Você está na página 1de 40

UNIVERSIDADE PAULISTA

DENISE DA SILVA BARBOSA


GIOVANNA VICTÓRIA NUNES PEREIRA
LUANA KELLY FEITOSA BASTOS
MARIA RAFAELA DE OLIVEIRA RODRIGUES

O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE À EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS


DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

SOROCABA - SP
2017
UNIVERSIDADE PAULISTA

DENISE DA SILVA BARBOSA


GIOVANNA VICTÓRIA NUNES PEREIRA
LUANA KELLY FEITOSA BASTOS
MARIA RAFAELA DE OLIVEIRA RODRIGUES

O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE À EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS


DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção


do título de graduação em Pedagogia
apresentado à Universidade Paulista – UNIP
Orientadora: Profª Drª Katia Mendes

SOROCABA - SP
2017
O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR FRENTE À EDUCAÇÃO ESPECIAL E
AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso para


obtenção do título de graduação em
Pedagogia apresentado à Universidade
Paulista – UNIP.
Orientadora: Profª Drª.Katia Mendes

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_____________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista – UNIP

____________________________________
Prof.
Universidade Paulista – UNIP
Barbosa, Denise da Silva; Bastos, Luana Kelly Feitosa; Pereira, Giovanna
Victória Nunes; Rodrigues, Maria Rafaela de Oliveira
O trabalho da gestão escolar frente à educação especial e as
dificuldades de aprendizagem [manuscrito] 2017.
26 f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade


Paulista, Sorocaba, 2017. Apêndice.

Area de Concentração: Educação


Orientador: Prof Katia Mendes

1. Gestão escolar. 2. Educação especial. 3. Dificuldade de


aprendizagem. I. Kátia Mendes orient. II. Título.

CDU 37
AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus qυе nos permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе
nossas vidas, е nãо somente nestes anos como universitárias, mаs que еm todos оs
momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer.

A esta universidade, sеυ corpo docente, direção е administração qυе nos


oportunizaram, confiança nо mérito е ética aqui presentes. A nossa professora e
orientadora Katia Mendes, pelo suporte nо pouco tempo qυе lhe coube, pelas suas
correções е incentivos.

A todos оs professores pоr nos proporcionar о conhecimento nãо apenas racional,


mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação
profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а nós, nãо somente pоr terem nos ensinado,
mаs por terem nos feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça
аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs meus eternos
agradecimentos.

Aos nossos pais e familia, pelo amor, incentivo е apoio incondicional.

E a cada uma de nós, desse grupo excelente, pelo companheirismo, confiança e luta
dе cada uma, pelos laços que fizemos e pela amizade que será levada por toda vida.

Por fim, a todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа nossa formação, о nosso
muito obrigado.
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
Cora Coralina.
RESUMO

Essa trabalho teve por objetivo entender o trabalho da gestão escolar em relação à
educação especial e as dificuldades de aprendizagem, além de analisar quais são as
orientações pedagógicas para o processo de aprendizagem das crianças com
necessidades especiais de aprendizagem. Refletir sobre as práticas de ensino que
tragam melhores resultados, tanto para os professores que terão mais satisfação ao
ver seu trabalho obtendo o sucesso desejado, quanto para os alunos que serão
beneficiados com um ensino que seja mais próximo de sua realidade. Articulado às
observações in loco por meio dos estágios obrigatórios, foi realizado levantamento
bibliográfico, e aplicado questionário à equipe gestora das instituições de ensino
concedentes, tanto privadas quanto públicas para verificar qual a realidade das
escolas de Sorocaba quanto ao trabalho da gestão frente as questões relacionadas
as dificuldades de aprendizagem e a educação inclusiva. Nesse trabalho, as
dificuldades de aprendizagem não são abordadas como fruto de deficiências, mas
sim de resultado do processo de ensino-aprendizagem, bem como a educação
especial é abordada a partir do atendimento das pessoas nas instituições de ensino.
O desenvolvimento do trabalho possibilitou a compreensão da realidade do trabalho
da gestão escolar diante da temática pesquisada. Nessa pesquisa compreendemos
que apesar de inúmeras adversidades apresentadas no ambiente escolar, tais como
falta de profissionais ou formação precária, falta de recursos e estrutura de trabalho,
ficou evidente a capacidade de superação das equipes gestoras, que junto ao corpo
docente tem oferecido aos alunos em questão a educação que é um direito que não
pode ser negligenciado.

Palavras-chave: Gestão Escolar - Educação Especial - Dificuldades de


Aprendizagem
ABSTRACT

This research aims to contemplate the work of school management in relation to


special education and learning difficulties. Articulate the observations on the spot by
means of mandatory stages, was conducted bibliographic survey, and applied a
questionnaire to the team manager of educational institutions grantors, both private
and public, there was a feedback of three questionnaires. In this work, the learning
difficulties are not addressed as a result of shortcomings, but rather a result of the
teaching-learning process, as well as special education is approached from the care
of persons in educational institutions. In this way, the work of the school management
was observed forward to these approaches.

Keywords: School Management - Special Education - Learning Difficulties


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1. Distinção semantica entre conceitos……………………………………. 14


SUMÁRIO

1. Introdução .......................................................................................................... 10
2. Metodologia ........................................................................................................ 12
3. Educação especial e dificuldades de aprendizagem ....................................... 13
4. O trabalho da gestão escolar ............................................................................ 20
5. Análise dos dados ............................................................................................. 26
Considerações finais ............................................................................................. 31
Referências ............................................................................................................ 34
Apêndice ................................................................................................................. 37
10

1. INTRODUÇÃO

Desde sempre a criança é estimulada para aprender, mas nem sempre


consegue interiorizar a informação, não desenvolvendo a aprendizagem. Nesse
caso pode ser comprometido o desenvolvimento de habilidades importantes e
essenciais como a leitura. Esta situação pode interferir de maneira significativa na
vida social e acadêmica do aluno.
As crianças que são diagnosticadas com algum tipo de deficiência ou tenha
sido identificada alguma dificuldade de aprendizagem podem, em certos casos,
precisar de atendimento especializado, como por exemplo: fonoaudióloga,
psicóloga ou neurologista, psicopedagogos, de acordo com o quadro apresentado.
Todos os tipos de dificuldades que se observa na criança devem ser
identificadas, trabalhadas e com muito apoio serem superadas. É importante
ressaltar que o fracasso do aluno também poderá ser entendido como um fracasso
da escola, pelo motivo desta não saber trabalhar de maneira adequada com a
diversidade dos seus alunos, deixando em certo casos de propor metodologias de
trabalho pedagógico adequadas.
Este trabalho é fruto de pesquisa bibliográfica realizada acerca das
discussões realizadas sobre esse tema em artigos, teses e revistas científicas,
além de observações realizadas ao longo do estágio supervisionado em gestão
escolar, atreladas a uma breve pesquisa de cunho qualitativo com a finalidade de
compreender o trabalho da gestão escolar com relação à educação especial e as
dificuldades de aprendizagem. A intenção dessa pesquisa é abordar dois temas
causadores de certa inquietação, insegurança e até mesmo angústia nos
educadores, que são as dificuldades de aprendizagem e a inclusão na escola.
Essa pesquisa tem a intenção de conhecer melhor as ações de gestores
escolares frente às questões da educação especial e das dificuldades de
aprendizagem. Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa de campo na
qual foi aplicado um questionário aos gestores das escolas visitadas ao longo do
dessa pesquisa realizada no município de Sorocaba – SP. Para identificar as
escolas, iremos indicar como instituição A, B e C.
No primeiro capítulo deste trabalho é apresentada as definições de dificuldade
de aprendizagem na escola e educação especial, baseadas em autores que
pesquisam sobre a temática.
11

