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OFFSHORE NO BRASIL
ABSTRACT
The scenario of global warming due to the emission of greenhouse gases, has become,
increasingly, the object of study in several sectors. Energy efficiency combined with
sustainability for power generation are key opportunities to solution and answer to the
needs of adaptation to environmental problems and conventional means of non-
renewable energy use. Wind energy presents itself as an alternative to the various
challenges resulting from the electric generation. The application in relation to the
challenges and opportunities for offshore wind generation in Brazil will be here the
study focus. For the sequence about the research with the clear objective of
demonstrating the scenario challenges and opportunities. Through research to take
advantage of the offshore wind potential and available space of this technology,
comparing non-renewable energy practices against climate change, deepening the
issues of regulation and licensing, and offshore wind generation efficiency. The
methodology during the proposed study used a bibliographic procedure and presents
the evolution of wind energy in Brazil and technology concepts, together the phases of
wind project. The responses of this research focused the existing expectations and
opportunities on the Brazilian coast and the global successful experiences in special the
European market.
Key words: energy, offshore, opportunity, wind.
1 Engenheiro mecânico, MBA em gestão de projetos e pós-graduação em energia eólica. Email: aafonseca02@gmail.com
2 Orientador do programa de pós-graduação em energia eólica, faculdade Unyleya. Email: prof.thiagodonega@unyleya.edu.br
1 INTRODUÇÃO
A forma de extrair energia eólica no mar, caracteriza-se pela produção de energia, com
baixo impacto ao meio ambiente, enorme potencial a ser explorado e possibilidade de
ser instalada na costa marinha e levada aos grandes centros consumidores. Apesar do
alto investimento para implementação da tecnologia, a tendência e experiência nas
nações desenvolvidas na tecnologia demonstram ser economicamente viável, uma vez
que os benefícios compensam o seu investimento. A captação offshore apresenta-se
como uma possibilidade de energia que atenda às necessidades da demanda atual.
Perante ao exposto, quais são as expectativas para geração de energia eólica offshore no
Brasil? Será a respeito destes desafios e oportunidades, o foco de delineamento.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Energia e mudanças climáticas
3 Protocolo internacional com o objetivo dos países reduzirem a emissão de gases que agravam o efeito estufa.
4 Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima.
5 Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
2014 Oitavo de energia reserva 769,10 31
2015 Segundo de fontes alternativas 90 3
2015 Quarto de energia nova A-3 538,8 19
2015 Nono de energia reserva 548,2 20
2017 Quarto de energia nova A-4 64 2
2017 Quinto de energia nova A-6 1386,63 49
2018 Primeiro de energia nova A-4 114,4 4
2018 Terceiro de energia nova A-6 1250,7 48
2019 Energia nova A-4 95,20 3
2019 Energia nova A-6 1040 44
Tabela 1 – Evolução dos leiloes de energia (fonte eólica), [6]
A potência do vento
(1)
Logo, a potência do vento de forma simplificada, é a energia sobre o tempo e
amplificada pela relação cúbica entre a potência e a velocidade do vento v, e é escrita
por Eq. (2), sendo ρ a massa específica do ar (1,225 kg/m3) e A a área varrida pelas pás
do rotor, [4].
(2)
Caracterização dos dados do vento
A energia do parque eólico offshore é transmitida para a costa por cabos que passam
debaixo d’água. Com uma subestação elétrica na água próxima à torre para aumentar a
tensão, de forma que, a tensão do cabo deve ser igual à tensão do gerador. O parque
offshore na totalidade, trabalha em um nível de tensão da subestação de distribuição.
Um transformador é instalado sob cada torre para aumentar a tensão do gerador até o
nível da subestação. A rede coletora conecta-se através de uma ou mais subestações e a
tensão é aumentada para alimentar um cabo até a costa na estação de conversão em
transformadores terrestres, (FIG.7) e (FIG.8). Estes cabos podem ser AC para distância
entre 10 km a 100 km da costa utilizada para menores áreas e custos, ou CC (HDCV)
para distâncias maiores com a redução das perdas elétricas pelo efeito Joule. No projeto
da rede coletora são definidos o nível de tensão a ser utilizado, o arranjo dos circuitos, o
dimensionamento dos cabos isolados e demais equipamentos, [19]. As subestações
geralmente são construídas em plataformas marítimas semelhantes às de exploração de
petróleo com algumas adaptações. Abrigam o transformador, painel, gerador,
instalações de pessoal e serviços, dispositivos de proteção e manobra e, se necessário, as
conversoras, [20].
