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-HUAMBO

DIAGNOSTICO E PLANIFICAÇÃO DE UM PROGECTO

2ª EDIÇÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

TRABALHO INDIVIDUAL

O MESTRANDO:

ISAAC KENETCHIPIVELA XAVIER

O Orientador: Dr. PAULO RENATO

HUAMBO, 2013-07-15
RESUMO

A prática pedagógica tem suscitado cada vez mais interesse por parte da
comunidade educativa e não só. Todos os dias e em todos os recantos do
mundo em geral e do nosso país em particular ouve-se falar das mudanças no
ensino. Uma das razões que justificam a aprovação da lei de base do sistema
educativo angolano, a lei nº 13; é o aumento da qualidade e eficácia no ensino
do nosso sistema educativo Angolano. Dai, ser então crucial em função das
necessidades que a sociedade apresenta, formar um professor que
corresponda as necessidades e exigências desta sociedade. Com este espírito,
o instituto superior de ciências da educação ISCED-HUAMBO, instituiu o
estágio curricular. Este é uma forma de ajudar o futuro professor a ligar um
conjunto de conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da sua formação com
a prática, visando desenvolver harmoniosamente as suas potencialidades
pedagógicas a luz da formação da nova geração. Então este trabalho responde
ao término deste estágio, revestido de um conjunto das vivências e
constatações feitas ao longo do estágio. Apresenta um problema científico a luz
do regulamento do estágio, como resultado destas constatações da realidade
da escola onde decorreu o estágio. Lembre-se que o mesmo teve lugar na
escola do II Ciclo Ensino Secundário Kapango-Huambo na turma 12.3 da 12ª
classe na disciplina de psicologia geral. A administração das aulas, os
trabalhos na secretaria, administrativos, psicopedagógicos foi as principais
actividades realizadas nesta instituição ao longo destes estágios. Estas
actividades permitiram ter uma ideia do funcionamento desta instituição e ver
as principais dificuldades e potencialidades que a escola apresenta. Assim é
que das várias dificuldades que constatou-se neste tempo em função das
actividades realizadas chamou atenção a existência de deficiências de
aprendizagem sobretudo nos alunos desta turma mencionada. É portanto esta
problemática que será o nosso campo de acção neste trabalho, para além de o
mesmo descrever também pormenorizadamente as actividades realizadas e a
sua possível metodologia utilizada.
INTRODUÇÃO

Diagnostico

Verificado e detectado o índice de Deficiências de Aprendizagem na Escola do


II Ciclo do Ensino Secundário PUNIV- Joaquim-Kapango, levou-nos a
necessidade de elaborar um Projecto Educativo Escolar, por forma a identificar
as causas das Deficiências de Aprendizagem e traçar metas para a melhoria
do processo educativo. E dada a necessidade fizemos o levantamento
conforme o dito abaixo:

Analise interna

Fez-se a entrevista a Direção da escola, corpo docente, funcionários em geral,


alunos, bem como a verificação dos recursos materiais e financeiros.

Na entrevista feita a direcção da escola e o corpo docente, verificamos que as


causas do abandono escolar estão relacionadas com a falta de infraestruturas
adequadas a prática docente (falta de cobertura, carteiras, quadro fixo, material
didáctico, sequencia de salas sem divisórias, etc); mas a pesar disto, dos
alunos que chegam até ao final do ano lectivo, apenas 25% deles reprovam).
Já os alunos, dizem abandonar a escola por ser muito distante da sua casa e
passam maior parte do tempo na escola sem alimentarem-se.

Análise externa

Feita a entrevista aos pais e encarregados de educação e a comunidade;


constatamos haver falta de interesse no acompanhamento dos seus
educandos e se não bastasse o trabalho domestico forçado que lhes é
submetido (pasto do gado, actividade agrícola, a cultura da zona, os costumes
e os rituais, etc )

Planificação

Missão e Visão

Missão
A missão da escola é de formar e promover capacidades e habilidades
intelectuais que permitam a criança em responder as exigências da sociedade
e concretizar a realização pessoal.

