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PROPRIEDADES

COLIGATIVAS DAS
SOLUÇÕES

Prof. Franco Urbano


DEFINIÇÕES
Propriedades Coligativas
São as mudanças provocadas no comportamento
do solvente após a adição de um soluto não volátil.

Ex.:
Subs. Pura – H2O(l) 1atm Solução – NaCl(aq) 1atm
(PF = O ºC e PE = 100 ºC) (PC < 0 ºC e PE > 100 ºC)
DEFINIÇÕES
 Principais mudanças sofridas por um líquido:

1) A Pressão de Vapor do Líquido diminui (TONOSCOPIA).


2) O ponto de ebulição do líquido aumenta (EBULIOSCOPIA).
3) O ponto de congelação do líquido diminui (CRIOSCOPIA).
4) O pressão osmótica diminui (OSMOSCOPIA).

OBS.: As mudanças de comportamento do solvente


provocadas pela presença de um soluto não-volátil devem-
se unicamente ao NÚMERO DE PARTÍCULAS DISPERSAS
e não dependem da natureza desse soluto.
DEFINIÇÕES
 NÚMEROS DE PARTÍCULAS DISPERSAS:
Quanto maior for o número de partículas do soluto dissolvidas,
maiores serão os efeitos coligativos.
Ex.:
1NaCl(aq) → 1Na+(aq) + 1Cl-(aq) (2 mol íons)
Al2(SO4)3(aq) → 2Al3+(aq) + 3SO42- (aq) (5 mol íons)
Exemplo
 Ex.: Colocar em ordem crescente de início
de ebulição as soluções.
I – C6H12O6: 1 mol/L III – NaCl: 0,5 mol/L
II – C12H22O11: 1,5 mol/L IV – Na2SO4: 1,0 mol/L
Resolução
Sol1: 1 C6H12O6(aq) → 1 C6H12O6(aq) (1 mol Part.)
1 mol Glic----------1 mol de Part.
Logo, teremos um 1 mol Part./L
Exemplo
 Ex.: Colocar em ordem crescente de início
de ebulição as soluções.
I – C6H12O6: 1 mol/L III – NaCl: 0,5 mol/L
II – C12H22O11: 1,5 mol/L IV – Na2SO4: 1,0 mol/L
Resolução
Sol2: 1 C12H22O11(aq) → 1 C12H22O11(aq) (1 mol Part.)
1 mol Sac-----------1 mol de Part.
1,5 mol Sac---------X

Logo, teremos um 1,5 mol Part./L


Exemplo
 Ex.: Colocar em ordem crescente de início
de ebulição as soluções.
I – C6H12O6: 1 mol/L III – NaCl: 0,5 mol/L
II – C12H22O11: 1,5 mol/L IV – Na2SO4: 1,0 mol/L
Resolução
Sol3: 1 NaCl(aq) → 1 Na+(aq) + 1 Cl-(aq)
1 mol NaCl-----------2 mol de Part.
0,5 mol NaCl---------X

X = 0,5 . 2/1 = 1 mol Part./L


Exemplo
 Ex.: Colocar em ordem crescente de início
de ebulição as soluções.
I – C6H12O6: 1 mol/L III – NaCl: 0,5 mol/L
II – C12H22O11: 1,5 mol/L IV – Na2SO4: 1,0 mol/L
Resolução
Sol4: 1 Na2SO4(aq) → 2 Na+(aq) + 1 SO4-2(aq)
1 mol Na2SO4-----------3 mol de Part.
1,0 mol Na2SO4---------X

X = 1,0 . 3/1 = 3 mol Part./L


Exemplo
 Ex.: Colocar em ordem crescente de início de
ebulição as soluções.
I – C6H12O6: 1 mol Part/L III – NaCl: 1 mol Part/L
II – C12H22O11: 1,5 mol Part/L IV – Na2SO4: 3 mol Part/L
Resultado
A água é uma substância que existe na natureza, simultaneamente, nos
três estados físicos: sólido, líquido e gasoso.