No segundo capítulo, com base nos autores pesquisados, foi feita uma breve
reflexão sobre o papel dos gestores da escola frente as adversidades e desafios que
as temáticas escolhidas colocam a cada dia diante desses profissionais. Desafios
esses que influem em todo o trabalho pedagógico, a, especialmente acerca da
prática docente, que podem contribuir decisivamente para o sucesso ou fracasso
dos objetivos propostos no ambiente escolar.
No terceiro e último capitulo foi apresentada a análise dos dados obtidos nas
escolas onde os gestores gentilmente responderam os questionários, respostas que
são uma pequena amostra do posicionamento de gestores, mas que pode ser uma
referência para se ter base da realidade das escolas do município de Sorocaba-SP.
12

2. METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, foi escolhida a pesquisa qualitativa, na qual


é possível ter uma amostra da realidade em que a prática e a vivência são melhor
percebidas. Para esse objetivo foi feito o levantamento bibliográfico sobre a
temática, a pesquisa de campo e um questionário com perguntas semiestruturadas
que procuraram contemplar: I) as características da instituição bem como dos
profissionais; II) a educação inclusiva; III) as dificuldades de aprendizagem; IV) o
trabalho da gestão escolar com a educação inclusiva e as dificuldades de
aprendizagem.
Visando alcançar esse objetivo, analisamos uma amostra composta de três
gestores de escolas da cidade de Sorocaba. Compondo os sujeitos da pesquisa foi
dado destaque especial para o profissional da coordenação pedagógica das escolas
em questão. A importância de estudar todos os indivíduos que participam da
pesquisa é o reconhecimento de que todos os sujeitos são produtores de
conhecimento e podem produzir as práticas adequadas para intervir nas situações
que podem vir a ocorrer no ambiente escolar.
Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa de campo na qual foi
aplicado um questionário aos gestores das escolas visitadas ao longo do dessa
pesquisa realizada no município de Sorocaba – SP. Para identificar as escolas,
iremos indicar como instituição A, B e C.
13

3. EDUCAÇÃO ESPECIAL E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Não são recentes as discussões sobre a o atendimento das pessoas


deficientes na área da educação. Desde o Brasil Império são criadas estratégias
educacionais que contemplem as pessoas com deficiência. Segundo AMIRALIAN;
GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; PASQUALIN; PINTO (2000), a Classificação
Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIDID) apresenta
terminologia científica na área da saúde para os termos deficiência, incapacidade e
desvantagem que apresentam distinção.

A terminologia científica é importante e necessária para que o grupo de


pessoas que apresenta deficiências receba maior atenção, pois a superação
de questões conceituais pode facilitar a promoção de outras ações,
trazendo benefícios tanto a esse grupo de pessoas como à comunidade em
geral (AMIRALIAN; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; PASQUALIN; PINTO,
2000, p. 97).

Deficiência apresenta perdas ou anormalidades de estrutura ou função


psicológica, fisiológica ou anatômica, que podem ser temporárias ou permanentes,
nessa categoria são inclusas as anomalias, defeitos ou perdas de membros, órgãos
tecidos ou quaisquer parte do corpo humano, inclusive das funções mentais.
Incapacidade é a restrição de habilidades para desenvolver tarefas
consideradas normais, resultantes de uma deficiência. Desvantagem é resultado de
uma deficiência ou de uma incapacidade, significando prejuízo para o indivíduo,
apresenta limitação ou impedimento ao desempenhar papéis de acordo com idade,
sexo, fatores social ou cultural (AMIRALIAN; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI;
PASQUALIN; PINTO, 2000).
As diretrizes vigentes da educação especial no Brasil estabelecem uma
abordagem de atendimento educacional pautadas pelo aspecto pedagógico como
forma de se opor à forma clínica de atuação na educação especial, baseada em um
modelo médico-psicológico, que tem como centro a medição da (in) capacidade dos
sujeitos (CAMBAÚVA, 1988).
A seguir apresentamos uma tabela que especifica quais dificuldades podem
ser resultantes de determinadas deficiências:
14

Tabela 1. Distinção semântica entre os conceitos

Fonte: AMIRALIAN; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI; PASQUALIN; PINTO, 2000, p. 98

Entendendo a importância da parte médica psicológica nesses casos,


queremos ressaltar que esse modelo também tem seu limite, pois observa o aluno
na em sua deficiência em si e não o todo, onde o aluno pode superar a sua
deficiência e não apenas adaptar-se a modelos de comportamento esperados pelo
meio social no qual está inserido.
No cenário político vigente, nota-se a busca pela superação desses modelos
de concepção em relação a educação para pessoas especiais e todo o entorno que
envolve as práticas educacionais e inclusão na escola. Esses conceitos visam focar
as necessidades de aprendizagem e não apenas os diagnósticos das deficiências
dos alunos como apontam o Parecer CNE/CEB n. 17/2001,

Em vez de focalizar a deficiência da pessoa, enfatiza o ensino e a escola,


bem como as formas e condições de aprendizagem; em vez de procurar, no
aluno, a origem de um problema, define-se pelo tipo de resposta educativa e
de recursos e apoios que a escola deve proporcionar-lhe para que obtenha
sucesso escolar; por fim, em vez de pressupor que o aluno deve ajustar-se
a padrões de “normalidade” para aprender, aponta para a escola o desafio
de ajustar-se para atender à diversidade de seus alunos (BRASIL, 2001b, p.
14 – grifos no original).

Alunos atendidos pela educação especial têm características próprias,


devendo cada caso ser analisado individualmente, e mesmo em casos onde
apresentam deficiências semelhantes, o atendimento pode ser personalizado, para
que haja melhor desenvolvimento do mesmo. As características presentes na
maioria dos alunos atendidos pela educação especial, segundo o artigo 5o da
Resolução CNE/CEB 2/2001, que define quem são os alunos com necessidades
educacionais especiais, e também o Parecer CNE/CEB 17/2001:
15

[...] alunos que apresentam deficiências (mental, visual, auditiva,


física/motora e múltiplas); condutas típicas de síndromes e quadros
psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos, bem como de alunos que
apresentam altas habilidades/ superdotação (BRASIL, 2001b, p. 19).

No Parecer CNE/CEB 17/2001 encontramos a afirmação de que o conceito de


necessidades educacionais especiais como “nova abordagem”, que pode superar o
pedagógico tradicional da educação especial se trabalhar na perspectiva da inclusão
desses alunos. Compreende-se que nessa direção, o trabalho da educação especial
estaria sendo ampliado, pois não estaria focando apenas aspectos relacionados

ás dificuldades de aprendizagem relacionadas a condições, disfunções,


limitações e deficiências, mas também aquelas não vinculadas a uma causa
orgânica específica, considerando que, por dificuldades cognitivas,
psicomotoras e de comportamento, alunos são freqüentemente
negligenciados ou mesmo excluídos dos apoios escolares (BRASIL, 2001b,
p. 19).

