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TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

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Sumário

NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2

POR QUE UTILIZAR TECNOLOGIAS ASSISTIVAS? ................................... 3

QUEM TEM DIREITO AO ENSINO ESPECIALIZADO? ................................. 4

COMO SURGIU? ........................................................................................................... 6


OBJETIVOS .................................................................................................................. 7
ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................ 8
AUXÍLIOS PARA A VIDA DIÁRIA E VIDA PRÁTICA .................................. 10

CAA - COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA ...................................... 11


RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR ............................ 12

SISTEMAS DE CONTROLE DE AMBIENTE ................................................ 13

PROJETOS ARQUITETÔNICOS PARA ACESSIBILIDADE........................ 14

ÓRTESES E PRÓTESES ............................................................................................ 15


ADEQUAÇÃO POSTURAL ......................................................................................... 16
AUXÍLIOS DE MOBILIDADE ...................................................................................... 17
AUXÍLIOS PARA AMPLIAÇÃO DA FUNÇÃO VISUAL E RECURSOS QUE
TRADUZEM CONTEÚDOS VISUAIS EM ÁUDIO OU INFORMAÇÃO TÁTIL ........ 18

AUXÍLIOS PARA MELHORAR A FUNÇÃO AUDITIVA E RECURSOS UTILIZADOS


PARA TRADUZIR OS CONTEÚDOS DE ÁUDIO EM IMAGENS, TEXTO E LÍNGUA
DE SINAIS ................................................................................................................... 19
MOBILIDADE EM VEÍCULOS ..................................................................................... 20
ESPORTE E LAZER.................................................................................................... 21
PLURIDISCIPLINARIEDADE E A ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS EM TA 22

FORMAÇÃO DOCENTE PARA O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA


EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................................................................... 25

A TECNOLOGIA ASSISTIVA NA ESCOLA. O QUE É NECESSÁRIO


CONSIDERAR? ........................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 29

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um


grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação
e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer
serviços educacionais em nível superior.

O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua
formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos,
técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e
propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras
normas de comunicação.

Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma


confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no
atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das
instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade.

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POR QUE UTILIZAR TECNOLOGIAS ASSISTIVAS?

INTRODUÇÃO

Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal
de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades
funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover Vida
Independente e Inclusão. O processo de Educação Inclusiva deflagrado na década de
(90) noventa preconiza que todos os alunos, com e sem deficiência, devem frequentar o
mesmo espaço pedagógico a fim de que convivam e aprendam. A Política Nacional de
Educação Inclusiva (MEC-2008) reforça tais pressupostos, dá outras deliberações e
determina o público alvo da educação inclusiva. Dentre esses alunos destacam as
crianças com Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD) nos quais se incluem as
crianças autistas.

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QUEM TEM DIREITO AO ENSINO ESPECIALIZADO?

A política do pais de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva


(MEC-2008) tem, portanto, como objetivo garantir o acesso e a aprendizagem dos alunos
com deficiência, Transtorno Globais do Desenvolvimento, como também nas formações
de professores, participação da família e da comunidade, e acessibilidade dessas
crianças. Essa Política é implementada pelo Decreto n˚ 6.571/2008 e a Resolução
CNE/CEB n˚ 4/2009 que no art. 1˚, que estabelece que toda a escola de ensino público
deve matricular cada aluno de educação especial nas salas comuns do ensino regular.
Ao lado dessa escolarização deve oferecer o atendimento educacional especializado, que
ocorre na sala de recursos multifuncionais. No art. 4˚ § 2, especifica o aluno TGD, autista
como sendo parte dessas crianças que possuem direitos ao ensino regular e igualmente
ao atendimento especializado.

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São considerados alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles
que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor,
comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras.
Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome Asperger, síndrome
de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtorno invasivos sem outras
especificações. (Resolução CNE/CEB n˚4/2009, art.4˚ §2).

Relendo o percurso histórico sobre o autismo, observa-se que o austríaco Kanner


(1943) identificou como características principais desse quadro ou, TGD, o
comprometimento da comunicação, da linguagem, das relações sociais e afetivas e
igualmente comprometimento em relação a mudanças no ambiente e na rotina. Assim,
como uma das características predominantes do autista é o prejuízo na comunicação, o
presente trabalho se inscreve no sentido de investigar as contribuições que a Tecnologia
Assistiva pode oferecer auxiliando tanto na comunicação aumentativa quanto alternativa
do aluno autista.

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Tecnologias assistivas utilizam realidade aumentada para comunicação com
crianças autistas, projetos desenvolvidos em locais como a UFRGS incluem fichas de
comunicação para utilizar com smartphones e mesas interativas onde podem ser usados
objetos comuns para a comunicação, com a tecnologia touchscreen.