As mudanças dos estados físicos dependem da Pressão e da Temperatura


nas quais estão sujeitas as partículas do material analisado. Para representar
todas as possíveis fases do material plota-se os valores experimentais num
gráfico conhecido como DIAGRAMA DE FASES.
Diagrama de fases da água

- Curva BP – Curva de fusão S → L


- Curva AP – Curva de sublimação S → V
- Curva CP – Curva de vaporiração L → V
- Ponto P – Ponto triplo S ⇌ L ⇌ V (Coex. em Equilíbrio)
Obs.: Vapor ≠ Gás
- Uma substância será GÁS se estiver acima da sua temperatura crítica.
- O GÁS não pode ser liquefeito (mudança de fase) somente por um aumento
de pressão ou uma diminuição da temperatura.
DEFINIÇÕES
 PRESSÃO MÁXIMA DE VAPOR (PMV):
É a pressão exercida pelos vapores de um líquido quando o
líquido e seus vapores estão em equilíbrio a uma dada
temperatura (recipiente fechado).
Fatores de influência da PMV
1) TEMPERATURA
Quanto maior a temperatura, maior a evaporação e portanto
maior será a pressão máxima de vapor (PMV)
Fatores de influência da PMV
2) VOLATILIDADE (T = Cte): Líquidos mais voláteis como éter, acetona, álcool etc. evaporam-se mais
intensamente, o que acarreta uma pressão de vapor maior. Isso é explicado porque suas forças
intermoleculares são mais fracas.
OBS1.: ↑VOLAT→ ↑PMV → ↓PE
OBS2.: Sólido tem PMV? Sim, alguns, os que sublimam. Ex.: Gelo-seco; naftalina; iodo; cânfora, etc. (s → v).
Obs.: Quantidade de sólido/líquido e volume do recipiente

Quantidade de sólido/líquido e volume do recipiente não influenciam a


pressão de vapor de um líquido/sólido.

Pvapor do rec. A = Pvapor do rec. B

H2O (l)
H2O (l)
Ebulição
 É uma vaporização turbulenta, na qual a passagem da fase líquida
para a gasosa pode ocorrer em qualquer ponto da fase líquida, e não
apenas na superfície. Esse tipo de vaporização apresenta como
característica a formação de bolhas, isto é, porções de vapor
cercadas por uma película de líquido.
 As bolhas só podem existir se a pressão de seu vapor for igual ou
maior que a pressão externa – a pressão atmosférica mais a pressão
da massa líquida, que comumente é desprezível.

Um líquido entra em ebulição quando a sua pressão de vapor se iguala à pressão atmosférica.

Pvapor = Patm/externa
Propriedades Coligativas
1) TONOSCOPIA: Abaixamento da PMV pela adição de um
soluto não-volátil. Pois, há interação entre as partículas do
soluto e as moléculas do solvente diminuem as saídas destas
últimas. Ex.: NaCl(aq) → Na+(aq) + Cl-(aq)
Propriedades Coligativas
1) TONOSCOPIA (Cont.):
A experiência mostra que a dissolução de uma substância não-volátil num solvente
provoca o abaixamento de sua pressão de vapor, isto é, a cada temperatura, a
solução possui menor pressão de vapor que o solvente puro.
TONOSCOPIA
O diagrama mostra o abaixamento da pressão de vapor
da solução em relação ao solvente puro, sendo:
 p2: pressão de vapor do solvente puro;
 p = pressão de vapor da solução;
 Δp = p2 – p = abaixamento absoluto da pressão de
vapor.
Efeito Tonoscópio
Desde há muito tempo, os habitantes das regiões áridas perceberam que os
lagos de água salgada têm menor tendência para secar que os lagos de
água doce.

Mar Morto - Israel


Propriedades Coligativas
2) EBULIOSCOPIA: Elevação do PE pela adição de um
soluto não-volátil.
Ex.: NaCl(aq) → Na+(aq) + Cl-(aq)
Propriedades Coligativas
2) EBULIOSCOPIA:
Graficamente

Solvente Puro

Solução
↓PMV
↑Te
Propriedades Coligativas
3) CRIOSCOPIA: Abaixamento do Pc de um líquido pela adição de um
soluto não-volátil.
Propriedades Coligativas
3) CRIOSCOPIA: Abaixamento do Pc de um líquido pela adição
de um soluto não-volátil.
Crioscopia
Onde:
• tc = temperatura de solidificação do líquido na solução;
• tc2= temperatura de solidificação do líquido puro;
• ΔtC= efeito crioscópico;
• te = temperatura de ebulição do líquido na solução;
• te2= temperatura de ebulição do líquido puro;
• ΔtE= efeito ebulioscópico;
• No ponto A ocorre a solidificação do líquido puro;
• No ponto A' ocorre a solidificação do líquido na solução;
• No ponto B ocorre a ebulição do líquido puro;
• No ponto B' ocorre a ebulição do líquido na solução.
Efeito Crioscópico - Aplicação
Introdução

 Como é feito o bacalhau?


