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O USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS, VISANDO POTENCIALIZAR A

APRENDIZAGEM DE ALUNOS DEFICIÊNTES VISUAIS


THE USE OF ASSISTIVE TECHNOLOGIES, AIMING AT POTENTIALIZING THE
LEARNING OF VISUAL DISABLED STUDENTS

Mateus Eduardo Carneiro Alves


Professor do AEE (Atendimento Educacional Especializado) na área da deficiência
visual
Mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Columbia Del Paraguay
mateuseduardoalves5@gmail.com

2021
Resumo

O presente trabalho tem como objeto “O Uso de Tecnologias Assistivas, Visando


Potencializar a Aprendizagem de Alunos Deficiêntes Visuais”, como recursos de
acessibilidade facilitador da aprendizagem do aluno. O objetivo é propor a
aprendizagem do aluno, utilizado as adaptações pedagógicas junto com a tecnologia
para uma maior aquisição de conhecimento. A educação é uma prioridade para todos,
não pode existir classificações, muito menos seleção para a inserção e/ou ingresso da
criança na rede de ensino uma vez que, esta é direito de todos, assegurado por lei
matrícula nas instituições escolares, vedando qualquer forma de descriminação contra
quaisquer gêneros sociais. A problemática que sustentou a escolha do sujeito em
estudo, surgiu da importância de conhecer, não só o conceito, mas a aplicabilidade e a
inserção das tecnologias assistivas em sua pratica pedagógica de forma a possibilitar a
aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais. O desafio
especifico está em encontrar o melhor caminho pelo quais os alunos possam progredir.
Eles poderão ser auxiliados a realizar muito mais se, de inicio, forem identificados e
utilizados suas potencias e progessos.

Palavras-chave: Deficiente visual, Tecnologia assistiva, aprendizagem.


Abstract

The present work has as object "the use of assistive technologies, aiming to potentialize
the learning of visual disabled students", as accessibility resources that facilitate student
learning. The objective is to list the student's learning, using the pedagogical
adaptations together with the technology for a greater acquisition of knowledge.
Education is a priority for everyone, there can be no classifications, much less selection
for the insertion and / or entry of the child in the education network, since this is the right
of all, ensured by law enrollment in school institutions, prohibiting any form
discrimination against any social gender. The problem that sustained the choice of the
subject under study, arose from the importance of knowing, not only the concept, but the
applicability and insertion of assistive technologies in their pedagogical practice in order
to enable the learning of students with special educational needs. The specific challenge
is to find the best path for students to progress. They can be helped to accomplish much
more if, in the beginning, their strengths and progress are identified and used.

Keywords: Visually impaired, Assistive technology, learning.


