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MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA

Ana C. M. de AZEVEDO¹; Eduarda B. da CONCEIÇÃO 2; Lucas D. SILVA³

1. INTRODUÇÃO
É fato que o constante desenvolvimento humano ocorre de acordo com a
velocidade que novas formas de se gerar e obter energia são desenvolvidas.
Com seu início a partir da descoberta do petróleo em meados do século XIX,
qual veio a substituir o óleo proveniente de baleias e evitando a extinção
desses incríveis animais. Uma das mais extraordinárias criaturas do oceano foi
poupada porque os seres humanos descobriram depósitos de plantas fósseis
abaixo da superfície da terra (Johnson, 2015).

Com o avanço de tecnologias constante, é comum certos métodos ficarem


obsoletos, inclusive métodos de produção de energia estão entre os que se
desenvolvem com mais frequência, necessitando então que o país análise
quais as formas mais rentáveis e eficientes para se adequar ao sistema. O
Brasil por exemplo possuí uma grande capacidade em utilizar energia
proveniente de fontes renováveis, totalizando mais de 83% da gama total de
potência instalada, dados recolhidos da ANEEL (2021).

A uma década atrás não se esperava a crescente em relação ao uso de


Geração Distribuída em sistemas eólicos e/ou fotovoltaicos, cujos quais
somados, nos fornecem 12% da potência energética instalada no território
nacional ANEEL (2021). Portanto a previsão de uso e desenvolvimento é
crucial para um bom planejamento energético, evitando possíveis quedas de
tensão, panes, apagões... Esse trabalho possui tanto caráter de análise de
dados, quanto de revisão bibliográfica. No qual iremos compreender o avanço
e a diferença entre geração de energia por meios renováveis e não renováveis.

A mencionada energia não renovável proveniente de termoelétricas e do


petróleo, por exemplo, está em desuso devido ao seu custo imposto ao meio
ambiente, o desenvolvimento científico nos permite utilizar de métodos
renováveis, os quais afetam minimamente o planeta Terra, segundo MANYIKA
et al. (2013, p. 138) a energia renovável é energia que é derivada de uma fonte
que é reabastecida continuamente, como o sol, o rio, o vento ou a energia
térmica dos oceanos do mundo.

2. MATERIAIS E MÉTODOS
O uso majoritário de dados e informações neste trabalho, terá origem no
Sistema de Informações de Geração (SIGA), setor da Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL), no qual irá nos permitir analisar com excelência e
assertividade em relação aos dados disponibilizados. Logo, poderemos então
mapear em quais regiões do país determinada forma de geração é
predominante, devido a aspectos naturais e meteorológicos.

Lembrando que a ANEEL atualiza seus dados periodicamente, logo,


estaremos trabalhando e analisando os dados mais recentes disponibilizados.
Em si, os nossos materiais estão centralizados nos dados citados, mas
também em algumas definições teóricas sobre algumas formas de gerar
energia.

Junto ao word, teremos também a algumas informações visuais, como


tabelas oriundas do excel e gráficos, afim de auxiliar na imersão do leitor sobre
o conteúdo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para iniciarmos, é necessário realizar uma contextualização sobre as
formas de energia mais presentes no cenário brasileiro, tanto de forma
renovável, quanto de origem não renovável.

3.1 RENOVÁVEIS

A maior responsável pela geração de energia no território brasileiro é a


hidrelétrica ou matriz hídrica, com potência instalada referente a 61,96% do
total no país. De acordo com Abbud e Tancredi (2010), o potencial energético
brasileiro constitui uma das suas maiores riquezas, perante a grande bacia
hídrica, o que fornece geração de energia limpa (renovável).
Sua geração ocorre principalmente através da energia potencial contida
nas forças das águas, na hidrelétrica essa energia potencial é manipulada de
tal forma que sua resultante é a energia elétrica. Vale lembrar que é
complicado armazenar grandes quantidades de energia, portanto, é necessário
possuir um planejamento no qual permite administrar tanto a produção de
energia, quanto o uso da água.

Entretanto, por mais de ser considerada energia renovável, as


hidrelétricas demandam um sacrifício ecológico e ambiental, pois requerem
grandes quantidade de áreas tomadas pela água (como reservatório de energia
potencial).

