura minuciosa dos enunciados das questões !!!

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PRESCRIÇÕES GERAIS - VC

❑ Consulta restrita à tabela periódica (fornecida em sala de aula)

❑ Uso de calculadoras somente permitido no próprio equipamento e


não no celular

❑ Ler as questões e retirar eventuais dúvidas nos primeiros 15 min de


prova

❑ Prova à caneta esferográfica (azul/preta) ou a lápis, conforme


preferência

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