Visão

Visto que a escola tende para a realização pessoal e comunitária, o projecto


elaborado deverá apresentar propostas metodológicas, estratégias e técnicas
que possam alterar o actual quadro ou para evitar tal fenómeno.

Actividades

• Construção e apetrechamento de novas infra estruturas capazes de


responder as necessidades da comunidade;

• Aconselhar os pais e encarregados de educação a participarem


activamente na educação dos seus filhos;

• Aconselhar o corpo docente na actualização dos seus conhecimentos;

• Aconselhar a Direcção da escola na avaliação e intervenção dos


problemas do aluno;

• Massificar a merenda escolar;

• Disponibilizar e distribuir o material didáctico;

• Realizar actividades extra-escolares;

• Adaptar o currículo as experiências dos alunos;

• Aproximar a relação entre a escola-comunidade e professor-aluno.

Avaliação

A avaliação está presente em todas etapas do projecto, sendo, permite o


acompanhamento continuo desde a implementação/execução até a sua fase
final. Neste caso em particular, esta avaliação permitiu-nos:

- Reconhecer os pontos fortes e fracos do projecto;


- Rever as metodologias, estratégias e técnicas de trabalho;

- Perspectivar a regulação da acção educativa e contribuir para formação dos


actores participantes.

O nosso Diagnostico e a Planificação de Projecto Escolar teve inicio no dia 06


de Junho do ano de 2013 com actividades de observações de aulas na Escola
do IIº Ciclo do Ensino Secundário PUNIV- Joaquim Kapango-Huambo, onde
valorizamos os objectivos da Prática Docente sendo uma disciplina que visa
desenvolver competências, habilidades e capacidades necessárias ao
exercício do processo de ensino aprendizagem. Estas acções, foram levadas a
cabo com o intuito e propósito de observar e analisar algumas competências,
habilidades, qualidades e debilidades que alguns professores apresentam no
exercício de suas funções no seu dia-a-dia. Em função dos objectivos
instrutivos e educativos que desempenham o carácter reitor da aula,
concluímos que alguns professores necessitam melhorar a prática docente,
porque apresentam debilidades na aplicação dos princípios, técnicas,
estratégias, meios, metodologias e métodos pedagógicos.

Terminada a fase de observação de aulas, iniciamos então, com as aulas


práticas, trabalhos administrativos de secretaria e participação em concelhos
pedagógicos no dia 27 do mês de Junho do ano de 2013, para terminar no dia
15 do mês de Julho do ano de 2013; fomos recebidos de bom animo e agrado
pelo colectivo da Escola, desde, a direcção da instituição até aos alunos.
Apresentaram-nos a instituição e verificamos carência de infra-estrutura
própria, biblioteca, Cyber-Livraria, porque a instituição, está decomposta e
distribuída em várias Escolas do Município sede, que citamos em pormenores
na caracterização da Escola. Em consequência disso, trabalhamos
concretamente na Escola da Hochi-Min, na turma 12.3 da 12ª classe, onde em
função das aulas ministradas de Psicologia Geral e o contacto com os alunos
detectou-se a existência de alunos com características que indicavam sinais de
Deficiências de Aprendizagem.

Estes e outros elementos conjunturais levaram-nos a elaborar o seguinte


problema científico:
Quais são as causas das dificuldades de aprendizagem nos alunos da turma
12.3 da escola do II Ciclo Ensino Secundário Kapango – Huambo?

Tema:

Dificuldades de aprendizagem nos alunos da turma 12.3 da escola do II Ciclo


Ensino Secundário Kapango – Huambo.

Objectivo geral

Determinar as causas das Dificuldades de aprendizagem nos alunos da turma


12.3 da escola do II Ciclo Ensino Secundário Kapango – Huambo.