Outra forma de geração responsável por 10,62% da potência instalada é


a energia eólica ANEEL (2021), a forma de energia que mais cresceu no país
na última década, implantada principalmente em regiões litorâneas.

Um dos maiores inimigos dessa forma de energia no seu começo, era o


elevado custo de produção, mas devido ao desenvolvimento tecnológico, a
energia eólica se tornou rentável e recomendada a aplicar no Brasil, devido a
sua imensa área costeira. Os recursos para realizar um projeto eólico são
altos, sendo que a maior parte do investimento se concentra na fase inicial do
projeto, uma vez que o custo dos equipamentos corresponde a até 75% do
investimento total de um parque eólico (TOURKOLIAS; MIRASGEDIS, 2011).

Mapa da produção da energia eólica nos estados brasileiros.

Gráfico 1 – Capacidade de produção de energia eólica (ANEEL)


Podemos observar que a geração de energia eólica é quase
predominante em locais costeiros e na região nordeste, isso se da
principalmente a os aspectos climáticos e correntes de ar tanto oriundas da
terra firme, quanto vindas do mar.

De acordo com a ANEEL, a previsão é para que até 2024, a energia


eólica possua uma potência instalada de 18,7 GW, crescendo ainda mais no
mercado brasileiro.

Esses são os dois maiores representantes de energia renovável no


Brasil, abaixo deles temos a biomassa com 8,71% da potência instalada e a
energia solar com 1,94% da potência instalada segundo a ANEEL (2021).

3.2 NÃO RENOVÁVEIS

Utilizado no planeta desde o século XIX, o petróleo e o gás natural são


fontes fósseis, juntas são responsáveis por pouco mais de 15% da potência
energética instalada no país ANEEL (2021), em si derivam da deposição de
matéria orgânica de milhões de anos atrás.

São considerados fontes não renováveis, pois seu uso se esgota, ou


seja, é uma substância finita no planeta, além do mais, os danos causados ao
meio ambiente foram extremos, um dos resultados é o agravamento do efeito
estufa.

Menos impactantes na geração de energia de caráter não renovável,


temos o carvão mineral 2% e a energia nuclear com 1% segundo ANEEL
(2021).

Potência elétrica instalada em porcentagem no Brasil (2021).


Hídrica 61,96%
(renovável)
Eólica 10,62%
(renovável)
Biomassa 8,71%
(renovável)
Gás Natural 8,44%
(não
renovável)
Petróleo (não 5,18%
renovável)
Carvão 2,03%
Mineral (não
renovável)
Solar 1,92%
(renovável)
Nuclear (não 1,13%
renovável)
Energia das
marés (não 0,00003%
renovável)
Tabela 1 – Dados (ANEEL 2021)

Podemos observar que a maior responsável pela energia elétrica


brasileira é a matriz de caráter hídrica, isso se deve principalmente ao volume
de bacias e rios no país e a construção de uma das maiores usinas
hidrelétricas do mundo, a Usina de Itaipu.

Para melhor percepção está anexado ao trabalho uma planilha


construída no excel, no qual poderemos perceber não só a porcentagem de
cada forma de geração de energia, mas a sua potência instalada em forma de
kW e a quantidade mais recente de geradores em atividade para cada
seguimento.

Usinas hidrelétricas no Brasil (2017).


Figura 1 – Usinas hidrelétricas no Brasil OLMA (2017)

Na figura acima, por mais de ser de 4 anos atrás podemos ter uma
noção do investimento feito nesse tipo de energia, ao todo 17 usinas em etapa
de construção, algumas com capacidades maiores que a usina de Itaipu.
Porém, nem tudo é 100% perfeito, como já mencionado nesse trabalho, o uso
de energia hidrelétrica causa alguns impactos ambientais graves, de acordo
com Souza (2000) por mais de serem extremamente necessárias na geração
de energia do país, as usinas hidrelétricas impactam gravemente tanto ao meio
ambiente, quanto ao desmatamento. Principalmente pelas suas extensas áreas
que devem ser alagadas, prejudicando a fauna e flora do país.

