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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS
CAMPUS OURO BRANCO

WILLIANE AZEVEDO PINTO

PERSPECTIVAS DOS ALUNOS DE PEDAGOGIA EM RELAÇÃO À DOCÊNCIA

OURO BRANCO-MG
2021
WILLIANE AZEVEDO PINTO

PERSPECTIVAS DOS ALUNOS DE PEDAGOGIA EM RELAÇÃO À DOCÊNCIA

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Curso de


Graduação de Licenciatura em Pedagogia do Instituto
Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à
obtenção do título de Licenciada em Pedagogia.

Área de concentração: Formação docente e relações de


gênero.
Orientador(a): Prof(a). Dra. Célia Aparecida Rocha

OURO BRANCO

JUNHO DE 2021
P659p Pinto, Williane Azevedo.
Perspectivas dos alunos de pedagogia em relação à docência / Williane Azevedo
Pinto. – 2021.
23 f.

Orientadora: Célia Aparecida Rocha.

Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura) – Instituto Federal de Minas


Gerais. Campus Ouro Branco, 2021.

1. Docência. 2. Feminização do Magistério. 3. Gênero. I. Rocha, Célia


Aparecida. II. Instituto Federal de Minas Gerais. Campus Ouro Branco. III. Título.

CDU 371.13
Catalogação: Rosângela Marques de Souza - CRB-6/2126
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE MINAS GERAIS - CAMPUS OURO BRANCO
CURSO DE LICENCIATURA DE COMPUTAÇÃO

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Perspectivas dos Alunos de


Pedagogia em Relação à Docência”, de autoria da graduanda WILLIANE AZEVEDO
PINTO, aprovado pelo banca composta por:

___________________________________________________
Prof(a). Dra. Célia Aparecida Rocha
Professora orientadora

___________________________________________________
Prof(a). Dr. Aurélio Alves Ferreira

___________________________________________________
Prof(a). Ms. Antônio Marcos Murta

OURO BRANCO
JUNHO DE 2021

Rua Afonso Sardinha, 90 - Pioneiros - Ouro Branco-MG. CEP: 36420-000 | Telefone: (31) 3742-2149.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 7
1.1. Processo de feminização do magistério 14
2. OBJETIVOS 17
2.1 Objetivo Geral 17
2.2 Objetivos específico 17
3. METODOLOGIA 18
4. ANÁLISE DOS DADOS 19
5. CONCLUSÃO 22
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24
AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que me fortaleceu em todos os momentos.


A minha familia, especialmente a minha mãe Maria Luzia que sempre me apoia em todos os
momentos, também gostaria de agradecer a minha orientadora Célia por todo o suporte e
paciencia durante todo o processo que envolveu a confecção desse trabalho. Ao IFMG e todos
os funcionarios do campus Ouro Branco pelo suporte e atenção durante os quatro anos de curso.
”Seríamos bem mais felizes, mais livres para
ser quem realmente somos, se não tivéssemos o
peso das expectativas de gênero.”

(Chimamanda Ngozi Adichie)


RESUMO

Neste trabalho buscamos compreender os sentidos e significados atribuídos à docência que


motivam Estudantes a optarem por um curso de formação docente. Para esta análise usamos a
pesquisa bibliográfica e utilizamos como fonte de pesquisa os relatos orais dos(as) Estudantes
do curso de Licenciatura em Pedagogia sobre suas trajetórias acadêmicas, construídos no
âmbito da disciplina ‘Profissão e profissionalização docente’. Identificamos que os
sentidos/significados atribuídos à docência pelos(as) estudantes são múltiplos, ressignificados
e variam de acordo com o contexto social, cultural e escolar do(a) Estudante orientando, assim,
a escolha, sobretudo, das mulheres pelo curso de Licenciatura em Pedagogia, o que contribui
para a permanência da presença majoritária das mulheres, na atualidade, no exercício da
docência na educação infantil Educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental I.
A partir do aporte teórico dos estudos sobre ‘Feminização do Magistério’ e dos estudos sobre
gênero, compreendemos que os sentidos/significados atribuídos à docência pelos(as)
Estudantes do curso de Licenciatura em Pedagogia é fruto da operacionalização de processos
calcados na lógica binária homem-mulher, masculino-feminino e na naturalização de
características próprias à docência presentes no imaginário social e reafirmadas na formação
das mulheres, ao longo das experiências sociais, culturais, familiares e escolares.

Palavras-chaves: docência, feminização do magistério; gênero.