É importante ressaltar o fato de que os documentos que analisamos apontam


uma concepção de educação escolar como uma prática social satisfatória que, tem
ampliado seu foco de atuação para aqueles alunos em outros tempos não seriam
considerados capazes de “acompanhar” as atividades e conteúdos no ambiente
escolar.
Nesse sentido pode-se afirmar que ocorre um movimento de inserção nessa
categoria de todos aqueles alunos identificados na escola como alguém com
“dificuldades de aprendizagem” mesmo que não haja diagnóstico no qual se possa
embasar alguma causa orgânica.
Em 1988 foi instituída a Constituição da República Federativa do Brasil, de
modo que estabelece a educação como um direito de todos e dever do estado e da
família, além disso, segue o princípio de igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola.
No que diz respeito ao atendimento das pessoas deficientes, garante como
“dever do estado a oferta do Atendimento Educacional Especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino” (MEC/SASE, 2007, p.2). Em 1996, há
a criação da LDB nº 9394/96 que,

[...] preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos


currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às
suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não
atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em
16

virtude de suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos


superdotados para conclusão do programa escolar. Também define, dentre
as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de
avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art.
24, inciso V) e “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas
as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37). (BRASIL, 2007, p.3)

Além desses aspectos que contemplam os deficientes surgiram, como


resultado de muitas lutas, estratégias importantíssimas em prol dos deficientes,
como: I) garantia dos direitos humanos e liberdades fundamentais igualmente às
demais pessoas; II) organização curricular e formação docente atentas às
diversidades e especificidades dos alunos com deficiência; III) reconhecimento da
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação; IV)
Diretrizes e normas para o uso, ensino, produção e difusão do sistema Braile; V)
implementação do Programa Educação Inclusiva; VI) publicação do documento O
Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular;
VII) estabelecimento de normas e critérios para a promoção da acessibilidade às
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida; VIII) acesso dos alunos surdos à
escola e inclusão da LIBRAS no currículo; IX) implantação dos Núcleos de
Atividades de Altas Habilidades/Superdotação; X) sistema de educação inclusiva
assegurado pelos Estados- Partes; XI) lançamento do Plano Nacional de Educação
em Direitos Humanos; e XII) Lançamento do Plano de Desenvolvimento da
Educação - PDE (MEC/SASE, 2017).
É notável o surgimento de estratégias que primam pela garantia dos direitos
das pessoas deficientes de modo que se efetive a igualdade entre todos os
cidadãos. O acesso e a permanência na escola instauram o paradoxo
inclusão/exclusão, permeando reflexões quanto à efetivação plena de tais garantias.
Em grande parte das escolas é possível encontrar casos de alunos que tem
dificuldades em acompanhar o ritmo dos demais colegas da classe. Infelizmente,
nesses casos é comum rotular esses alunos com algumas características que nem
sempre condizem com a realidade deles como: dificuldades de aprendizagem,
problemas de aprendizagem, ou até mesmo distúrbios de aprendizagem.
No ambiente escolar, o termo dificuldades de aprendizagem é possivelmente
o mais utilizado entre a gestão e o corpo docente. Nesse sentido, observa-se que
qualquer aluno que não esteja em padrões considerados “normais”, levando em
17

consideração a média dos alunos, ou estabelecidos pelo professor ou pela própria


escola, é comumente classificado como crianças com dificuldades de aprendizagem.
Essa é uma realidade na maioria das escolas consultadas, contudo
pesquisando a bibliografia sobre esse tema, temos percebido que é impreciso
afirmar que essas classificações sejam precisas.
Apesar de muitos agentes educacionais reconhecerem que fatores externos
ao indivíduo (instrução insuficiente ou diferenças culturais), tenham peso significativo
sobre a dificuldade de aprendizagem, é comum observar que em muitos casos se
rotula esse aluno como deficiente.
O aluno com dificuldade de aprendizagem não se constitui público-alvo da
Educação Especial e não se enquadra no rol de pessoas com deficiência. Nesse
sentido, Sisto (2001, p. 33) faz uma observação importante:

[...] o termo dificuldades de aprendizagem engloba um grupo heterogêneo


de transtornos, manifestando-se por meio de atrasos ou dificuldades em
leitura, escrita, soletração e cálculo, em pessoas com inteligência
potencialmente normal ou superior e sem deficiências visuais, auditivas,
motoras, ou desvantagens culturais. Geralmente não ocorre em todas essas
áreas de uma só vez e pode estar relacionada a problemas de
comunicação, atenção, memória, raciocínio, coordenação, adaptação social
e problemas emocionais.

Como podemos notar, o autor exclui nessa afirmação as pessoas com


deficiências; contudo a pessoa com deficiências citadas, no caso visual, auditiva e
motora, da mesma forma passarão pelo processo de ensino e aprendizagem.
Nessa mesma direção, outro autor, Barbosa (2001), afirma que aprender
implica em ter dificuldades, e que esta faz parte do processo de "aprender”, sendo
fundamental o respeito com os limites de cada aluno em especial.
Cabe ressaltar que a definição das dificuldades de aprendizagem é algo
complexo, pois os educadores estão sujeitos a rotular um aluno, pois nem sempre a
dificuldade ou sua causa em determinada criança se repetirá da mesma forma em
outra. Ambientes socioculturais podem influir de maneira significativa na maneira da
criança aprender.
Silva (1997, p. 26) entende que “[...] dificuldade de aprendizagem como todas
e quaisquer variáveis que bloqueiam ou dificultam o processo natural da
aprendizagem.
É importante que a criança que apresentem dificuldade na aprendizagem
possa ser observada som um prisma qualitativo, diferente de uma percepção de
18

uma criança possivelmente seria incapaz. Os processos de interação com o meio


social são o caminho que indicam a perspicácia dessa criança, que certamente
demonstra nesse processo sua capacidade de assimilar o conhecimento.
As crianças devem ser observadas no ambiente escolar como sujeitos
distintos, e tratadas conforme suas necessidades de aprendizagem. Certamente
haverão alunos que conseguirão ter bom desenvolvimento mesmo sem a ajuda
docente, mas entre aqueles que apresentam dificuldades, deve ser trabalhado caso
a caso. Nesse sentido, Strick e Smith (2001, p.15) entende que:

Cada criança possui sua fase de desenvolvimento, no seu tempo,


contudo há limites para atingir suas habilidades que não desenvolvidas
devem ser estimuladas para que não consolide uma dificuldade de
aprendizagem. As dificuldades de aprendizagem referem-se não a um
único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar
qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas
como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares
básicas, e elas só podem ser formalmente identificadas até que uma
criança comece a ter problemas na escola. As crianças com dificuldades
de aprendizagem são crianças suficientemente inteligentes, mas
enfrentam muitos obstáculos na escola. São curiosos e querem aprender,
mas sua inquietação e incapacidade de prestar atenção tornam difícil
explicar qualquer coisa a eles. Essas crianças têm boas intenções, no
que se refere a deveres e tarefas de casa, mas no meio do trabalho
esquecem as instruções ou os objetivos.

De acordo com os autores, esses alunos, que apresentam dificuldades de


aprendizagem, são crianças suficientemente inteligentes, mas tem enfrentado
diversas barreiras na escola. Como outros alunos, também são curiosos e querem
aprender, mas em muitos casos apresentam inquietação e certa incapacidade de
prestar atenção, o que torna difícil explicar as atividades de sala de aula a eles.
Garcia (1998, p.73) afirma que;

As dificuldades de aprendizagem devem ser diagnosticadas de forma


diferente em relação a outros transtornos próximos, ainda que, frente a
presença em uma pessoa de uma dificuldade de aprendizagem e de
outro transtorno, seja necessário classificar ambos os transtornos,
sabendo que se tratam de transtornos diferente

As dificuldades de aprendizagem podem ocorrer devido a vários motivos.


