Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SENADOR GUIOMARD - AC
2019
MADALENA ANJELOS DA SILVA PAIVA
SENADOR GUIOMARD - AC
2019
MADALENA ANJELOS DA SILVA PAIVA
Banca Examinadora
________________________________________________
________________________________________________
RESUMO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 06
2 A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO 07
2.1 CONCEITOS E IDEIAS 07
2.2 ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL 08
2.3 O PAPEL SOCIAL DO LETRAMENTO 10
2.3.1 A dimensão individual do letramento 10
2.3.2 A dimensão social do letramento 11
2.4 O PAPEL DO PROFESSOR COMO FORMADOR DE 16
ALFABETIZADOS LETRADOS
2.4.1 Métodos de alfabetização mais utilizados 17
2.4.2 A importância do ambiente letrado 18
2.4.3 O professor como incentivador da leitura literária 20
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24
6
1 INTRODUÇÃO
2 A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO
Nesse mesmo sentido, Soares (2004a, p. 17) diz que subjacente a esse
conceito liberal, funcional do letramento, está a crença de que consequências
extremamente positivas resultam, precisamente, dele. No entanto, para o
funcionamento e a participação cabível à sociedade, resultando num sucesso
pessoal, a partir do uso das habilidades de leitura e escrita, o letramento é
acatado como o principal responsável em conduzir grandes resultados, como o
desenvolvimento cognitivo e econômico, mobilidade social, progresso
profissional, cidadania.
Nessa perspectiva, a dimensão social envolve necessariamente a
dimensão individual. Uma dimensão individual que é em sua essência social,
considerando que todo processo de letramento, escolar ou não, se dá numa
relação entre sujeitos “aprendentes” e “ensinantes” (FERNANDEZ, 2001).
Totalmente oposta à dimensão individual do letramento, aqueles que
defendem sua dimensão social, argumentam que o letramento não é somente
um aglomerado/conjunto de habilidades individuais; é o conjunto de diversas
práticas sociais relacionadas tanto à leitura quanto à escrita, onde os indivíduos
se envolvem em seu contexto social. Além disso, assim como existem duas
dimensões subjacentes à individual, na dimensão social existem interpretações
conflitantes acerca da natureza social do letramento, que são elas: a
progressista, “liberal” e outra radical, considerada "revolucionária”.
De acordo com a concepção progressista, “liberal” das relações entre
letramento e a sociedade, o letramento é entendido apenas como
uma ferramenta de aquisição das habilidades básicas necessárias, para que ele
se adapte adequadamente em sua cultura, ou seja, é definido em termos de
habilidades indispensáveis para que o indivíduo “funcione” adequadamente em
um contexto social. É justamente daí que surgiu o termo letramento funcional ou
alfabetização funcional, disseminado após a publicação de um estudo
internacional acerca da leitura e da escrita por Grey, em 1956, para a UNESCO.
Grey (1956) enfatiza a natureza prática e objetiva do letramento quando
passa a adotar o conceito de letramento funcional que, como afirma, surgira a
partir de pesquisas e experiências acerca da leitura desenvolvidas nas duas ou
três décadas anteriores. Ela também define o letramento funcional como sendo
a junção dos conhecimentos com as habilidades de ler e escrever, fazendo com
13
(1990, p. 1-8), citado por Soares (2004ª, p. 74), definem o letramento como “o
uso de informação impressa e manuscrita para funcionar na sociedade, para
atingir seus próprios objetivos e desenvolver seus conhecimentos e
potencialidades”. Isso por que acreditam no poder do letramento para conduzir
ao progresso social e individual.
Em sentido adverso ao letramento cuja interpretação é liberal, em sua
proposta de letramento como interpretação radical, “revolucionária”, vem afirmar
que o letramento não pode ser considerado um “instrumento” imparcial,
indiferente, a ser utilizado nas práticas sociais somente quando for preciso, mas
é fundamentalmente um conjunto de práticas construídas no meio social que
englobam tanto a leitura quanto a escrita. Onde são criadas por processos
sociais muito mais abrangentes, sendo o grande responsável questionar valores,
tradições e formas de distribuição de poder presentes nos contextos sociais, ou
seja, o indivíduo é considerado letrado quando é capaz de entender, criticar,
indagar seu próprio meio.
De tal modo, os partidários que defendem essa versão “revolucionária”
das relações entre o letramento e a sociedade, alegam que os
resultados/consequências do letramento são considerados como algo desejável
e de caráter totalmente benéfico apenas por aqueles que aceitam como justa e
igualitária a natureza e estrutura do contexto social específico no qual ele ocorre.
Quando isso não ocorre, isto é, tanto a natureza quanto a estrutura das práticas
sociais são indagadas, o letramento é tido como uma ferramenta ideológica,
utilizada com o fito de conservar as práticas e relações sociais correntes,
tornando as pessoas acomodadas às condições vigentes. Paulo Freire é
considerado um dos educadores pioneiros a relevar esse poder “revolucionário”
do letramento ao afirmar que:
preconceito, e por consequência, é deixado para traz por aqueles que são
considerados alfabetizados, letrados. Contudo, assim como já foi evidenciado, a
necessidade de uma sociedade não só alfabetizada, mas também letrada é de
extrema importância, por isso, não se pode falar em literatura, leitura literária
sem se falar em letramento.
O fato de uma pessoa ser letrada que a torna capaz de ser crítica. E
assim como é ensinado todos os dias nas carteiras das universidades, é preciso
que se formem cidadãos críticos, para que, futuramente, não tenhamos
indivíduos com extremas dificuldades em qualquer situação que exija um pouco
mais de raciocínio. Nesse sentido, o professor, ao incentivar o aluno a ler,
propiciando momentos que não sejam tão mecânicos, vexatórios ou forçados,
torna o processo de leitura algo mais interessante e prazeroso. Desse modo,
fazer a leitura literária também se torna uma tarefa mais fácil, e isso é de
fundamental importância para o enriquecimento tanto do vocabulário quanto da
própria leitura em si, da habilidade de ler. Assim, sendo a escola o local formador
de leitores, proporcionar um ambiente já letrado, com inúmeras possibilidades
de o aluno, mesmo ainda não sabendo ler, já ir se acostumando e familiarizando
com o mundo das letras contribui de forma significativa na hora de ser exercitada
a prática de ler propriamente dita.
A partir do momento em que o professor se torna o mediador do
conhecimento, deixando de ser o total possuinte do conhecimento, os papeis se
invertem e o aluno passa a se sentir mais confiante e seguro de si e do que é
capaz. Ora, se o professor não adquire uma postura de auxiliador no processo
de construção do conhecimento, os alunos, na maioria dos casos, não
conseguirão encontrar uma forma de resolver problemas por si próprios, o que
não resultará em cidadãos críticos e atuantes para essa nova sociedade que
está se tornando cada vez mais exigente. Partindo de tais preceitos é que entra
o trabalho do professor, já que todos, do padre ao juiz, passam pela educação
básica, e é na mesma que se obtém tal atribuição, a de ser letrado. Sendo este
o papel do professor, o de educar e desenvolver habilidades para a “criação” do
cidadão completo, a necessidade de se criar situações que provoquem nos
alunos sua curiosidade, os instiguem e os façam crescer é imprescindível.
23
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1976.