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5. À guisa de conclusões
3 3
1. Bioenergia e biocombustíveis
A elevada disponibilidade de radiação solar e água
permite que os trópicos úmidos sejam regiões ideais
para a produção de bioenergia. Condições de solo,
topografia e clima são também importantes.
Pluviosidade média
anual
A cana de açúcar na Matriz Energética Brasileira,
(FAO, 1997) Horta UNIFEI, 2011 4
1. Bioenergia e biocombustíveis
Bioenergia : qualquer forma de energia resultante de
processos fotossintéticos recentes.
Ex. lenha, carvão vegetal, etanol, biogás,
bioeletricidade, etc.
Biocombustíveis líquidos: vetores bioenergéticos
adequados para uso em motores de combustão.
Ex. bioetanol e biodiesel
5 5
1. Bioenergia e biocombustíveis
Os biocombustíveis foram usados nos primórdios da
indústria automobilística: Rudolf Diesel sugeriu o uso do
óleo de amendoim em seu motor e Henry Ford foi um dos
maiores defensores do etanol, fabricando modelos
específicos para esse biocombustível.
Produção de energia
7 primária no Brasil (EPE, 2011) 7
1. Bioenergia e biocombustíveis
Em termos mundiais, a bioenergia significa atualmente
cerca de 10% da oferta energética mundial, em grande
parte como lenha, muitas vezes não produzida em bases
sustentáveis...
10
2. Evolução da Matriz Energética
Energia é fundamental para o conforto e a produção
econômica na sociedade moderna, cujo consumo é
sempre baseado em recursos naturais.
(Goldemberg, 1997) 11
2. Evolução da Matriz Energética
Cadeia energética (da fonte ao uso final)
Centros de Equipamentos
Transformação de Uso Final
Fluxos
e estoques Energia - Centrais Elétricas - motores
Usuário
Energia Energia
naturais Primária - Refinarias de Petróleo
Secundária - lâmpadas Útil
- Destilarias de Álcool - fogões
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2. Evolução da Matriz Energética
As fontes fósseis têm sido o principal recurso usado
para atender à demanda energética, mas não
correspondem aos recursos mais importantes.
Reservas mundiais de gás natural
Reservas mundiais de petróleo
Reservas mundiais de urânio
Reservas mundiais de carvão
Consumo mundial de
energia em 2005
(Sauer, 2008, elaborado com dados de BP, 2005; Palz, W e IEA, 2006)
2. Evolução da Matriz Energética
A matriz energética é uma síntese do setor energético,
apresentando a estrutura da oferta e demanda de
energia.
Setor Terciário e
1.347 151 0 8.327
Público
600 Mcal/tc
excedente de bagaço
500 produção de etanol
400 etapa industrial
etapa agrícola
300
200
100
0
consumo produção consumo produção
Produtividade
7.000 3.800 2.500 5.500
(litros/hectare)
Fonte: World Watch Institute (2006) e Macedo et al. (2008) – balanço energético. Produtividade: IEA – International Energy Agency
(2005), MTEC e UNICA. GEE: IEA – International Energy Agency (2004) e Macedo et al. (2004 e 2008), redução das emissões evitadas
com etanol como substituto a gasolina e calculado de acordo com análise do ciclo de vida. . Elaboração: UNICA
18
3. Sustentabilidade do etanol de cana
O papel da P&D na agroindústria do bioetanol (1)
A inovação tem sido essencial em todas as etapas da cadeia de
produção, desde a produção da matéria prima, seu
processamento, logística e gestão, reduzindo custos, diversificando
a gama de produtos e mitigando os impactos ambientais.
80%
60%
40%
20%
0%
1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 Controle biológico da broca da cana (Diatraea
Diversificação de variedades de cana no Brasil saccharalis) com a vespa (Cotesia flavipes)
(Burnquist e Landell, 2005) (Bento, 2006) 19
3. Sustentabilidade do etanol de cana
O papel da P&D na agroindústria do bioetanol (2)
20
Transporte da matéria prima para as usinas Geração de energia elétrica com bagaço
3. Sustentabilidade do etanol de cana
Curva de aprendizagem dos custos do etanol
100
(2 0 0 4 ) U S $ / G J
1980 2004
1986
10
1990
2002
1995 1999
150% 135%
125%
100%
66%
50% 42%
36%
0%
-50%
-69%
-100%
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2008
Year
(Lago, 2010) 22
3. Sustentabilidade do etanol de cana
Os recursos naturais disponíveis e a experiência
existente favorecem a produção de biocombustíveis no
Brasil, em bases eficientes e sustentáveis.
Área cultivada
(76,7 milhões de ha, 9%)
Área cultivada em cana para fins energéticos
( 4,0 milhões de ha, 0,5%)
IBGE (2008) 24
3. Sustentabilidade do etanol de cana
A pecuária brasileira apresenta boas perspectivas para
incrementos de produtividade, liberando áreas para a
agricultura.