Objectivo específicos

1. Fundamentar teoricamente os problemas relacionados com as


dificuldades de aprendizagem nos alunos.
2. Diagnosticar o estado actual das dificuldades de aprendizagem nos
alunos da turma 12.3 da escola do II Ciclo ensino secundário Kapango-
Huambo.
3. Analisar o estado actual das dificuldades de aprendizagem nos alunos
da turma 12.3 da escola do II ciclo do ensino secundário Kapango -
Huambo.

APRESENTAÇÃO

Nas últimas décadas, tem- se questionado muito sobre o ensino, sobretudo de


escolas públicas. Novas técnicas foram introduzidas nas escolas, pensando
que com isso todos os problemas pedagógicos pudessem ser resolvidos. Fala-
se também da necessidade de mudar o comportamento do professor. Mas
porque? Para que? E como? (HAYDT, 2003).

É portanto com esta preocupação que elaboramos o sujeito Diagnostico e


Planificação de um Projecto Escolar como uma das formas de responder a
estas perguntas.

O trabalho que ora se apresenta é uma das formas também de responder ao


conjunto de preocupações apresentadas pela sociedade, sobretudo naquilo
que tem a ver com o futuro da educação e do professor. Será então relatado o
conjunto de situações vivenciadas ao longo deste processo estagiário.

Ainda dentro daquilo que foi o Diagnostico, para além de se ter realizado
determinadas actividades de forma superficial, teve-se como actividade
principal a administração das aulas, pois que o objectivo deste diagnostico e
planificação de um projeto escolar de melhoria docente é sem dúvida ganhar
habilidades principais para lidar com situações educativas, aquilo que será o
dia-a-dia do educador. Desta forma, pode-se dizer que este o presente
diagnostico cingiu-se especificamente em observar, leccionar as aulas de
psicologia na instituição supra citada, na turma 12.3 da 12ª classe.

O mesmo trabalho está constituído em três partes principais, sendo a primeira


parte aquela que tem a ver com plano inicial do diagnóstico e a sua possível
calendarização. A segunda parte tem os aspectos metodológicos,
concretamente a metodologia utilizada neste trabalho, sobretudo os métodos
práticos, pois que são estes que possibilitaram o diagnóstico da situação
problemática que se retrata no trabalho e os seus possíveis caminhos de
solução. A última é composta pelas conclusões e recomendações.
CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ONDE DECORREU O DIAGNOSTICO
E A PLANIFICAÇÃO DO PROJECTO ESCOLAR

Como já se referiu a escola do II Ciclo ensino secundário “Capango”, está


localizada no centro da cidade do Huambo, na comuna Joaquim Kapango,
concretamente no bairro Académico a cerca de aproximadamente a 500 metros
a norte do Instituto Superior de Ciências da Educação ISCED – HUAMBO, bem
nas infra-estruturas da escola Comandante Dangereux.

É parte do regime público, funcionando desde Abril de 1978 por despacho nº


14/58 publicado no Diário da República na 1ª série, nº 65 de 18 de Março de
1988. Actualmente é dirigido pelo Sr. Avelino Segunda, director da mesma
instituição de ensino.

A escola conta com três cursos ou seja especialidades que são: ciências físicas
Biológicas, Ciências Humanas e ciências Económicas Jurídicas.

Dentro das suas actividades educativas a escola matriculou para o ano lectivo
em referência (2011), 4. 738 Alunos no seu geral destes, 2. 284 São do sexo
feminino e ainda 446 são repetentes.

Há uma particularidade nesta escola. É que a mesma contou ainda também


para mesmo ano com 16 alunos portadores de deficiência superficial deste
número 6 são femininos repartidos da seguinte forma: 2 para a 10ª classe e
com deficiência motora, 4 para a 11ª classe também com a deficiência motora
e 8 para a 12ª classe.

Para atender a esta demanda toda, a escola conta com um total de 115 turmas
repartidas em 3 turnos de 3 classes: 10ª classe 3 turnos com 50 turmas, 11ª
classe 2 turnos de 35 turmas e 12ª classe 2 turnos de 30 turmas.

