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20/08/2021

Fundamentos do
Gás Natural
Walmir Gomes dos Santos

Objetivo
Apresentar os fundamentos sobre o gás natural, suas principais
vantagens competitivas e os grandes desafios do mercado brasileiro.

Objetivos específicos:

• Detalhar as principais características e propriedades físico-químicas do gás natural

• Explicitar as principais aplicações típicas do gás natural no mercado brasileiro;


• Apresentar as regiões brasileiras produtoras de gás natural;

• Discutir sobre os desafios e oportunidades de expansão do mercado brasileiro de gás


natural.

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Introdução
A importância do gás natural

Qual é a real importância do Gás Natural ?


??
• Para o Brasil ?

• Para o mundo ?

• Participação do gás natural na matriz energética brasileira;


• Participação do gás natural na garantia do abastecimento de energia elétrica do país;
• Participação do gás natural na produção de petróleo.

Fontes de energia
Fontes Primárias: são diretamente obtidas da natureza;
água, vento, sol, urânio, petróleo, gás, carvão

“ São as fontes de energia oferecidas pela natureza”

Fontes Secundárias: resultam de processos industriais de transformação das fontes


primárias;
eletricidade, gasolina, diesel, álcool

“ São as fontes de energia produzidas pelo homem, a partir das fontes primárias,
de acordo com suas necessidades”

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fontes
hidráulica
outras
Matriz Energética
3%
renováveis 2%
9% Matriz energética é toda energia disponibilizada
carvão para ser transformada, distribuída e consumida nos
27% processos produtivos da humanidade em geral
gás natural
22%

petróleo solar outros


32% nuclear 0% renov. outros não
5% eólica renov.
5%
2% 1%
derivados de
cana
petróleo
18%
35%
Mundial
Fonte: IEA, 2020
lenha
9% hidráulica

Brasileira
gás natural
12%
12%

Fonte: MME, 2021


nuclear carvão
1% 5%

Transformações de energia primária em energia


secundária Comb. fósseis

Grande problema das fontes primárias Não renovável


renováveis  previsibilidade e não regularidade

Água Sol

Renovável Renovável

Central
Vento produtora de
Urânio
energia elétrica

Renovável Não renovável

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Uso do gás natural no mercado brasileiro


de geração elétrica
Eólica Outras
Biomassa 3%
8% 9%
37% de todo gás
Nuclear
disponibilizado para o
3%
Carvão mercado nacional foi
Participação do gás 2% Gás Natural Hidráulica usado para geração de
natural na geração de 10% 64% energia elétrica
energia elétrica;
Produção de 60.188 GWh
em 2019.
Derivados Fonte: EPE, 2020
1%

O gás natural é atualmente uma espécie de “seguro contra o apagão” no cenário da


garantia do abastecimento energético brasileiro.

Uso do gás natural por segmento


cogeração
outros
3%
1%

geração
elétrica industrial
% 48%
37%

comercial
1% residencial automotivo
2% 8%

Fonte: MME, boletim do gás natural


Base: jul/2020

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A importância do gás natural na produção de petróleo

“É possível produzir gás natural sem produção de petróleo, mas não é possível
produzir petróleo sem produção de gás”.

Por que?:
É o gás natural que cede a energia necessária para que ocorra a migração das
moléculas de petróleo em direção às colunas dos poços produtores.

A expansão do gás natural dentro do reservatório


permite a migração das moléculas de petróleo Rocha
Capeadora
através dos poros das rochas do reservatório. Gás
Óleo
Água
Reservatório

A razão gás-óleo - RGO


RGO: (x) m3 de gás para cada (Y) m3 de óleo produzido
Gás + óleo
• Quando o gás “acaba”, não é possível produzir mais óleo;
• Alguns campos podem produzir e aproveitar gás com
preços economicamente inviáveis;
• Não se pode queimar o gás produzido, sem
aproveitamento;

Implicações técnico-econômicas ?? gás

• Por vezes, é preciso produzir o gás (com


óleo
prejuízo econômico) para poder produzir o
petróleo. água

 Sem gás, não há produção de petróleo!

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Mas,….

?? O que é o gás natural ???