ABSTRACT

In this work, we seek to understand the senses and meanings attributed to teaching that motivate
students to choose a teacher training course. For this analysis, we used the bibliographic
research and used as a research source the oral reports of the Degree in Pedagogy Students
about their academic trajectories, built in the scope of the 'Profession and teacher
professionalization' discipline. We identified that the senses/meanings attributed to teaching by
students are multiple, re-signified and vary according to the student's social, cultural and school
context, thus guiding the choice, above all, of women for the Licentiate Degree course in
Pedagogy, which contributes to the permanence of the majority presence of women, nowadays,
in the exercise of teaching in early childhood education Early childhood education and in the
early grades of elementary school I. Based on the theoretical contribution of studies on
'Feminization of Teaching' and from studies on gender, we understand that the senses/meanings
attributed to teaching by the Students of the Degree in Pedagogy is the result of the
operationalization of processes based on the binary logic of man-woman, male-female and in
the naturalization of characteristics specific to teaching present in the social imagination and
reaffirmed in the formation of women, throughout social, cultural, family and school
experiences.
Keywords: teaching; feminization of teaching; gender.
1. INTRODUÇÃO

Neste trabalho investigamos os sentidos/significados que orientam os(as) estudantes do sexo


feminino quanto a escolha por um curso de formação docente, especificamente o curso de
Licenciatura em Pedagogia, que tem como um dos eixos de formação o exercício da docência
no ensino infantil e nas primeiras séries do ensino fundamental. Para tanto, realizamos uma
pesquisa bibliográfica sobre o processo de ‘feminização do magistério’ e uma análise dos
relatos orais desses(as) estudantes sobre suas trajetórias acadêmicas.

Temos como objetivo identificar sentidos essenciais da formação social, cultural, escolar e
familiar que direcionam as escolhas desses(as) estudantes para a profissão docente, nos dias
atuais. Interessa-nos compreender quais as motivações continuam a orientar os(as) estudantes,
principalmente, as estudantes do sexo feminino a optarem por um curso de formação para a
docência, especificamente, para a atuação na Educação infantil e nas séries iniciais do ensino
fundamental I.

Entendemos que a opção pelo curso de formação para o exercício docente na Educação infantil
e Ensino fundamental I, nos diais atuais, revela aspectos importantes a serem problematizados
referentes à continuidade e manutenção do predomínio das mulheres e diminuta participação
dos homens tanto nos cursos de Licenciatura em Pedagogia quanto no exercício da docência na
Educação infantil e Ensino fundamental I. Partimos, então, da seguinte questão de pesquisa:
quais os sentidos sobre a docência permeiam o imaginário social desses(as) estudantes que
optam pelo curso de Licenciatura em Pedagogia?

Com base nas leituras sobre o processo de feminização do magistério, partimos da hipótese que
a continuidade e o predomínio das mulheres nesse curso, consequentemente, no exercício do
magistério nessas etapas da Educação escolar é fruto da operacionalização de processos
calcados na lógica binária homem-mulher, masculino-feminino e na naturalização de
características próprias à docência presentes no imaginário social e reafirmadas na formação
das mulheres, ao longo das experiências culturais, familiares escolares.

Não ignoramos as enormes conquistas das mulheres no campo profissional, as lutas que
travaram a favor da Educação e suas atuações como agentes do processo histórico.

7
Reconhecendo o papel das mulheres na construção da profissão docente e a especificidade
profissional desse campo de atuação, alertamos que nossa intenção não é fazer nenhuma crítica
à presença das mulheres no magistério ou nos cursos de formação docente e sim compreender
os preconceitos de gênero que perpassam essa formação e profissão, orientando escolhas e
atuações profissionais, confirmando e conformando ações e atuações que propiciam a
continuidade do preconceito de gênero e da hierarquização de papéis baseados na lógica binária
de compreensão dos papéis masculino-feminino na profissão docente, sobretudo, na atuação
docente da Educação infantil e Ensino fundamental I.

Durante toda nossa trajetória acadêmica, as mulheres predominaram como professoras, tanto
nas escolas que frequentamos quanto nas outras escolas que pudemos conhecer. Tal realidade,
também ficou explícita quando, a partir de 2017, com o processo de formação do curso de
Licenciatura em Pedagogia.

Durante os quatro anos vivenciados no curso de Licenciatura em Pedagogia, houve a presença


de apenas um estudante do sexo masculino. Posteriormente, a presença dos homens nesse curso
pouco sofreu alteração (Cf. TAB. 1).

