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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE
ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS VEGETAIS EM
BIODIESEL DE SOJA
Rondonópolis, MT – 2019
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE
EXTRATOS VEGETAIS EM BIODIESEL DE SOJA
por
À Deus pela oportunidade e força para chegar até o final deste sonho.
À toda a minha família, principalmente aos meus pais, pelo amor, apoio, ensinamentos
e por sempre estarem presentes.
À Professora Silmara Bispo dos Santos por toda dedicação, confiança, orientação,
inspiração, carinho e amizade.
À Maria Aparecida e sua mãe Maria Josefa por todo carinho, apoio e amizade.
Aos meus amigos Aghton Dourado, Fernanda Vilas, Paloma Mendes, Fabrício Siqueira,
Karoline Yasmim, Rílary Abreu, Luana Menegaz e Gean Marcos.
E a todos aqueles que me auxiliaram de alguma forma durante todo este período.
“Sonhar grande e pequeno dá o mesmo trabalho.”
J. P. Lemann
RESUMO
O biodiesel é um combustível considerado como alternativa ao diesel derivado do petróleo,
exatamente por não conter enxofre e gerar baixos níveis de poluição. Entretanto, uma das
limitações atualmente encontrada para o aumento do uso do biodiesel em motores está
relacionada com a estabilidade oxidativa durante o armazenamento. O objetivo deste trabalho
foi analisar o efeito do uso de extratos vegetais de alecrim (Rosmarinus officinalis L.), mostarda
(Brassica Juncea) e tomilho (Thymus vulgaris) sobre a estabilidade oxidativa do biodiesel de
soja. Foram utilizadas duas metodologias de obtenção dos extratos vegetais, em que a primeira
consistiu na extração por Soxhlet com hexano, utilizando o alecrim e a mostarda como
tratamentos, e a outra com a extração a frio com etanol, empregando o alecrim e o tomilho
como tratamentos. Foi realizado um teste preliminar com os extratos de mostarda e alecrim em
diferentes doses, a fim de selecionar um produto para avaliação ao longo de 147 dias de
armazenamento, em que foi escolhido o extrato de alecrim com a dose de 10000 ppm. Em
seguida, foi avaliada a dose de 10000 ppm dos extratos de alecrim e tomilho, obtidos com
etanol, e o cruzamento destes tratamentos, em dois períodos, 24 horas e 15 dias. O extrato de
alecrim não foi efetivo no aumento do período de indução durante o armazenamento, entretanto
apresentou efeito estabilizante. O extrato de tomilho apresentou efeito antioxidante imediato,
no entanto, indicou a redução do seu potencial ao longo do tempo, assim como o cruzamento
dos tratamentos. O extrato de alecrim, obtido com etanol, indicou potencial ao longo do tempo.
Palavras-chave: Biodiesel; Extratos vegetais; Antioxidante.
ABSTRACT
The Biodiesel is a fuel seen as an alternative to diesel coming from petroleum because it does
not contain sulfur in its composition and generate low levels of pollution. However, one of the
limitations found nowadays for the increase of Biodiesel using in engines is related with the
oxidative stability during storage. The goal in this assignment was to analyze the effect of the
use of Rosemary (Rosmarinus officinalis L.), mustard (Brassica juncea) and thyme (Thymus
vulgaris). Two plant extraction methodologies were used, which initially consisted of a Soxhlet
extraction with hexane, using rosemary and most treatments, and another with plant extraction
using alcohol, allergy and care as treatment. A preliminary test was performed with mustard
extracts and foundations at different doses, with the objective of selecting a product for
evaluation over 147 days of storage, in which the rosemary extract at a dose of 10000 ppm was
chosen. Then, a dose of 10,000 ppm of rosemary and thyme extracts was evaluated, with the
drug appearing in two days, 24 hours and 15 days. Rosemary extract was not effective in
increasing the induction period during the storage process, in all the stabilizing effect state. The
thyme extract released immediate antioxidant effect, however, indicated the reduction of its
potential over time, as well as the intersection of treatments. Rosemary extract, obtained with
ethanol, indicated potential over time.