Fundamentos do Gás Natural


• Conceitos básicos sobre o gás natural
• A química do gás natural
• Definições básicas
• Composição do gás natural
o Componentes do gás natural
o Contaminantes do gás natural
• Características gerais
• Principais propriedades físico-químicas
• Equivalência energética
• Vantagens de utilização
• Especificação técnica vigente
• Transformações de energia do gás natural
• Combustão do gás natural
• Tipos de gases produzidos
• Produtos do gás natural

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O que sabemos sobre o gás


natural ??
É Inodoro, incolor e bastante volátil;
Um excelente energético (sua combustão gera menor quantidade de poluentes);
Pode substituir combustíveis líquidos de origem fóssil, com vantagens ambientais;

 É considerado o combustível da transição energética;


 Ideal para processos de Ciclo combinado e Cogeração;
 Importante matéria prima para vários processos industriais de transformação química;
 Permite a produção de vários produtos de base da indústria, com alto rendimento;
 Possui uma cadeia produtiva complexa (não basta ter o gás; é preciso poder movimenta-lo);
 Opera em indústria de rede;

Vamos conhecer um pouco mais sobre este importante energético ??

A química do gás natural


Definição: Mistura de hidrocarbonetos de baixa massa molar

Função Hidrocarboneto:
Função da química orgânica formada por moléculas compostas
apenas por átomos de carbono e hidrogênio (moléculas apolares)

• Metano CH4 H Configuração H


• Etano C2H6 estrutural
H-C-H
• Propano C3H8 C H
• Butano C4H10 H H
H

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Definições importantes
RIQUEZA DO GÁS NATURAL: (Influência no processamento de gás natural)

Conjunto dos componentes do gás natural mais pesados do que o etano, também
chamada fração C3+ (propano e hidrocarbonetos mais pesados) presente no gás
natural)
 Gás considerado rico: riqueza alta (> 8,0%)
 Gás considerado pobre: riqueza baixa (< 6,0%)
 Riqueza mediana: (entre 6,0% e 8,0%)

CONDENSADO DE GÁS NATURAL:


Mistura de hidrocarbonetos na fase líquida formada pela condensação do gás
natural nos gasodutos durante o escoamento submarino.

Outras definições importantes

Líquido de gás natural (LGN): liquefação de frações de gás natural normalmente ocorrida
em unidades de processamento de gás natural;

Gás natural liquefeito (GNL): metano na fase líquida (-161 °C);

O carbono orgânico: carbono constituinte das moléculas orgânicas, ligados ao hidrogênio.


Constitui-se na base da vida, conforme conhecemos (animais, vegetais);
O metano é uma molécula orgânica.

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Componentes do gás natural


Processamento de gás natural Especifica o gás natural para comercialização

COMPONENTES
HIDROCARBONETOS NÃO-HIDROCARBONETOS
CH4 ( C1 ) metano N2 nitrogênio
C2H6 ( C2 ) etano CO2 dióxido de carbono
C3H8 ( C3 ) propano H2O água(vapor) Remover não-
(Remoção
C4H10 ( iC4 ) isobutano H2S gás sulfídrico hidrocarbonetos
parcial)
C4H10 ( nC4 ) n butano COS sulfeto de carbonila
C5H12 ( iC5 ) isopentano CS2 dissulfeto de carbono
C5H12 ( nC5 ) n pentano
(Remoção total) C6H14 ( C6 ) hexano
Separar C7H16 ( C7 ) heptano
hidrocarbonetos C8H18 ( C8 ) octano
pesados
C9H20 ( C9 ) nonano
C10H22 ( C10 ) decano

Conceito de contaminante
Heteroátomo
Átomo diferente de carbono e hidrogênio, constituindo moléculas
diferenciadas, não pertencentes à função hidrocarboneto

Contaminantes do gás natural

Associação a heteroátomos

 ENXOFRE (S) : H2S, MERCAPTANS (RSH)


 OXIGÊNIO (O) : H2O, CO2, FENÓIS, AC. ORGÂNICOS

 NITROGÊNIO (N) : N2 , AMINAS, AMIDAS, NO2

H2S, CO2 + umidade  gases ácidos


N2  inerte (diluente energético)

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Classificação dos contaminantes do


gás natural

-Inertes: Não apresentam reatividade química, mas Interferem no poder calorífico do gás

-Vapor d’água: Causa ocorrência de formação de hidratos e acelera processo de corrosão

-Gases ácidos: Solução de característica ácida (gases ácidos em presença de água), causa
corrosão acelerada nos dutos de escoamento (CO2, H2S)
 (Críticos na questão de segurança de manuseio)

Gases ácidos H2S, CO2 + umidade  corrosão


N2  diluente energético (sua presença reduz o PCS do gás)
Usado como diluente para enquadramento de PCS de GNL

Características gerais
• Poder calorífico superior a 9400 Kcal/m3;
• Mais leve que o ar (se dispersa rapidamente);
• Temperatura de autoignição entre 600ºC e 700ºC;
• Alta estabilidade de chama (maior qualidade dos produtos);
• Temperatura adiabática de chama 1945ºC (com ar) e 2810ºC (com O2);

