Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

FUNDAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO SUPERIOR


A DISTÂNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PRÓ – REITORIA DE EXTENSÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA

Amanda Poeys Borges Morais


Jessica Moraes Felix da Silva
Juliana Ronchini Lago
Letícia Moreira Jacopinelli

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS


ADAPTADOS E RECURSOS DIDÁTICOS
TECNOLÓGICOS PARA ESTUDANTES COM
DEFICIÊNCIA VISUAL

NOVA IGUAÇU / SEROPÉDICA


2024
1 Tema/Temática do trabalho:
A dificuldade enfrentada pelos professores do ensino regular no
atendimento efetivo aos alunos com as mais diversas deficiências é um dos
grandes desafios do cenário atual da educação. Ainda que as últimas décadas
tenham sido de evolução na inclusão do aluno com eficiência, a falha na
formação docente se mantém. Diante dessa problemática, o presente trabalho
aborda a importância dos recursos didáticos adaptados usados por alunos dos
anos iniciais do Ensino fundamental que apresentam deficiência visual, e como
professores de sala de aula regular podem aplicá-los de maneira eficaz. Tem-se
por fim ainda o aprimoramento da aplicação de tais recursos didáticos adaptados
de modo que que possam impactar a melhoria do processo ensino-
aprendizagem desses alunos com deficiência visual. O trabalho será
desenvolvido a partir de revisão bibliográfica com foco na identificação de
práticas bem-sucedidas, além da reformulação daquelas que não apresentaram
sucesso, a fim de reuni-las em uma proposta que seja disponibilizada para
professores de sala de aula regular.

2 Justificativa
O presente trabalho, cujo tema é “A importância da utilização de materiais
adaptados e Recursos Didáticos tecnológicos para estudantes com Deficiência
Visual”, tem como foco principal apresentar recursos básicos e essenciais que
possibilitem práticas pedagógicas inclusivas e adequadas destinadas ao ensino
dos conteúdos curriculares do Ensino Fundamental Anos Iniciais, dando ênfase
à alfabetização e ao letramento, em português, para alunos com deficiência
visual incluídos nas escolas regulares. A adaptação dos recursos didáticos deve
ser feita com o cuidado e a sensibilidade necessários para que o aluno, ao
manusear essas ferramentas, sinta-se de fato inserido dentro do contexto
escolar do qual ele faz parte.
A escolha deste tema se deu a partir de uma observação mais detalhada
das dificuldades que os alunos com deficiência visual encontram em seu dia a
dia nas escolas regulares, tendo em vista a falta de prática pedagógica inclusiva
por parte dos docentes, que muitas vezes não têm a qualificação necessária
para proporcionar a real inclusão desses alunos. A presente pesquisa pretende
analisar a utilização satisfatória de recursos didáticos adaptados no processo de
ensino-aprendizagem, buscando ainda propor possíveis ajustes em práticas que
não obtiveram sucesso, a fim de preparar um material que possa ser consultado
por professores que atendem alunos com deficiência visual.

2.1 Objetivos Gerais


Reunir um compilado de materiais adaptados bem-sucedidos - junto com
a reformulação eficaz de materiais existentes, porém mal elaborados - sobre a
temática da tecnologia assistiva (TA) para o ensino-aprendizagem do estudante
com deficiência visual com intuito de elaborar um material de apoio para
professores de sala de aula regular.

2.2 Objetivos Específicos


• Verificar de que forma os materiais adaptados e da TA contribuem para um
letramento e alfabetização efetivo dos alunos com deficiência visual;
• Analisar os diferentes benefícios dos materiais adaptados e da TA;
• Apontar os efeitos positivos dos recursos utilizados;
• Apontar os efeitos negativos quanto ao uso errôneo e mal elaborado de
materiais adaptados e da TA;
• Verificar a melhora na qualidade do ensino mediante o uso dos materiais
adaptados e da TA;
• Colaborar, a partir da elaboração de um material de apoio feito de um
compilado de materiais adaptados e da TA, com a prática docente em sala de
aula;
• Analisar a aplicação e a adequação dos docentes quanto ao uso dos materiais
adaptados e da TA em sala de aula regular nas turmas do Ensino Fundamental
Anos Iniciais.

3 Revisão de Literatura
A Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, busca garantir e fomentar, em
igualdade de circunstâncias, a vivência dos direitos e das liberdades essenciais
por indivíduos com deficiência, com o intuito de promover sua integração na
sociedade e plena cidadania. Conhecida como “Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência”, o Estatuto foi resultado de muita luta e mobilização das
pessoas com deficiência, além de seus familiares, militantes da causa e
entidades ligadas à promoção dos direitos humanos.