COMO SURGIU?
A Tecnologia Assistiva (TA) surge no contexto educacional e no processo
inclusivo como uma metodologia significativa. Para a professora Rita Bersch (2008 p.01),
esta nova forma de comunicação pode ser entendida como: “um termo novo, o arsenal de
recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais
de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e
inclusão”.

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Sendo assim, será através da presente pesquisa, investigando o trabalho de um
professor da sala de recursos multifuncionais de uma escola pública municipal que
buscar-se-á compreender em que consiste o oferecimento da Tecnologia Assistiva aos
alunos autistas e como esse recurso pode contribuir facilitando a comunicação e a
integração social.

Podemos citar como exemplo o site https://www.assistiva.com.br, onde eles citam


“Somos uma equipe especializada em Tecnologia Assistiva (TA) e comprometida com a
inclusão de pessoas com deficiências na educação, no trabalho, no lazer, na cultura, na
sociedade”.

OBJETIVOS

Proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e


inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu
ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e
sociedade. Introduzirmos o conceito da TA com a seguinte citação: “Para as pessoas sem
deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a

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tecnologia torna as coisas possíveis”. (RADABAUGH, 1993) Cook e Hussey definem a TA
citando o conceito do ADA - American with Disabilities Act, como “uma ampla gama de
equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os
problemas funcionais encontrados pelos indivíduos com deficiências”. (COOK &
HUSSEY, 1995) A TA deve ser entendida como um auxílio que promoverá a ampliação
de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e
que se encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento.
Podemos então dizer que o objetivo maior da TA é proporcionar à pessoa com deficiência
maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua
comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e
trabalho.

ORGANIZAÇÃO

Os recursos de tecnologia assistiva são organizados ou classificados de acordo


com objetivos funcionais a que se destinam. Várias classificações de TA foram
desenvolvidas para finalidades distintas e citamos a ISO 9999/2002 como uma importante
classificação internacional de recursos, aplicada em vários países. O Sistema Nacional
de Classificação dos Recursos e Serviços de TA, dos Estados Unidos, diferencia-se da
ISO ao apresentar, além da descrição ordenada dos recursos, o conceito e a descrição
de serviços de TA.

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A classificação HEART, é apresentada de forma adaptada no documento EUSTAT
Empowering Users Through Assistive Technology, que foi elaborado por um grupo de
pesquisadores de vários países da União Europeia e é considerada por eles, como sendo
a mais apropriada para a formação dos usuários finais de TA, bem como para formação
de recursos humanos nesta área. Ao apresentar uma classificação de TA, seguida de
redefinições por categorias, destaca-se que a sua importância está no fato de organizar a
utilização, prescrição, estudo e pesquisa de recursos e serviços em TA, além de oferecer
ao mercado focos específicos de trabalho e especialização.

A classificação que segue foi escrita em 1998 por José Tonolli e Rita Bersch e foi
atualizada por eles para corresponder aos avanços na área a que se destina. Ela tem uma
finalidade didática e em cada tópico, considera a existência de recursos e serviços; foi
desenhada com base em outras classificações utilizadas em bancos de dados de TA e
especialmente a partir da formação dos autores no Programa de Certificação em
Aplicações da Tecnologia Assistiva – ATACP da California State University Northridge,
College of Extended Learning and Center on Disabilities.

Recentemente esta classificação foi utilizada pelo Ministério da Fazenda; Ciência,


Tecnologia e Inovação e pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da
República na publicação da Portaria Interministerial Nº 362, de 24 de Outubro de 2012
que trata sobre a linha de crédito subsidiado para aquisição de bens e serviços de
Tecnologia Assistiva destinados às pessoas com deficiência e sobre o rol dos bens e
serviços. Seguem as categorias:

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AUXÍLIOS PARA A VIDA DIÁRIA E VIDA PRÁTICA

Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente em


tarefas rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência de
auxílio, nas atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar
necessidades pessoais. São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios
domésticos, roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro,
recursos para transferência, barras de apoio, etc.

Também estão incluídos nesta categoria os equipamentos que promovem a


independência das pessoas com deficiência visual na realização de tarefas como:
consultar o relógio, usar calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se as
luzes estão acesas ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar
pressão arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever etc. Alimentação (fixador do
talher à mão, anteparo de alimentos no prato, fatiados de pão) Vestuário (abotoador,
argola para zíper e cadarço mola)

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Exemplos: Materiais escolares (aranha mola para fixação da caneta, pulseira de imã
estabilizadora da mão, plano inclinado, engrossadores de lápis, virador de página por
acionadores).