• Maior relação H/C (4:1) (queima limpa com baixa emissão de poluentes);
• Característica antidetonante (aceita altas taxas de compressão);

• Faixa de inflamabilidade estreita (utilização muito segura);


(Inflamável somente entre os limites de 5% a 15% de mistura com ar)

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Limite de inflamabilidade do gás natural


Teor de ar
95,0% 85,0%
100,0% Mistura Ar + Gás 0%

Teor de gás
0% 100%
Mistura
propaga Não propaga chama
chama

5,0% 15,0%

Faixa de inflamabilidade do hidrogênio


4,0% 75,0%
Exemplo comparativo

OBS: pressão atmosférica

Equivalência energética
COMBUSTÍVEL GÁS NATURAL EQUIVALENTE
LÍQUIDO (m3 gás/m3 comb.) (*)

Petróleo Médio 1000

G L P 695

Gasolina 950

Óleo Diesel 1045

Óleo Combustível “A” (BPF) 1100

Óleo Combustível “B” (APF) 1090


(*) m3 referenciado a 20oC e 1atm

Exemplo: 1 m3 de petróleo médio tem a mesma quantidade de energia que 1000 m3 de gás natural

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Vantagens de Utilização
• Melhoria da qualidade do ar (em comparação com o uso de outros combustíveis,
em função da queima isenta de resíduos e baixo teor de enxofre;
• Possibilidade de uso de tecnologias de maior eficiência de conversão energética,
como cogeração e ciclo combinado;
• Melhor qualidade na fabricação de produtos, menor quantidade de
contaminantes, por conseguinte, menor custo com purificação de produtos;
• Maior estabilidade dos processos térmicos: usados na produção de cerâmicas,
vidros e semelhantes;
• Diversificação das fontes de energia: maior autonomia energética e segurança
no abastecimento.
• Redução de custos (armazenamento de combustível) e racionalização
energética.

Vantagens de Utilização

Material particulado -80.8% Fuligem

SO2 -99% Responsáveis por


chuva ácida
SO3 -100% SO3(vap) + H2O(vap)  H2SO4

CO -49.4% Venenoso

Hc. na
CnH2n+2 -54.2% atmosfera

Agressão à
NOx -47.2%
camada de O3
(*) comparando com o óleo combustível

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Vantagens de Utilização Produção de cerâmica


para revestimento
Cozimento
Preparo
Moldagem
Pintura Classe Extra x%
Argila Classe A y%
Água Peças
Classe B z%
Corantes
Classe C w%
+ Maior
Classe D p%
custo:
Mão-de-obra
energia
100%

Matéria-prima Operações combustível Produção Classificação

T.
óleo Menor
A Mesmo receita
custo de
A Set point Maior
produção
gás receita

tempo

Principais propriedades físico-químicas


Principais propriedades físico-químicas utilizadas para comercialização de gás natural

- Poder Calorífico Superior (PCS): Energia na forma de calor, (água formada no estado
líquido);
- Poder Calorífico Inferior (PCI): Energia na forma de calor, (água formada no estado gasoso)

Diferença = Entalpia de condensação da água  PCS - PCI = ∆Hcond.água

- Índice de Wobbe (IW): IW = PCS / √ d (conforme ISO 6976)

Energia disponibilizada em um sistema de combustão por um orifício injetor.


Dois gases diferentes, com mesmo IW disponibilizarão a mesma quantidade de energia;

- Densidade Relativa (d): 0,62 a 0,64 (massa do gás por massa de ar seco @1atm, 0°C);
- Densidade absoluta (ρ): 0,64 a 0,68 kg/m3

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Especificação do Gás Natural


Compostos Unidade Limites

Conforme Resolução
n. 16 da ANP
(jul/2008)

Extraído da Resolução n. 16 da ANP, de 2008

Transformações de energia do gás natural


Como extraímos a “energia” do gás natural
para usa-la em nosso proveito ???
Sabemos que a molécula de metano contém energia química, dada pelas ligações químicas dos seus
átomos;
São quatro ligações C-H covalentes híbridas tipo SP3 entre os
átomos do carbono e dos hidrogênios em cada molécula de metano;

Também sabemos que uma molécula de oxigênio possui dois átomos


de oxigênio ligados por uma ligação covalente dupla;

Gás natural (metano) possui energia química, mas nós humanos, consumimos energia térmica,
elétrica ou motriz...

Então, como podemos utilizar a “energia química” do gás natural ???

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Combustão do gás natural


O
H O H H
H O=O H O=O H O O=C=O
H-C-H + H-C-H C
O
O=O H O
H H O=O H O H H
metano oxigênio
1ª. Etapa: quebra das ligações 2ª. Etapa: rearranjo atômico 3ª. Etapa: formação dos prod.
covalentes do metano e do - átomos combinam-se de da reação de combustão
oxigênio forma diferente (sempre
Reagentes buscando a condição de Produtos
menor energia do sistema).