Na escola em que estudamos, enquanto a atuação das professoras era vista com certa
naturalidade, contrariamente, a presença de um único professor era vista com certa estranheza

TABELA 1 - NÚMERO DE ESTUDANTES NO CURSO DE LICENCIATURA EM


PEDAGOGIA - IFMG, CAMPUS OURO BRANCO (2017-2021)

ANO Licenciatura em MULHERE HOMENS No ESTUDANTES MULHERES HOMENS


ENTRADA PedagogiaNo S (2020) (2020) Licenciatura em (2021) (2021)
ESTUDANTES LP Pedagogia (2021)
(2020)

2017 37 36 1 — — —
2018 47 46 1
2019 48 44 4
2020 51 49 2
2021 — — — 41 39 2
Total 183 175 8 41 39 2
geral

Fonte: Diários Acadêmicos do curso de Licenciatura em Pedagogia, IFMG-Campus Ouro Branco


(CONECTA, mai. 2021).

8
pela comunidade acadêmica. Esse fato nos incomodava e suscitou, a necessidade de
compreendermos os motivos desse estranhamento, assim como também, os motivos que
orientaram e continuam orientando crenças e representações que naturalizaram a presença
feminina na escola como docentes, em detrimento da presença de pessoas do sexo masculino,
no exercício dessa profissão, nas modalidades já citadas nesse trabalho: Educação infantil e
séries iniciais do ensino fundamental I.

Nesse sentido, compreender as motivações que levaram os(as) estudantes a optarem pelo curso
de Licenciatura em Pedagogia e não outro, pode evidenciar elementos estruturantes de
reificação do processo de feminização do magistério, haja vista a predominância das mulheres
nos curso de formação docente, no magistério da educação infantil e nas séries iniciais do ensino
fundamental I.

Segundo dados do censo da Educação Básica (INEP, 2020), no Brasil, existem 2.189.005
milhões de docentes atuantes na educação básica (Cf. TAB. 2), sendo 1.738.512 (79, 42%) do
sexo feminino e 450.493 (20,58%) do sexo masculino, conforme a classificação registrada no
site do INEP.

Importante ressaltar que a atuação das mulheres no magistério predomina nas diversas faixas
etárias (Cf. TAB. 2) e nas diferentes modalidades e etapas da educação básica (Cf. TAB. 3).

TABELA 2 - NÚMERO DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA -


2020

SEX FAIXA SUBTO PERCENT FAIXA SUBTO PERCENT


SEXO
O ETÁRIA TAL UAL ETÁRIA TAL UAL

Até 24 anos 5 2,44% Até 24 anos 1 0,74%


3.351 6.156

De 25 a 29
1 6,61% De 25 a 29 anos 4 2,11%
anos
44.794 6.255

De 30 a 39
5 24,66% De 30 a 39 anos 1 7,03%
anos
39.763 53.805

Feminin De 40 a 49
6 27,61% Masculino De 40 a 49 anos 1 6,11%
o anos
04.443 33.796

De 50 a 54
2 9,46% De 50 a 54 anos 4 2,09%
anos
Fonte: INEP, 2020. 07.125 5.858

De 55 a 59
1 5,60% De 55 a 59 anos 3 1,47%
anos
22.641 2.192

60 anos ou
mais
6 3,03% 60 anos ou mais 2 1,02% 9
6.395 2.431

Subtotal 1 79,42% 4 20,58%


.738.512 50.493
Considerando os dados do censo escolar de 2020, chama a atenção a enorme diferença no
exercício da docência entre homens e mulheres na Educação infantil (Creche e Pré-escola) e
nos anos iniciais do ensino fundamental I. Conforme pode ser conferido nas TAB. 2 e 3, a
atuação dos homens na creche e na pré-escola totaliza apenas 2,63% e 5,56%, respectivamente,
em contraposição ao exercício da docência das mulheres que correspondente a 97,37% e
94,44%, respectivamente.