Quanto ao número de salas de aulas a escola não tem uma estimativa pois que
a mesma não possui ainda estruturas próprias, funciona em instalações
concebida para o ensino primário e para facilitar a fluidez da formação está
repartida em extensões. Conta com 850 carteiras individuais.
A escola não possui um campo para o desporto, não tem biblioteca, água
potável nem cantina escolar. Tem sim casas de banhos e ainda tem acesso à
electricidade pública.

Com estes elementos todos mencionados de forma a ter uma correcta


organização e gestão escolar a escola conta com 291 trabalhadores. Destes
trabalhadores 260 são docentes e 31 são trabalhadores administrativos.

Do pessoal docente 83 são do sexo feminino e dos 31 trabalhadores


administrativos 21 são do sexo feminino.

ORGANIGRAMA DA INSTITUIÇÃO

Director geral
Subdirector Subdirector
pedagógico administrativo

Coordenadores
Chefe de
de disciplinas e Turnos
secretaria
de turmas
OBJECTIVOS E PLANO INICIAL DO DIAGNOSTICO E PLANIFICAÇÃO DE
UM PROJECTO ESCOLAR

OBJECTIVO GERAL

O Diagnostico e a Planificação de um Projeto Escolar tem como objectivo


verificar, comprovar e analisar os factores do sistema de ensino e melhorar o
processo de ensino e aprendizagem;

Diagnosticar, avaliar e intervir na familiarização do estudante com aspectos


práticos de sua formação permitindo-lhes desenvolver habilidades técnico-
profissionais e aprofundar conhecimentos que façam parte de uma área
científica ou técnica educacional do âmbito do curso em que se encontram
escritos.

OBJECTIVO DO RELATÓRIO

O relatório sendo um documento que visa a apresentação de forma sistemática


os resultados de uma pesquisa, um encontro ou uma formação durante um
tempo determinado, o seu objectivo está plasmado no plano inicial das
actividades.

Assim para o sujeito Diagnostico e Planificação de um Projecto Escolar o


objectivo do Relatorio é de apresentar de forma resumida todos os aspectos
relevantes do diagnostico curricular, realizado na escola do II Ciclo Ensino
Secundário Kapango-Huambo. Visa também dar a conhecer a visão obtida, as
experiências adquiridas e as conclusões a que chegamos em relação as
diferentes dificuldades constatadas durante este diagnóstico.

Plano inicial do Diagnostico

Segundo o que está plasmado no regulamento da planificação do nosso projeto


Escolar, este mesmo teria inicio no mês de Junho e terminaria em Julho de
2013 com o cumprimento das actividades programadas. Em todo o caso, a
calendarização das actividades e a sua metodologia abaixo descrito indica de
forma clara como foram desenvolvidas diferentes actividades durante este
percurso.
CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES REALIZADAS NO PROJETO
REFERENTE AO MÊS DE JUNHO.

Data Actividades Metodologia Local Horas


De 6 a 8 de Observação Contacto com a Escola do II Das 16 as
Junho de nas referidas direcção das ciclo Ensino 19:30m.
2013 escolas e dar escolas, Secundário
aulas elaboração CAPANGO-
conjunta, busca HUAMBO
parcial,
explicativo,
trabalhos em
grupos
De 9 a 14 Revisão para Elaboração da Escola do II Das 16: 30 as
de 06 de a prova, prova, ciclo Ensino 19:30
2013 realização da preparação dos Secundário
prova do enunciados. Na CAPANGO-
professor entrega, fazer HUAMBO
Correcção e perguntas
entrega das antes de
provas, entregar as
provas.
De 15 a 28 Correcção e Correcção dos II II
de o6 de entrega da erros
2013 segunda anteriores, uso
prova, da caderneta
revisão geral para informar
de toda a aos
matéria do encarregados,
trimestre, distribuição da
entrega das agenda de
provas e trabalho com os
reunião com encarregados e
os informar sobre
encarregados o andamento
do processo.
De 29 de Elaboração Observação e Diversificado Indeterminadas
06 a 15 de do Projeto, do entrevista.
07 de 2013, relatório e
envio ao
correio
electrónico do
professor

Descrição das actividades, metodologia seu enquadramento nas


diferentes teorias.