Balanço energético: E reagentes > E produtos Quantificação  PCI [energia/massa ou volume]


Poder calorífico Inferior/superior
CH4 + 2O2  CO2 + H2O(vap) + Energia
Essa diferença de energia entre reagentes e produtos
Balanço energético:
“aparece” no meio reacional sob a forma de calor, o
Energ.[Reagentes] = Energ.[Produtos] + dif. Energia qual pode ser aproveitado em nossos processos

Relação estequiométrica de queima

Relação combustível/comburente Considerando combustão com oxigênio puro!!

Queima do metano CH4 + 2O2  CO2 + H2O(vap) + Energia1

Queima do etano C2H6 + ⁄ O2  2CO2 + 3H2O(vap) + Energia2

Queima do propano C3H8 + 5O2  3CO2 + 4H2O(vap) + Energia3

Queima do butano C4H10 + ⁄ O2  4CO2 + 5H2O(vap) + Energia4

Energia1 ǂ Energia2 ǂ Energia3 ǂ Energia4


(quantidade de energia mensurável em laboratório)
Isso explica porque gases com composição diferentes possuem PCIs diferentes!!

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Queima do metano com ar atmosférico

Queima do metano CH4 + 2O2  CO2 + H2O(vap) + Energia1


(com O2 puro)

Considerando que a atmosfera é formada por 21% de oxigênio e 79% de nitrogênio


Para cada duas moléculas de oxigênio, temos 7,5 moléculas de nitrogênio

Queima do metano
(com ar atmosférico) CH4 + 2O2 + 7,5N2  CO2 + H2O(vap) + 7,5N2 + Energia2

Energia1 > Energia2


Diferença: energia necessária para aquecer as 7,5 moléculas de N2 da temperatura ambiente até a
temperatura dos gases exaustos da combustão;
O N2 atua como um “ladrão de energia” da reação de combustão;
O N2 é inerte à reação de combustão, por isso, atua como um diluente do poder calorífico do gás natural.

Tipos de gases produzidos


Gás Associado Gás Não Associado

Óleo+ gás gás

gás livre
gás livre
gás em
solução
gás em
Solução

reservatório produtor de óleo reservatório produtor de gás

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Uso do GNA para garantia do abastecimento


do mercado consumidor
O GNA é usado para Balanço da produção x consumo, sem a utilização de
armazenamento de gás natural.

PRODUÇÃO
GA
= CONSUMO O GNA modula e
ajusta a relação
PRODUÇÃO Ajuste de produção/consumo
GNA vazão

O GNA confere a garantia de abastecimento do mercado de gás natural.

Produtos do gás natural

Derivados diretamente do processamento


do gás natural Produtos gerados fração Destinação

Gás especificado C1 – C2 Mercado de gás natural


Gás natural Etano petroquímico C2 Industria petroquímica
UPGN
produzido
Gás Liquefeito de
C3 – C4 Mercado de GLP
Gás natural não Processamento Petróleo - GLP
especificado do gás natural
Gasolina natural Injeção em corrente
C5+
nafta leve de petróleo

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?? Como utilizamos o gás natural


no Brasil ?

• Aproveitamos adequadamente as vantagens do gás


natural?
• Usamos o gás em processos de alta eficiência?
• Usamos o gás em aplicações de alto valor
estratégico?

Aplicações do Gás Natural


Uso automotivo Geração de energia elétrica

termelétricas
GNV

Uso industrial

Uso petroquímico

Fogões
aquecedores
Domiciliar

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Uso Veicular (GNV)

Navio Navio de
quebra-gelo transporte

Ferrier boat

Geração de energia elétrica


Utilização atual mais importante do gás natural no país
Relembrando ....
Atualmente, cerca de 10% da
Produção de gás natural energia elétrica produzida
versus
Geração de energia elétrica no Brasil é gerada a partir da
queima do gás natural em
turbinas a gás

Atualmente o gás natural serve como uma espécie de


“seguro” contra o “apagão”.