Keywords: Biodiesel; Vegetable extract; Antioxidant.
LISTA DE FIGURAS
EA Extrato de Alecrim
ET Extrato de Tomilho
EM Extrato de Mostarda
2. OBJETIVOS...................................................................................................................... 15
Gerais .................................................................................................................................... 15
Específicos ............................................................................................................................ 15
4. METODOLOGIA ............................................................................................................. 23
4.2. Extratos obtidos por decocção seguido de agitação a frio com etanol ...................... 25
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 42
13
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
Gerais
Específicos
• Avaliar o efeito do uso de extratos de alecrim e de mostarda extraídos por Soxhlet com
uso de hexano como solvente sobre a estabilidade oxidativa do biodiesel;
• Avaliar o efeito do uso de extrato de alecrim sobre a estabilidade oxidativa do biodiesel
durante o período armazenamento;
• Avaliar o efeito do uso de extratos de alecrim e tomilho extraídos por decocção seguido
de agitação a frio com uso de etanol como solvente sobre a estabilidade oxidativa do
biodiesel;
• Avaliar o efeito sinérgico da mistura de extrato de alecrim com extrato de tomilho
extraídos por decocção seguido de agitação com uso de etanol como solvente sobre a
estabilidade oxidativa do biodiesel.
16
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Biodiesel
O petróleo, carvão e gás natural são fontes de energia limitadas, que podem se esgotar
no futuro, sendo que a maior parte da energia consumida no mundo é derivada dessas fontes
(CAMPOLINA, 2011). Por este motivo, os óleos vegetais estão sendo estudados como
alternativa para substituição do óleo diesel em motores de ignição por compressão (FERRARI
et al., 2005).
O biodiesel pode ser definido como um combustível renovável que substitui o derivado
do petróleo, obtido através de óleos vegetais ou gordura animal (RAMOS et al., 2007).
De acordo com o art. 4º, da Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, com acréscimo do
inciso XXV à Lei nº 9.478, art. 6ª, de 6 de agosto de 1997, o biodiesel é definido como
A implantação deste modelo de energia renovável para o setor de transportes não pode
progredir inicialmente como esperado pelos seus criadores, devido aos preços internacionais do
petróleo, ao contrário do Proálcool. Somente em 1998, o combustível voltou a ser testado no
Brasil, quando a American Soybean Association cedeu aproximadamente 80 mil litros de
biodiesel para testes em transporte urbano da cidade de Curitiba. A mistura estudada de 20%
de biodiesel em diesel de petróleo (B20) apresentou resultados satisfatórios, como a redução de
35% da fumaça emitida pelos veículos (RAMOS et al., 2017).
Em relação aos demais países o Brasil possui vantagens significativas, pois possui
amplo território com clima tropical e subtropical, estes favoráveis ao cultivo de diversas
variedades de matérias-primas potenciais para a produção do biodiesel. Vale destacar que
devido aos elevados preços do petróleo e a questão de preocupação com o meio ambiente, a
produção do biodiesel tem aumentado exponencialmente (SILVA, 2014).
18
De acordo com a Resolução da ANP n°45 de 2014, a estabilidade à oxidação está entre
as propriedades determinantes dos padrões de identidade e qualidade do biodiesel. A resolução
indica como limite para esse parâmetro a 110 °C em um tempo mínimo de 8 horas. Esta
propriedade é dada pela resistência do combustível a alterações físico-químicas causada por
condições oxidantes em interações com o meio ambiente (RAMOS et al., 2017).
Durante a etapa de iniciação ocorre a formação dos radicais livres do ácido graxo devido
à retirada de um hidrogênio do carbono alílico na molécula do ácido graxo, em condições
favorecidas por luz e calor. Em seguida, na propagação, os radicais livres são convertidos em
outros radicais, apresentando os produtos primários de oxidação (peróxidos e hidroperóxidos).