Em todas as etapas de ensino da educação básica, as mulheres são maioria, sendo 97,3% na
Creche e 94.44%, na Educação Infantil, 88,1% nos anos iniciais do ensino fundamental, 66,8%

TABELA 3 - NÚMERO DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA - 2020


MODALIDADE DE ENSINO Feminino Masculino
TOTAL
Sexo Percentual SubTotal Percentual
Número de Docentes da Creche 97,37% 2,63%
8 30
Número de Docentes da Pré-Escola 298.199 94,44% .040 5,56% 6.239
1 32
Número de Docentes nos Anos Iniciais do Ensino 309.806 88,14% 8.230 11,86% 8.036
Fundamental 8 74
659.348 8.703 8.051
Número de Docentes nos Anos Finais do Ensino 66,84% 33,16%
Fundamental 2 75
503.586 49.845 3.431
Número de Docentes do Ensino Médio 57,77% 42,23%
EM Propedêutico, EM Normal/Magistério, Ensino Médio 2 50
Integrado ao curso técnico 292.215 13.567 5.782

Número de Docentes da Educação Profissional 50,19% 49,81%


6 12
Número de Docentes da EJA 64.506 63,02% 4.029 36,98% 8.535
7 21
Número de Docentes da Educação Especial em Classes 135.447 73,04% 9.476 26,96% 4.923
Comuns 3 1.
921.515 40.195 261.710
Número de Docentes da Educação Especial em Classes 89,09% 10,91%
Exclusivas 2 24
21.918 .683 .601

Fonte: INEP, 2020.

nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio (Cf. TAB 3).

Abaixo, exibimos também, a descrição do número de docentes que atuam na Micro região de
Conselheiro Lafaiete-MG, região na qual encontra-se o curso de Licenciatura em Pedagogia
citado neste trabalho (Cf. TAB. 4).

10
Diante dessa realidade, questionamos se a presença majoritária das mulheres em cursos de
formação para a docência na Educação Infantil e anos iniciais do ensino fundamental ainda é
fruto do processo que ‘naturalizou’ a presença feminina no magistério, em nosso imaginário
social, ou seja, a opção das mulheres por cursos da carreira docente para as modalidades de
ensino, acima descritas, e, a diminuta entrada de homens nesses mesmos cursos são frutos dessa
lógica binária masculino versus feminino que permeia a formação das mulheres e dos homens
na sociedade atual, em relação às profissões escolhidas? Tal questão, é o elemento que garante
a continuidade da presença majoritária das mulheres, inibindo assim, a entrada de pessoas do
sexo masculino em cursos de magistério para a Educação infantil e ensino fundamental I?

Entendemos que tratar dessa questão envolve, necessariamente, que a discussão leve em
consideração os estudos sobre gênero, sobre o processo denominado ‘feminização do
magistério’, profissão e profissionalização docentes como aportes teóricos fundamentais para a
discussão. Importa salientar que a denominação ‘feminização do magistério’ a qual nos
referimos, não deve-se somente à maior presença das pessoas do sexo feminino, conforme
classificação pelos órgãos oficiais. Neste caso, conforme os dados coletados no site do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP, 2020) relativos ao censo da Educação Básica de 2020
e que são baseados na identificação docente pelo sexo biológico. Mas, refere-se também ao
entendimento do processo de feminização do trabalho docente.

Para Butler (2014),


11
gênero é o aparato pelo qual a produção e a normalização do masculino e do feminino
se manifestam junto com as formas intersticiais, hormonais, cromossômicas, físicas e
performativas que o gênero assume. Supor que gênero sempre e exclusivamente
significa as matrizes “masculino” e “feminina” é perder de vista o ponto crítico de
que essa produção coerente e binária é contingente, que ela teve um custo, e que as
permutações de gênero que não se encaixam nesse binarismo são tanto parte do gênero
quanto seu exemplo mais normativo. Assimilar a definição de gênero à sua expressão
normativa é reconsolidar inadvertidamente o poder da norma em delimitar a definição
de gênero. (BUTLER, 2014, p. 253).

Portanto, o que se denomina aqui ‘feminização do magistério’ diz respeito não somente à
presença majoritária das mulheres no magistério, mas também, à lógica binária de classificação
docente por sexo masculino/feminino, de acordo com as estatísticas oficiais e também com base
nos estudos da área da Educação que buscam compreender o processo de feminização do
trabalho docente.

O censo da Educação Básica é revelador dessa regulação de gênero, a partir da identificação


docente com base no sexo biológico e a seguinte identificação: docentes do sexo masculino (o
homem) e docentes do sexo feminino (a mulher). O senso escolar da Educação Básica cria
corpos generificados, ou seja, constitui uma prática social que alimenta representações sociais
de gênero, conforme a concepção binária, qual seja, a que considera apenas dois grupos de
indivíduos: docentes do sexo feminino (mulheres) docentes do sexo masculino (homens).

Compreender as motivações que levam os(as) estudantes a optarem pelo curso pode evidenciar
a existência de elementos estruturantes de reificação dessa lógica binária masculino/feminino
que constituiu o processo de feminização do magistério, tanto na perspectiva relacionado ao
trabalho docente, quanto na perspectiva do presença majoritária das mulheres no magistério,
nos curso de formação docente e diminuta parcela de pessoas do sexo masculino no magistério
da educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental I.