Um deles diz respeito a alguma dificuldade cognitiva particular apresentada pela
criança, que pode levar o aprendizado de certas habilidades, a se tornar mais
difícil do que seria esperado. Porém, muitas dessas dificuldades podem ser
causadas por algum tipo de problema ambiental ou educacional, que podem não
estar relacionados às habilidades cognitivas desse aluno.
19

Na sociedade do conhecimento em que vivemos, podemos afirmar que


tudo o que é criação humana é passível de ser aprendido, até mesmo a
dificuldade de aprendizagem, aprendida, especialmente na sala de aula.
20

4. O TRABALHO DA GESTÃO ESCOLAR

A gestão escolar tem um papel de grande relevância em relação as questões


da educação especial e nos casos de dificuldade de aprendizagem, considerando
que nem sempre os professores têm formação adequada a esses tipos de caso.
Exercendo sua prerrogativa de orientar e apoiar o trabalho docente, a gestão
pode trazer novos conhecimentos acerca dessas temáticas e assim contribuir para
que essas crianças sejam atendidas em suas particularidades e possas desenvolver
o aprendizado de maneira plena.

[...] o gestor escolar é o grande responsável para que a inclusão ocorra na


escola, abrindo espaços e promovendo trocas de experiências importantes,
desenvolvendo uma gestão democrática e participativa dentro, é claro, de
suas possibilidades e de acordo com o contexto em que atua na
comunidade, favorecendo a formação e a consolidação de equipes de
trabalho. (TEZANI 2004, p.19)

A gestão da escola poderá junto ao corpo docente, basear seu planejamento


contemplando diversos tipos de alunos que poderão vir a integrar o grupo, e
alterando esses mesmos grupos mediante revisão, quando se fizer necessário.
Compreende-se que a escola é uma instituição constituinte da sociedade
moderna, assumindo um papel relevante na consolidação de valores sociais,
culturais, políticos. A escola amplia as capacidades humanas e intervém na
subjetividade do indivíduo, para que, sejam seres capazes de intervirem em práticas
que promovam o fortalecimento do poder social, admitindo, concomitantemente o
papel de transformar a sociedade (MICHELS, 2006).
É fundamental a equipe de gestão escolar, em conjunto com os professores e
os pais diagnosticar se existe alguma necessidade cognitiva que afeta a criança tem
evitando sempre rotulá-la por apresentar dificuldade na aprendizagem.
O corpo docente, considerando os conhecimentos adquiridos, aliados a
vontade de querer fazer mais e melhor, deve optar sempre pela compreensão ao
invés da exclusão. Em sua prática é necessário conhecer cada vez mais o processo
de aprendizagem de seus alunos como seres humanos em desenvolvimento. A LDB
(BRASIL, 1996) no seu art. 22 aponta que: “A educação básica tem por finalidade
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores.”
21

A instituição escolar deve adaptar sua metodologia de trabalho com o intuito


de promover a aprendizagem de seus alunos como um todo. Evidente que em algum
momento terá crianças que apresentarão dificuldades, mesmo com todas as
adaptações feitas, pois nenhuma fórmula funcionará com todos os alunos da mesma
maneira. Assim sendo, se faz necessária uma reação por parte da escola, a fim de
buscarem a solução para aquela dificuldade específica.
Deve partir da escola um vigoroso esforço para que o processo de
aprendizagem seja significativo para a criança. Essa é uma direção na qual ganham
especialmente o aluno, sua família e também a escola.
A escola deve, em seu corpo docente estar preparada para enfrentar tais
questões, e para isso a equipe de gestão escolar deverá possibilitar a aquisição de
técnicas e habilidades, que podem acontecer através de aperfeiçoamento da prática
e o compartilhamento de conhecimentos e experiências.
A gestão da escola, assim como seus professores devem estar abertos a
novas formas de ensino-aprendizagem, cabendo a gestão orientar a atualização e
possíveis modificações no currículo escolar de acordo com seus objetivos e a
realidade apresentada.
Um ponto importante a ser observado é sobre a questão emocional da
criança. Freire (1996, p.146) entende que existe na prática educacional um caminho
que transforma o processo e aproxima educadores e educandos.

Como prática estritamente humana jamais pude entender a educação como


experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os
desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura
racionalista. Nem tampouco jamais compreendi a prática educativa como
uma experiência a que faltasse rigor em que se gera a necessária disciplina
intelectual.

As emoções vividas pelas crianças podem direcionar sua atividade intelectual


e até mesmo seu estímulo em aprender. Diante de tantas crianças com dificuldades
de aprendizagem, e mesmo as que tem deficiência, muitos alunos, até mesmo que
não fazem parte desses dois grupos citados, podem chegar a escola com algum tipo
de problema emocional. Certamente será no professor que ele irá esperar encontrar
uma pessoa com a qual ele possa contar, pois é necessária a presença de alguém
que mesmo de forma indireta possa dar algum conforto emocional aquela criança.
22

Nem sempre as expectativas daquela criança será correspondida, nesse caso


pode acontecer a perda da confiança da criança na escola, o que pode afetar seu
interesse pelas atividades desenvolvidas em sala de aula.
Nesse sentido, José e Coelho (2002, p.21) acreditam que; “Para que haja um
bom desenvolvimento da criança ela precisa de um ambiente afetivamente
equilibrado onde ela receba amor autêntico e onde lhe permitam satisfazer as
necessidades próprias do seu estado infantil.”
A concepção de inclusão a todos as crianças no processo de ensino e
aprendizagem somente se dará quando todos os agentes educadores confiarem na
capacidade de seus alunos e na transformação de sua prática pedagógica. Não é
um caminho fácil a ser trilhado, nem para a gestão e nem para os professores. Mas
é um caminho que pode trazer resultados que não são alcançados se nada for feito
de diferente. Entendendo a importância da transformação da prática pedagógica,
Silva afirma que:

O desafio é construir e por em prática no ambiente escolar pedagogia que


consiga ser comum ou válida para todos os alunos da classe escolar, porém
capaz de entender aos alunos cujas situações pessoais e características
correspondentes requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isso sem
demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados
estigmas. Ao contrário, pondo em andamento, na comunidade escolar, uma
conscientização crescente dos direitos de cada um (SILVA, 2006, p.88).

Quando se afirma que a educação é uma prática social, consequentemente o


papel que a escola desempenha é de caráter social.
Nesse sentido, a educação inclusiva será realidade quando a escola se
estruturar para que todas as crianças sejam contempladas em suas características,
e sejam respeitadas em sua realidade, que é diversa entre uma e outra. De acordo
com Carvalho:
As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando num sistema
educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando
as necessidades de qualquer dos alunos. Sob essa ótica, não apenas
portadores de deficiência seriam ajudados e sim todos os alunos que, por
inúmeras causas, endógenas ou exógenas, temporárias ou permanentes,
apresente, dificuldades de aprendizagem ou no desenvolvimento.
(CARVALHO, 2004, p. 29)