Muitas vezes nos
perguntamos:

 Porque o sal de
cozinha mata as
 Porque a pele de lesmas e
nossos dedos fica caracóis?
enrugada após um
longo contato com a  E a carne-seca?
água?
Todos esses fenômenos estão relacionados
a uma propriedade chamada “OSMOSE”.

Osmose é o fenômeno da passagem do solvente do meio


menos concentrado (hipotônico) para o meio mais
concentrado (hipertônico) através de uma membrana semi-
permeável (MSP).

MSP
Fluxo de solvente na osmose
Uma membrana semi-permeável (MSP) é uma película fina e
porosa que separa dois sistemas e que permite a passagem
do solvente mas não permite a passagem do soluto.

MSP
Pele artificial produzida na Bionext, em
Curitiba: possível uso em tratamentos
estéticos. (Veja 03/03/2010)
Interrompendo a osmose: PRESSÃO OSMÓTICA
Neste exemplo, podemos notar que ocorrência da osmose, o
sistema aumenta o seu volume (no lado direito).

Esta força contrária à fluidez do solvente é


chamada PRESSÃO OSMÓTICA e é
representada pela letra grega Pi ().
Osmose Reversa

Ocorre quando sobre o sistema é exercida uma pressão


maior do que a pressão osmótica.

Desta forma, o solvente passa do sistema mais


concentrado para o menos concentrado.
Osmose Reversa
 Se é aplicada uma pressão na região da solução mais
concentrada, ou mais salina, será provocada uma inversão no
fluxo natural, ou seja, a água da solução salina irá passar para
a região de menor concentração de sais, retendo-se os íons na
membrana que separa as duas soluções - esse é o princípio da
osmose reversa. A pressão a ser aplicada deve ser maior que a
pressão osmótica . É usada para a obtenção de água
potável a partir da água do mar.
Isotónica: soluções de mesma pressão osmótica

Hipertónica: solução de pressão osmótica superior (concentração também superior)

Hipotónica: solução de pressão osmótica inferior (concentração tambem inferior)


OSMOSE DA CAMPÂNULA

SOLVENTE SOLUÇÃO
Propriedades Coligativas
4) Leis da Osmose (van’t Hoff): 2 leis.
1ª Lei – Tcte - Em temperatura constante, a Posm. é diretamente proporcional
à molaridade da solução.
π∝M

π =K.M
ou π = K . n1/V
2ª Lei – Mcte - Em molaridade constante, a Posm. é diretamente proporcional
à temperatura da solução, em Kelvin.
π∝T

π =K.T
Propriedades Coligativas
4) Leis da Osmose (van’t Hoff): 2 leis.
Logo, unindo as duas leis, temos:

Lei 1 Lei 2

π=K.M π =K.T

Temos,
π =k.M .T
Prop. Coligativas – Soluções Iônicas

Pressão osmótica () é diretamente proporcional a


concentração molar (M ) da solução* e à temperatura
absoluta (T – em Kelvin) do sistema além da constante dos
gases perfeitos (R). (Físico-Químico holandês Jacobus
Henricus van’t Hoff)

 = M . R . T (molecular)
* Quando se tratar de uma solução que sofre ionização, deve-
se multiplicar o resultado pelo número de íons formados por
cada molécula do soluto ( i – Fator de Van’t Hoff ).

 = M . R . T . I (iônica)
Obs.: i – Fator de Van’t Hoff i = 1 +  ( q – 1 )
Exemplo:

Qual a pressão osmótica exercida


por uma solução de NaCl (q = 2 e
 = 100%) utilizada para na
fabricação de pickles, sendo a
concentração da solução igual a 0,5
mol/L e a temperatura de 27 oC?

i=1+(q–1) =M .R.T.i

i = 1 + 100% ( 2 – 1 )
= 0,5 mol . 0,082 atm.L . 300K . 2
i=1+1(1) L K.mol

i=2  = 24,6 atm


OBRIGADO!
Enquanto isso na escola...

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