INTRODUÇÃO

A evolução tecnológica caminha na direção de tornar a vida do homem mais fácil,


sendo assim utilizaremos como instrumento de suporte a aprendizagem do mesmo na
iniciação da sua vida escola e da escrita em braile. Nesse contexto o artigo tem como
objeto de estudo o uso da tecnologia assistiva para potencializar o aprendizado do
aluno com deficiência visual, por entender que a educação é fundamental na vida dos
alunos e os ajuda a construir um mundo mais significativo. A escolarização dos alunos
com deficiência é de fundamental importância para mostrar que a educação é direito de
todos e ajudá-los em seu desenvolvimento, isso garantido em 1988 pela Constituição
Federal quando promulga em seu Art 205 ao apontar que “a educação, direito de todos
e dever do Estado e das famílias, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho”(BRASIL, 1988), esse direito não faz
distinção entre os sujeitos.
A Carta Magna garante aos alunos que apresentam alguma necessidade especial,
frequentarem o ensino regular a escola e a sala de recurso onde deve realizar
atividades diferenciadas para incluí-los nas salas regulares, para tanto a escola precisa
identificar as diferenças, preconceitos e promover a socialização com os demais alunos
no meio educacional, analisando desafios encontrados no âmbito educacional, a
partindo desse levantamento elaborar projetos que os incluam, nesse sentido quebraria
o paradigma de focar nos alunos, mas voltaria também no educador analisando sua
formação e preparo para estar atuando na educação inclusiva.
Para tanto esse estudo traz ao debate a ideia de que as tecnologias de informações e
comunicação estão transformando a vida da sociedade, interferindo dentro e fora da
escola, estando cada vez mais presente no dia a dia, é ilusório não imaginá-la dentro
da sala de aula. Sendo assim porque não utilizar em prol da aprendizagem do
educando.
Também as necessidades educativas especiais estão cada vez mais presentes nas
salas de aulas, torna- se um fator relevante procurar auxilio para possibilitar a inclusão
destes alunos não só na escola, mas também na sociedade, justificando o que se
propôs debater nesse artigo, por enteder que as tecnologia assistiva vem se
apresentando como promotora desta possibilidade de inclusão, bem como facilitadora
da aprendizagem do aluno deficiente visual, sendo-lhe garantido seu direito a educação
e valorização dentro do ambiente escolar, proposta que encontra respaldo na fala de
Sanches (1991, p.121), afirma que “[...] para a maioria das pessoas as tecnologia torna
a vida mais fácil, para uma pessoa com deficiência, a tecnologia torna as coisas
possíveis.” É possível compreender quão importante torna o conhecimento destas
tecnologias, bem como a adequação das mesmas em busca de uma pratica
pedagógica que desenvolva as habilidades dos alunos com necessidades educativas
especiais e possibilitando-os maior independência na aprendizagem e na sociedade
Importante ressaltar que as tecnologias têm se mostrado um recurso de auxilio
poderoso, atingindo um público cada vez mais diferente e numeroso, proporcionando-
lhes maior autonomia. Sendo assim o educador é o principal agente que possibilitara
que o aluno possa adquirir essas novas tecnologias e o professor deve estar preparado
e qualificado para assim mostra de forma mais fácil e acessível aos alunos.
Quanto à Metodologia empregada, registra-se que, o método utilizado foi de modo
descritivo, ofertado em Vieira ao definir que esse modelo “expõe as características de
determinada população ou de determinado fenômeno, mas não tem o compromisso de
explicar os fenômenos que descreve”(2002, p.5) o que vai ao encontro dessa produção,
pois descreve as adaptações pedagógicas/ tecnologia do produto e explicativo em
relação as aplicações na prática e a sua contribuição é bastante significativa, visando,
as possibilidades que estas podem oferecer aos aluno deficiente.

Deficiência visual

A visão humana tem como função básica captar tudo que está a volta, é como se fosse
uma câmera filmadora capturando e emitindo para o cérebro todas as informações
pertinentes, o olho o órgão é responsável por essa capacitação e qualquer alteração
neste órgão compromete o ato de enxergar, descrição evidenciada nas figura 01.
Figura 01: Olho Humano
Fonte: http://www.neovisao.com/saude-ocular/o-olho-humano/

Quando esse órgão apresenta comprometimento em seu funcionamento, o sujeito fica


com sua visão deficitária de forma parcial, ou total, mas para compreender o modo de
como as pessoas com deficiência visual visualizam o mundo, primeiramente faz se
necessário compreender mos o conceito de deficiência visual, que são classificadas em
dois grupos: pessoas com baixa visão e subnormal, e de pessoas cegas.
A cegueira é entendida como a perda total da visão, até a ausência da percepção da
luz. “Ela pode ocorrer desde o nascimento e, nesse caso, se classifica como congênita
e ainda pode ser adquirida ao longo da vida da pessoa, sendo, dessa forma,
denominada como adquirida”. Sendo assim a família deve fazer o acompanhamento da
criança nos especialistas o mais rápido possível, para que assim tudo que for possível
para ajuda-la desde já será de grande importância pára sua evolução no dia a dia.
Conhecer a origem da cegueira pode ser importante para fins educacionais, isso porque
qualquer resquício de memória visual pode auxiliar o trabalho do professor na
alfabetização do estudante cego (AMIRALIAN, 1997).
A baixa visão pode ser compreendida como:
[...] a alteração da capacidade funcional da visão, decorrente de inúmeros
fatores isolados ou associados, tais como: baixa acuidade visual significativa,
redução importante do campo visual, alterações corticais e/ou de sensibilidade
aos contrastes, que interferem ou que limitam o desempenho visual do indivíduo
(BRASIL, 2006, p. 16).