Nossas indagações advém da realidade escolar brasileira, a partir dos dados apresentados sobre
o número de docentes, por sexo, no sistema da Educação Básica, assim como também, das
representações e práticas sociais advindas das nossas experiências escolares vividas. Com base
no aporte teórico dos estudos sobre ‘feminização do magistério’, este trabalho objetiva
compreender melhor o que levou e ainda leva as mulheres a optarem pelo o curso de formação
para a docência na Educação infantil e Ensino fundamental I, em relação aos homens. Portanto,
as perguntas orientadoras desse trabalho visam compreender os elementos constitutivos desse
processo que contribuem para a permanência majoritária das mulheres nos cursos de docência
12
para atuação na educação infantil. Por qual motivo a entrada de homens nessa modalidade de
curso e atuação continuam tão diminutas? Os sentidos e significados atribuídos à docência no
imaginário social, nos dias atuais, estão ancoradas em representações estereotipadas sobre
gênero, a partir da concepção binária masculino/feminino, homem/mulher? Como essas
questões, nos dias atuais, orientam condutas profissionais sobre à docência na Educação infantil
e Ensino fundamental I?

13
1.1. Processo de feminização do magistério

O processo de feminização do magistério na educação básica já foi problematizado e discutido


por inúmeros trabalhos sob diversas perspectivas, fontes de pesquisa e por profissionais de
diversas áreas da Educação (ALMEIDA, 2006; ENGUITA, 1991; FARIA FILHO e MACEDO
(2004); HAHNER, 2011; LOPES, 1991; LOURO, 2003; VILLELA, 2003; WARDE e
ROCHA, 2018).

Essa diversidade de estudos sobre o processo de feminização contribuiu para a desnaturalização


da presença feminina no magistério ocorrida a partir da década de 1860 (FARIA FILHO e
MACEDO (2004), VILLELA, 2003). Isto implica compreendê-lo como um processo
construído pelos sujeitos, considerados agentes do processo histórico. Implica compreender
também que ele foi um processo socialmente e historicamente construído, a partir das
complexas relações e fatos sociais, culturais, institucionais, profissionais etc.

Os dados estatísticos nos mostram que, a partir da década de 1860 há um rápido


crescimento do número de mulheres no magistério. Isto parece estar relacionado a
vários fatores: às políticas educacionais que passam a considerar cada vez mais
legítima e, às vezes, desejável, a presença das mulheres na sala de aula; ao aumento
do número de meninas matriculadas e frequentes na escola pública; às transformações
na cultura escolar, fazendo com que esta se torne cada vez mais refratária à presença
masculina na sala de aula; à diminuição da idade média do alunado, devido à produção
de constrangimentos pedagógicos/morais/culturais à mistura de alunos de diversas
idades na mesma sala de aula; à diminuição da idade média do alunado, devido à
produção de constrangimentos pedagógicos/morais/culturais à mistura de alunos de
diversas idades na mesma sala de aula e, ao mesmo tempo, com a criação de
oportunidades de aulas noturnas para jovens e adolescentes trabalhadores. (FARIA
FILHO; MACEDO, 2004).

Uma das facetas desse processo refere-se ao entendimento de que o processo de feminização
do magistério não foi uma concessão dos homens às mulheres, ou seja, os homens não
abandonaram a carreira em busca de profissões melhores remuneradas ou com mais prestígios
(ALMEIDA, 2006, FARIA FILHO e MACEDO, 2004; VILLELA, 2003). Esse processo
envolveu resistências por parte dos homens (ALMEIDA, 2006). Paulatinamente, segundo Faria
Filho e Macedo (2004), a partir de 1840, houve a construção da ideia de que a mulher era mais
competente do que os homens para o exercício da docência, acompanhada da ideia que associou
a imagem do professor ao fracasso da escola. Por outro lado, a entrada da mulher para o
magistério não ocorreu sem resistência ou críticas por parte dos homens (ALMEIDA, 2006;
14
FARIA FILHO e MACEDO, 2004; LOURO, 2007). Nesse sentido, havia tanto aqueles que
defendiam quanto aqueles que repudiaram sua atuação no magistério.

