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TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA
Sumário
Introdução .......................................................................................................... 4
História dos Sistemas Elétricos de Potência ...................................................... 7
Estrutura Organizacional do Setor Elétrico Brasileiro......................................... 9
Estrutura de um Sistema Elétrico de Potência ................................................. 12
Características do Sistema Elétrico Brasileiro .................................................. 15
Geração de Energia Elétrica no Brasil .......................................................... 15
Sistema Interligado Nacional - SIN ............................................................... 16
Transmissão de Energia Elétrica no Brasil ................................................... 18
Sistemas de Distribuição no Brasil ............................................................... 20
Características dos Sistemas Elétricos de Potência ..................................... 21
Tendências para o Mercado de Energia Elétrica .......................................... 23
Geração de Energia Elétrica ............................................................................ 25
O Sistema de Geração ................................................................................. 25
Fontes de Energia ........................................................................................ 26
Energia Hídrica ............................................................................................. 30
Energia Térmica ........................................................................................... 35
Energia Nuclear ............................................................................................ 37
Energia Eólica............................................................................................... 42
Energia Solar ou Fotovoltaica ....................................................................... 44
Energia Maremotriz ...................................................................................... 50
Biomassa ...................................................................................................... 51
Gás natural ................................................................................................... 53
Energia Geotérmica ...................................................................................... 55
Célula Combustível ....................................................................................... 58
Linhas de Transmissão .................................................................................... 66
Tensões de Transmissão – Padronização .................................................... 66
Características físicas das linhas aéreas de transmissão ............................ 70
Padronização brasileira ................................................................................ 70
Isoladores e Ferramentas ............................................................................. 73
Estruturas das linhas de transmissão ........................................................... 77
Características de transmissão de energia em corrente alternada e corrente
contínua ........................................................................................................ 84
Condutância de Dispersão e Efeito Corona .................................................. 87
Introdução de Efeito Corona e perdas nos Isoladores .................................. 87
Linhas de Distribuição ...................................................................................... 95
Estudo das cargas elétricas .......................................................................... 95
Curvas de carga (Diagrama de cargas) ........................................................ 96
Referências Bibliográficas .............................................................................. 101
Introduçã
ão
Na histó
ória da so
ociedade, a energia elétrica, desde
d a suua descobberta,
sempre ocupou lugar de destaque , tendo em m vista a deependênciia da qualidade
de vvida e do progresso o econômicco, da qua
alidade do o produto e dos serv viços
relaccionados à energia elétrica, que por sua vez dependem m de como as
emp presas de eletricidade
e e projetam
m, operam e mantêm os sistem mas elétrico
os de
potêência.
1
Inclui apenas gaasolina A (auutomotiva)
2
Outtras Fontes Inclui lixívia, óleo comb
bustível, gás de refinaria
a, coque de carvão mineral e
ão vegetal, dentre outros.
carvã
Fon
nte: Balanço Energético N
Nacional – BEN
B 2009 – Resultados
R P
Preliminares..
Figura 1.3 Consumo fi nal energétic
co por fonte no Brasil em
m 2009.
O seto or elétrico
o mundial tem pa assado po or amplo processo o de
reesstruturação o organizaacional. Noo modelo atual os sistemass elétricos são
tipica
amente divvididos em m segmenttos como: geração, transmissã
t ão, distribu
uição,
e comercializa ação.
No Brasil, este processo
p d
de reestruuturação fooi desencaadeado co om a
criaçção de um novo marc co regulató
ório, a des
sestatizaçãão das emppresas do setor
elétrrico, e a ab
bertura do mercado d de energia elétrica.