Milhões de cabeças
ou Milhões de ha
Área em pastagens
Densidade média
Rebanho bovino
1,0 animal/ha
(IEA, 2011) 27
3. Sustentabilidade do etanol de cana
A competitividade do etanol de cana não parece
ameaçada pelas novas tecnologias.
Projeções de preços
de combustíveis para
transporte (IEA, 2011)
(IEA, 2011) 28
4. Política e regulação em bioenergia
Quadro legal vigente
extensa legislação, pouco consolidada
3,00 R$/litro ou m3
Composição do preço de
Margens e fretes
combustíveis veiculares no 2,50
Rio de Janeiro, ICMS
maio de 2009 2,00 CIDE / Pis / Cofins
0,00
Oleo diesel Etanol Gasolina (com Gás natural
hidratado 25% etanol veicular
Fonte: Sindcomb (2009). anidro) 30
4. Política e regulação em bioenergia
Rever o marco tributário é muito importante.
Quadro atual: complexidade e opacidade da legislação tributária
Implicações:
Perdas para os agentes econômicos (principalmente
Petrobras) e elevada renúncia fiscal nesse mercado, sem a
suficiente clareza para a sociedade de algum benefício
relevante, meta ou estratégia a ser alcançada.
Por exemplo, a redução da CIDE na gasolina a partir de abril
de 2008 e setembro de 2009 significou em 2008 uma perda
para o Tesouro Nacional de aproximadamente R$ 6,4 bilhões.
Os biocombustíveis têm sido freqüentemente penalizados.
HUGO ALTOMONTE
Oficial a Cargo
División de Recursos Naturales e Infraestructura, CEPAL
0.800
0.700
0.600
0.500
US$/litro
0.400
0.300
0.200
0.100
0.000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
PR O M- O CDE
URU
EC U
PER
BO L
CH I
ARG
PAR
VEN
PRO M- AL C
CO L
MEX
2001 2008
ARGENTINA: marcado deterioro con relación al PIB, aunque crecimiento en
términos absolutos después de la pesificación y crisis 2001-2002.
1.60 4,500.0
1.40 4,000.0
3,500.0
1.20
3,000.0
1.00
2,500.0
0.80
2,000.0
0.60
1,500.0
0.40
1,000.0
0.20 500.0
0.00 0.0
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
MEXICO: marcado deterioro en términos absolutos y con relación al PIB.Entre
2002 y 2007 la recaudación cae en términos absolutos 6 veces; y 7 veces con
relación al PIB.
Subsidio directo en 2006 de 3873 MMUS$ y 4223 MMUS$ en 2007
2.00 14,000.0
1.80
12,000.0
1.60
1.40 10,000.0
1.20
8,000.0
1.00
6,000.0
0.80
0.60 4,000.0
0.40
2,000.0
0.20
0.00 0.0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
CHILE: aumento de la recaudación total de más del 50% en los dos últimos
años no alcanza para recuperar el máximo porcentaje relativo al PIB. En
2007-08 llegó a 1% del PIB, un 35% al máximo de 2001 (1.38%)
1.60 1,800.0
1.40 1,600.0
1,400.0
1.20
1,200.0
1.00
1,000.0
0.80
800.0
0.60
600.0
0.40
400.0
0.20 200.0
0.00 0.0
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
4. Política e regulação em bioenergia
Possíveis ações:
2) Uma lei para os biocombustíveis
O Brasil utiliza biocombustíveis há décadas, mas ainda não possui uma lei
específica para ordenar esse mercado, como acontece em muitos países que
procuram replicar a experiência brasileira.
Uma lei para a sustentabilidade dos biocombustíveis no Brasil,
permitiria:
consolidar a legislação existente.
definir o marco tributário para os biocombustíveis, considerando
suas externalidades e estabelecendo os mecanismos de
sustentação nos contextos de volatilidade, possivelmente mediante
a arbitragem flexível dos tributos (CIDE).
estimular e ordenar as atividades de Pesquisa e Desenvolvimento.
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5. À guisa de conclusões
A bioenergia é relevante na matriz energética brasileira,
atendendo o setor de transporte e a geração de energia
elétrica.
São promissoras as perspectivas para a expansão da
demanda de etanol no mercado mundial.
O etanol de cana-de-açúcar, como produzido no Brasil,
apresenta bons indicadores de sustentabilidade e
competitividade econômica.
É importante que:
• sejam implementadas políticas públicas que valorizem
os biocombustíveis renováveis, em particular
considerando seus aspectos sociais e ambientais.
• se promova a transparência de regras na formação
dos preços dos combustíveis.
40
L. A. Horta Nogueira
horta@unifei.edu.br
Universidade Federal de Itajubá
Minas Gerais, Brasil