Figura 7 - Sistema de transmissão próximo da costa CA e distante da costa CC [14]
Estruturas
A estrutura offshore deve suportar forças mecânicas exercidas pelas ondas do mar,
correntes, vento, tempestades e gelo. A força das ondas é a mais dominante de todas.
Uma estrutura deve absorver, refletir e dissipar a energia sem degradação no
desempenho durante uma longa vida útil. As forças de arrasto e elevação da água para
uma sustentação submersa em corrente de água podem ser derivadas de considerações
hidrodinâmicas clássicas. Um grande desafio para as estruturas offshore, é a corrosão,
causada pela reação eletroquímica em que um ânodo de metal corrói e um cátodo sofre
uma reação de redução, a taxa de corrosão deve ser contabilizada no projeto. O
desenvolvimento da estrutura deve ainda considerar a perspectiva de engenharia e
manutenção, segurança durante a vida útil, robustez suficiente contra deterioração,
cálculo de carga, resistência estrutural, fundação, infraestrutura e elétrica, [23].
Estruturas fixas
Estruturas flutuantes
Para garantir o baixo custo final proveniente da energia elétrica offshore, a tecnologia
tem concentrado esforços para viabilizar soluções de estruturas flutuantes em águas
profundas como 150 m. Pois, estruturas fixas são afetadas pelo aumento da
profundidade e algumas possuem alto custo para o projeto. As estruturas flutuantes são
TLP, Spar Buay e semissubmersível, (FIG.10), [23].
• Tension-leg platform (TLP): estruturas semissubmersíveis ancoradas ao fundo
do mar com cabos em tensão para gerar estabilidade. As pernas de tensão
compensam a diferença de força entre a flutuabilidade e o peso.
• Spar Buoy: a turbina é estabilizada por um lastro e alocado sobre uma boia.
Esta estrutura tem o centro gravitacional dentro de água, logo abaixo dele estão
as partes mais pesadas da estrutura, enquanto, mais à superfície, são ocas
subindo o centro de flutuação;
• Semissubmersível: utiliza uma estrutura semissubmersível que oferece mais
estabilidade assimilando os conceitos estruturais do TLP e do Spar Buoy. Pode
ser instalada e comissionada na costa e posteriormente transportadas para o mar.
A energia eólica offshore apresenta-se como uma opção cada vez mais viável para
geração de energia renovável. Impulsionada por políticas energéticas de apoio, em
resposta a preocupações ambientais e ao cumprimento das metas de energias renováveis
até 2020, e por avanços tecnológicos, desenvolvidos por cadeias de suprimentos
amadurecidas em locais com uma grande quantidade de projetos implantados. Do total
de instalações offshore no mundo, Reino Unido, Alemanha, China, Dinamarca e Bélgica
concentram a maioria dos 29,1 GW instalados, (FIG.11). Nas Américas, os Estados
Unidos começaram as suas atividades em 2016 e possuem metas para o seu plano de
2050 de atingir 86GW instalados. Além da China, outros países asiáticos também
possuem algum desenvolvimento mirado para as eólicas offshore, [25].
As inovações do mercado eólico offshore pelo mundo, refletem iniciativas como podem
ser conferidas no plano de desenvolvimento do sistema gerador em 2027, onde se
destaca a oportunidade para eólica offshore, haja visto o engajamento das tecnologias
implementadas na Europa, mediante as condições e o clima brasileiro, [27].
Os custos envolvidos
Campanhas de medição
Construção e Instalação
A instalação da subestação é um custo relevante, porém este em um evento único,
diferente da instalação das várias turbinas e as respectivas fundações. Os meios de
construção podem se tornar mais fáceis, quando é utilizado de instalações portuárias
estratégicas para montar os componentes ainda em terra e realizar o transporte até o alto
mar por embarcações preparadas. As embarcações devem ser especializadas para
atendimento em posicionamento dinâmico e ter espaço para transportar os componentes
e estruturas. Estes navios seguem para o local de instalação, estendem as pernas para o
fundo mar enquanto eleva sua plataforma bem acima da linha da água, [11].
