Boletim Técnico
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Biomassa para fins energéticos
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Influência da Umidade no Poder Calorífico da Madeira
A utilização de madeira
para fins energéticos, na
forma de lenha ou de cavaco
deve basear- se, entre outros
parâmetros, no potencial de
seu poder calorífico, além de
seu teor de umidade.
Geralmente no momento do corte a umidade está acima
de 60%.
Quando a madeira é utilizada para geração de energia, a
umidade influencia negativamente na quantidade de calor
liberado durante a queima, diminuindo a eficiência energética.
Nesta ocasião, parte da energia liberada na fornalha é dos tubos?
utilizada para evaporar a água contida na própria madeira,
diminuindo o poder calorífico superior.
Poder calorífico superior – PCS – é a quantidade de calor
liberado pela queima, de modo que a água proveniente da
queima esteja em estado liquido.
A madeira com 0% de umidade, que chamamos de base
seca (b.s.), apresenta poder calorífico superior de
aproximadamente 4.600 kcal/kg, enquanto que, com 50%
de umidade o poder calorífico cai para 2.400 kcal/kg.
Isto significa que, do ponto de vista de eficiência energética,
se a queima for realizada com 50% de umidade,teremos
somente 52% de toda energia aproveitada.
No entanto na prática, dificilmente teremos madeiras com
0% de umidade, já que a umidade de equilíbrio da madeira
fica próximo ao ponto de saturação das fibras (22 a 30%) e
nesta faixa o poder calorífico varia entre 3.360 a 3.720
kcal/kg. Neste caso, teremos a eficiência energética variando
de 73 a 79%.
Desta forma, o poder calorífico da madeira é inversamente
proporcional ao seu teor de umidade no momento da queima.
Elevados níveis de umidade na madeira causam enorme
desperdício financeiro, dificuldades operacionais e danos aos
equipamentos de queima.
No entanto, mesmo que se tenha uma madeira bem seca e
de umidade controlada, outros fatores são muito importantes
a serem administrados na operação, como o tempo, a A utilização eficiente desta energia requer
turbulência e a temperatura de queima.
Combustível de tamanhos diferentes, queimam em tempos
diferentes.
Todos estes fatores estão interligados e dizem respeito à
tiragem, pressões em fornalhas, excessos de ar aplicados,
forma de alimentação, temperatura e projeto da fornalha.
Muitos técnicos de operação, engenheiros, instrumentistas e
gestores, podem se perguntar:
- automatizando a caldeira, os problemas começam ou
terminam?
- em que faixas e parâmetros a caldeira deve operar
economicamente?
- até onde a chama pode ir dentro da fornalha?
- qual o limite de pressão na fornalha?
- como determinar o tempo correto das paradas para limpeza
- como determinar o rendimento da caldeira?
- como ajustar o excesso de ar frente às variações de umidade
na madeira?
- como calcular a energia necessária para gerar vapor a partir
da madeira que usamos?
- como determinar o rendimento e as perdas da combustão?
- como operar a caldeira com demanda muito variável de
consumo de vapor na fábrica?
De custo muito atrativo, a madeira vem tomando espaço dos
combustíveis fósseis no cenário energético nacional.
No entanto, a transformação da energia da biomassa em
energia útil (para geração de calor) é feita com eficiência muito
abaixo do esperado pela grande maioria das indústrias.
melhores
conhecimentos sobre a aplicação de combustíveis sólidos,
melhoria das práticas operacionais e adoção de novas
tecnologias de controle, o que contribui para melhorar os
resultados econômicos e as emissões para o ambiente.
Fonte:
Biomassa para Energia – Editora Unicamp
Comunicado Técnico – 220 – Embrapa Florestal
Controle de Combustão – IBS – WBranco - 1987