Capacidade instalada: <>13 GW (potência)

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Geração de energia elétrica


Tecnologia Gas-to-Wire
• Redes de distribuição de energia elétrica x construção de novos gasodutos de transporte
• Utilização da tecnologia GTW para a valoração das reservas de gás natural convencionais e não
convencionais onshore Centros
• Possibilidade de postergação de investimentos em novos gasodutos consumidores

Linha de transmissão de
energia elétrica existente

Transformadores
reservatório Geração de energia elétrica (ao lado do campo produtor)
Tratamento do gás natural

Ciclo combinado

2a. turbina

Mais
Energia Energia
gerada gerada
na na
turbina turbina
a gás a vapor
1a. turbina

• A utilização do conjunto turbina a gás / turbina a vapor no ciclo combinado resulta na


conversão mais eficiente da energia do combustível em potência elétrica
• Os gases quentes de combustão da turbina a gás geram vapor na caldeira de recuperação,
para utilização na turbina a vapor
• Utilização em usinas termelétricas

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Cogeração
Utilização de vapor e água quente no processo produtivo

Geração
de
energia Geração de água
elétrica gelada para circuitos
de refrigeração

(ou calor para


aquecimento de
correntes do processo)

• Cogeração é a geração sequencial de energia elétrica ou mecânica e de energia térmica (calor ou


‘frio’) através de uma única queima de combustível
• Na cogeração aproveita-se o potencial energético existente nos gases resultantes da queima de
um combustível (alta temperatura) para geração de trabalho e energia térmica
• Utilização em shoppings e industrias em geral

Chiller de absorção

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Uso doméstico /comercial


• Uso em calefação
(aquecimento de ambientes)
saunas, piscinas, lareiras
• Uso em cocção
fogões, churrasqueiras
LAVADORA E SECADORA DE ROUPA
À GÁS NATURAL

FOGÃO E LAVA-LOUÇA À GÁS NATURAL

AQUECEDOR DE AMBIENTE À
GÁS NATURAL
LAREIRA À GÁS NATURAL

Piso radiante
Uso doméstico /comercial

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Aplicações do Gás Natural como matéria


prima em processos industriais de
transformação química

Processo de transformação química


• Indústria da química orgânica Produtos de alto
Gás • Indústria petroquímica valor agregado
• Indústria siderúrgica

Produção de resinas poliméricas


Exemplo de uso como matéria prima - produção de polietilenos

UPGN Pólo Gás Químico


Atendimento ao C1 Indústria
mercado de gás
natural Etano
petroquímica
separado
Produção de Processamento Pirólise do Reação de
gás natural de gás natural C2 etano Polimerização
(produção
de etileno)
C3 / C4 C5+
Atendimento ao Produção de
mercado de GLP
polietilenos
Substituição de nafta Atendimento ao de diversas
petroquímica, atualmente mercado de resinas densidades
importada plásticas

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Polo Gás Químico do Rio de Janeiro - Braskem

2005 - Construção do polo próximo à Refinaria Duque de Caxias, da Petrobras, a Rio Polímeros
(Riopol) é o maior complexo gás-químico integrado da América Latina. O investimento foi de US$
1,08 bilhão, gerando uma produção de 540 mil toneladas anuais de polietilenos.

PRODUÇÃO DE GÁS DE SÍNTESE


A química do metano:
Reações de equilíbrio CATALISADOR À BASE DE NÍQUEL
Reação de
reforma
CH4 + H2O CO + 3H2
(vap)
Gás natural

CO + H2O CO2 + H2

O gás de síntese é basicamente uma mistura de H2 com CO e CO2

Utilizado para produção de compostos químicos


Rota para a aplicação de tecnologia GTL (Gas-to-Liquids)
Produção de frações líquidas, a partir do gás natural

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Tecnologia Gas-to-Liquid
PROCESSO FISHER-TROPSCH

H2, CO, CO2

Produção de • GAS COMBUSTÍVEL


• NAFTA
combustíveis líquidos
• QUEROSENE
a partir do gás • DIESEL
natural • PARAFINA
• ÓLEO LUBRIFICANTE

PRODUÇÃO DE METANOL
Produção de metanol, a partir do gás de síntese

CATALISADOR: (Cu + óxido de zinco e alumínio)

CO + 2 H2 CH3OH + ENERGIA Indústria da química


orgânica:
Produção de compostos
CO2 + 3 H2 CH3OH + H2O + ENERGIA oxigenados

Gás natural metanol (formaldeídos, ác. Acético, dimetil,éter …)

Metanol é a base de outro segmento da industria de GTL (para produção de compostos


orgânicos oxigenados)

O metanol é usado na fabricação de formaldeído e ácido acético, como agente de limpeza, solvente,
extrator, combustível e anticongelante, entre outras aplicações.