Conforme mostra o cronograma de actividades, logo a chegada, teve-se o acto


de apresentação. De um lado teve o grupo de estagiários dirigidos pela tutora
Dra. Maria das Dores, e do outro, os membros da escola sob presença da
Director da escola. Neste encontro ficou simplesmente delineado o próximo
encontro, na intenção já de se poder distribuir os estagiários nas turmas e
também nas distintas actividades que compõem o processo em que se esteve
envolvido.

No dia 7 do mês de Junho, fez-se então a distribuição e conforme já se referiu


na introdução começou-se por dar aulas. Na continuação foram várias as
actividades realizadas, entres as quais se destacaram as práticas pedagógicas.
Para a realização destas actividades usaram-se determinadas metodologias,
variando em função do tipo e da situação.

Por exemplo, sempre que se teve de ir à uma sala para dar aulas utilizou-se o
plano de aulas com objectivos bem formulados tais como busca parcial,
elaboração conjunta, expositivo, explicativo, conversação heurística, entre
outros. E quando fosse o caso de uma observação Psicopedagogica, na
vertente de avaliar o comportamento destes alunos na realização de diferentes
tarefas tais como grau de interesse pela aprendizagem, metodologia, utilizou-
se a observação com uma escala de graduação. Estes métodos permitiram
então verificar estas dificuldades de aprendizagem numa maneira geral.

Tentativa de Definição do Conceito de Dificuldades de Aprendizagem

O termo dificuldades de aprendizagem, equivalente português de Learning


disabilities, é relativamente recente-1963, o que não significa, obviamente, que
a realidade que se lhe refere não fosse conhecida e não constituísse objecto de
estudo em períodos anteriores (FONSECA, V., 1984,).

Com efeito, o conceito de dificuldades de aprendizagem tem sido objecto


de múltiplas definições, de que cumpre analisar algumas, com a finalidade de
destacar as características mais relevantes do mesmo.

Este termo foi cunhado no decurso de uma reunião realizada em


Chicago, na data supramencionada, que congregou um conjunto de pais de
alunos com as dificuldades de aprendizagem, bem como de profissionais
ligados aos estudos das perturbações de aprendizagem (D. S. M. – III, 1986,).

Tendo em conta o lugar conferido ao estudo das dificuldades de


aprendizagem, e à elucidação do respectivo conceito, justifica-se que
passemos em vista algumas das principais definições do mesmo apresentado
naquele país.

De acordo com a Comissão Nacional Consultiva das Crianças


Deficientes (National Advisory Commitee on Handcapped Children), o conceito
de dificuldades especificas de aprendizagem refere-se a uma «perturbação em
um ou mais processos psicológicos básicos implicados na compreensão ou no
uso da linguagem falada ou escrita, a qual se manifesta na aptidão imperfeita
para escutar, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou para executar cálculos
matemáticos. O termo engloba situações como deficiência perceptiva, lesão
cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia evolutiva. A designação
não inclui crianças que apresentam problemas de aprendizagem que sejam a
consequência de deficiências visuais, auditivas ou motoras, de atraso
intelectual, de perturbação emocional ou de desvantagem ambiental, cultural
ou económica.»

Esta definição configura determinadas características, de que se


destacam:

 A presença de uma perturbação em «processos psicológicos básicos»,


que estão ligadas a aptidões pré-requeridas para determinadas
aprendizagens [leitura, escrita, cálculos, para mencionar os tradicionais
3R´s-Reading (leitura), wRiting (escrita), Reckoning (calculo)];
 A existência de dificuldades de aprendizagem em sectores específicos
como os citados no ponto anterior;
 A não atribuição a factores, como deficiência sensorial ou motor, atraso
intelectual ou perturbação emocional, das causas desencadeadoras das
dificuldades de aprendizagem.