De acordo com o Ministério de Educação, a baixa visão decorre de vários fatores,


desta forma assim que a pessoa for diagnosticada com baixa visão dependendo do
grau, ela já pode iniciar seus estudos da escrita braille, pois se no futuro ela vir a perder
a visão completamente, já vai ter uma noção de como é ler com os dedos, para que
assim sua educação possa dá procedimento, mas esse estudo se apropria das
tecnologias assistivas como proposta para dar mais qualidade ao processo ensino
aprendizagem dos sujeitos que apresentam a deficiência acima apresentada.

Tecnologia Assistiva

O conceito de tecnologia assistiva brasileiro, é resultado de pesquisa de Bersch (2013),


que se realizou uma profunda revisão no referencial teórico internacional partindo dos
descritores: Ayudas Técnicas (Ajudas Técnicas), Assistive Tecnology (Tecnologia
Assistiva) e Tecnologia de Apoio, é possível afirmar que esse foi o estudo inicial, mas
que o Comitê de Ajudas Técnicas levou em conta outros referenciais para aprovar em
14 de dezembro de 2007 um conceito que pudesse subsidiar as políticas públicas
brasileiras. Afirma este conceito que:
[...] tecnologia assistiva é uma área do conhecimento, de caracteres
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida
e inclusão social (BERSCH, 2013, p. 04).

O olhar de Bersch entende que a Tecnologia Assistiva ou Ajudas Técnicas são


importantes elementos que auxiliam as pessoas com deficiência a superarem suas
limitações funcionais, motoras, sensoriais ou intelectuais, que deve ser oportunizada
para pessoas que apresentam alguma deficiência ou limitação para que essas possam
realizar de forma independente um maior número de ações no seu cotidiano.
Essa proposta vai ao encontro da potencialização da aprendizagem do aluno com
necessidades educativas especial, pois o professor poderá utilizar de recursos de baixa
tecnologia, aqui entendido como sendo aqueles que podem ser confeccionados e
providenciados pelo professor de AEE, isso por serem eles de custo menor e servirá de
apoio ou adaptação de outro recurso. Existem ainda os recursos de alta tecnologia
aqueles que devem ser adquiridos e tem um custo financeiro maior, dependendo assim
de verbas e projetos para compra-los.
Contribui para confirmar essa proposta GALVÃO FILHO, T (2012) “Existe um número
incontável de possibilidades, de recursos simples e de baixo custo, utilizados como
Tecnologia, tais como: suportes para visualização de textos ou livros”. Dialogando com
o autor fica latente a relevância em compreender a existência de diversas formas de
orientar um aluno com deficiência visual utilizando aparelhos que por si só fazem uma
leitura clara para o educando, aparelho esse que podem ser encontrados nas escolas,
facilitando assim a compreensão do aluno e uma agilidade em seus estudos.
Nas escolas é possivel encontrar outros recursos como a maquina braille que é um
instrumento facilitador da aprendizagem do aluno com cegueira e também a bengala
que orienta o mesmo em sua locomoção nos espaços escolares e na sua vida diaria.
Esses materiais são imprescindíveis para que esses alunos exerçam atividades do dia a
dia, retirando-lhes a autonomia o que pode ser entendido como cerceamento de seus
direitos enquanto cidadão brasileiro.
A garantia dessa autonomia, requer que a escola se coloque em movimento solicitando
à secretaria de educação, todos os materiais referentes ao sistema braille e outros
equipamentos que são de direitos desses educandos, para que assim possam estar
inseridos juntos aos demais alunos e terem sua educação de qualidade.