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Principais produtos derivados do metano


a. a. a. a. a.
1 Geração 2 Geração 3 Geração 4 Geração 5 Geração
A química do
gás de síntese metanol etileno ácido fórmico etilenoglicol
metano:
(H2 + CO) oxo-álcoois propileno plastificantes metacrilato de metila
clorometilas amônia ácido acético ureia melamina Requer maior
acetileno ciclohexano cloreto de metila nitrato de amônia diclorofenol investimento,
fosgênio brometo de metila ácido oxálico álcool polinitrílico porém é capaz de
ácido propiônico formaldeído acetato de vinila álcool polivinílico gerar produtos de
sulfeto de carbonila formiato de metila acetato de metila fenilglicina alto valor agregado,
clorofluorcarbonos éter dimetílico 1,4 butanodiol ácido acetilsalicílico sintetizados a partir
das transformações
fluorcarbonos éter metilbutílico anidrido acético poliacetato de vinila
do metano (rota
metilmercaptana metilaminas éster acético acetado de celulose
gás de síntese).
acetato de vinila estireno polietileno carboximetilcelulose
dimetilsulfona etilbenzeno polipropileno 2,4 diclorofenol
ácido acrílico ácido cianídrico acrilonitrila fenilglicina
anilina ác. monocloroacético carboximetilcelulose
etanolaminas ácido glicólico
carbamato de amônia hexametilenotetramina

Produção de amônia e ureia


CATALISADOR: (Óxido de ferro em base de alumina)

Produção de amônia e ureia, a partir do gás


de síntese

Base de fertilizante mais utilizado no Brasil

Produção nacional de amônia: atende


apenas cerca de 70% do mercado interno

Mercado de ureia: Produção nacional atende


menos de 20% do consumo

Reações de formação
O
H H
N2 + 3H2 2NH3 + ENERGIA
N C N
CO2 + 2NH3 NH2CONH2 + H2O
H H

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Gás de síntese como redutor siderúrgico


CH4 + H2O H2 + CO
3CO + Fe2O3 3CO2 + 2Fe
3H2 + Fe2O3 3H2O + 2Fe

A questão fundamental !!

E o Brasil ??
?? Tem gás natural suficiente para desenvolver e expandir seu
mercado ??

Estratégias de suprimento:

• Reservas nacionais;
• Acesso à reservas estrangeiras (importação de gás)
(complementação das reservas nacionais);
• Diferentes modais de transporte de gás natural
(garantia de acesso à reservas estrangeiras).

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Mercado brasileiro de gás natural

Regiões brasileiras produtoras


de gás natural

Ucuru - AM

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Projeto Azulão Jaguatirica - AM


localizada entre os municípios de Silves e Itapiranga Nova Fronteira !

Projeto Integrado Azulão-Jaguatirica II


O projeto integrado Azulão-Jaguatirica II foi um dos vencedores do Leilão de energia para
suprimento a Boa Vista (RR) e localidades conectadas, realizado em 2019 pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL);
O empreendimento vai fornecer energia 100% brasileira para o estado de Roraima, contribuindo
com a diminuição da instabilidade energética e reduzindo aproximadamente 35% no custo de
geração do Sistema Isolado;

O projeto fortalece um conceito, que implementou o


modelo Reservoir-to-Wire (R2W) no Complexo Parnaíba;

Complexo do Parnaiba - MA
Produção on shore Modelo Reservoir-to-Wire

1.800 MW
(potência Produção de gás natural para
instalada) geração elétrica

Complexo de seis
térmicas

8,4 milhões de m3/d


(cap. nominal)

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Águas profundas de Sergipe/Alagoas


Nova Fronteira !

Seis descobertas de gás natural foram registradas em águas profundas na Bacia de Sergipe
nos últimos anos:

Campos de Cumbe, Barra dos Coqueiros, Farfan, Muriú, Moita Bonita e Poço Verde.

A Expectativa é extrair dos campos marítimos


cerca de 20 milhões de m³/d de gás natural já
nos próximos anos.

Manati - BA

Gás não associado...

Plataforma desassistida

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Golfinho - ES
Gás associado
Pólo
Cacimbas

Aliviador Aliviador UEP

FPSO
FPSO
Módulo l Módulo ll

Poços LDA:
1440 m

Gasoduto Sistema
para o de
PLEM Coleta

Peroá-Cangoá - ES
Gás não-associado

Unidade de
Tratamento de Gás
UTGC PPER-1

52,5 km
67 m

18 pol

31
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Bacia do Mucuri - ES
Nova Fronteira !

Nova fronteira capixaba – gás do pós-sal

- Porto Imetame (Rota Mucuri-a)

- UPGN Cacimbas (Rota Mucuri-b)

Expectativa de 12 milhões de m3 adicionais de gás natural para o mercado capixaba;

Espírito Santo é atualmente um grande supridor de gás natural;

Objetivo do governo estadual  usar parte do gás produzido no próprio estado.