Os radicais livres formados nesta fase atuam como propagadores da reação, resultando em um
processo autocatalítico (TOLEDO et al., 1985). Por fim, há o término, em que dois radicais se
combinam, com a formação de produtos estáveis obtidos por cisão e rearranjo dos peróxidos
(SILVA et al., 2014; BERGER et al., 1995).
Existem diversos problemas que ocorrem devido a oxidação do biodiesel, como a
resinificação. Esta, por aderência, é uma das principais causas da formação de depósitos nos
equipamentos de injeção (DABAGUE, 2003). Esta resinificação causa aumento da
susceptibilidade à corrosão, perda da vida útil e baixa o desempenho dos motores. Além disso,
foram comprovados outros problemas em relação a oxidação do biodiesel, como maior
frequência na troca de filtros, problemas com os bicos injetores e aumento do consumo
(GODOY, 2013).
Figura 2 Mecanismo de ação para os antioxidantes. ROO* e R* - radicais livres; AH - antioxidante com um átomo
de hidrogênio ativo e A* - radical inerte.
Fonte: Frankel, 1980.
uma boa qualidade do biodiesel, por isso, utiliza-se métodos que evitam a oxidação do mesmo
(COMIN, 2016).
4. METODOLOGIA
Esse foi dividido entre duas metodologias de obtenção dos extratos vegetais, em que a
primeira consistiu na extração por Soxhlet com hexano, utilizando o alecrim e a mostarda como
tratamentos, e a outra com a extração a frio com etanol, empregando o alecrim e o tomilho
como tratamentos.
Para a obtenção dos extratos com a primeira metodologia, utilizou-se alecrim medicinal,
da marca Bio Botica, e mostarda marrom, adquirida em feira local, que foram secos em estufa
a 50 °C até massa constante, posteriormente, triturado em liquidificador e submetido ao
processo de extração simples utilizando o equipamento Soxhlet e hexano como solvente,
conforme a Figura 3, sendo o tempo fixado em 10 horas. Em seguida, as micelas obtidas (extrato
mais solvente) foram submetidas ao processo de destilação a vácuo em temperatura de 50 °C,
sendo o extrato resultante submetido ainda ao processo de secagem em estufa na mesma
temperatura até massa constante, obtendo-se o extrato seco de alecrim e o extrato de mostarda
(óleo de mostarda). Para facilitar a aplicação do tratamento com alecrim posteriormente, foi
preparada uma diluição do extrato seco em etanol a 99,5% de pureza, obtendo-se o extrato na
concentração de 0,5 g de extrato/g de solução. A solução obtida foi mantida congelada até o
momento da aplicação dos tratamentos.
teste, o produto e dosagem com maior efeito sobre a estabilidade oxidativa do biodiesel foram
selecionados para serem avaliados ao longo do armazenamento.
O biodiesel utilizado nesta primeira etapa foi coletado em uma indústria de biodiesel
localizada no município de Rondonópolis. Esta coleta foi feita anteriormente à adição de
25
qualquer antioxidante pela indústria, para garantir a avaliação do efeito antioxidante dos
extratos.
Para a obtenção dos extratos de alecrim e tomilho, através do segundo método, as folhas
e ramos foram adquiridos na feira de produtores rurais de Rondonópolis. A obtenção dos
extratos foi realizada através da metodologia por decocção seguido pela extração a frio,
utilizando etanol como solvente. Inicialmente, as folhas e ramos foram secos em estufa com
circulação forçada de ar a 40 ºC, em seguida triturados e transferidos para frascos de vidro, que
continham solvente com a relação sólido/solvente igual a 1:8, e deixados em banho-maria a 90
°C por um período de 15 minutos.