Dosvox no Processo Ensino Aprendizagem

O uso das TIC por intermédio dos recursos de TA, tem-se a seguinte categoria:

[...] • Softwares especiais de acessibilidade: São os componentes lógicos das


TIC quando construídos como Tecnologia Assistiva. Ou seja, são os programas
especiais de computador que possibilitam ou facilitam a interação do aluno com
deficiência com a máquina. (GALVÃO FILHO, 2012, p. 82).

Como TA digital, o estudo apresenta, para a proposta que o norteia, o DOSVOX, um


software desenvolvido no ano de 1993 no Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ
(NCEUFRJ). (ESTEVES 2013). O Dosvox é um sistema para computadores que se
comunica com o usuário por meio de síntese de voz, proporcionando, desse modo, o
uso de computadores por deficientes visuais que adquirem, assim, um alto grau de
independência no estudo e no trabalho e na sua vida cotidiana.
Ele se coloca como meio facilitador e de orientação na escolarização desse público
com a utilização do software Dosvox (programa com síntese de voz), cuja indicação
tem fundamentação em literatura específica para ser usado em ambiente acadêmico.
(OSHIMA 2016). O que pode ser confirmado em Esteves:
Na condição de perda da visão, o som é fundamental no desenvolvimento, na
educação e na comunicação das pessoas com esta perda sensorial. A
comunicação através do DOSVOX é sonora, com vozes compatíveis com as
interfaces do Windows SAPI 4.0 e 5.0 (Speech Application Programming
Interface), com sistemas de fala que imitam a voz humana com perfeição em
diferentes idiomas. As comunicações feitas por meio de diversas mensagens
sonoras podem ser alternadas com gravações da voz humana, principalmente
nos casos de mensagens repetitivas, proporcionando uma interação menos
robotizada neste diálogo. (ESTEVES 2013).

Sendo assim a escolarização os professores, que atuam diretamente com esse público,
devem fazer as devidas adequações em função das necessidades educacionais
especiais de cada educando, no intuito de vincular esses procedimentos na vida
acadêmica desses educandos, sendo um recurso facilitador de aprendizagem.
Para tanto, no uso efetivo desses recursos, é imprescindível que o professor tenha o
entendimento desse recurso para a melhor elaboração de atividades e resolução para
ministra suas aulas com os alunos com DV.
Segundo o núcleo de computação eletrônica da universidade do Estado do Rio de
Janeiro, DOSVOX vem se destacando pelo simples fato da facilidade de se usar; tabela
01 abaixo o comparativo é bem claro: (Santos et al 2019).

Confronto entre o uso do Dosvox e o Braille

Critérios Dosvox Braille


- Permite a digitação rápida - Permite a digitação rápida, mas
Agilidade e Conforto no teclado, assim que a digi- com dificuldade pelo “peso” da
tação é aprendida pelo aluno digitação das teclas.
- Menos consumo de folhas. - Elevado número de folhas.
- Menor peso (notebook). - maior peso da máquina Perkins.
Eficácia
- Depende de energia elétrica e - Independente de tomadas e bate-
presença de tomadas. rias.
- Leitura táctil.
- É necessário percorrer cada linha
- Leitura através de interpre-
Leitura do texto para encontrar a informa-
tador por voz sintetizada.
ção desejada.
- Permite pausas na leitura
- Comunicação (e-mail /
mensageiros instantâneos /
Possibilidades extras - Instrumento de leitura e escrita.
redes sociais).
- Compras, Cultura e Lazer.
- Fragmentário com múltiplos - Linear e seqüencial, a princípio.
acessos a recursos. - Há o potencial para índices e re-
Tipo de leitor
- Hipertextual, com acesso a missões hipertextuais, porém não
assuntos correlatos. muito eficaz.
- Táctil: teclado.
- Auditiva: sintetizador de voz
e fala interior que o acompa-
- Táctil: relevo dos caracteres.
nha.
- Auditiva: maior controle sobre o
- Vocal: gravação de aula e
Interfaces e sentidos ritmo da fala interior.
de falas próprias.
- Visual: limitada a videntes que
- Visual: facilidade do vidente
conhecem o Braille.
(aluno / professor / pais /
amigos) em ler os textos digi-
tados pelo deficiente visual.
- Memória com capacidade - Limitação do peso dos papéis e
Portabilidade
virtualmente infinita de textos. espaço de locação.
Fonte: file:///C:/Users/Administrador/Downloads/443-1459-1-PB.pdf