Os gestores da instituição escolar têm o papel de garantir a inclusão de todos


os alunos que fazem parte daquela escola, mesmo enfrentando a resistência do
23

corpo docente, que em algumas situações podem estar presos a práticas


tradicionais e assim não se sentirem motivados a trabalhar com novos
conhecimentos e métodos.
A gestão da escola, especialmente na pessoa dos diretores, tem alguém que
pode animar o processo educacional, trazendo novas perspectivas e expondo
experiências de outros lugares para que o corpo docente possa ter novas bases
para reflexão.
Não será fácil romper com antigos costumes, pois o medo de inovar pode não
permitir que muitos professores adotem novas práticas ou abordagens quanto ao
trabalho com alunos que precisem de atenção diferenciada. Ao diretor, assim como
aos outros gestores caberá a liderança para que essas barreiras sejam superadas.
Para que haja cooperação de todos, a gestão deve trabalhar de maneira que
todos se sintam respeitados e participantes dos processos de mudança que a escola
pode adotar para que a inclusão seja efetiva na escola. Assim, em uma gestão
democrática, o diretor poderá agir também como motivador do grupo.
A mudança não será efetivada por meio de uma ordem da gestão ou uma lei
específica e sim através de muita reflexão, debates e trabalho em conjunto. A gestão
deve estar ciente que os professores tem receio, e que deve ser respeitado a opinião
de cada um. Quando o processo de inclusão começa na escola, ele deve ser feito de
maneira que todos possam ter uma visão do que está acontecendo. Transparencia
em todas as decisões e na ações que virão a partir dai são fundamentais.
Aprender implica em dificuldades, pois fazem parte do processo, portanto,
tanto as pessoas com deficiência visual, auditiva ou motora, bem como as pessoas
que não têm deficiência, passam pelo processo de aprendizagem e apresentam
dificuldades.
Cada criança tem uma maneira de aprender, que pode ser diferente de outra,
e os tempos de aprendizagem podem também variar entre os alunos de uma mesma
turma. Caberá ao professor, junto a gestão da escola trabalhar esses aspectos para
que a criança possa ter seu aprendizado orientado a conseguir desenvolver suas
habilidades em sala de aula.
Obstáculos no processo de aprendizagem não devem ser encarados como
entraves que impedem a criança de avançar, pois existem caminhos que nem
sempre são trilhados por todas as crianças, mas que trabalhado individualmente
pode se chegar a resultados satisfatórios.
24

A acessibilidade na escola é direitos dos alunos com deficiência que a escola


seja acessível, e o gestor terá papel fundamental para que esse direito seja
assegurado, orientando a construção das condições para que tal realidade aconteça.
A acessibilidade não deve acontecer nas estruturas físicas da escola, mas em todos
os âmbitos, especialmente na parte pedagógica.
Em suas pesquisas, Sage (1999) aponta que os gestores podem orientar
novos comportamentos e ações cooperativas a serviço da inclusão. É de
fundamental importância a superação de qualquer obstáculo, muitos deles
previsíveis, e os gestores podem realizar sua intenção através de palavras e ações
adequadas que demonstrem total apoio ao corpo docente. “Uma administração
escolar bem sucedida depende de um envolvimento ativo e reativo de professores e
do pessoal (...) desenvolvimento de trabalho em grupo no sentido de atender as
necessidades dos estudantes” (BRASIL, 1997, p. 9) Ao especificar a atribuição dos
gestores pedagógicos no contexto da escola, Lück (2009, p. 95) analisa que:

A gestão pedagógica é, de todas as dimensões da gestão escolar, a mais


importante, pois está mais diretamente envolvida com o foco da escola que
é o de promover aprendizagem e formação dos alunos. Constitui-se como a
dimensão para a qual todas as demais convergem, uma vez que esta se
refere ao foco principal do ensino que é a atuação sistemática e intencional
de promover a formação e a aprendizagem dos alunos, como condição para
que desenvolvam as competências sociais e pessoais necessárias para sua
inserção proveitosa na sociedade e no mundo do trabalho, numa relação de
benefício recíproco. Também para que se realizem como seres humanos e
tenham qualidade de vida.

Para Sage (1999), os gestores devem ser os primeiros terem a consciência de


que parte de suas funções a organização da escola de modo que se torne inclusiva.
Esse é um passo essencial em um processo que possa promover mudanças
educacionais, de maneira a transformar o ambiente escolar, que historicamente se
pautou como espaços educacionais, destinados majoritariamente ao atendimento de
crianças em salas regulares uniformes, em escolas de fato inclusivas, onde as
diferenças sejam entendidas como ponto de partida para elaboração de todas as
propostas pedagógicas.
Ao analisar a realidade dos gestores escolares frente à inclusão na escola,
Lima (2005, p. 100) entende que “assumir o compromisso de organizar uma escola
inclusiva está longe de ser uma tarefa fácil, cômoda ou simples”, pois é nesse
processo que valores preestabelecidos são confrontados e certamente serão
expostas as falhas e as limitações da escola como instituição e de seus agentes.
25

Contudo, Lima (2005, p.100-101) aponta que é importante considerar que


será apenas partindo das transformações que decorrem dos próprios sistemas
organizacionais educacionais, que a escola possibilitará a criação de novos valores,
e como resultado uma cultura escolar renovada. Cultura essa que se inicia a partir
da conscientização de todos os agentes comprometidos com esse processo,
especialmente a gestão pedagógica.
26

5. ANÁLISE DOS DADOS

Essa pesquisa tem a intenção de conhecer melhor as ações de gestores


escolares frente às questões da educação especial e das dificuldades de
aprendizagem. Para atingir esse objetivo foi realizada uma pesquisa de campo em
que aplicado um questionário aos gestores das escolas visitadas ao longo da
construção desse trabalho. Essas instituições estão localizadas no município de
Sorocaba – SP. Para identificar as escolas, iremos indicar como instituição A, B e C.
Abaixo as respostas obtidas junto à gestão dessas escolas.
O questionário foi elaborado pelo grupo e contém 10 perguntas, nas quais os
gestores identificavam as características da escola, como eles entendiam a temática
da educação inclusiva e as dificuldades de aprendizagem e como enfrentavam
esses desafios.
Depois de aplicados os questionários, os quais foram respondidos pelos
diretores e orientadores pedagógicos nas três escolas, fizemos uma análise e
pudemos conhecer melhor o trabalho que esses gestores vem fazendo diante da
temática abordada.
Na instituição de ensino A, a gestão considera a escola inclusiva, pois, tem
por objetivo tratar todas as crianças com equidade, oferecendo oportunidades de
aprendizagem e valorizando o progresso do aluno a partir das suas particularidades
e potencialidades e para assegurar a inclusão dos alunos com necessidades
educativas especiais estabelece algumas ações, como: I) contribuir com a
participação ativa do aluno em todas as atividades; e II) proporcionar momentos de
interação entre os professores e seus pares para que, juntos, elaborem as atividades
onde todos os segmentos da escola participem.
Ademais, a gestão da escola se organiza de modo a atender as necessidades
da criança com a estrutura que já possui e direciona os pais a procurar uma
instituição especializada. Para a diretora dessa instituição uma escola inclusiva é
aquela que acolhe o aluno de maneira total, garantindo que sua aprendizagem
aconteça de acordo com as particularidades e potencialidades, proporcionando uma
educação de qualidade na escola comum.
Em relação às dificuldades de aprendizagem, as causas mais ligadas à este
problema são: I) comunicação; II) raciocínio; e III) funções cognitivas.
Concomitantemente às discussões sobre dificuldades de aprendizagem, surgem
27

inquietações sobre o fracasso escolar pelos quais a gestão da instituição acredita