Dessa forma, é importante ressaltar que, de acordo com a Lei em questão,

é considerada pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de


longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual,
em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas (Brasil, 2015).

Além do mais, de acordo com o Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de


2004, são consideradas pessoas portadoras de deficiência - além daquelas
previstas na Lei no 10.690/2003 -, as que possuem limitação ou incapacidade
para o desempenho de atividade. Assim, enquadram-se como pessoas com
deficiências aquelas que têm deficiência física, deficiência auditiva, deficiência
visual, deficiência mental e deficiência múltipla.

Desta forma, a deficiência visual – foco deste trabalho –, de acordo com


o site da Secretaria do Desenvolvimento Social e Família do Estado do Paraná,
“é a perda ou redução da capacidade visual em ambos os olhos em caráter
definitivo, que não pode ser melhorada ou corrigida com o uso de lentes,
tratamento clínico ou cirúrgico” (PARANÁ, [s.d.]). Destarte, há critérios rígidos
para definir uma deficiência visual - de acordo com diferentes graus -, que pode
ser classificada como: baixa visão, condição de proximidade com a cegueira e
cegueira total.

A partir disso, é crucial ressaltar que, de acordo com Vygotsky (2003, p.


58), a inclusão escolar deve acontecer de maneira responsável com as devidas
adaptações curriculares, atendendo às especificidades de cada aluno. Ele
também ressalta a importância do benefício da escola regular para o aluno com
deficiência visual, não descartando a importância da escola especial, mas
afirmando que esta deve funcionar subordinada ao aspecto social, utilizando-o
como parte integrante de seu trabalho. Com isso, ele afirma que a escola
especial deve trabalhar em conjunto com a escola regular, de forma a auxiliar os
professores em seu trabalho pedagógico. Essa visão nos leva a contextualizar o
teórico com a ideia principal abordada neste trabalho, de que é preciso fomentar
estratégias inclusivas – como materiais adaptados e a Tecnologia Assistiva (TA)
– ao ensino-aprendizagem dos alunos com deficiência visual, visando contribuir
com a sua aprendizagem, principalmente no que diz respeito à alfabetização e
ao letramento em sala de aula.

4 Procedimentos para o Desenvolvimento da Pesquisa


A partir de uma abordagem de cunho bibliográfico, por se tratar de um
trabalho teórico qualitativo, o presente estudo busca investigar o impacto dos
materiais adaptados e da Tecnologia Assistiva (TA) no processo de alfabetização
e letramento de alunos com deficiência visual em sala de aula regular dos anos
iniciais do Ensino Fundamental. Desse modo, a partir do levantamento de
literatura com o objetivo de encontrar exemplos positivos e revisar estratégias
mal-sucedidas, o objetivo do trabalho é consolidar uma proposta que será
compartilhada com professores de salas de aula convencionais. Para isso, o uso
de referenciais teóricos - como artigos, leis, monografias e livros - tornam-se
imprescindíveis para aprofundamento e desenvolvimento deste trabalho que,
com os materiais coletados, será possível analisar os diversos benefícios desses
recursos, destacando tanto os efeitos positivos decorrentes da aplicação bem-
sucedida em sala de aula, quanto os efeitos negativos decorrentes do uso
inadequado em sala de aula por conta da desqualificação profissional. Além
disso, será avaliada a influência desses materiais na qualidade do ensino,
visando fornecer subsídios para aprimorar a prática docente em sala de aula,
contribuindo assim para uma compreensão mais ampla da eficácia dessas
ferramentas no contexto educacional.

5 Referências

BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão


da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível
em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>.
Acesso em 22 mar. 2024.
___________. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. – Regulamenta as
Leis nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às
pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras
providências. Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2004/decreto/d5296.htm>. Acesso em 22 mar. 2024.
GOVERNO do Estado do Paraná. Deficiência Visual. Secretaria Do
Desenvolvimento Social E Família, [s.d.]. Disponível em:
<https://www.desenvolvimentosocial.pr.gov.br/Pagina/Deficiencia-Visual>.
Acesso em 22 mar. 2024.
VIGOTSKI, Lev Semionovitch. Psicologia Pedagógica. Porto Alegre: Artmed,
2003.

Você também pode gostar