Os indicadores apontados na tabela 01 confirmam que recurso Dosvox amplia as


possibilidade de apresndizagem e atuonomia dos deficientes visuais, o que reforça a
proposta discutida do uso de tecnologias assistivas aqui trazidas.

Programa Mecdaisy
O mecdaisy é uma solução tecnológica que é compostas de alguns programas que
possibilitam a leitura de livros pelo do computador, por meio de uma interface sonora.
O computador faz a leitura para a pessoa na forma de síntese de voz.Todavia, destaca-
se que, para que ocorra a utilização do programa, torna-se necessário o conhecimento
das especificidades para que ocorra uma melhor didática.

Dentre os recursos disponíveis com interface que permitem a usabilidade por


estudantes com deficiência visual, considerando-se tanto aqueles com cegueira,
quanto os com baixa visão, o Mecdaisy, um programa para geração de livros
digitais falados que possibilita sua reprodução em áudio, gravada ou
sintetizada, merece destaque por apresentar duas vantagens: A primeira é a
vasta abrangência oportunizada pela aludida ferramenta computacional,
concebida na perspectiva da usabilidade pelo estudante com deficiência visual.
A outra decorre do fato de o recurso em tela estar inserido no rol daqueles
programas de código aberto, ou seja, gratuito, aspecto que a nosso ver, torna-
se imprescindível, já que se constitui, em análise, proposta no âmbito das
políticas públicas. (COSTA ET AL 2020).

Partindo da fala de Costa et al(2020) o mecdeisy é um sistema para computadores que


se comunica com o usuário por meio de síntese de voz, proporcionando, desse modo, o
uso de computadores por deficientes visuais que adquirem, assim, um alto grau de
independência no estudo e no trabalho e na sua vida cotidiana:
esse equipamento que abre um universo para as pessoas com deficiência visual possa
esta interagindo com as informações com nos cerca a cada dia. Vale salientar que o
mecdeisy é uma iniciativa do Ministério da Educação com uma parceria com a
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no sentido de prover leitura para o
publico Do DV ou para pessoas que tenha outras dificuldades no processo de aquisição
de conhecimento através da leitura. Essa iniciativa possibilitou também a implantação
de uma solução tecnológica que oportuniza a produção de livros em formato digital
acessível, que qualquer pessoa pode estar formulando esses matérias didáticos.
O estudo acredita que esses materiais são importantes para os alunos exercerem suas
atividades do dia a dia, também esse recurso carece ser solicitado junto à Secretaria de
Educação, do Sistema correspondente, não só esse recurso mas, todos os materiais
referentes ao sistema braille e outros equipamentos que são de direitos desses
educandos, para que assim possam estar inseridos juntos aos demais alunos e terem
sua educação de qualidade.

Audidescrição

Outra tecnologia assistiva que o estudo traz ao debate é a audiodescrição, por entender
que descrever as imagens para quem não pode ver é uma forma de ajudar o DV. Com
riquezas a audiodescrição é uma técnica, mas também pode ser considerada a magica
de fazer um deficiente visual enxergar o mundo:
A audiodescrição, também comumente chamada AD, é outra tecnologia
assistiva que deve ser destacada, dada a sua grande importância para os
deficientes visuais. Ela é uma técnica que torna os mais variados produtos
audiovisuais , como filmes, programas de TV, peças de teatro, e tantos outros,
acessíveis ao público deficiente visual. Trata-se de uma narração, feita durante
os tempos sem fala, que descreve as informações visuais relevantes na
construção do sentido da obra, como movimentos corporais, expressões faciais,
figurinos, cenários ou ações.( Montenegro 2015).