Operação e manutenção
Para o acesso até uma turbina eólica offshore e a respectiva atividade de manutenção, os
engenheiros precisam chegar à turbina, principalmente de barco ou de helicóptero para
parques eólicos menos acessíveis. A manutenção em alto mar geralmente pode ser
adiada em função do clima. Ondas acima de 1,5 metros de altura e velocidades de
ventos acima de 12 m/s são consideradas inseguras. Além disso, a mobilização de uma
embarcação para grandes reparos pode levar até meses, enquanto o operador do parque
eólico perde receita todos os dias com a turbina ociosa, [11].
Decomissionamento
Embora a energia eólica possa não impactar ao meio ambiente em ralação a emissão de
gases ou resíduos, alguns cuidados precisam ser avaliados, como:
• Visual: influenciado por fatores como paisagem, cores e o número de pás e
principalmente pelo efeito cíclico da sombra da pá.
• Sonoro: a turbina eólica produz ruído, e mesmo que seja mínimo, pode gerar
incomodo. Estes ruídos estão na casa de 40 Hz para uma turbina em
funcionamento a 300 m da vizinhança. O ruído mecânico é gerado na nacele e
mais especificamente oriundo da caixa de engrenagem multiplicadora. O ruído
aerodinâmico pode ser entendido como a interação da pá com a torre e o
cisalhamento do vento, e ruídos de turbulência.
Estes impactos visual e sonoro são mínimos para a tecnologia offshore, uma vez que
estão muito longe da vizinhança.
• Aves migratórias: em especial para os morcegos, estudos apontam que é
importante conhecer a rota migratória na exploração do potencial eólico.
2.8 Desafios
Desafios Medidas
Atuar em regulamentação ambiental específica, através resolução
Legislação
Conama 462/2014 e seus impactos conforme o EIA/Rima.
Previsibilidade de contratos Uniformidade na contratação e distribuição dos leilões.
Flexibilidade em Diálogo direto com fabricantes e fornecedores para criar um
financiamentos ambiente seguro.
Desoneração tributária Campanhas de incentivo através de redução de carga de impostos
(REIDE, ICMS e PIS/COFINS para comercialização de equipamentos e prestação de serviços.
Desenvolvimento de Atração de fornecedores em conjunto com programas e parcerias
fornecedores com empresas da cadeia.
Campanhas e criação de condições para instalação de fornecedores
Nacionalização de componentes
de componentes existentes apenas por meio importação.
Disponibilidade de estações portuárias preparadas na costa.
Melhorias nas rodovias e acessos. Entrega antecipada de linhas de
Infraestrutura
transmissão e demais licenciamentos necessários para obras e
operação de parques eólicos.
Maior eficiência e desburocratização do transporte rodoviário.
Logística
Adequação e incentivo ao transporte naval.
Atlas offshore da costa Evolução dos estudos iniciais e incentivos junto aos estados para
brasileira fornecimento de estudos detalhados locais.
Aprofundamento das normativas conforme experiência
internacional, conhecimento amplo do diagnóstico ambiental
Licenciamento
marinho brasileiro e liberação e oficialização das normativas
específicas em adequação as necessidades brasileiras.
Aprimoramento das tendências internacionais tecnológicas de e
Estruturas e fundações offshore continuidade das pesquisas nacionais. Evolução das experiências
petrolíferas e aprofundamento das técnicas de estruturas flutuantes.
Tabela 4 - Desafios e medidas para implementação de energia eólica offshore no Brasil [3], [34], e [35]
2.9 Oportunidades
Ao passo que ainda possa se comparar as fontes eólicas onshore e offshore, ou mesmo
caminhar para manutenção de fontes não renováveis devido aos custos, a tendência e
expectativa internacional demonstra que é factível a implementação e operação da
eólica offshore. Pelo respectivo LCOE10, que estará cada vez mais competitivo,
produtivo e complementar nos próximos anos, (FIG. 14).
10O (LCOE) é uma avaliação econômica do custo total médio para construir e operar um ativo gerador de energia ao longo de sua
vida útil pela produção total de energia do ativo durante este ciclo.
RESULTADOS
3 CONCLUSÃO
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