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 SUMÁRIO
1. Introdução.................................................................................................................. 03

2. Quando utilizar o RAS?............................................................................................ 05

3. Como funciona o RAS?............................................................................................ 06

4. Qual tipo de tanque usar no RAS?......................................................................... 07

5. Qualidade da água do RAS...................................................................................... 09

5.1. Temperatura ............................................................................................ 10

5.2. Oxigênio .................................................................................................... 11

5.3. pH ................................................................................................................ 11

6. Cria, recria e engorda no RAS................................................................................. 12

6.1. Cria ............................................................................................................ 13

6.2. Recria ......................................................................................................... 13

6.3. Engorda ..................................................................................................... 14

7. Vantagens do RAS.................................................................................................... 15

8. Desafios do piscicultor............................................................................................. 17

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 1 Introdução
Introdução
Um dos sistemas mais eficientes e sustentáveis de criação de peixes é o
RAS - Sistema de Recirculação de Água. No RAS, o influente passa por
tratamento, o que economiza água em todo ciclo de produção. Sua implantação
no semiárido do país, ou em regiões com longos períodos de estiagem, por
exemplo, traz resultados produtivos promissores, além de melhorar a renda
de quem vive da piscicultura.

Na verdade, criar peixes no Sistema de Recirculação de Água traz vantagens

aos piscicultores das mais diversas regiões do país.

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 Principalmente porque o RAS aumenta a área de produção de peixes
mantendo a água e o solo conservados. Mesmo em locais com baixa vazão
de água, é possível alcançar alta produtividade. Enquanto em viveiros
escavados são produzidos 2 kg de peixes por m², em tanques com RAS é
possível produzir 70 kg de peixes por m³.

Além disso, a recirculação de água é viável, técnica e economicamente, em

diversos sistemas de criação de peixes. Entretanto, devem ser feitos projetos
bem estruturados, com as corretas adaptações, para se obter resultados
cada vez melhores. O projeto deve permitir que a água de cultivo passe por
decantadores e biofiltros para seu tratamento, condicionamento, recirculação
e reutilização. Este é o objetivo principal do RAS.

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 2 Quando utilizar o RAS?

O sistema de cultivo de peixes se torna menos ou mais intenso de acordo

com a densidade de peixes por m³ de água, qualidade da ração fornecida aos
peixes e fluxo da água nos tanques. Em regiões com pouca água disponível
ou quando se pretende minimizar os impactos no meio ambiente, como em
mananciais e bacias hidrográficas, a reutilização da água torna-se necessária.
Nesse sentido, o Sistema de Recirculação de Água é a melhor opção.

No RAS, podem ser cultivadas inúmeras espécies de peixes, como tilápia,

truta e salmão, ou ainda crustáceos, como camarão, independentemente das
fases de desenvolvimento. Até mesmo peixes ornamentais são cultivados no
Sistema de Recirculação de Água. Entretanto, o RAS tem sido amplamente
utilizado em cultivos de peixes com alta densidade, pois o investimento é alto
quando em sistemas convencionais.

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 3 Como funciona o RAS?

O RAS - Sistema de Recirculação de Água, é constituído de caixas de

armazenagem com ralo e peneiras com gramaturas diferentes, conforme o
tamanho do alevino, juvenil ou peixe criado no tanque. A água do cultivo
passa por um encanamento e retorna para uma caixa de depósito, onde
passa por decantação. Em seguida, ela é bombeada para um sistema de
filtros para ser filtrada e reutilizada.

São três os filtros que constituem o sistema de filtragem. Um deles é

posicionado embaixo do tanque. Trata-se de um filtro biológico com bactérias
decompositoras de material orgânico. O outro filtro é formado por dois filtros
de espuma, com gramaturas diferentes, para remoção das partículas da
água. O terceiro e último é o filtro UV, que descontamina a água eliminando
bactérias e outros microrganismos patógenos.

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 4 Qual tipo de tanque usar
no RAS?

No RAS - Sistema de Recirculação de Água, o tanque ideal para criação

de peixes em ambiente fechado é o tanque suspenso. Ele apresenta
uma geomembrana com durabilidade de mais de cinco décadas. Dessa
forma, quando ocorrem furos ou cortes, esse material não permite que
eles aumentem. A solda pode ser realizada com ar quente, mas deve ser
sobreposta para não haver rompimento por pressão da água.