A audiodescrição consiste na transformação de imagens em palavras para que


informações-chave transmitidas visualmente não passem despercebidas e possam
também ser acessadas por pessoas cegas ou com baixa visão. (FRANCO; SILVA,
2010, p.19) Desta forma se torna um meio que transforma as palavras em riquezas de
imagens e informações com detalhes que fazem a diferença na vida dessas pessoas.
Dentro do âmbito educacional é uma estrategia relevante, onde o educador tem a
função de passar as devidas informações ao aluno com DV, principalmente quando
acontece algum evento na escola, como, palestras, apresentações, ou comemoração
de algum evento.

Impressora Braille
Um dos recursos usados no processo de escolarização do DV é o código criado por
Luiz Braille, que são sinais que esse deficiente identifica pel toque da ponta dos dedos,
assim é imperativo que a escola tenha equipamento adaptado para a impressão da
escrita braille. É uma ferramenta que auxilia a produção de materiais didático
pedagógico, pois a impressão desse material por essa impressora dará essa
possibilidade ao educando.
Toda parte estrutural da impressora foi projetada, montada, testada e sua
firmware foi desenvolvida para possibilitar ao Arduino não somente a
transcrição do texto para o Braille, como também a otimização na montagem de
uma matriz de impressão, de forma a melhorar o desempenho durante a grafia
no papel. (SOUZA 2017).

No entanto esse equipamento apresenta folhas apropriadas para a escrita do braille e a


máquina apresenta configurações que devem ser instaladas e configuradas em um
computador para uma melhor resolução. Ao realizar a configuração todo texto digitado
no computador pode ser impresso em braille. Em muitas escolas esse material é difícil
de ser encontrado devido ao seu alto valor, mas em defesa da aquisição desse recurso
o artigo trouxe como ilustração a figura 02:

Figura 02: Impressora em Braille


Fonte: https://www.jd1noticias.com/geral/governo-adquiriu-impressoras-de-braille/42379/

Monet

Reafirmando que a inclusão começa quando existem igualdade para todos ao propor
uma educação inclusiva, se faz necessário adaptar, mas no sentido de promover uma
metodologia e uma qualidade acessível para estes alunos interpretarem todos os
conteúdos ministrados nas aulas, com materiais táteis. O software Monet é uma
ferramenta que auxilia nos estudos dos alunos DV:

Viu-se necessário fazer um programa de edição gráfica em conformidade com


os programas mais comuns utilizados em geral, adaptado para o modo gráfico
das impressoras Braille. Salvo as ferramentas específicas para o sistema
Braille, à primeira vista, o usuário se depara com um editor de imagens muito
semelhante ao Photoshop®19, por exemplo. Esta característica não tem uma
fundamentação meramente visual, pelo contrário, a adequação de algumas
características desses programas (utilização de camadas, por exemplo) é
fundamental na concepção dos desenhos táteis, assim como, nos desenhos
comuns. A operação do programa é demasiadamente simples e as funções
básicas não requerem muita experiência por parte do usuário. (Duarte 2017).

