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Engenharia Econômica
Recife/PE
2022
ADRIANA ELLEN DE FARIAS
LUANA BARROS DINIZ
LUCAS TELINO BORGES
Recife/PE
2022
“...um dos fundamentos da sustentabilidade
econômica do país é, justamente, a capacidade de
prover logística e energia para o desenvolvimento de
sua produção.”
1 INTRODUÇÃO 6
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7
2.1 FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA: PCHS E USINAS FOTOVOLTAICAS 7
2.2 RELAÇÃO ENTRE CONSUMO ENERGÉTICO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 7
2.3 HISTÓRICO BRASILEIRO NO MERCADO HIDRELÉTRICO E SOLAR 10
3 METODOLOGIA 12
3.1 A PRESENTAÇÃO DA METODOLOGIA 12
3.2 DESENVOLVIMENTO DOS MÉTODOS 13
3.3 CONSIDERAÇÕES DA METODOLOGIA 21
4 CONCLUSÃO 23
REFERÊNCIAS 24
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1 INTRODUÇÃO
Por ser uma commodity de natureza distinta com a impossibilidade de ser estocada e
disponibilidade instantânea e absoluta, a energia elétrica é de extrema importância para a
manutenção das atividades diárias relacionadas ao bem-estar da população (LEE, 2014),
sendo assim, um dos fundamentos da sustentabilidade econômica do país é, justamente, a
capacidade de prover logística e energia para o desenvolvimento de sua produção
(TOLMASQUIM, 2012).
Sabendo que o consumo de energia elétrica é um dos principais indicadores do
desenvolvimento de um país, precisamos estar atentos às possibilidades de diversificação e
ampliação da matriz elétrica e energética brasileira a fim de acompanhar o crescimento
exponencial da demanda por energia, estimulando cada vez mais o desenvolvimento
econômico do país a partir do oferecimento de melhores condições de geração, transmissão e
distribuição de energia limpa, prezando pela sustentabilidade ambiental e econômica.
O presente trabalho analisa as hipóteses da viabilidade econômica da construção de
dois tipos diferentes de geração de energia renovável no território brasileiro a partir da análise
de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Usinas Fotovoltaicas, buscando definir as
possibilidades e benefícios encontrados em ambos os tipos de geração de energia
utilizando-se dos conceitos econômicos e contábeis estudados durante a disciplina.
7
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Fonte: Os autores.
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Sendo o PIB a soma dos bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou
cidade no período de um ano, conseguimos analisar, mesmo que superficialmente, o avanço
do desenvolvimento econômico, se formos ainda mais a fundo, poderíamos estar relacionando
com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos países para estarmos observando
também o desenvolvimento socioeconômico, sendo relacionados no Gráfico 2.
Fonte: Os autores.
3 METODOLOGIA
3.1 Apresentação da metodologia
Em meio à corrida para transição energética, a implantação de projetos de geração de
energia elétrica através de fontes renováveis se faz urgente. Tendo em vista o contexto
econômico mundial atual e a crescente demanda energética, faz-se necessária uma análise da
viabilidade econômica das fontes renováveis de geração de energia no Brasil, mais
especificamente, uma comparação entre Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Usinas
Solares Fotovoltaicas, a fim de descobrir qual das opções renováveis é mais viável
economicamente ao nosso país.
A metodologia utilizada para a comparação entre PCHs e parques solares será
avaliando o payback. A comparação será feita a partir dos valores de investimento iniciais e a
partir de quanto tempo o valor do investimento será pago. Os cálculos serão feitos pelas
planilhas google, assumindo TMA igual a 10%. Os valores das linhas de transmissão e a
inflação serão desconsiderados. A comparação inicial não levará em conta o tempo de
construção.
Durante a pesquisa foi possível adquirir dados da construção de PCHs de empresas
privadas e por questões de confidencialidade, utilizaremos valores aproximados de
construção. Consideremos que para a construção de uma PCH de 25 MW seja necessário 205
milhões de reais. Para ter uma melhor comparação foi usado somente os custos de estruturas
da PCH, retirando os custos de manutenção, terreno e gerenciamento, o valor final utilizado
foi de 121,8 milhões de reais
Com base em dados encontrados, uma boa suposição para o valor do MWh é 225 reais
por MWh, como a PCH é de 25 MW fazendo a simples conta de 25*24 = 600 MWh/dia,
considerando que o ano tem 360 dias, temos 600*360 = 216000 MWh/ano. O valor do MWh
para PCHs será considerado R$ 225,00/MWh.