Bacia de Campos - RJ

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Bacia de Santos - SP

Mexilhão/Cedro - SP
Aproveitamento para teste de longa duração de Lula (pré-sal)

Taubaté - SP
UTGCA
133km

Região de
Caraguatatuba - SP

 500m
172m
22 km

GASODUTO Manifold

MEXILHÃO / CEDRO

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Reservas Brasileiras
1000
(bilhões m3) (Gás convencional)
900
Reservas Totais
800
Reservas Provadas
700

600
570
500

400 370
300

200

100 Fonte: ANP, 2020


0 Base: 2019
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019

Desafios do Pré-sal
Para extrair o óleo e o gás do pré-sal, é necessário ultrapassar uma lâmina d’água de mais
de 2.000 metros, uma camada de 1.000 metros de sedimentos e outra de 2.000 metros de
rochas salinas, para que se possa retirar o petróleo e o gás com segurança.

A alta pressão e temperatura dos reservatórios


fazem com que a estrutura das rochas se altere e
adquira propriedades elásticas e mais maleáveis,
o que dificulta a perfuração dos poços.

Desafio logístico para movimentação da produção


até o continente;
A grande distância entre o continente e a área de
produção exige o transporte eficiente a preços
viáveis de pessoas, materiais e equipamentos.

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Área do Pré-Sal

200 km
ES Parque das
Baleias

RJ
SP
Bacia de
800 km Campos

Cluster
de Lula Área do pré-Sal
Polígono do Pré-Sal

O curto prazo Rota 3: Rota 2:


21MM m3/d 13MM m3/d

Rota 1:
10MM m3/d

Parati Iara

Bacia de Júpiter
Carioca
Campos
e Santos Bem-te-vi Lula

Caramba
Sapinhoá
Campos descobertos: Lula (ex. Tupí),
Sapinhoá (ex.Guará), Bem-te-vi, Carioca,
Júpiter, Parati, Caramba e Iara

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O Shale gas
• O termo “shale gas” pode ser traduzido como “gás em folhelho”;
• O termo se refere a depósitos de gás natural em formações rochosas ricas em
matéria orgânica, chamadas de folhelhos negros;
• Folhelhos se caracterizam por sua baixa permeabilidade e porosidade. Isso dificulta
a produção direta de petróleo ou gás;
• Até tempos atrás, os depósitos de folhelhos eram considerados fonte não comercial
ou não econômica, de hidrocarbonetos. Ou simplesmente fonte “não-convencional”;
• No entanto, uma vez implantadas técnicas exploratórias adequadas, se torna
possível a produção de hidrocarbonetos a partir dessas rochas, que podem vir a gerar
volumes expressivos de gás natural à custos relativamente baixos”.

• São reservatórios de baixíssima porosidade, gerando vazões de gás produzidas muito


baixas e não econômicas (em condições de produção convencional);
• Para uma produção econômica, é necessário o aumento artificial da “porosidade” do
reservatório (através da tecnologia de fraturamento);

O Shale gas
A tecnologia de produção se baseia no conjunto de três técnicas já bastante
conhecidas: furo vertical; furo horizontal e fraturamento hidráulico

• A perfuração vertical é complementada por uma perfuração horizontal de até


3.000 m no reservatório.
• Aplica-se a injeção de produtos químicos a alta pressão para criar fraturas nas
rochas do reservatório

O fraturamento hidráulico
é a propagação de
fraturas em uma camada
de rocha, causada pela
injeção de um fluido a
alta pressão no
reservatório

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Produção de Shale gas


Exemplo: 4 poços podem cobrir uma área enorme de produção com o uso de perfurações
horizontais.

Furos
horizontais

Reservas de shale gas no Brasil


Potencial brasileiro
Bacias potenciais
produtoras

No Brasil, o gás não convencional


mais comum até o momento,
sobretudo na Bacia do São
Francisco, em Minas Gerais, é o
chamado tightgas, encontrado em
rochas de baixa porosidade.

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Reservas de gás não convencional


Reservas
Pos. País
(Trilhões de m3)
1 China 31,6 (shale gas)
2 Argentina 22,71
3 Argélia 20,03
4 Estados Unidos 17,64
5 Canadá 16,24
6 México 15,45
7 Austrália 12,17
8 África de Sul 11,04
9 Rússia 8,06
10 Brasil 6,94
11 EAU 5,82
12 Venezuela 4,74

Fonte: U.S. Energy Information Administration – (EIA), 2015

Desafios para o desenvolvimento das reservas


de shale gas
• Os principais desafios para o desenvolvimento do mercado do shale gas são
fatores de caráter político e econômico;
• Os fatores políticos envolvem as incertezas quanto à segurança ambiental no
processo de extração de gás;
• Já os fatores econômicos estão vinculados ao baixo preço do gás atualmente
praticado nos principais mercados consumidores;

• O risco de solubilização de gás natural em lençóis freáticos com liberação do gás quando
da utilização da água, causando explosões e problemas de saúde tem deixado os
governantes de vários países receosos em liberar a exploração de shale gas.