Agora, em teoria, devido ao desenvolvimento e avanço, o consumo de


energia elétrica tende a aumentar a cada ano, mas dados fornecidos pela
Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE), nos mostram que no
ano de 2020 o consumo de energia regrediu.

Algumas variáveis estão contidas nesta causa, a pandemia do


coronavírus impactou diretamente as ações da indústria, cuja qual é
responsável por uma grande demanda elétrica, além disso, varias empresas
estão migrando para a contratação livre, na qual elas mesmo administram seu
consumo, logo, pagam menos e consomem apenas o necessário

Consumo regrediu em 2020.


Gráfico 2 – Consumo de energia decai CCEE (2021).

A partir desse gráfico, podemos perceber que o consumo de 2020 foi


1,5% menor que de 2019 segundo CCEE (2020).

4. CONCLUSÃO

Podemos notar que com o passar do tempo, meios de produção de


energia que causam danos graves ao ambiente, estão ficando obsoletos e
ultrapassados, é necessário investir e mudar.

O Brasil é um dos países que mais podem realizar tal mudança, pois
possui em seu território uma extensa gama de possibilidades, sejam elas por
meio da radiação solar, forças das águas ou até mesmo das correntes de ar.

Portanto, ao fim dessa análise, podemos concluir que a forma de energia


da matriz energética brasileira com maior percepção de futuro, junto também a
danos ambientais mínimos, é a energia eólica, cuja qual já representa pouco
mais de 10% da potência instalada em âmbito nacional.

REFERÊNCIAS
ABBUD, Omar Alves; TANCREDI, Márcio 2010. Transformações recentes da
matriz brasileira de geração de energia elétrica – causas e impactos
principais. Disponível em:
http://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudoslegislativos/tipos-de-
estudos/textos-para-discussao/td-69-transformacoes-recentes-damatriz-
brasileira-de-geracao-de-energia-eletrica-causas-e-impactos-principais/view
Acesso em 16/07/2021.

CCEE aponta que consumo de energia elétrica caiu 1,5% em 2020. [S. l.],
19 jan. 2021. Disponível em:
https://www.canalenergia.com.br/noticias/53161136/ccee-aponta-que-consumo-
de-energia-eletrica-caiu-15-em-2020 Acesso em: 16 jul. 2021.
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https://olma.org.br/wp-content/uploads/2016/12/HIDROEL%C3%89TRICAS-
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FONTES de Energia. [S. l.], 16 jul. 2021. Disponível em:


https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/fontes-de-energia Acesso em: 16 jul.
2021

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www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/fontes-de-energia Acesso em: 16 jul. 2021.

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FONTES de Energia: Energia Hidráulica. [S. l.], 16 jul. 2021. Disponível em:
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FONTES de Energia: Petróleo. [S. l.], 16 jul. 2021. Disponível em:


www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/fontes-de-energia Acesso em: 16 jul. 2021.

MANYIKA, James; et al. Tecnologias disruptivas: avanços que


transformarão a vida, os negócios e a economia global. Disponível em:
<http://www.mckinsey.com/business-functions/digital-mckinsey/our-
insights/disruptive-technologies Acesso em 16 de jun. de 2021.
NORDESTE gera 85% da energia eólica do Brasil: Indústria dos ventos:
um negócio promissor no Brasil. [S. l.], 13 set. 2019. Disponível em:
https://www.fundaj.gov.br/index.php/a-questao-energetica/10859-nordeste-
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SISTEMA de Informações de Geração da ANEEL. [S. l.], 16 jul. 2021.


Disponível em: https://app.powerbi.com/view?
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SISTEMA de Informações de Geração da ANEEL: Matriz Elétrica


Brasileira. [S. l.], 16 jul. 2021. Disponível em: https://app.powerbi.com/view?
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SISTEMA de Informações de Geração da ANEEL: Resumo Estadual. [S. l.],


16 jul. 2021. Disponível em: https://app.powerbi.com/view?
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TOURKOLIAS, C.; MIRASGEDIS, S. Quantificação e monetização e os


benefícios do empreendimento associados a tecnologia de energias
renováveis na Grécia Renovável e Sustentável, v.15, n.6, p.2876-86, ago.
2011.

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