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PROJETO EXTENSÃO 2022

OFICINAS SOBRE OS RECURSOS DA TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA A


INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO
FUNDAMENTAL

RESUMO

O objetivo do projeto é desenvolver oficinas nas escolas sobre os recursos da


Tecnologia Assistiva para auxiliar professores, assistentes de vida escolar e estudantes
com deficiência na Educação Básica. De modo específico os objetivos são: incentivar o
uso dos recursos de Alta Tecnologia e Tecnologia Economicamente Acessível; difundir
práticas educativas inclusivas; levantar as demandas de Tecnologia Assistiva das
escolas. A proposta faz parte de um conjunto de ações articuladas com foco no
desenvolvimento de práticas inclusivas na educação. Está vinculado à linha de pesquisa,
Educação Inclusiva e Acessibilidade do grupo de pesquisa, Educação em Contextos
Amazônicos - EDUCA - UEA do Centro de Estudos Superiores de Tefé. Por meio desta
linha de pesquisa, propomos pesquisar e problematizar o processo de inclusão e
exclusão no contexto Amazônico, contribuindo com a produção do conhecimento
acerca da inclusão e acessibilidade, bem como, com a expansão de novas práticas,
proporcionando vivências inclusivas e acessibilidade atitudinal, na comunicação e
informação. Neste sentido, a extensão está voltada à educação básica, envolvendo um
estudante do CEST, estudantes com deficiência das escolas, professores e assistentes de
vida escolar da Educação Básica. A proposta tem como foco, capacitar o acadêmico
sobre recursos da Tecnologia Assistiva - TA, para que o mesmo desenvolva oficinas
sobre a temática, nas escolas públicas que atendem estudantes com deficiência. Este
trabalho possibilitará aos profissionais da educação e ao acadêmico o desenvolvimento
de práticas educativas inovadoras e inclusivas.

INTRODUÇÃO

Por meio deste projeto, oficinas sobre os recursos da Tecnologia Assistiva para
a inclusão de estudantes com deficiência no ensino fundamental, objetivamos
desenvolver oficinas nas escolas sobre os recursos da Tecnologia Assistiva para auxiliar
professores, assistentes de vida escolar e estudantes com deficiência na Educação
Básica. Contribuindo com a comunidade por meio do Programa de Extensão
Universitária.

Segundo Mantoan (2003) as escolas precisam inovar os seus espações e criar


condições para garantir a participação e inclusão de todos os estudantes. Para Glat
(2009) o ambiente escolar cria demandas e precisamos ficar atentos para atendê-las
conforme forem surgindo. Esta proposta visa exatamente aproveitar o potencial
acadêmico para contribuir com a Educação Básica.
Assim, a extensão se justifica por possibilitar a difusão de saberes na área da
Tecnologia Assistiva que tanto contribui para que estudantes com deficiência tenham
acesso ao currículo escolar, bem como, ampliar as possibilidades de participação e
inclusão. Levar esse conhecimento para os profissionais de educação que ainda não
tiveram a oportunidade de cessá-lo é fundamental para o desenvolvimento inclusivo das
escolas.
A metodologia traçada na proposta possibilitará ao acadêmico buscar e acessar o
conhecimento sobre a temática por meio da pesquisa teórica e formação com a
coordenadora da proposta, bem como, levantar as demandas das escolas, preparar e
aplicar as oficinas, produzir e publicar o trabalho divulgando os resultados obtidos com
o desenvolvimento do projeto.
Dessa forma, a proposta converge para a geração de conhecimento sobre as
possibilidades de inclusão do estudante com deficiência; ampliação de saberes docentes
sobre a importância do uso das tecnologias assistivas para o desenvolvimento de
práticas inclusivas; ampliação das produções acadêmicas na área da inclusão e
acessibilidade, bem como, para as contribuições da Extensão Universitária.

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Desenvolver oficinas nas escolas sobre os recursos da Tecnologia Assistiva para


auxiliar professores, assistentes de vida escolar e estudantes com deficiência na
Educação Básica.

Objetivos específicos

- Pesquisar e conhecer os recursos da alta tecnologia e tecnologia economicamente


acessível;
- Difundir práticas educativas inclusivas;
- Levantar as demandas de Tecnologia Assistiva das escolas;
- Desenvolver oficinas;
JUSTIFICATIVA

A escola e a sociedade vivencia um momento histórico de valorização,


respeito e convivência com as diferenças. Todavia as experiências das convivências
com diferenças humanas reveladas por diversas pesquisas demonstram a
incompreensão de parte significativa dos profissionais da educação de como
trabalhar com estudantes que apresentam diferenças diversas, entre estas diferenças
as oriundas das necessidades específicas ou outras que contribuem para que o
estudante seja excluído ou se exclui do sistema educacional em todos os seus níveis.
Estudantes com deficiência matriculados em algumas escolas, nem sempre
contam com recursos que os auxiliem no processo de ensino e de aprendizagem. A
Tecnologia Assistiva – TA pode contribuir de forma significativa para que esses
estudantes participem das aulas e desenvolvam seus potenciais, conforme as
possibilidades de cada um. Assim, com esta proposta de desenvolver oficinas para os
professores e auxiliares de vida escolar, amplia-se a possibilidade de expandir saberes
acadêmicos e consequentemente contribuir com a difusão de práticas inclusivas e
ampliar as ações de participação e inclusão dos estudantes com deficiência matriculados
nas escolas.