Sem deixar de constituir uma tentativa para delimitar o conceito de


dificuldades de aprendizagem, a definição supramencionada originou algumas
objeções, nomeadamente (Adelman & Taylor, 1986, p.9) por constituir uma
assimilação dos «processos psicológicos básicos» aos «processos
metalinguisticos» e a programas de treino de aptidões perceptivo-motoras e
pelo carácter discutível das condições de «inclusão» e de «exclusão»
enunciadas.

A relativa fragilidade conceptual da definição apresentada provocou,


naturalmente, a formulação de outras definições nomeadamente a do National
Joint Commitee for Learning Disabilities, (KIRB, S. A., & CHALFANT, J. C.,
1984,) que é do seguinte teor:
«Termo genérico [dificuldades de aprendizagem] que se refere a um
grupo heterogéneo de perturbações que se manifestam por significativas
dificuldades na aprendizagem e no uso de aptidões de escuta, de expressão
oral, de leitura, de escrita, de raciocínio, ou matemática. Estas perturbações
são intrínsecas ao indivíduo, supondo-se que sejam devidas às disfunções do
sistema nervoso central. Mesmo que uma dificuldade de aprendizagem possa
verificar-se concomitantemente com outras condições de deficiência (por
exemplo, diminuição sensorial, atraso mental, distúrbio social e emocional) ou
como influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, ensino
inadequado, factores psicológicos) não é o resultado directo dessas condições
ou influências.»

Esta definição contém um conjunto de características que a diferenciam


da anterior, designadamente:

 O carácter genético do termo dificuldades de aprendizagem, que


permitem englobar perturbações específicas e de natureza diferente;
 A acentuação da natureza intrinsecamente individual das dificuldades de
aprendizagem, remetendo mais para factores internos do que externos;
 Em consonância com a característica anterior, a suposição de que é
uma disfunção do sistema nervoso central que está na origem das
dificuldades de aprendizagem (WIEDERHOLT, J. L.1974,).

Comparando as duas definições apresentadas, verifica-se que é


possível estabelecer entre as mesmas alguns aspectos comuns e indicar a
presença de alguns pontos de diferenciação.

Quantos aos aspectos comuns são de destacar os seguintes:

 A presença de dificuldades na utilização de aptidões de expressão oral,


de leitura, de escrita e de matemática;

A exclusão da influência directa de deficiências sensoriais, motoras,


intelectuais ou de perturbação emocional no desencadeamento das
dificuldades de aprendizagem (WIEDERHOLT, J. L.1974,).

Como pontos de diferenciação, salientam-se os a seguir indicados:


 A acentuação da perturbação nos processos psicológicos básicos
implicados na compreensão e no uso de diversas aptidões, segundo a
definição do N.A.C.H.C., contraposta à incidência num «grupo
heterogéneo de perturbação», que não decorrem de processos
psicológicos básicos, na formulação apresentada pelo N.J.C.L.D.
 A utilização de um critério de inclusão excessivamente amplo (situação
de deficiência perceptiva, lesão cerebral, etc.) na concepção do
N.A.C.H.C., em contraste com um critério mais limitado (disfunção do
sistema nervoso central) no que concerne à segunda definição
apresentada (WIEDERHOLT, J. L.1974,).

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA


EDUCACIONAL

Nesta visão o termo reflecte uma incapacidade ou impedimento para


aprendizagem da leitura, da escrita ou do calculo matemático ou ainda
apara aquisição de aptidões sociais, (Correia 2000).

Isto quer dizer que os alunos com DA podem apresentar problemas na


resolução de algumas tarefas escolares e serem brilhantes na resolução de
outras. Quer ainda dizer que, em termos de inteligência estes alunos estão
na média ou acima da média.

Este termo aparece-nos em 1962 com o propósito de situar esta


problemática num contexto educacional, tentando, assim, retira-lhe o
estigma clínico que o caracterizava, (Correia 2000).

Segundo Correria (2000), a primeira definição de D.A, surge com Kirk


(1962), em que era bem evidente a ênfase dada à componente educacional
e o distanciamento em termos biológico, de outras problemáticas, tal como
deficiência mental, privação sensorial, privação cultura, entre outras.