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 Em relação à tela estrutural do tanque suspenso, ela é construída com um
arame forte, com espessura de quase 3,0 milímetros. Além disso, ela deve
ser bem soldada e galvanizada, com espaçamento de até 15 centímetros
por 5,0 centímetros, próximo à borda do tanque, que vai reduzindo de 5,0
centímetros por 5,0 centímetros até a parte inferior do tanque.

Além disso, há fitas de carga com catracas, para manter firme o local no
qual o tanque sofre maior pressão da água. Fora as estacas de metal, que
firmam as paredes do tanque quando este se esvazia. Sem falar do gerador
de energia, dos compressores de ar, das bombas, das tubulações, dos tubos,
das conexões, dos registros e dos sopradores.

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 5 Qualidade da água do RAS

A água deve garantir a sobrevivência, o bem-estar e a proteção dos peixes e,

para isso, o piscicultor deve garantir a sua qualidade. A quaisquer variações
na água o metabolismo e a saúde dos peixes podem ser seriamente
comprometidos. Daí a extrema necessidade de se controlar e monitorar a
temperatura, o oxigênio e o pH da água para garantir um ambiente favorável
aos peixes. Dessa forma, se houver algo anormal, o piscicultor pode agir a
tempo de não colocar a sua criação de peixes em risco.

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 5.1. Temperatura
Enquanto temperaturas muito elevadas da água causam estresse térmico
nos peixes, as baixas reduzem o seu metabolismo (dormência dos peixes),
pois esses animais são pecilotérmicos (a temperatura corporal muda
com a temperatura da água). Quando essas variações são drásticas, os
peixes podem morrer. As variações da temperatura alteram até mesmo a
concentração do oxigênio na água e comprometem a eficiência do biofiltro.

A temperatura ideal da água do tanque depende da espécie de peixe criada.

No caso da tilápia, a faixa de temperatura ideal deve ser manter entre 26°C
e 30°C. Quando a temperatura da água está abaixo da recomendada para
a espécie, os peixes podem ser acometidos por doenças bacterianas e
fúngicas, pois deixam de se alimentar adequadamente, o que compromete
a sua imunidade. O mesmo vale para temperaturas elevadas demais, pois
a cada 10°C a mais, reduz-se o oxigênio dissolvido e aumentam-se as
substâncias tóxicas na água.

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 5.2. Oxigênio
Os peixes são animais aeróbios e dependem do oxigênio para sobreviver.
Na água dos tanques, o oxigênio está presente em forma de solução e sua
concentração é determinada pela temperatura. À medida que a temperatura
diminui, o oxigênio aumenta. A concentração de oxigênio também depende
das substâncias químicas capazes de absorvê-lo e do seu consumo pela
respiração dos peixes e crustáceos.

Além disso, o consumo de oxigênio da água é determinado pela espécie de

peixe no tanque, pelas condições metabólicas dos peixes, pela densidade de
peixes no tanque e pela eficiência do biofiltro. Vale destacar que a quantidade
de oxigênio dissolvido na água deve ser suficiente para a sobrevivência dos
peixes. Seu monitoramento é vital, pois a sua quantidade é reduzida com o
aumento da temperatura e da salinidade da água.

No RAS, venturis e airlift transferem oxigênio para a água dos tanques de

criação. Deve-se ter cuidado nesse processo, pois conforme a espécie de
peixe cultivada, a falta de oxigênio pode causar asfixia nos peixes enquanto o
excesso pode levá-los à morte por embolia. Por exemplo, peixes de águas frias
são menos resistentes a níveis reduzidos de oxigênio quando comparados a
peixes de águas tropicais. Em geral, a concentração de oxigênio dissolvido
recomendada é de 5 mg por litro, mas pode ir até 13 mg por litro.

5.3. pH
O pH da água pode ser ácido ou básico conforme a concentração de íons
de hidrogênio na água. No RAS - Sistema de Recirculação de Água, o pH
recomendado deve se manter entre 7 e 7,5. Vale destacar que os valores do
pH variam entre 0 e 14. Quando o pH é igual a 7, ele é neutro; abaixo de 7
é ácido; e acima de 7 é básico. Se o pH da água é 10, ele é básico, o que
promove ausência de muco nos peixes. No caso de pH 5, ele é ácido, o que
resulta em muco nos peixes.