A usina solar será usada para a comparação, sabendo que a geração efetiva será de 5,5
horas, considerando o valor do MWh para energia solar sendo R$ 271,00/MWh.
● Usina fotovoltaica
Encontramos em nossa pesquisa custos referentes à construção de uma usina solar de
75 kWp. Dizer que uma usina fotovoltaica possui 75 kWp significa que em 1 hora, a uma
radiação de 1000 W/m², o conjunto de módulos solares gera 75 kW.
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Considerando uma radiação média de 5,5h ao dia, teremos uma energia gerada por
módulo de 75kW x 5,5h = 412,5 kWh/dia. Que em um ano se torna 412,5 kWh/dia * 360
dias/ano = 148 500 kWh/ano.
Considerando, através de dados adquiridos de uma empresa local, que para a
construção de uma usina fotovoltaica de 75 kWp seja necessário o investimento de
aproximadamente R$ 50.000,00. A obra leva cerca de 25 dias para ficar pronta, contando com
a ajuda de 1 eletricista, 3 ajudantes e um gestor.
Para comparar com a PCH de 25 MW, consideramos a construção simultânea de 334
usinas fotovoltaicas de 75 kWp como uma só construção e uma só usina, que custaria algo em
torno de R$16,7 milhões, mantendo a proporcionalidade. O valor leva em conta os custos com
eletricistas, ajudantes, gestores, insumos, projeto, custos administrativos e com a alimentação
da equipe.
Fonte: Os autores.
Sendo assim, podemos ver que a PCH tem um tempo de payback de 4,03 anos,
dividindo o último valor de caixa negativo pela soma do último valor de caixa negativo com o
primeiro positivo, em valor absoluto.
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Fonte: Os autores.
A partir dos mesmos cálculos utilizados para a PCH podemos ver que o tempo de
payback para essa usina solar será de 2,39 anos.
Observando as planilhas podemos perceber que o investimento em uma usina solar de
25 MW de potência tem um tempo de retorno menor do que o de uma PCH de mesma
potência, no entanto o valor efetivo que a PCH traz a longo prazo é muito maior do que a
solar, 169% a mais no décimo ano.
Para um investimento a curto prazo a geração de energia solar é a mais viável,
trazendo retorno com menos do que 3 anos, no entanto os cálculos estão levando em conta
que todos os dias terão as 5,5 horas solares durante o ano inteiro.
O investimento para a PCH, apesar de ter um investimento muito maior, a longo prazo
traz um retorno significativamente superior, além disso a PCH é capaz de gerar energia 24
horas por dia.
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Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
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Com esses dados é possível ver que tempo de retorno para a PCH é mais afetado,
levando mais de 8 anos para o investimento se pagar, a usina solar é menos afetada com um
pouco mais de um ano sendo adicionado.
Utilizando a mesma comparação para 10 anos vemos que a PCH tem um rendimento
maior por somente 4,5%. Em um tempo de 13 anos, o gráfico abaixo mostra uma comparação
direta entre as duas geradoras de energia.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
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Gráfico 5 - comparação direta entre PCH e usina fotovoltaica considerando TMA diferentes
Fonte: Os autores.
Tabela 7 - payback de uma PCH levando em conta tempo de construção e TMA 13,66%
Fonte: Os autores.
Tabela 8 - payback de uma usina fotovoltaica levando em conta tempo de construção e TMA 12%
Fonte: Os autores.
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Gráfico 6 - comparação direta entre PCH e usina fotovoltaica considerando tempo de construção e
TMA diferentes
Fonte: Os autores.
Com essa comparação vemos que durante aproximadamente 14 anos a geração solar é
melhor em quase todos os sentidos, após esse tempo a geração da PCH começa a ser a melhor
opção.
Nessa situação, devido às diferenças de TMA e tempos de construção a PCH acaba se
tornando um investimento ruim em comparação à geração solar, somente quando aumentamos
o tempo de observação que conseguimos perceber que a longo prazo a PCH se mantém
superior.
Novamente, observando no intervalo de 10 anos podemos ver a diferença percentual
entre os dois casos de geração de energia, nesse caso temos que o lucro da geração solar é
117% a mais do que o da PCH. Observando ao tempo de 20 anos temos que a PCH tem um
fluxo total 30% superior.