Para geerenciar es
ste novo mmodelo do setor eléttrico, o Gooverno Federal
criouu a estrutura organizaacional ap
presentada na Figura 1.5 e definnida a segguir.
b) M
Ministério de
e Minas e Energia – MME
Encaarregado ded formulação do plaanejamento o e da imp
plementaçãão de açõe
es do
Goveerno Fede eral no âm
mbito da poolítica ene
ergética na
acional. O MME detéém o
podeer concede ente.
c) Coomitê de Monitorame
M ento do Se etor Elétrico
o – CMSE
Consstituído no
o âmbito do
d MME e sob sua coordenaç ção direta, com a função
preccípua de acompanh har e ava aliar perma anentemen
nte a conntinuidade e a
seguurança do suprimentoo eletro en
nergético em
e todo o território.
d) Empresa de Pesquisa Energética - EPE
Empresa pública federal vinculada ao MME tem por finalidade prestar serviços
na área de estudos e pesquisas destinados a subsidiar o planejamento do setor
energético.
Redee de Transsmissão
A re
ede de tran nsmissão liga as gra
andes usinaas de geraação às árreas de grande
conssumo. Em geral ape enas pouccos consum midores coom um altto consum mo de
enerrgia elétricca são con
nectados à às redes de
d transmissão ondee predomiina a
estru
utura de linnhas aérea
as.
A segurança é um as specto fun ndamental para as redes dee transmis ssão.
Qualquer falta neste níveel pode levvar a desco
ontinuidade de suprim mento para um
gran
nde número de con nsumidore es. A ene ergia elétrica é perrmanentem mente
monnitorada e gerenciada
g a por um c entro de controle. O nível de teensão depende
do p
país, mas normalmen
n nte o nívell de tensão
o estabelecido está eentre 220 kV e
765 kV.
Redee de Sub-TTransmissã ão
A reede de su ub-transmiissão rece ebe energ gia da redde de trannsmissão com
objetivo de tra
ansportar energia e elétrica a pequenas
p cidades oou importa
antes
conssumidores industriais
s. O nível d
de tensão está
e entre 35 kV e 1660 kV.
Em geral, o arrranjo das redes de sub-transm missão é em
e anel paara aumen ntar a
seguurança do sistema. A estruturaa dessas reedes é em
m geral emm linhas aéreas,
por vezes cab bos subterrrâneos prróximos a centros urbanos
u faazem partte da
redee. A permiissão paraa novas lin
nhas aéreas está ca ada vez m mais demo orada
deviddo ao grannde númerro de estu dos de impacto amb biental e ooposição so
ocial.
Commo resultado, é cad da vez m mais difícil e caro para
p as rredes de sub-
transsmissão alcançar
a árreas de allta densida
ade populacional. OOs sistemaas de
proteeção são do
d mesmo o tipo daqu
ueles usados para as s redes dee transmisssão e
o controle é re
egional.
Rede es de Distrribuição
As redes de distribuiçã ão alimen ntam consumidores industriaiss de méd dio e
pequ ueno porte, consum midores ccomerciais e de se erviços e consumid dores
residdenciais. OsO níveis de tensã ão de dis stribuição são assim m classific cados
segu undo o Prodist (Pro ocedimenttos de Dis stribuição de Energgia Elétrica a no
Sisteema Elétricco Naciona al):
− Altta tensão de distribu uição (AT) : tensão entre
e fases cujo valorr eficaz é igual
ou superior a 69 6 kV e infferior a 2300 kV.
− Média tensã ão de disttribuição (MMT): tensã ão entre fases cujo valor efic caz é
supe erior a 1 kV
V e inferiorr a 69kV.
− Baaixa tensão o de distrib
buição (BTT): tensão entre
e fases
s cujo valoor eficaz é igual
ou innferior a 1 kV.
De aacordo com m a Resolu ução No45 56/2000 da ANEEL e o módulo 3 do Prod dist, a
tensão de forn necimento para a uniidade cons sumidora ses dará dee acordo co om a
potê
ência instalada:
− Teensão secu undária de distribuiçã ão inferior a 2,3 kV: quando
q a ccarga instaalada
na u
unidade consumidora a for igual o
ou inferior a 75 kW;
− Teensão prim mária de dis stribuição inferior a 69
6 kV: qua ando a cargga instalad da na
unidade consumidora for f superio
or a 75 kW k e a demanda
d contratada a ou
estim
mada pelo o interessaado, para o fornecim mento, for igual ou innferior a 2.500
2
kW;
− Teensão prim mária de dis stribuição i gual ou su
uperior a 69 kV: quanndo a demanda
conttratada ou estimada pelo interressado, para p o fornnecimento,, for superrior a
2.50
00 kW.