REVISÃO DE LITERATURA SOBRE O TEMA

Conforme a definição do Comitê de Ajudas Técnicas – CAT, Tecnologia


Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que envolve
produtos, recursos e práticas que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e participação de pessoas com necessidades educacionais especiais, visando
uma maior autonomia, independência e inclusão social (BRASIL, 2007). O Estatuto da
Pessoa com Deficiência define a Tecnologia Assistiva como:

produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que


objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação,
de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social ( BRASIL, 2013, p.9).

Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, empregado para identificar todo


o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente contribui para
que as pessoas com deficiência consigam ter o máximo de autonomia possível,
conforme a necessidade específica de cada um.
A tecnologia acompanha as pegadas do ser humano e sua história,
compreendendo desde um simples pedaço de pau que serviu como bengala ao
homem da caverna, até as modernas próteses de fibra de carbono, que
permitem que um amputado possa competir em corridas com outros atletas.
(GALVÃO FILHO, 2009, p. 38).

As tecnologias foram surgindo mediante necessidades, e foi se ampliando com


o passar dos anos, e está presente em toda a história da humanidade, causando impacto
na qualidade de vida das pessoas no ambiente social e educacional. No entanto, alguns
professores desconhecem as diversas possibilidades de uso desses recursos em suas
aulas. Contudo, o uso da Tecnologia Assistiva pode proporcionar para uma parcela
significativa de estudantes “novos caminhos e possibilidades para o aprendizado e
desenvolvimento, sendo recurso que possibilita o empoderamento dessa pessoa,
permitindo interação, relações e acesso a ferramentas mais poderosas, pelas adaptações
de acessibilidade de que dispõe” (GALVÃO FILHO, 2009, p.41). Assim, a Tecnologia
Assistiva se divide em Alta Tecnologia e Baixa Tecnologia ou Tecnologia
Economicamente Acessível.
Os recursos de Alta Tecnologia são os recursos mais avançados como
computador, mouses e teclados diferenciados, vocalizadores e outros recursos que são
ativados a partir de diferentes habilidades do usuário: mover mão, braço, cabeça, boca,
pé, olhos, som, voz, entre outros.

Os recursos de alta tecnologia podem ser definidos como sistemas


computadorizados, operados por meio de um software especial, podendo ser
usados por alunos com deficiência de fala, com dificuldade de aprendizagem,
problemas motores, que, de outro modo, não teriam acesso ao currículo
(MENDES E LOURENÇO, 2010, p. 235).

Esses recursos pedagógicos adaptados podem ser adquiridos pela escola por
meio de recursos de Acessibilidade ou parcerias estabelecidas. A cooperação para
inclusão é fundamental para garantir uma educação de qualidade com novas práticas
que auxiliam o estudante nas atividades escolares e não escolares.
Os recursos de Baixa Tecnologia ou Tecnologia Economicamente Acessível
são recursos simples e de baixo custo, que podem e devem ser disponibilizados nas
salas de aulas para favorecer a participação e aprendizagem dos estudantes. São
recursos que podem ser confeccionados ou produzidos na própria escola, como, pulseira
imantada com a finalidade de coordenar os movimentos das mãos, prancha temática,
fichas com manta magnética, dominó de quantidade, numerais e palavras em relevo,
jogo da memória, adaptadores para utensílios usados na vida diária e na escola, entre
outros.
É de suma importância oferecer oportunidades e possibilidades de participação
de cada um, independente de sua condição. O direito de ser, pertencer e aprender dos
estudantes depende diretamente dos apoios e recursos disponibilizados para os mesmos.
Assim, torna-se fundamental levar esse conhecimento até as escolas e aos professores
para que os mesmos possam garantir o direito dos estudantes com deficiência nas suas
aulas.

METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Considerando a característica da extensão, proponho como tipo de estudo a


Pesquisa – Ação e pesquisa de campo. O acadêmico vai se envolver ativamente na
busca pelo conhecimento sobre o assunto para compreender teoricamente a temática. E
nas escolas para fazer o levantamento das escolas com maior número de estudantes com
deficiência e participar desenvolvendo oficinas sobre os recursos da TA. Dessa forma, o
mesmo inclui-se na realidade para contribuir com extensão universitária, atentando
sempre pelo processo ação-reflexão- ação, como nos diz Paulo Freire e vivenciando o
tripé da Universidade, por meio do ensino, pesquisa e extensão.
Os participantes são os profissionais das escolas selecionadas interessados na temática,
mais precisamente, os professores e auxiliares de vida escolar. Assim, seguem os
procedimentos e instrumentos necessários para o desenvolvimento do projeto.
Primeiro momento: levantamento bibliográfico e estudo do referencial teórico.

Segundo momento: formação e estudo direcionado ao acadêmico bolsista, sobre


práticas inclusivas e recursos da Tecnologia Assistiva que favorecem a inclusão
escolar.
Terceiro momento: termo de apresentação e visita à SEMEC para levantamento das
escolas com o maior número de estudantes com deficiência.
Quarto momento: seleção das escolas e encontro com professores e equipe técnica
das mesmas para apresentar o projeto.
Quinto momento: levantamento das demandas da Tecnologia Assistiva por meio da
aplicação de questionário aos professores para coletar informações sobre os recursos
da TA, utilizados nas escolas.
Sexto momento: preparação das oficinas.
Sétimo momento: realização de oficinas nas escolas selecionadas.
Oitavo momento: realização de oficinas nas escolas selecionadas
Nono momento: realização de oficinas nas escolas selecionadas.
Décimo momento: sistematização dos resultados dos trabalhos
Décimo primeiro momento: produção de um trabalho acadêmico sobre a temática e
publicação do trabalho
Décimo segundo momento: encerramento do projeto com a socialização dos
resultados.
Cuidado ético: os cuidados éticos deverão perpassar todas as fases do projeto. A
abordagem nas escolas e o desenvolvimento das oficinas. Haverá orientação e o meu
acompanhamento em todas as fases.

Avaliação: perpassa todas as fases do projeto e constitui-se de um processo flexível e


dinâmico. Sua principal finalidade é orientar as decisões e redirecionar o processo. O
estudante será avaliado de forma contínua e todas as observações serão tratadas
diretamente com o envolvido e anotadas na ficha de acompanhamento. Para a avaliação
das oficinas será entregue uma ficha para cada participante avaliar e sugerir novos
temas.

RESULTADOS ESPERADOS

- Geração de conhecimento sobre as possibilidades de inclusão do estudante com


deficiência;
- Ampliação de saberes docentes sobre a importância do uso das tecnologias
assistivas para o desenvolvimento de práticas inclusivas;
- Ampliação das produções acadêmicas na área da inclusão e acessibilidade, bem
como, contribuições da Extensão Universitária.

CRONOGRAMA

ATIVIDADES Ano 2022 Ano 2023


OBS: detalhadas Meses Meses
na metodologia Ag Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Ma Jun Jul
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Quarto momento
Quinto momento
Sexto momento
Sétimo momento
Oitavo momento
Nono momento
Décimo
momento
Décimo primeiro
momento
Décimo segundo
momento
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Monica Dias de. A produção imagética como possibilidade de


desenvolvimento de práticas educativas inclusivas. In: OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno
de; ARAÚJO, Monica Dias de; CAETANO, Vivianne Nunes da Silva (Orgs.).
Epistemologia e Educação: reflexões sobre temas educacionais. Belém:
PPGED/UEPA, 2012.

BRASIL, Estatuto da Pessoa com Deficiência Lei Brasileira de Inclusão. Brasília:


Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2015.

BRASIL, Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na


perspectiva da Educação Inclusiva/ Secretaria de Educação Especial – MEC/
SEESP, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2007.

GALVÃO FILHO, T. A. Tecnologia Assistiva para uma escola inclusiva:


apropriação,demanda e perspectivas. 2009. Tese (Doutorado), Faculdade de
Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.

MENDES, E.G.; LOURENÇO, G. F.O Uso dos recursos de Alta Tecnologia Assistiva
no projeto de Alta TA & Inclusão: possibilidades e desafios. In: MENDES, E.G.;
ALMEIDA, M.A. (Org.). Das margens ao centro: perspectivas para as políticas e
práticas educacionais no contexto da educação especial inclusiva. São Paulo: Junqueira
& Marin, 2010.p.205-206.

GLAT, Rosana (Org.). Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro:
7 Letras, 2007.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer?
São Paulo: Moderna, 2003.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér; PRIETO, Rosângela Gavioli; ARANTES, Valéria


Amorim (Orgs.). Inclusão Escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.

MARCONDES, Maria Inês; OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno; TEIXEIRA, Elizabeth


(Orgs.). Metodologias e Técnicas em Pesquisa em Educação. Belém: EDUEPA,
2010.

SCHIRMER, Carolina R ...[ et al ]. Deficiência Física. São Paulo, MEC/SEESP, 2007.

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