O QUE DETERMINARÁ O SUCESSO ESCOLAR DE UM ALUNO COM


D.A?
Quanto a nós, embora possamos considerar um conjunto de factores, como
são a motivação e a auto-estima do aluno e o envolvimento dos pais, entre
outros, será a qualidade do ensino ministrado que fará a diferença. A
paciência, o apoio e o encorajamento prestado pelo professor serão com
certeza os impulsionadores do sucesso escolar do aluno, abrindo-lhe novas
perspectivas para o futuro. (Correia 2000).

De facto poderíamos buscar vários determinantes que justificassem as


dificuldades de aprendizagem na escola em referência, nada teríamos de
diferente em relação ao proposto por estes autores. Embora assim se
concebe, o certo é que existe de facto alunos com tais dificuldades. E estas
se alastram alarmantemente devido o grande desconhecimento por parte do
professor, pois que a atenção é generalizada.

MÉTODOS UTILIZADO.

Para este Progecto utilizou-se dois métodos: observação e entrevista.

Observação – este método foi utilizada com a intenção de observar o quanto


os alunos da turma 12.3 desta referida escola passavam por enumeras
dificuldades quando tivessem diante da resolução de determinados problemas
dentro do processo. Foi por intermédio deste método que se conseguiu verificar
a ausência do pensamento lógico, sobretudo na época das avaliações. No
entanto, utilizou-se a observação simples em alguns alunos mesmo no resto
das actividades que realizavam a todo recinto escolar.

Entrevista – este método que se consagra numa conversação sistemática foi


utilizado com o objectivo de perceber-se o porque de tantas negativas e
dificuldades por parte dos alunos. Esta entrevista foi uma entrevista
estruturada, pois que a necessidade era tremenda e que tanto os professores
como os próprios alunos teriam argumentos para justificar estas dificuldades.
Logo foi aplicada tanto aos membros da escola (professores) como aos
próprios alunos.
E durante a realização das actividades principalmente na administração
das aulas utilizou-se também os seguintes métodos:

Busca parcial, elaboração conjunta, explicativo, expositivo, conversação


heurística, trabalhos conjuntos, trabalhos individuais, tarefas e trabalhos de
casa entre outros os quais permitiram ter os êxitos e atingir os objectivos
preconizados.

RESULTADOS OBTIDOS COM A UTILIZAÇÃO DOS MÉTODOS PRÁTICOS

Já nos referimos que para este trabalho utilizou-se os métodos práticos tais
como a observação e a entrevista.

Entrevista aplicada aos professores e alunos.

1 – Professores, boa tarde, sabes que dentro do processo de ensino e


aprendizagem há alunos com D.A?

2- E nas turmas por onde o professor lecciona tem estes alunos?

3 – Quais são sinais visíveis que geralmente estes alunos apresentam?

Em relação a primeira pergunta dos 12 professores coordenadores de turmas


todos responderam que sim.

Quanto a segunda pergunta, ainda 2 professores que leccionam a disciplina de


psicologia disseram que há mas que o número não passava dos 10 alunos,

Em relação a última pergunta, a resposta para todos os 12 professores é que


os nossos alunos são já adultos, então geralmente eles preocupam-se mais
com outras coisas, não dando valor naquilo que se ensina. Os sinais
geralmente são: distracção, perguntas constantes, problemas de comunicação,
de escrita e como ultimo, pouco rendimento escolar.

Em busca de razões ainda aplicamos outra entrevista a 3 alunos.

1 – Boa tarde, como vai o seu ano académico?


2 – Tem sempre assistido as aulas?

3 – Em que disciplina tens mais problemas?

Quanto a primeira pergunta, dos três somente 1 respondeu que ia bem, apesar
de ter muitas negativas.

Em relação a segunda pergunta, os 3 responderam sim, porem, nada fica na


cabeça.

E para a última questão, apontam a própria psicologia, a matemática, física,


química.