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 6 Cria, recria e engorda no RAS

O Sistema de Recirculação de Água permite a cria, a recria e a engorda

dos peixes, em tanques de tamanhos variados, com chapa galvanizada e
revestidos com PVC, para estocagem adequada de peixes, como veremos
a seguir:

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 6.1. Cria
A cria de peixes é realizada em tanque de 2,5 m³, com 1,7 metro de diâmetro
por 1,0 metro de altura e capacidade de estocagem de 3.500 alevinos. Estes
permanecem nessa unidade por até 30 dias, alimentados com ração farelada.
Para tratamento, o efluente é conduzido para um centrífugo até um biofiltro,
antes de retornar para o tanque, como água rica em oxigênio dissolvido. Um
blower eleva a coluna de água até o tamque e leva o ar para o difusor para
aeração.

6.2. Recria
A recria de peixes é realizada em tanque de 5,0 m³, com 2,55 metros de
diâmetro por 1,0 metro de altura e capacidade de estocagem de 3.000 a 3.200
alevinos. Estes permanecem nessa unidade por até 30 dias, alimentados com
ração extrusada. Para tratamento, o efluente é conduzido para um centrífugo
até um biofiltro, antes de retornar para o tanque, como água rica em oxigênio
dissolvido. Um blower eleva a coluna de água até o tanque e leva o ar para
o difusor para aeração.

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 6.3. Engorda
A engorda de peixes é realizada em quatro tanques de 30 m³, com 5,40
metros de diâmetro por 1,2 metro de altura e capacidade de estocagem
de 2.800 alevinos, em cada tanque, onde permanecem por até 30 dias,
alimentados com ração extrusada. Para tratamento, o efluente é conduzido
para um centrífugo até um filtro rotativo.

Depois, o efluente é bombeado para o conjunto de biofiltros e retorna para os

tanques. Parte da água segue para um venturi conectado a um gerador de
ozônio. Um equipamento conhecido como blower abastece um conjunto de
airlift para que a concentração de oxigênio dissolvido seja mantida em mais
de 5 mg/litro.

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 7 Vantagens do RAS

O Sistema de Recirculação de Água pode ser utilizado não apenas para

cultivo de peixes e crustáceos para abate, como também para cultivo de
peixes ornamentais, com fins de ornamentação e educação ambiental.
Independentemente das espécies de peixes e finalidades da criação, o RAS
traz ao piscicultor uma série de vantagens, como veremos a seguir:

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 ....... Otimização do ambiente de cultivo para suprir as necessidades
dos peixes e crustáceos;
....... Acompanhamento das taxas de crescimento com mais eficiência
e precisão;
....... Previsão de despescas com maior segurança;
....... Aproximação da produção de peixes e crustáceos do mercado
consumidor, pois o RAS pode ser montado em vários locais,
com total controle da água de cultivo;
....... Incorporação de valor ao cultivo com plantas aquáticas, que
recuperam o nitrogênio dos resíduos;
....... Menor volume e maior concentração do efluente tratado
com técnicas e equipamentos adequados, o que aumenta a
sustentabilidade da produção;
....... Maior proteção das espécies de peixes exóticos, graças ao
cultivo em ambiente fechado;
....... Maior produtividade em menor área;
....... Redução em mais de 90% da necessidade de captação de água;
....... Melhora da biossegurança, o que aumenta o controle de doenças;
....... Maior sustentabilidade na produção de peixes;
....... Redução das pegadas de carbono.

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 8 Desafios do piscicultor

Embora apresente mais vantagens que desvantagens (alto investimento), o

RAS traz ao piscicultor uma série de desafios. Entretanto, com planejamento
e projeto bem elaborados, o sistema se torna viável, promissor e rentável.
Vejamos abaixo os maiores desafios de se implantar o RAS:

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 ....... Possibilidade de organismos patógenos, parasitas, competidores
e predadores virem na água bombeada;
....... Grande dependência de água de boa qualidade;
....... Dificuldade de manter o pH, a salinidade e a temperatura
diferentes da fonte de captação;
....... Possibilidade da captação de água de efluentes de outras
propriedades;
....... Dependência de fatores climáticos;
....... Dependência de energia elétrica;
....... Monitoramento rigoroso;
....... Mão de obra capacitada para tal;
....... Possibilidade de dispersão de efluentes (contra os padrões
ambientais).

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 Referências:

https://www.cpt.com.br

https://www.aquaculturebrasil.com

http://www.nutricon.ind.br

https://www.snatural.com.br

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