que suas possíveis causas são: Iinfluências familiares; relação família-escola
danificada.
Nesse caso, para essa instituição é importante que a gestão da escola auxilie
no reforço da relação família-aluno-escola, garanta que a permanência do aluno na
escola seja prazerosa, de modo a diminuir a desmotivação, aproxime o brincar do
aprender, oriente os professores em situações particulares dos alunos e acompanhe
e assista ao processo ensino-aprendizagem.
Com as deficiências de aprendizagem a gestão da escola parte do princípio
de que todas as crianças aprendem. Algumas necessitam de um olhar diferenciado
para que tenham as mesmas oportunidades no processo ensino-aprendizagem.
Foi possível observar que essa instituição procura formas de garantir a
permanência dos alunos deficientes e dos com dificuldades de aprendizagem na
instituição. A gestão estabelece relação dialógica com os pais, sempre que
necessário, dando apoio e buscando soluções para cada caso, isoladamente.
Poucos são os alunos deficientes atendidos nessa instituição, entretanto, há o
atendimento educacional especializado numa outra escola do bairro, além de que
lhes é oferecido o cuidado e o olhar da gestão escolar.
Na instituição de ensino B, a gestão entende que o atendimento a criança
com deficiência era realizado de forma não satisfatória, pois nas palavras da
orientadora pedagógica, para que haja atendimento apropriado a essas crianças é
necessário que a escola ofereça as estruturas adequadas, para que o ensino seja de
fato trabalhado junto a essas crianças de maneira plena.
Segundo a orientadora, a falta de formação adequada do corpo docente
contribui para que o processo de ensino-aprendizagem não consiga alcançar
patamares mais elevados junto as crianças com deficiência. Em relação a essa falta
de preparo dos professores, ela ressalta que a gestão da escola como um todo tem
se preocupado com essa questão, trazendo para as reuniões de HTPC temas
relacionados a essa temática para que haja ao menos um melhor conhecimento
acerca de como trabalhar com esses alunos.
Quando alguma criança com deficiência é matriculada na escola, e tem algum
tipo de deficiência que o professor ainda não tem conhecimento prévio sobre como
trabalhar a partir dessa deficiência, a gestão logo comunica a Secretaria de
educação do Município, pedindo suporte aquela situação específica.
28

Para a orientadora da instituição de ensino B, as dificuldades de


aprendizagem podem estar ligadas a fatores como: I) problemas emocionais; II)
vínculos familiares; e III) funções cognitivas.
Para a gestora, é importante observar quais seriam os motivos para que a
criança não consiga aprender aquilo que lhe é proposto, para que a criança não seja
olhada como alguém que tenha algum tipo de transtorno, pois isso iria orientar o
trabalho do professor em uma direção diferente daquilo que realmente acontece. Em
conformidade a esse pensamento, Garcia (1998, p.73) entende que:

As dificuldades de aprendizagem devem ser diagnosticadas de forma


diferente em relação a outros transtornos próximos, ainda que, frente a
presença em uma pessoa de uma dificuldade de aprendizagem e de outro
transtorno, seja necessário classificar ambos os transtornos, sabendo que
se tratam de transtornos diferentes.

Em relação as posições que tem em relação aos casos de alunos com


dificuldade de aprendizagem, a orientadora tem como princípio que estímulos
lúdicos e afetivos são fundamentais para o desenvolvimento das linguagens
curriculares.
Essa posição da gestora pode ser um caminho a levar a criança a superar
possíveis obstáculos em relação a aprendizagem, pois um relacionamento de
confiança e afeto entre a criança e o professor pode estabelecer um canal de
comunicação importante no processo de ensino-aprendizagem. Sobre a relação de
afeto entre os personagens que atuam na sala de aula, Menezes e Trevisol (2009,
p.6) afirmam que:

É fundamental que o professor saiba descobrir diferentes formas de dar e


receber afeto. Reconhecer o afeto como forma de comunicação requer
profissionais conscientes da importância da afetividade no processo de
ensinar e de aprender. Reconhecer a realidade psicossocial do aluno pode
ser um bom começo para se estabelecer um relacionamento saudável entre
professor e aluno, capaz de promover a aprendizagem em ambos.

Conforme observado, nessa instituição a gestão está de fato preocupada com


as questões relacionadas a educação especial e as dificuldades de aprendizagem
apresentadas por alguns alunos.
Apesar desse interesse, a gestão se vê impotente frente a precariedade, tanto
de materiais específicos para trabalhar cada situação e também as estruturas de
trabalho, tanto do prédio, que não oferece de maneira adequada espaço adaptado
29

para determinadas deficiências, quanto em relação a formação dos docentes que em


muitos casos não contempla esses alunos. Uma escola inclusiva se faz no todo, e
não em apenas alguns aspectos, segundo a orientadora que diz: “incluir vai além de
matricular, incluir é oferecer toda a estrutura necessária para atender com dignidade
todos os alunos que fazem parte da instituição escolar”.
Na instituição de ensino C, a gestão compreende que a escola inclusiva seria
aquela instituição que inclui o aluno com deficiência em todos os âmbitos. Nesse
sentido, a coordenadora considera a instituição em que atua inclusiva, mas ressalta
que tanto a equipe gestora quanto os demais profissionais precisam de atualização
em alguns assuntos. Além disso, argumenta sobre a necessidade da formação
continuada de todos os profissionais da educação, colocando isto como uma das
ações da gestão escolar na melhoria da qualidade do atendimento a essas crianças.

Muito embora a legislação vigente e os documentos normativos estejam


impulsionando, ou mesmo norteando a organização de sistemas
educacionais inclusivos, é mister destacar que sem mudança de postura,
que deve ser desenvolvida por todos os protagonistas que fazem parte da
comunidade escolar, será quase impossível tornar tais políticas efetivas.
(VIOTO,VITALIANO,2012, p.4)

Logo o trabalho de efetivação da inclusão destas crianças deve ser


impulsionado por todas as pessoas envoltas a ela , incluindo a gestão da escola que
deve administrar e incentivar este trabalho por parte de todos os profissionais da
escola.
As crianças com deficiência atendidas pela instituição C são acompanhadas
por auxiliares, em sua maioria em processo de formação no ensino superior, quando
esta instituição recebe um novo aluno com deficiência, procura atender suas
necessidades com a estrutura que já possui. Ação descrita pela coordenadora que
discorda com a postura apresentada por ela mesma nas questões anteriores, pois
havia a opção oferecer formação específica aos profissionais, que seria a mais
adequada seguindo a postura apresentada no questionário.
A partir do questionário a coordenadora vinculou as dificuldades de
aprendizagem a problemas de comunicação, atenção, raciocínio, problemas
emocionais e funções cognitivas. Coloca como causas a relação família - escola
danificada e condições físicas e psicológicas das crianças. Percebe-se que mesmo
se tratando somente da temática da dificuldade de aprendizagem a vinculação as
30

crianças com deficiências é contínuo, pois as funções cognitivas são sempre


apontadas pela coordenadora como problemas e causas dessa defasagem.
Na busca da superação dessas dificuldades os casos de alunos são levados à
coordenação pelos professores e por sua vez estudados, para a elaboração dos
trabalhos a serem feitos, a maioria das “soluções” são aulas de reforço e reuniões
com os responsáveis, estas opções respondidas pela coordenadora como trabalho
do coordenador/orientador pedagógico na instituição de ensino. Além da garantia
que a permanência do aluno na escola seja prazerosa, de modo a diminuir a
desmotivação e orientação aos professores em situações particulares do aluno.
Diante do posicionamento das equipes gestoras participantes da pesquisa é
possível perceber uma grande convergência de pensamentos, apesar de poucas
discordâncias entre elas. As gestoras observam que existe vontade por parte da
própria equipe e também do corpo docente em levar adiante novas idéias e práticas
que possam colaborar com uma educação inclusiva para todos.
É evidente também na fala das gestoras a certeza de que a instituição em que
atuam são inclusivas, mesmo com todas as barreiras que se sobrepõe a todos,
alunos e professores.
A partir dessas falas, podemos concluir que é preciso que haja um plano de
ação proveniente de uma política pública bem elaborada, que pode vir do poder
público e ser complementado pela própria escola, que levaria adiante esses plano de
acordo com sua realidade.
31