A B
Figura 5 Rotaevaporador
Fonte: A autora (2019)
As diferentes doses dos extratos secos foram adicionadas ao biodiesel 24 horas antes do
início do primeiro teste e em seguida as misturas foram fechadas e identificadas como: B100 +
10.000 ppm ET; B100 + 10.000 ppm EA; B100 + 5.000 ppm EA + 5.000 ppm ET. Além disso,
os extratos foram avaliados no período de 15 dias de armazenamento.
O biodiesel utilizado para os testes com a metodologia de extração a frio, foi produzido
em laboratório a partir do óleo de soja por meio de transesterificação, dado que o biodiesel
utilizado na primeira etapa ao realizar análise microbiológica verificou-se a existência do alto
númerob de microorganismos. Inicialmente, foi realizada a extração do óleo de soja através da
mesma metodologia de extração dos extratos vegetais com o equipamento Soxhlet (Figura 6).
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A transesterificação foi realizada submetendo o óleo de soja a agitação sob 50 °C, com
álcool metílico a 99,5% de pureza e um catalisador, solução alcoólica (30%) de metilato de
sódio, conforme mostra a Figura 7.
de um borrifador. Desta maneira, os resíduos foram carregados pela água, durante sua passagem
pelo biodiesel. O processo foi repetido por 4 vezes, de forma a assegurar que todos os resíduos
fossem eliminados. O biodiesel passou a possuir um aspecto turvo (Figura 9), devido à umidade,
durante esse processo.
Por fim, para a obtenção do biodiesel puro foi realizada uma última secagem em chapa
aquecedora a 100 °C, com o intuito de eliminar completamente a água adicionada para lavagem.
Antes dos experimentos, para garantir que a amostra estivesse desidratada adicionou-se
sílica em gel nos recipientes (Figura 10), que ficaram armazenados em geladeira durante sete
dias, pois o biodiesel é potencialmente susceptível à degradação hidrolítica (GALVÃO, 2007).
30
O índice de acidez foi definido a partir da aplicação da metodologia descrita pela NBR
14.448. Utilizou-se a massa das amostras próxima a 2 g, em erlenmeyers de 250 mL,
adicionando 25 mL de solução neutra de duas partes de éter etílico para uma parte de álcool,
duas gotas de indicador fenolftaleína e, finalmente, a amostra será titulada om solução
padronizada de 0,1 mol/L de NaOH.
A densidade relativa foi obtida pela razão entre a massa específica de uma amostra a 20
°C e a massa especifica da água a 4 °C. A massa específica do óleo e da água foi determinada
32
seguindo as normas AOCS (1998), método Cc 10a-25, utilizando-se um picnômetro com junta
esmerilhada de 20 mL da marca Pirex.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra teve os parâmetros massa específica e índice de acidez acima dos limites
estabelecidos pela ANP. O índice de acidez é uma medida para estabilidade a longo prazo da
corrosividade do combustível, segundo Haider et al. (2008), quanto menor for o valor, maior
será a qualidade do produto. A viscosidade cinemática foi o único parâmetro em que a amostra
estava dentro da faixa recomendada pela ANP.
Quanto à estabilidade oxidativa, o valor médio encontrado foi de 3,08 horas. Sarin et al.
(2007), obtiveram para o biodiesel metílico de pinhão-manso um período de indução de 3,23 h,
considerado baixo quando comparado ao biodiesel metílico de palma que foi de 13,37 h. Os
mesmos autores avaliaram a estabilidade oxidativa para biodiesel metílico de girassol e de soja,
os quais apresentaram períodos de indução de 1,73 e 3,80 h, respectivamente.
graxos dos óleos utilizados na sua produção. O limite mínimo estabelecido pela ANP é de 8
horas, no entanto, para biodieseis obtidos de diversas oleaginosas, torna-se necessário a adição
de antioxidantes para aumentar o período de indução e a estabilidade oxidativa a altas
temperaturas.
Não há limite determinado pela ANP para o índice de iodo, porém, de acordo com as
especificações europeia EN214 e alemã DIN 51606, esse índice deve ser no máximo 120 e 115
g I2 100 g-1, respectivamente. Assim, o índice observado está dentro do limite estabelecido pela
norma europeia.