As te ensões de e conexão padroniza adas para AT e MT são: 138 kkV (AT), 69 6 kV
(AT)), 34,5 kV V (MT) e 13,81 kV (MMT). O se etor terciário, tais co
como hosp pitais,
edifíícios admin nistrativos, pequena as indústriaas, etc., sãão os princcipais usuários
da reede MT.
A rede BT representa o nível final na estrutu ura de um sistema dee potência a. Um
grannde número o de consu umidores, setor resid dencial, é atendido ppelas redes em
BT. T Tais redess são em geral opera adas manualmente.
Tabela 1.3
3 Tensões Nominais Pad
dronizadas de Baixa Tensão – Prodisst Módulo 3
A Figura 1.9 mostra
m um diagrama com a rep presentaçãão dos várrios segme
entos
de u
um sistemaa de potênc
cia com se
eus respec
ctivos níveis de tensãão.
Os n
níveis de te
ensões praaticados no
o Brasil são: 765 kV, 525 kV, 5500 kV, 440
0 kV,
345 kV, 300 kV,
k 230 kV V, 161 kV, 138 kV, 132 kV, 115 5 kV, 88 kkV, 69 kV, 34,5
kV, 2
23 kV, 13,8
8 kV, 440 V,
V 380 V, 2220 V, 1277 V.
Ca
aracteríísticas do Sis
stema Elétrico
E o Bras
sileiro
Gerração de Energia
a Elétrica
a no Bras
sil
O sistem
ma de prod dução e tra
ansmissãoo de energia elétrica do Brasil pode
ser cclassificado como hidrotérmico o de grandde porte, com
c forte predominâ ância
de usinas hid drelétricas e com múltiplos proprietárrios. A m maior parte e da
capaacidade instalada é composta a por usina
as hidreléttricas, quee se distrib
buem
em 1 12 diferenttes bacias hidrográfiicas nas diferentes
d regiões
r doo país de maior
m
atrattividade econômica
e . São oss casos das bacia as dos rrios Tocan ntins,
Paraanaíba, Sã ão Francis sco, Grandde, Paranná, Tietê, Paranapaanema, Igu uaçu,
Urugguai e Jacu uí onde se concentraam as maioores centraais hidreléttricas.
Sisttema Inte
erligado Naciona
al - SIN
O sistem
ma interligado de eleetrificação permite que
q as difeerentes reg giões
perm
mutem ene ergia entre
e si, quand
do uma de elas apreseenta qued a no nível dos
rese
ervatórios. Como o re egime de cchuvas é diferente
d nas
n regiõess Sul, Sudeste,
Nortte e Norde este, os grandes
g tro
roncos (linhas de tra ansmissãoo da mais s alta
tensão: 500 kV ou 75 50 kV) p possibilitam
m que os pontos ccom produção
insufficiente dee energia sejam
s abasstecidos poor centros de geraçãão em situação
favorável.
Transmissã
ão de Ene
ergia Elé
étrica no Brasil
As linha
as de transmissão n no Brasil costumam
c ser extenssas, porqu
ue as
gran
ndes usin nas hidrelétricas g geralmente
e estão situadas a distân ncias
conssideráveis dos centros consum midores dee energia. Hoje o paaís está quase
que totalmentee interligad
do, de nortee a sul.
As princcipais emppresas inv estidoras em linhas de transmmissão no país
estão relacionaadas na Ta abela 1.5.
– Alta tensão (AT): Tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou superior a 69
kV e inferior a 230 kV, ou instalações em tensão igual ou superior a 230 kV
quando especificamente definidas pela ANEEL.
– Média tensão (MT): Tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 1 kV e
inferior a 69 kV.
– Baixa tensão (BT): Tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou inferior a 1
kV.
