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QUESTÕES E DILEMAS

BRE TRANSGENERIDADE Daniella Vieira Magnus


Doutoranda em Educação PPGEdu UFRGS

INFANTIL
TRANSGENERIDADE
Termo que possibilita outros enquadramentos, que aglutina as diversas identidades
de gênero-divergentes.
SINAIS DE TRANSGENERIDADE NA
INFÂNCIA
* Insatisfação com o corpo, por não se reconhecer nele.
* Discrepância entre o seu comportamento e o que o seu corpo indica.
* Não compreender o que ocorre consigo, passando por angústias durante todo o processo.

De acordo com Olsen (2022), em pesquisa


publicada na Revista American Academy of
Pediatrics e que examinou a identidade de gênero
de 317 jovens, mostrou que 94% destes sujeitos,
após cinco anos da transição, continuam se
identificando como pessoas trans.
“Havia um abismo entre como me viam e como eu me sentia [...] tentava rivalizar e
competir com os garotos. Era ignorado. Tremia e me apaixonava pelas meninas, mas era
impedido de me declarar. Meus sonhos era ser um super-herói, mais tarde casar com
uma princesa e ser pai. Era incompreendido. Passei então a esconder meus sentimentos e
minhas aspirações. Fazia ginástica para me tornar forte” (NERY, 2011 p.34).
DEVE-SE COMBATER ALGUNS
MARCADORES UTILIZADOS NO
“DIAGNÓSTICO” DA TRANSEXUALIDADE
* Quando meninos gostam de brincar com bonecas;
As crianças também rompem com os
* Que resistem ao uso de roupas tipicamente masculinas; scripts de gênero instituídos, e isso por
si só não define uma criança
* Que têm preferência de sentar ao urinar. transgênera.

A PATOLOGIZAÇÃO DO GÊNERO
DERIVA DA IDEIA DE QUE O
NORMAL É SER CISGÊNERO.
O ATENDIMENTO DE CRIANÇAS TRANS
NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

São apenas seis estabelecimentos em todo o país (Porto Alegre/RS, Recife/PE, Rio
de Janeiro/RJ, Salvador/BA, São Paulo/SP e Uberlândia/MG) que oferecem
bloqueio puberal.

Há o controle familiar sobre as crianças e há o controle de


médicos e psicólogos sobre as possibilidades para a
transição de gênero a partir de categorias diagnósticas e
práticas terapêuticas específicas agindo sobre a família e a
criança.
E A ESCOLA? COMO LIDAR COM A
TRANSGENERIDADE?
* Ter consciência de que a criança transgênera não conseguirá passar pela transição de
gênero sozinha. É necessário apoiá-la!
* Respeitar seu nome social e as maneiras de se expressar.
* Debater e problematizar sobre os temas que trazem para a escola.
* Promover reflexões sobre as desigualdades e preconceitos, “mostrando o quando em
muitas sociedades as diferenças acabam se transformando em desigualdade”

A vivência de crianças transgêneras no sistema educacional brasileiro é apresentada em


obra organizada por Nunes (2021), cujo material empírico de análise contou com dados e
depoimentos de 120 famílias de crianças e adolescentes trans, que retratam diferentes
realidades que evidenciam a dificuldade de aceitação, o preconceito na escola e o
isolamento social, entre outros.
REFERÊNCIAS

NERY, João. Viagem solitária: memórias de um transexual 30 anos depois. São


Paulo: Leya, 2011.
NUNES, Tamirys (org.). Ensaio sobre vivências reais de crianças e adolescentes
transgêneres dentro do sistema educacional brasileiro. Curitiba: IBDSEX, 2021.
OLSON, Kristina R.; Durwood, Lily; Horton, Rachel ; Gallagher, Natalie M.; Devor,
Aaron. Gender Identity 5 Years After Social Transition. American Academy of
Pediatrics, 2022.

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