O resultado de todas estas características é um formato que atende consideravelmente


bem a execução dos gráficos táteis diretamente numa visualização precisa de sua
impressão, ou seja, o usuário literalmente “desenha em Braille”, fator importante na
escolarização dos alunos com deficiência visual, onde os mesmo possam estar fazendo
a leitura dos conteúdos em braille e também identificando imagens, gráficos, tabelas
para um melhor entendimento dos conteúdos apresentados e podem serem impressos
em braille, com uma impressora de braille.
Recursos e Aplicativos nos Celulares

O celular tornou-se o meio de comunicação mais eficiente, fácil e também umas das
tecnologias mais revolucionárias. Sua função era realizar apenas ligações e no século
XXI contribui em diversas tarefas, como interagir com os amigos nas redes sociais,
pesquisas pela internet e é uma ferramenta que auxilia os alunos na escola. Esse
celular ao ser configurado pode ser um meio de estudos e interação com o mundo e o
aluno com DV pode utiliza – lo como um suporte em sua caminha nos estudos. É
evidente que a inclusão através dessas tecnologias é fundamental para os diferentes
deficientes em especial os visuais, Bersch:

[...] aparelhos celulares igualmente têm uma participação expressiva como


instrumento de comunicabilidade entre os deficientes visuais, permitindo uma
maior independência destes, contribuindo para uma qualidade de vida mais
ampla através da satisfação de autonomia e participação social.

Alguns dos celulares atuais tem estas ferramentas, configurados diretamente das
grandes empresas. É possível habilitar programas com algumas funções. Além disso
existem vários aplicativos que ajudam e facilitam o uso do dispositivo, Sendo assim as
pessoas com deficiência visual devem configurar esse equipamento para pode usufruir
do mesmo:
Os sistemas operacionais Android e IOS já disponibilizam leitores de tela em
seus dispositivos móveis, sendo eles o Talk Back e o VoiceOver
respectivamente. Essas ferramentas já vêm instaladas como recurso de
acessibilidade padrão para deficientes visuais, bastando apenas o usuário ativá-
los caso necessite. Esse recurso geralmente localiza-se dentro do item de
configurações ou ajustes, nas opções de acessibilidade do dispositivo. (Centro
Tecnológico de Acessibilidade, Instituto Federal do Rio Grande do Sul 2019).

Corroborando com o Centro Tecnológico de Acessibilidade, Instituto Federal do Rio


Grande do Sul 2019. Se o aluno souber manuzear esse equipamento levando para o
lado pedagogico, sera uma ferramento de suporte nos estudos e tambem sera util para
orientação no dia a dia .

4. Considerações finais
A exclusão começou desde a existência da humanidade, na sociedade primitiva, onde
as pessoas deficientes eram eliminadas. Apesar de existir grande discriminação ainda,
hoje, as pessoas com necessidades especiais têm oportunidades de obter educação,
trabalho, bem como conviver no meio da sociedade, fato esse que confirma a
relevância do debate aqui proposto que teve como eixo central.
Visando proporcionar á pessoa com deficiencia maior autonomia, qualidade de vida e
inclusão social, por meio de ampliação de sua comunicação, mobilidade, o controle de
tudo que o cerca, desenvolvimento de habilidades e competências que ajudem em sua
aprendizagem, no trabalho com na inter-relação pessoal.
Isso só será possível a partir de uma tomada de consciência sobre a necessidade de
sensibilizar e capacitar todos os profissionais envolvidos, bem como promover a
adaptação curricular e metodológica às necessidades dos alunos em parceria com os
pais que são essenciais no processo de inclusão da criança na escola, uma releitura
das políticas de inclusão já existentes.
Essa afirmativa está elencada aos sinais que informam que quando utilizados recursos
diversos, a aprendizagem do aluno torna-se mais significativa e prazerosa, e que o uso
da tecnologia assistiva pode potencializar o interesse do aluno em aprender, mas essa
é uma realidade que não não depende apenas da vontade docente, ou mesmo dos
gestores, é preciso que o estado assim o entenda.
Essa proposta teve como ponto de partida a convicção que qualquer aluno pode
aprender dentro de suas limitações e potencialidades, basta ter o comprometimento e
dedicação para valorizar a bagagem que o aluno já tem, e o utilizar como ponto de
partida, sendo assim capaz de superar nossas expectativas e alcançar os objetivos
traçados.

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