4
Índice de Acidez mg KOH/g 3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
0 2 4 7 32 72 104 145 193
Tempo (horas)
B100 + 5000 ppm EAA B100 + 10000 ppm EAA B100 Puro
B100 + 5000 ppm AITC B100 + 10000 ppm AITC B100 + 5000 ppm OM
B100 + 10000 ppm OM
Efeito do extrato de alecrim obtido por Soxhlet com hexano sobre a estabilidade oxidativa
do biodiesel ao longo do armazenamento
O efeito do uso de extrato de alecrim extraído por Soxhlet com hexano durante o período
de armazenamento do biodiesel foi avaliado analisando-se diferentes parâmetros deste
combustível ao longo de 147 dias. Para a realização do teste de oxidação e determinação do
período de indução foi necessário a adequação do aparato experimental com isolamento térmico
dos frascos contendo as amostras de modo que se garantisse uma melhor estabilização da
temperatura em 110 °C durante os ensaios.
O índice de iodo sofreu uma redução durante o período estudado. Assim como foi
observado por Bouaid, Martínez e Aracil (2007, 2009), para o biodiesel de Brassica carinata e
do girassol, em que esse comportamento foi influenciado pela composição em ácidos graxos
poli-insaturados do biodiesel.
Ainda conforme a Tabela 2, observa-se que o biodiesel que recebeu adição de 10.000
ppm de extrato alcoólico de alecrim manteve constante seu período de indução, conforme a
Figura 13.
Por outro lado, o biodiesel B100 armazenado sem adição de qualquer produto
antioxidante teve uma redução significativa do seu período de indução ao longo dos 147 dias
de armazenamento. A relação entre o período de indução e o tempo de armazenamento pode
ser representada adequadamente por um modelo linear com todos os parâmetros do modelo
significativo ao nível de 1% de significância.
Tabela 2 Médias e desvios padrões para índice de acidez, índice de iodo, densidade relativa a
20 °C, viscosidade cinemática a 40 °C e índice de oxidação para o biodiesel puro e tratado
com extrato alcoólico de alecrim ao longo o armazenamento
B100 0,78 ± 0,044 0,96 ± 0,065 0,87 ± 0,072 0,92 ± 0,01 1,61 ± 0,12
B100 + EAA 0,68 ± 0,039 1,19 ± 0,033 0,86 ± 0,009 1,55 ± 0,22 1,52 ± 0,12
B100 118,78 ± 1,62 119,31 ± 0,42 110,24 ± 5,47 104,76 ± 1,97 109,58 ± 3,87
B100 + EAA 119,13 ± 0,32 118,49 ± 0,25 110,91 ± 4,02 107,15 ± 3,65 103,88 ± 5,56
B100 + EAA 990 ± 1,5 990 ± 1,1 990 ± 1,1 - 990 ± 3,6
B100 5,44 ± 0,166 4,85 ± 0,3267 4,31 ± 0,026 4,82 ± 0,022 4,85 ± 0,026
B100 + EAA 5,07 ± 0,115 4,74 ± 0,023 4,71 ± 0,049 5,2 ± 0,276 4,97 ± 0,072
Índice de oxidação – h
B100 3,08a ± 0,12 2,97 ± 0,31 2,83a ± 0,59 2,63b ± 0,26 2,37b ± 0,17
B100 + EAA 3,73a ± 0,47 3,69 3,50a ± 0,49 3,97a ± 0,27 3,89a ± 0,43
Médias seguidas de mesma letra numa mesma coluna não diferem entre si pelo teste t a 5% de
probabilidade.