De facto, os resultados mostram que há muitas dificuldades por parte desta


comunidade se tivermos em conta os resultados desta pesquisa. Tanto da
parte da escola (professores) como dos próprios alunos encontramos algumas
falhas, proporcionadas por factores diferentes. No entanto, podemos assim
concordar com Correia (2000), quando dizem que os professores nem sempre
estão atentos a estas manifestações que os alunos apresentam sobre a
problemática escolar. Pois que ao se referirem aos factores que causam a
omissão da detecção das DA, ressaltam muitas vezes que é devido a falta de
motivação e a auto-estima do aluno e o envolvimento dos pais, a pouca
paciência, o pouco apoio e a falta de encorajamento prestado pelo professor
serão com certeza os impulsionadores do insucesso escolar do aluno.
Conclusões

1. A revisão de diferentes bibliografias permitiu-nos ter uma visão geral de


quais tem sido as situações que geralmente condicionam e justificam o
tratamento das dificuldades de aprendizagem nos alunos
2. O diagnóstico da realidade actual da escola permitiu-nos chegar a
conclusão de que realmente na escola do II Ciclo Ensino Secundário há
alunos com D.A sobretudo na turma 12.3.
3. A análise da situação actual das dificuldades de aprendizagem nestes
alunos permitiu concluir que deve-se há vários factores. Algumas ligadas
aos próprios professores, outros do processo em si e com maior
relevância os ligados ao estado psicomotor dos próprios alunos.
RECOMENDAÇÕES.

1. A direcção pedagógica da escola no sentido de auxiliar os professores,


sobretudo de psicologia, mostrando-lhes as consequências que podem
advir da não identificação de alunos com dificuldades de aprendizagem.
2. Aos professores de psicologia desta instituição que despertem, motivem
um pouco mais os alunos, que procurem formas de atrair o interesse,
pois que o estado actual destes alunos em relação as dificuldades é
bastante elevado.
3. Que os elementos que interferem no interesse, as situações congénitas,
sociais se tenham em consideração como elementos que podem ou não
favorecerem a aprendizagem, por isso devem ser reduzidos ao máximo
possível. Para tal este trabalho tem subsídio suficiente para as próximas
investigações, principalmente no que se refere a dificuldades de
aprendizagem nos alunos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ADELMAN, H.S., & TAYLOR, L. (1986). An Introduction to Learning


Disabilities, Glenview/Illinois, Scott, Foresman & Company.
2. CORREIA, Fernando Jorge Alves. (2000). A Integração de Crianças
Portadoras de Deficiência Visual nas Escolas. S.Paulo. cutrix.
3. D. S. M. – III, (1986). Manual de diagnóstico e estática dos distúrbios
mentais, edição em língua portuguesa, Lisboa, Editora Portuguesa de
Livros Técnicos e Científicos
4. FONSECA, V. (1984). Uma Introdução às Dificuldades de
Aprendizagem, Lisboa, editorial Noticias.
5. HAYDT, R. C. Cazaux, (2003). Curso de didáctica geral, 7ª ed. abdr, S.
Paulo.
6. INID, (2005). Programa do Sistema de Avaliação.
7. KIRB, S. A., & CHALFANT, J. C.(1984) Academic and Development
Learning Disabilities, Denver-London, Love Publishing Company.
8. MARCONI, Maria de Andrade, LAKATOS, Eva Maria, (2009).
Metodologia do trabalho científico. 7ª Edição, S.Paulo, atlas editora
9. SILVA, A. L. (2002). «Cognição, Metacognição e Motivação na
Aprendizagem – Relato de uma Experiência Clínica», Conferencia
apresentada nas 1ªs Jornadas de Estudo da sociedade Portuguesa de
Psicologia – Psicologia, Portugal e a Europa, Coimbra (Policº).
10. WIEDERHOLT, J. L. (1974). « Historical Perspectives in the Education of
Children with Learning Disabilities», in L. Mann & D. Sabatino (Eds.),
The Second Review of Special Education, Philadelphia, Journal of
Special Education Press.

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