O processo de ‘feminização do magistério’, tanto do ponto de vista quantitativo, quanto do


ponto de vista qualitativo, é fruto de transformações sociais, culturais e históricas que
respaldaram a criação de representação de práticas e discursos sobre a atuação das mulheres no
magistério. Esse processo nem sempre esteve relacionado às qualidades denominadas
femininas e enquadradas como atividade que deveria ser exercida pelas mulheres.

Ao contrário, foi, concretamente, ao longo do século XIX, que se deu a substituição


de um modelo ideal de mestre por outro. Daí, então, foram surgindo opiniões segundo
as quais as mulheres seriam mais apropriadas para ocupar determinados postos de
trabalho dentro do magistério (ENGUITA, 1991; APLLE, 1995; SAN ROMAN, 1998
apud DURÃES, 2011, p. 477).

Um dado interessante sobre esse processo refere-se ao fato das escolas normais, no final do
século XIX, não terem um papel preponderante na feminização do magistério, uma vez que, tal
processo (aumento do número de mulheres no magistério), nesse período, estar associado não
à entrada de mulheres para as escolas normais e sim devido à entrada de mulheres não
normalistas no magistério (FARIA FILHO e MACEDO, 2004).

A ‘professora’ deveria ser produzida, produção essa que sofreu modificações ao longo do tempo
(LOURO, 2007, p. 471). Conforme salienta Villela (2003, p. 131), “a trajetória da profissão
docente no Brasil seria definida, durante o século XIX, pelo projeto conservador que a instituiu.
Nesse projeto se inseriram as escolas normais, que se encarregariam de definir os saberes e as
formas de fazer dos futuros professores”.

Diversos argumentos surgiram favoravelmente à identificação da mulher com a atividade


docente, dentre eles citamos o argumentos que afirmavam serem as mulheres: dotadas de uma
inclinação natural para lidar com as crianças; constituírem as primeiras e naturais educadoras
(LOURO, 2007). Argumentava-se também que o magistério seria uma extensão da
maternidade, sendo os alunos os filhos espirituais da professora, que o magistério seria uma
atividade de amor, entrega, doação e que a ele deveriam recorrer as mulheres que tivessem
vocação (LOURO, 2007). Somam-se a essas qualificações da atuação das mulheres no
magistério, as ideias de missão e apostolado (LOPES, 1991).

15
A representação das mulheres como garantidoras dos princípios da moralidade na sociedade
tornou-se preponderante, sobretudo, fator essencial para concretização dos ideais republicanos
que poderiam se concretizar por meio da Educação, através da inserção das mulheres no campo
educacional (ALMEIDA, 2006). As mulheres foram consideradas ‘regeneradoras morais’ da
sociedade e seres ‘naturalmente puros’, em contraposição à visão da mulher como sedutora e
pecadora (VILLELA, 2003).

Em relação à crescente presença feminina no magistério, esse discurso da moralidade


vai assumindo significados mais complexos ao se cruzar com os discursos médico
higienista e positivista. Pouco a pouco, as práticas mais repressivas sobre a figura da
mulher-professora vão cedendo lugar à difusão de idéias (sic.) que associam ao lar, à
criança e à regeneração de uma sociedade “sadia”. […] Era uma atividade que
permitia uma certa liberdade e, ainda, a possibilidade de adquirir conhecimentos.
Assim, o magistério primário representou o ponto de partida possível no momento
histórico vivido.” (VILLELA, 2003, p. 122).

Sobre as posições de comando e e condução intelectual do campo escolar, Warde e Rocha


(2018, p. 38) afirmam que, apesar do aumento do número de mulheres no magistério no Brasil,
"a maioria dos postos de comando e a condução intelectual do campo educacional em formação
permaneceram fortemente masculinos.”

A compreensão das causas do processo de ‘feminização do magistério’ não pode prescindir de


de uma análise que considere a complexidade desse processo, nos alerta Almeida (2006). Uma
das dimensões dessa complexidade refere-se à consideração do papel histórico da atuação da
mulher professora. Importa ressaltar, de acordo com os estudos de Almeida (2006), que as
mulheres foram resilientes, lutadoras, coerentes com seus princípios e valores, preocupadas
com o magistério, com a família, com a infância, sobretudo, importa compreender também que
a entrada das mesmas na carreira docente não implicou a desvalorização do magistério e sim
que desenvolveram um trabalho de grande importância na educação e na sociedade.

16
2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo principal desta pesquisa é compreender os elementos que contribuem para a


continuidade do predomínio das mulheres em cursos de formação docente para o magistério no
ensino infantil e primeiros anos do ensino fundamental.