Fonte: A autora (2019)
4,5
4
Período de Indução (horas)
2,5
y = -0,0045x + 3,0665
2
R² = 0,9732
1,5
B100
1
B100 + EAA
0,5
0
0 40 80 120 160
Tempo de Armazenamento (dias)
Figura 13 Resultados do período de indução do biodiesel de soja puro e tratado com extrato
alcoólico de alecrim ao longo do armazenamento
Efeito do uso de extratos de alecrim e tomilho obtidos por decocção seguido de agitação a
frio com etanol sobre a estabilidade oxidativa do biodiesel
Os resultados dos ensaios de estabilidade oxidativa realizados nos tempos avaliados são
mostrados na Tabela 4.
Tabela 4 Médias e desvio padrões para os períodos de indução (h) 24 horas e 15 dias após a
aplicação dos tratamentos
Tratamentos
Período
B100 + EA B100 + ET B100 + EA + ET
24 horas 3,53 ± 0,23 5,70 ± 0,12 5,94 ± 0,70
15 dias 5,29 ± 0,65 4,06 ± 0,088 4,11 ± 0,017
Fonte: A autora (2019)
40
O biodiesel com a aplicação de 10.000 ppm de extrato de alecrim extraído por decocção
com etanol, 24 horas após a aplicação, apresentou um valor de período de indução 16,35%
menor quando comparado ao biodiesel sem tratamento. Entretanto, a partir dos resultados
obtidos 15 dias após a aplicação, o período de indução foi 20,23% maior do que o B100 puro,
isso indica que o extrato seco de alecrim não possui efeito imediato, mas que pode ter um efeito
maior à medida que for mantido imerso no combustível.
O biodiesel tratado com 10.000 ppm de extrato de tomilho obtido por decocção com
etanol, 24 horas após a aplicação, apresentou um período de indução de 5,70 horas, 35,07%
maior quando comparado ao biodiesel sem tratamento (4,22 horas), no entanto 15 dias após a
aplicação, o período de indução verificado para o biodiesel tratado com tomilho foi de 4,06
horas.
O período de indução observado para o biodiesel tratado com a mistura de 5.000 ppm
de alecrim com 5.000 ppm de tomilho, 24 horas após a aplicação foi o maior (5,94 horas)
quando comparado com os demais. Assim como verificado para o biodiesel tratado com o
tomilho puro, após 15 dias da aplicação as amostras de biodiesel tratadas com a mistura dos
dois produtos apresentaram período de indução menor do que 24 horas após a aplicação do
tratamento.
O cruzamento dos tratamentos foi o que apresentou melhor resultado imediato sobre o
período de indução, indicando um possível efeito sinérgico (período de indução 40,75% maior
quando comparado a amostra de biodiesel puro). Na comparação individual dos tratamentos, o
extrato de tomilho foi o tratamento que causou um maior efeito sobre o aumento do período de
indução, porém este mesmo efeito não foi verificado 15 dias após o tratamento.
6. CONCLUSÃO
O extrato alcoólico de alecrim extraído por Soxhlet com hexano na dose de 10.000 ppm
não foi efetivo no aumento do período de indução durante os 147 dias de armazenamento,
porém apresentou efeito estabilizante. Enquanto, no biodiesel puro houve a redução do índice
de oxidação.
O extrato seco de alecrim extraído por decocção com etanol promoveu aumento do
período de indução do biodiesel apenas após 15 dias após o tratamento, não tendo tido efeito
inicial (24 horas após aplicação).
O extrato seco de tomilho extraído por decocção com etanol apresentou aumento no
período de indução 24 horas após aplicação, no entanto, após 15 dias após a aplicação o período
de indução foi menor.
Para a metodologia de extração por decocção com etanol, o uso de mistura alecrim com
tomilho (cruzamento dos tratamentos) mostrou possível efeito sinérgico.
Os produtos obtidos por decocção com etanol não foram avaliados ao longo do
armazenamento para se verificar sobre como se comporta em maiores períodos de contato com
o biodiesel e se obter uma comparação com o extrato de alecrim extraído por Soxhlet com
hexano.
42
7. REFERÊNCIAS
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