É importante ressaltar que existem várias variáveis que estão sendo desconsideradas
nessa comparação, a mais relevante seria a manutenção das usinas.
construção maior, a PCH não é limitada por fatores de difícil controle como a radiação solar.
A usina solar traz um retorno relativamente rápido e se mantém como um bom investimento
durante boa parte de seu tempo de vida, que é de aproximadamente 25 anos.
Em relação à geração de energia, apesar de ambas as geradoras terem a mesma
potência, a geração pela PCH, por poder gerar energia durante as 24 horas do dia, se torna a
melhor opção. Para poder alcançar a mesma geração de energia da PCH a quantidade de
usinas de 75 kWh seria de aproximadamente 1456 usinas, quase 5 vezes a mais do que
utilizado para as comparações e com tal acréscimo de usinas teriam aumentos nos custos de
construção e manutenção, além da área necessária.
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4 CONCLUSÃO
Tendo em vista a crescente demanda por energia em nosso país, e sabendo que o
consumo energético de uma nação está diretamente atrelado ao seu desenvolvimento
econômico, faz-se mister que o Brasil encontre fontes baratas e eficientes de geração limpa de
energia. Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de encontrar, entre uma pequena central
hidrelétrica e uma usina solar fotovoltaica, quais a fonte de energia renovável mais atrativa
financeiramente.
Para comparar as duas fontes de energia renovável apresentadas neste estudo, foram
levados em consideração (i) o payback de cada uma, (ii) o tempo de construção, (iii) a taxa
mínima de atratividade (TMA), (iv) tempo de construção junto à TMA. Feitas as
comparações, chegamos ao resultado que (i) o payback da usina fotovoltaica, que é de 2,39
anos, acontece de forma mais rápida que o da PCH, de 4,03 anos, (ii) uma PCH leva mais
tempo para ser construída, o que afeta seu payback, entretanto tem um tempo de vida muito
superior ao de uma usina fotovoltaica, (iii) considerar a TMA teve pouco efeito sobre os
cálculos, (iv) com base no gráfico 6 é possível concluir que as duas fontes de geração de
energia são boas para ocasiões distintas.
Nos anos iniciais, em todas as análises, a usina fotovoltaica se mostra mais atrativa
financeiramente, entretanto sua vida útil é de apenas 25 anos. Após 14 anos da construção, a
PCH toma a frente da comparação, apesar de ter um payback mais longo possui uma vida útil
acima de 100 anos, estimando muito mais lucro para o investidor e gerando muito mais
energia do que a solar.
A energia solar, embora seja viável financeira e ecologicamente, é uma fonte
intermitente, dependendo diretamente da radiação solar a cada dia, portanto é válido ressaltar
que na comparação foram utilizadas condições ideais.
Ademais, o que concluímos do estudo é que a usina fotovoltaica é ideal para o
investidor que deseja um bom retorno a curto prazo. Já a PCH, é ideal para o investidor que
prioriza o maior lucro, independente de quanto tempo ele demora para retornar.
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REFERÊNCIAS
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14, n. 55, p. 20-25, out./dez. 2012. Disponível em: <
http://cerpch.unifei.edu.br/arquivos/revistas/55.pdf>. Acesso em: 12 out. 2022.
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https://www.cnnbrasil.com.br/business/demanda-global-crescente-por-energia-eletrica-gera-al
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SENHORAS, Elói Martins; MOREIRA, Fabiano; VITTE, Claudete de Castro Silva. (2009),
A agenda exploratória de recursos naturais na América do Sul: da empiria à teorização
geoestratégica de assimetrias nas relações internacionais. Selected works. January 2009.
Disponível em: http://works.bepress.com/cgi/viewcontent.cgi?article=1122&context=elo.
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STERN, D. I. The role of energy in economic growth. International energy and poverty, p.
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CASARIN, Ricardo. CCEE: Preço médio da energia solar em leilões cai para
R$271,30/MWh. Portal Solar, 2021. Disponível em:
<https://www.portalsolar.com.br/noticias/operacao-e-expansao/leiloes/ccee-preco-medio-da-e
nergia-solar-em-leiloes-cai-para-r-271-30-mwh>. Acesso em: 31 de outubro de 2022.