2.2 Objetivos específico

a) Investigar os sentidos atribuídos à docência pelas estudantes do curso de licenciatura em


Pedagogia;

b) Identificar quais os elementos da trajetória acadêmica contribuíram para a opção pelo curso
de magistério da Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental-I;

c) Compreender se os sentidos/significados atribuídos à docência pelas e pelos estudantes


correspondem aos elementos identificados pela historiografia e estudos sobre o processo de
‘feminização do magistério’, através de uma revisão sistemática dos estudos da área.

17
3. METODOLOGIA

Para compreensão dos sentidos e significados atribuídos à docência que motivam Estudantes a
optarem por um curso de formação docente utilizamos a pesquisa bibliográfica, os relatos orais
dos(as) Estudantes sobre suas trajetórias acadêmicas, construídos no âmbito da disciplina
‘Profissão e profissionalização docente’. Realizamos uma análise dos relatos orais dos(as)
estudantes do curso de Licenciatura em Pedagogia, a partir dos estudos sobre o processo
denominado ‘Feminização do Magistério’ e dos estudos sobre gênero.

Participamos de um momento online com os(as) estudantes, onde pudemos ouvir a exposição
dos mesmos sobre a sua trajetória acadêmica até o curso de Licenciatura em Pedagogia. A partir
de uma revisão de literatura das pesquisas sobre ‘feminização do magistério’, elencamos por
tópicos alguns fatores que consideramos importantes e determinantes desse, nesse e por esse
processo e os relacionamos com os discursos dos(as) estudantes, com o intuito de compreender
a permanência e/ou ruptura de determinantes fundamentais no processo de ‘feminização do
magistério’.

Esta pesquisa contou também com a exposição de dados do senso da Educação Básica
registrados pelo INEP, com o objetivo de visualização quantitativa dos docentes, no contexto
atual.

18
4. ANÁLISE DOS DADOS

A exposição dos estudantes sobre a sua trajetória acadêmica até o curso de Licenciatura em
Pedagogia revelou questões interessantes que nos ajudam a questionar e problematizar alguns
pontos sobre as representações discentes quanto ao exercício do magistério na Educação
Básica:

a) uma das primeiras questões diz respeito à identificação da docência com


determinadas características pessoais, não necessariamente desenvolvidas em um
curso de licenciatura, ou seja, são anteriores ao curso de Licenciatura em
Pedagogia. Essas características conduzem ao curso, quais sejam: rigor,
exigência, criticidade, cuidado, carinho, capricho, organização, resultados,
respeito, docilidade, saber ouvir e escutar;

b) a segunda questão identificada refere-se ao fator motivador: família, professores,


vivências acadêmicas, vivências da infância, contato com pessoas ligadas à área
específica da Pedagogia:

- o principal foi a influência familiar. Tal influência advém do fato das


pessoas terem parentes docentes e serem incentivadas pelas mesmas.
Destaque-se aqui, a influência da mãe como motivadora. O contato
com os(as) professores(as) também mostrou-se revelador desse
processo motivacional, em relação à docência;

- outro processo motivador refere-se às experiências escolares vividas.


As dificuldades foram ressignificadas e transformadas em fatores
motivadores para o exercício da docência. Vislumbra-se aqui, uma
vontade de transformação da realidade escolar vivida, a partir da
possibilidade de atuação docente, ou seja, os percalços vivenciados, ao
longo da experiência acadêmica;

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- outro ponto importante desse processo que levou as pessoas a optarem
por um curso da carreira docente refere-se às experiências extra-
escolares de magistério, anteriores à formação;

c) a terceira questão refere-se ao fato do curso de docência não ser a primeira opção
para a grande maioria;

d) a quarta questão refere-se aos fatores dificultadores para cursarem o curso de


Licenciatura em Pedagogia por algumas estudantes. Muitas afirmaram a
necessidade de adiamento do curso superior na área porque precisavam dedicar-
se ao cuidado dos filhos, do sustento da casa e/ou da família. Tal dificuldade é
apresentada pelas estudantes mulheres, em relação à maternidade, casamento e
sustento da família;

e) a quinta questão refere-se aos benefícios da profissão, em relação à possibilidade


de desenvolvimento do senso crítico e bem-comum, quando no exercício da
docência. Importante ressaltar que essas falas são ancoradas em uma concepção
política e crítica da realidade do país;

f) a sexta questão refere-se ao processo de gratificação no exercício da profissão e


a referência à gratificação que a profissão propicia. Podemos ver aqui a
identificação da profissão com atitudes de nobreza, moralidade e caráter;