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das análises empreendidas, entendemos que o papel da gestão


pedagógica se destaca no contexto educacional no qual a temática estudada é
abordada. Esse destaque é observado tendo em vista que é prerrogativa dos
gestores a liderança no planejamento e organização da instituição escolar de
maneira a atender os alunos que tem necessidades diferentes quanto a
aprendizagem e até mesmo outros aspectos como locomoção, sociabilização etc.
O papel exercido pelos gestores será exercido plenamente se houver por
parte desses profissionais a conscientização de que é imprescindível não só
organizar uma escola inclusiva, mas também viabilizar essa a concepção desta, pois
essa ainda é uma realidade em construção.
Nesse sentido, caberá a gestão providenciar junto aos órgãos responsáveis
recursos materiais e os profissionais capacitados que levem adiante o processo de
aprendizagem dos alunos com deficiência e dificuldade de aprendizagem.
Certamente no que se refere a profissionais capacitados, quando se trata do
corpo docente é também função da gestão buscar novas metodologias diferenciadas
no processo de ensino-aprendizagem que favoreça a inclusão de todas as crianças.
A gestão caberá contribuir de maneira determinante na regularização do
acesso a educação especial. A inclusão dos estudantes da educação especial é um
direito assegurado na LDB nº 9394/96
A realidade das escolas brasileiras nem sempre facilitará esse processo, pois
é notória a falta de estrutura física, material, pedagógica e até de qualificação
profissional que tenderão a desmotivar os gestores a desenvolver uma escola onde
os processos favoreçam não somente os alunos que tem desenvolvimento
satisfatório, mas também aqueles que por diversos motivos devem ter adaptadas a
sua realidade a metodologia de trabalho pedagógico.
A concepção de dificuldade de aprendizagem que observamos, tanto nos
autores estudados, como nas respostas dos gestores que responderam aos
questionários, indicam que essa temática deve ser debatida com mais profundidade.
Isso se deve a necessidade de compreender melhor que existem diferenças entre as
crianças, tanto coletivamente, como de maneira individual, levando em consideração
as especificidades de cada um e as diferentes realidades que podem ser
vivenciadas dentro da escola.
32

Assim sendo, entendemos ser necessário que haja cada vez mais pesquisa
por parte dos gestores e do corpo docente, visando compreender melhor a influencia
nos processos de ensino-aprendizagem de fatores de dentro e fora da escola e
como podem ser superados, caso sejam entraves para o aprendizado e socialização
dos alunos.
A partir do questionário aplicado em três escolas do município de Sorocaba-
SP, podemos também ter uma referencia da realidade do papel da gestão frente às
temáticas trabalhadas.
Analisando as respostas dos questionários, observamos que apesar de
algumas divergências, aos gestores dessas escolas compartilham de realidades e
pensamentos semelhantes em muitos pontos.
As escolas apresentam uma realidade de precariedade em relação a
materiais pedagógicos, estrutura física dos prédios escolares que não tem
adaptação adequada para crianças com deficiência. Nessas respostas foram
apontadas também a falta de capacitação do corpo docente e outros profissionais
que trabalham no ambiente escolar.
A falta de capacitação é um ponto que desafia a gestão das escolas, pois o
trabalho frente a educação especial e dificuldade de aprendizagem nem sempre é
alvo de estudos mais profundos na formação docente.
A formação deficiente e a falta de formação continuada são de fato,
obstáculos para que se tenha uma prática docente que se transforme de acordo com
as reais necessidades das crianças.
Apesar dessa realidade, o professor deve estar sempre refletindo sobre sua
prática, para que a partir da produção da criança, sua prática possa ser guiada para
que novas possibilidades possam ser trazidas para a sala de aula.
Apesar de todas as dificuldades, os gestores tem mostrado disposição em
transformar a realidade escolar, de modo que todos os alunos, independente de
deficiências ou dificuldades possam ser contemplados, participando cada vez mais
plenamente do processo de ensino-aprendizagem.
Nas respostas obtidas, observamos que os gestores consideram sua escola
inclusiva, apesar de tudo, e que sempre recorrem as instancias superiores, no caso
o poder público para resolverem questões que estão acima da capacidade da escola
naquele momento.
Em nossa pesquisa percebemos que muitos professores não se acham
33

preparados para atender alunos que fogem da imagem do “aluno comum”. Todavia a
partir dessa pesquisa percebemos que muitas escolas estão comprometidas a
buscar mudar essa realidade e incluir de fato todos os alunos nesse processo, pois
não é um favor que se faz a essas crianças, e sim assegurar o seu direito a
educação.
No decorrer da pesquisa, o grupo entendeu que o tema pesquisado foi
oportuno, pois é uma área de grande desafio dentro da educação. Assim como nas
escolas pesquisadas, podemos nós também trabalhar com esses alunos
futuramente, sendo então importante conhecer um pouco mais da realidade dos
profissionais da educação frente ao desafio de trabalhar com diferentes tipos de
alunos.
Em um primeiro momento pensamos que seria difícil o desenvolvimento da
pesquisa, pois as primeiras escolas em que fizemos contato não deram respostas
positivas, o que veio acontecer depois de várias tentativas, oque nos fez sentir um
pouco de apreensão. Quando encontramos as respostas positivas por parte da
gestão das escolas que aceitou nosso ingresso, não tivemos mais dificuldades, pois
tivemos ótima recepção nessas instituições. Conhecemos gestoras e professoras
que foram muito solícitas em nos ajudar a entender oque se passava na sala de aula
e como era a linha de trabalho delas, mostrando o planejamento e a execução deste.
Ao término da pesquisa ficou o entendimento que esse tema precisa ser mais
aprofundado para que estejamos sempre a disposição de todos os alunos
independente de qualquer tipo de dificuldade de aprendizagem ou deficiência, para
que a aprendizagem possa se dar de maneira plena.
Entendemos que no decorrer do trabalho docente teremos a oportunidade de
conviver com esses alunos e na prática aplicar os conhecimentos adquiridos com
essa pesquisa e desenvolve-los cada vez mais.
34

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

AMIRALIAN M. L. T.; GHIRARDI, M. G,;LICHTIG, I.; MASINI, E. F. S. PASQUALIN,


L.; PINTO, E. B . Conceituando deficiência . Revista Saúde Pública, 34 (1): 97-
103, 2000

BOCCIA, M. B; D. , M. R. ; L. S. C. (orgs.) Gestão Escolar em Destaque


(Pedagogia de A a Z; vol.5). Jundiaí, Paco Editorial: 2013. 208 p.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em:
19/04/2017

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política


nacional de educação especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em:
19/04/2017

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Fundamental. Secretaria de


Educação Especial. Parâmetros curriculares nacionais. Adaptações
curriculares. Estratégias para a educação de alunos com necessidades
educacionais especiais. Brasília: MEC/SEF/SEESP, 1998.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer 17/2001, de 3 de julho de 2001.


Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília:
CNE, 2001b.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução n. 2, de 11 de setembro de


2001, institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica. Brasília: CNE/CEB, 2001a.

BRASIL. Ministério da Educação. Documento subsidiário à política de inclusão.


Brasília: MEC,2005

BUENO, J. G. S. Educação especial brasileira: integração/segregação do aluno


diferente. São Paulo: EDUC, 1993.

CAMBAÚVA, L. G. Análise das bases teórico-metodológicas da educação


Dissertação (Mestrado em Educação)-Pontifícia Universidade Católica, São Paulo,
1988.

GARCIA, J.N. Manual das dificuldades de aprendizagem – Linguagem, leitura,


escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

GARCIA, R. M. C. Políticas para a educação especial e as formas organizativas


do trabalho pedagógico. Rev. bras. educ. espec, v. 12, n. 3, p. 299-316, 2006.
Disponível em: http://gepeto.ced.ufsc.br /files/2015/03/Pol%C3%ADticas-para-a-
35

Educa%C3%A7%C3%A3o-Especial-e-as-formas-organizativas-do-trabalho-
pedag%C3%B3gico.pdf. Acesso em: 15/04/2017

LIMA, L. Apertem os cintos, a direção (as) sumiu! Os desafios da gestão nas escolas
inclusivas. In: FREITAS, Soraia Napoleão, RODRIGUES, David, KREBS, Ruy.
Educação inclusiva e necessidades educacionais especiais. Santa Maria: Ed.
UFSM, 2005, p. 85 – 111.

LÜCK, H. A dimensão participativa da gestão escolar. Gestão em Rede (Brasília),


Curitiba, v. 57, n. out, p. 1- 6, 2004.

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? por que ? como fazer?São Paulo


– Moderna 2 ed. 2006.

MICHELS, M. H. Gestão, formação docente e inclusão: eixos da reforma


educacional brasileira que atribuem contornos à organização escolar.
Universidade Federal de Santa Catarina, departamento de Estudos Especializados
em Educação. Disponível em: Revista Brasileira de Educação v. 11 n. 33 set./dez.
2006.

MENEZES, S. B. S. de; TREVISOL, M. T. C. O aprender e o não-aprender na


escola: a ótica de alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental, com
dificuldades de aprendizagem. Revista Teias: Rio de Janeiro – RJ, 2009.
Disponível em: http://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/viewFile/24080/17049. Acesso em:
19/04/2017

SAGE, D. Estratégias administrativas para a realização do ensino inclusivo. In


STAINBACK, Susan Bray; STAINBACK, William C. Inclusão: um guia para
educadores. Porto Alegre: Artmed, 1999. (129-141).

STAINBACK, S.; STAINBACK, W.: Inclusão Um guia para educadores – Porto


Alegre : Arte Médicas Sul, 1999

SASSAKI, R. K.: Inclusão Construindo uma sociedade para todos – Rio de


Janeiro, 1997.

SILVA, S. Gestão educacional e educação especial – a efetivação do direito à


educação. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo,
2012. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search
?q=cache:a48975U2sdsJ:www.anpae.org.br/ iberoamericano 2012/Trabalhos
/ShirleySilva_res_int_GT1.pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em:
15/04/2017

TEZANI, T.C. R. A dinâmica da inclusão na gestão da escola pública. Mimesis,


Bauru. v.23,n.2, p.103-119, 2002. Disponível em: http://www.usc.br/biblioteca
/mimesis/mimesis_v23_n2_2002_art_05.pdf. Acesso em: 15/04/2017

TEZANI, T.C. R. A relação entre gestão escolar e educação inclusiva: o que


dizem os documentos oficiais?. Faculdade de Ciências e Letras. Unesp. 2004.
36

Disponível em: http://www.fclar.unesp.br/publicacoes/revista/polit_gest/edi6_


artigothaistezani.pdf Acesso em: 29/04/2017

VIOTO, J.R.B; VITALIANO, C.R. O papel da gestão pedagógica frente ao


processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais.
IX Anais da ANPED SUL, Caxias do Sul, 2012.
37

APÊNDICE
Questionário utilizado para coleta de dados da pesquisa

1) Para conhecermos melhor esta instituição de ensino, pedimos que assinale e


preencha os campos abaixo:
(a) Qual etapa esta instituição atende?
( ) Ed. Infantil
( ) Ensino Fundamental I
( )Ensino Fundamental II
( ) Ensino Médio
( ) Ensino Técnico
( ) EJA
(b) Quantos alunos estão regularmente matriculados?
______________________________________________________________________.
(c) Atende alunos deficientes? Se sim, quantos?
( ) Sim, ____________________.
( ) Não.
(d) Esta instituição conta com os colaboradores denominados “cuidadores” ou outro
profissional que auxilie no cuidado das crianças deficientes? Se sim, qual?
( ) Sim, ____________________.
( ) Não.
2) Qual cargo você ocupa nesta instituição?
( ) Direção
( )Vice-Direção
( ) Orientação Pedagógica
( ) Coordenação Pedagógica
( ) Outro, _____________________.

3) Você considera sua escola realmente inclusiva? Por quê?

4) Descreva algumas ações, que considere importante, por parte da gestão escolar
para assegurar a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais.
38

5) Como a gestão da escola se estrutura, a partir do momento que recebe um aluno


com necessidades educacionais especiais?
( ) Oferece formação específica aos profissionais.
( ) Busca contratar profissionais especializados.
( ) Procura atender a necessidade da criança com a estrutura que já possui.
( ) Direciona os pais a procurar uma instituição especializada.

6)Qual o significado de uma Escola Inclusiva para você?

7) As Dificuldades de Aprendizagem são todas e quaisquer variáveis que


bloqueiam ou dificultam o processo natural de aprendizagem. Geralmente, as
dificuldades de aprendizagem estão ligadas a problemas como:
( ) Comunicação
( ) Atenção
( ) Memória
( ) Raciocínio
( ) Coordenação
( ) Adaptação
( ) Problemas Emocionais
( ) Vínculos Familiares
( ) Funções cognitivas
( ) Outros, _________________________________________________________.

8) Concomitantemente às discussões de Dificuldades de Aprendizagem, surgem


inquietações sobre o Fracasso Escolar, uma resposta insuficiente do aluno a uma
exigência ou demanda da escola. Suas possíveis causas são:
( ) influências familiares
( ) condições precárias para a realização do trabalho pedagógico
( ) intervenção pedagógica inapropriada
( ) relação família-escola danificada
( ) condições físicas e psicológicas das crianças
( ) ausência do acompanhamento da gestão escolar no trabalho pedagógico
( ) insipiência governamental
( ) Outros, __________________________________________________________.
39

9) O orientador pedagógico auxilia o professor em sua prática pedagógica em busca


de superar os problemas de dificuldade de aprendizagem que resultam no fracasso
escolar. É importante que a gestão da escola:
( ) auxilie no reforço da relação família - aluno - escola
( ) garanta que a permanência do aluno na escola seja prazerosa, de modo a
diminuir a desmotivação
( ) aproxime o brincar do aprender
( ) oriente os professores em situações particulares dos alunos
( ) crie estratégias de recuperação destes alunos
( ) acompanhe e assista ao processo ensino-aprendizagem
( ) crie estratégias avaliativas
( ) outros, ________________________________________________________.

10) Em seu contexto de trabalho e na função em que ocupa, como você lida com os
casos de Dificuldades de aprendizagem?

Você também pode gostar