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Balanço de gás natural - mercado brasileiro


2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Produção nacional 65,96 70,58 77,19 87,38 96,24 103,8 109,9 111,9 122,43
Reinjeção 11,06 9,68 10,64 15,73 24,29 30,24 27,61 35,1 43,17
Queima e perda 4,81 3,95 3,57 4,44 3,83 4,05 3,77 3,72 4,36
Consumo E&P 10,15 10,57 10,85 11,46 12,2 12,89 13,44 13,74 14,16
Absoção UPGNs 3,43 3,52 3,56 3,59 3,77 4,21 4,58 4,29 4,21
Oferta nacional 36,51 42,86 48,57 52,16 52,15 52,41 60,5 55,05 56,53
Importação Bolívia 26,84 27,54 31,75 32,83 32,03 28,33 24,33 22,11 18,67
importação GNL 1,65 8,5 14,56 19,92 17,94 3,81 5,05 6,92 8,28
Oferta importada 28,49 36,04 46,31 52,75 49,97 32,14 29,38 29,03 26,95
Oferta total 65,00 78,90 94,88 104,91 102,12 84,55 89,88 84,08 83,48
Consumo no transporte 3,44 3,88 3,7 5,83 3,94 4,28 4,27 5,27 5,55
Industrial 41,03 42 41,81 42,98 43,61 40,82 40,77 39,75 36,97
Automotivo 5,4 5,32 5,13 4,96 4,82 4,96 5,4 6,06 6,26
Residencial 0,87 0,92 1 0,97 0,97 1,11 1,18 1,26 1,27
Comercial 0,68 0,72 0,75 0,77 0,79 0,83 0,78 0,84 0,91
Geração elétrica 10,39 23,03 40,08 46,84 45,9 29,59 34,25 27,69 29,03
Cogeração 3,01 2,92 2,46 2,57 2,5 2,37 2,65 2,84 2,65 Fonte: MME,
Boletim do gás natural,
Outros 0,17 0,11 0,1 0,17 0,04 0,58 0,53 0,4 0,83 2020
Demanda total: 61,55 75,02 91,33 99,26 98,63 80,26 85,56 78,84 77,92

DESAFIOS & OPORTUNIDADES


PARA O MERCADO BRASILEIRO DE
GÁS NATURAL
Os grandes desafios do mercado brasileiro
• A interiorização do gás natural;
• Infraestrutura e logística para movimentação e massificação do seu uso;
• A cultura da eletrotermia;
• Usos estratégicos para o gás natural;

“É preciso ampliar as redes de transporte e distribuição de gás natural para que o uso
do gás natural possa ser expandido e massificado no país”.

Soluções possíveis ?

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DESAFIOS & OPORTUNIDADES PARA O


MERCADO BRASILEIRO DE GÁS NATURAL
Os grandes desafios do mercado brasileiro
• A interiorização do gás natural
 Infraestrutura e logística de movimentação para massificação do seu uso

DESAFIOS & OPORTUNIDADES PARA O


MERCADO BRASILEIRO DE GÁS NATURAL
Grandes oportunidades 
Utilização do conceito do gasoduto “virtual“

GNL; GNC; GNA; HGN


barcos ; trens ; caminhões
cabotagem, rios, estradas

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DESAFIOS & OPORTUNIDADES PARA O


MERCADO BRASILEIRO DE GÁS NATURAL
A cultura da eletrotermia

Degradação energética E. elétrica  E. térmica


O gás natural tem “vocação” para uso em processos térmicos

• Estima-se que 40% da energia elétrica consumida no Brasil é utilizada em eletrotermia


(geração de energia térmica a partir da eletricidade).

Processo de Para uso


Energia Energia
geração de em
elétrica térmica processos
energia térmica
industriais.

• Na maioria dos países desenvolvidos este tipo de energia é reservado a aplicações mais nobres
e onde outras fontes de suprimento energético não possam ser utilizadas com eficiência.

DESAFIOS & OPORTUNIDADES PARA O


MERCADO BRASILEIRO DE GÁS NATURAL
• Utilização mais nobre do gás natural

Usos como matéria prima em processos de transformação industrial de alto


valor agregado

• Produção de resinas poliméricas (separação do etano para produção de olefinas)


• Produção de metanol
• Produção de fertilizantes
• Produção de combustíveis líquidos de alta qualidade
• Uso siderúrgico
• Uso de derivados do gás na petroquímica (substituição de naftas)

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20/08/2021

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