Carracterísticas dos Sistema
as Elétric
cos de Potência
Os Sisstemas Elétricos
E de Potên ncia apre
esentam as seguuintes
caraacterísticass:
• Noormalmente e são trifás
sicos;
• Apresentam um grande e número d
de compon nentes;
• Po ossuem transforma
t dores quee particio
onam o sistema
s e m seções
s de
dife
erentes nívveis de tennsão.
a) Diagrama Unifilar
U
- Reepresenta os princip pais compoonentes po or símbolo
os e suas interconeexões
comm a máximma simplific
cação e om
missão do condutor
c neutro.
- Representa apenas
a um
ma fase do sistema.
- Representam m sistemas monofásiccos ou trifá
ásicos.
Na FFigura 1.16 6 é aprese
entado um diagrama unifilar sim
mplificado de um sistema
elétrrico de potê
ência.
LEGE
ENDA:
G–GGeração
D–EEquipamento
o de Disjunçã
ão
SE 1 – Subestaçãão Elevadora a
SE 2 – Subestaçãão Distribuidora
LT – Linha de Tra
ansmissão
C–C Carga ou Connsumidor
Conform
me apresentado na Figura 1.1 17, cada elemento
e dde um sistema
elétrrico deve ser
s protegid
do atravéss de um sis
stema de proteção.
p
Figura 1.1
17 Proteção de um alime
entador de su
ubestação.
b) Diagrama Multifilar
M
Os ddiagramas multifilare
es podem sser bifásic ásicos. As Figuras 1.18 e
cos ou trifá
1.19
9 ilustram um
u diagram ando um circuito de ssaída de lin
ma trifilar, rrepresenta nha e
umaa linha de transmissão interligan ndo subestações, res spectivameente.
Figura
a 1.18 Saída
a de um circu
uito de uma subestação
s de
d sub-trasm
missão.
Figu
ura 1.19 Diag
grama trifilar de uma LT iinterligando subestações
s s com proteçã
ção sobrecorrrente
dire
ecional funçãão 67
Tendências para o Mercado de Energia Elétrica
O desenvolvimento atual do modelo internacional de mercado de energia
elétrica tem sido baseado em fluxo unidirecional de energia e, possivelmente,
por razões tecnológicas, em alguns casos, e razões econômicas, em muitos
outros, o mercado está baseado em tarifas fixas e limitações de informações
em tempo real sobre gerenciamento de carga.
O mercado de transmissão e distribuição de energia elétrica está
caracterizado por monopólios naturais dentro de áreas geográficas. A ausência
de competição faz com que as tarifas sejam controladas por agentes
reguladores.
A nova tendência internacional é de liberalização do mercado de energia
elétrica com o estabelecimento de comércio de energia on-line e de
consumidores com o direito de escolher seu supridor de energia elétrica.
Atualmente a maioria dos usuários da rede de energia elétrica são
receptores passivos sem nenhuma participação no gerenciamento da operação
da rede. Cada consumidor é simplesmente um absorvedor de eletricidade. As
redes de energia elétrica deverão em um futuro não longínquo permitir que
seus usuários exerçam um papel ativo na cadeia de suprimento de energia
elétrica.
Com a consolidação da geração distribuída em um mercado liberalizado
de energia elétrica, um novo modelo de geração deverá surgir em que
coexistirão geração centralizada e geração descentralizada. Um grande
número de pequenos e médios produtores de energia elétrica com tecnologia
baseada em fontes renováveis de energia deverá ser integrado à rede elétrica.
Milhares de usuários terão geração própria tornando-se ambos, produtores e
consumidores de energia elétrica. O mercado de energia elétrica deverá fazer
uso pleno de ambos, grandes produtores centralizados e pequenos produtores
distribuídos. Pequenos produtores quando operando interligados à rede de
distribuição em baixa tensão dão origem a um novo tipo de sistema de potência
denominado de Microredes. As microredes podem operar em modo autônomo
ou como parte da rede principal de energia elétrica.
Quando várias fontes são conectadas entre si e operam de forma
conjunta e coordenada dá origem ao que se denomina de plantas de geração
virtual.
As Planntas Virtua
ais de Gerração são operadas s coletivam
mente por uma
entid
dade de controle
c ce
entralizado , pois ass
sumem a grandeza
g dde uma planta
p
convvencional podendo
p operar no m
mercado de e energia elétrica.
e