g) a sétima questão refere-se à docência como ato de amor, cuidado, dom e vocação.
Essa questão está associada a uma idealização da imagem da professor e do
professor e de sua atuação. Tal imagem afasta-se das concepções relativas aos
aspectos/fatores que a caracterizam como uma profissão e a aproximam da
imagem que a identifica como atitude missionária. Acreditamos que tal
posicionamento deve-se ao fato de ainda não terem vivenciado, ao longo do curso,
conteúdos relativos aos aspectos profissionais da profissão;

h) a oitava questão refere-se à vontade de desenvolvimento do senso crítico,


pensamento reflexivo e questionador perante a realidade vivida, quando no

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exercício da docência. Nesse sentido, os discursos aproximam-se da possibilidade
de formação de um sentimento crítico na escola, assim como também, aproxima-
se de uma postura crítica frente à profissão docente e à necessidade de sua
afirmação, ao questionarem e reconhecerem a necessidade de reconhecimento e
valorização da profissão docente, plano de carreira, salários, condições dignas de
trabalho etc.

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5. CONCLUSÃO

Neste trabalho, tivemos como objetivo investigar os sentidos atribuídos à docência pelas
estudantes do curso de licenciatura em Pedagogia. Nesta investigação, percebemos que algumas
questões não estão relacionadas, especificamente, ao exercício da profissão docente pelas
mulheres e sim aos distintos papéis sociais reproduzidos na sociedade atual, haja vista os relatos
das dificuldades apresentadas pelas estudantes referentes à maternidade e questões familiares.

A identificação de elementos da trajetória acadêmica que contribuíram para a opção pelo curso
de magistério da Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental-I refere-se às
experiências como estudantes, contato com professores e/ou pessoas próximas que escolheram
seguir a carreira docente. A figura da mãe destaca-se como mulher batalhadora e incentivadora
da filha quanto à escolha escolha da carreira docente, essa considerada profissão nobre e
honrosa.

Quanto à compreensão dos sentidos/significados atribuídos à docência pelas e pelos estudantes


identificamos que ainda perdura no imaginário social, uma ideia de exercício do magistério
como vocação, missão e como dom. Associadas a essas qualificações, em alguns discursos,
transparece a ideia romantizada do ser docente associada e alimentada pelas lembranças da
infância. Por outro lado, transparece a influência da figura materna que incentiva os filhos rumo
à docência como profissão nobre e honrosa.

Outros discursos denotam a forte concepção de possibilidade de mudança social, através do


exercício docente, assim como também, a concepção do exercício do magistério como
profissão, frente às condições reais de trabalho, relativas à remuneração, à valorização docente,
condições materiais de trabalho etc.

Destacamos ainda a opção pela carreira docente como segunda opção pela grande maioria. Essa
constatação relaciona-se com os dificultadores sociais e culturais que permeiam a nossa
sociedade, frente ao trabalho das mulheres em outros campos de atuação. Essa questão é
complementada pela influência da família, da escola e dificultares de atuação em outros espaços
de trabalho figurarem como direcionadores das escolhas para os cursos de formação docente.

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Por último, ressaltamos que o fator motivador para muitos desses estudantes encontra-se no
desenvolver do próprio curso e torna-se fator essencial de identificação e permanência no
mesmo.

Essas são apenas algumas possíveis interpretações que compõe, fruto de um projeto em
construção e que será desenvolvido ao longo do período em que esses(as) estudantes estiverem
no curso de Licenciatura em Pedagogia do IFMG. Portanto, ressaltamos o caráter provisório da
investigação e a necessidade de aprofundamento da análise, em relação à coleta de dados sobre
as trajetórias acadêmicas, coleta de outros dados, cruzamento de fontes, assim como também,
uma interpretação dos discursos que esteja ancorada em uma análise teórico-metodológico mais
aprofundada sobre diversas perspectivas que perpassam esse complexo e intricado processo
denominado ‘feminização do magistério’, sobretudo, sobre suas rupturas e permanências.

Por fim, registramos que esse trabalho desenvolveu-se no período do ensino remoto
emergencial e que sua leitura deve ser realizada considerando o contexto de sua construção, em
relação ao acesso a obras, coleta de dados, tempo de construção, discussão e diversas outras
condições dificultadas pelo contexto vivido.

Acreditamos que esse material e a ideia, aqui apresentados podem suscitar outras investigações
e análises mais aprofundadas sobre a temática, contribuindo assim, para melhor compreensão
dos diversos processos que perpassam a constituição da docência na educação infantil e séries
iniciais do ensino fundamental I.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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