CAA - COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA

Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre


sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar, escrever e/ou compreender.
Recursos como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica
(BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da CAA
para expressar suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos.

A alta tecnologia dos vocalizadores (pranchas com produção de voz) ou o


computador com softwares específicos e pranchas dinâmicas em computadores tipo
tablets, garantem grande eficiência à função comunicativa.

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Exemplos: prancha de comunicação gerada com o software Boardmaker SDP no
equipamento EyeMax (símbolos são selecionados pelo movimento ocular e a mensagem
é ativada pelo piscar) e pranchas dinâmicas de comunicação no tablet.

RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR

Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o


computador acessível a pessoas com privações sensoriais (visuais e auditivas),
intelectuais e motoras. Inclui dispositivos de entrada (mouses, teclados e acionadores
diferenciados) e dispositivos de saída (sons, imagens, informações táteis).

São exemplos de dispositivos de entrada os teclados modificados, os teclados


virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, software de
reconhecimento de voz, dispositivos apontadores que valorizam movimento de cabeça,
movimento de olhos, ondas cerebrais (pensamento), órteses e ponteiras para digitação,

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entre outros. Como dispositivos de saída podemos citar softwares leitores de tela,
software para ajustes de cores e tamanhos das informações (efeito lupa), os softwares
leitores de texto impresso (OCR), impressoras braile e linha braile, impressão em relevo,
entre outros.

Exemplos: Teclado expandido e programável IntelliKeys, diferentes modelos de mouse e


sistema EyeMax para controle do computador com movimento ocular, Linha Braille.

SISTEMAS DE CONTROLE DE AMBIENTE

Através de um controle remoto as pessoas com limitações motoras, podem ligar,


desligar e ajustar aparelhos eletroeletrônicos como a luz, o som, televisores, ventiladores,
executar a abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer chamadas
telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala,
escritório, casa e arredores.

O controle remoto pode ser acionado de forma direta ou indireta e neste caso, um
sistema de varredura é disparado e a seleção do aparelho, bem como a determinação de
que seja ativado, se dará por acionadores (localizados em qualquer parte do corpo) que
podem ser de pressão, de tração, de sopro, de piscar de olhos, por comando de voz etc.

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As casas inteligentes podem também se auto ajustar às informações do ambiente como
temperatura, luz, hora do dia, presença de ou ausência de objetos e movimentos, entre
outros.

Estas informações ativam uma programação de funções como apagar ou acender


luzes, desligar fogo ou torneira, trancar ou abrir portas. No campo da Tecnologia Assistiva
a automação residencial visa a promoção de maior independência no lar e também a
proteção, a educação e o cuidado de pessoas idosas, dos que sofrem de demência ou
que possuem deficiência intelectual.

Exemplos: Controle de diversos aparelhos pelo toque do tablete

PROJETOS ARQUITETÔNICOS PARA ACESSIBILIDADE

Projetos de edificação e urbanismo que garantem acesso, funcionalidade e


mobilidade a todas as pessoas, independentemente de sua condição física e sensorial.
Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas,
elevadores, adequações em banheiros, mobiliário entre outras, que retiram ou reduzem
as barreiras físicas.

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Exemplos: Projeto de acessibilidade no banheiro, cozinha, elevador e rampa externa.

ÓRTESES E PRÓTESES

Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo.

Órteses são colocadas junto a um segmento corpo, garantindo-lhe um melhor


posicionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob medida
e servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação, utilização de
talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural, entre outros.

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Exemplos: Próteses de membros superiores e órtese de membro inferior, substituição de
membros criados artificialmente pro membros reais, criação de auxiliares pequenos como
dedos.

ADEQUAÇÃO POSTURAL

Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um bom
desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se está
inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto.

Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que


garantam posturas alinhadas, estáveis, confortáveis e com boa distribuição do peso
corporal. Indivíduos que utilizam cadeiras de rodas serão os grandes beneficiados da
prescrição de sistemas especiais de assentos e encostos que levem em consideração
suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações musculoesqueléticas existentes.

Recursos que auxiliam e estabilizam a postura deitada e de pé também estão


incluídos, portanto, as almofadas no leito ou os estabilizadores ortostáticos, entre outros,

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fazem parte deste grupo de recursos da TA. Quando utilizados precocemente os recursos
de adequação postural auxiliam na prevenção de deformidades corporais.

Exemplos: Representação da adequação postural, módulo postural em cadeira e garota


bem sentada obtendo melhores condições para desempenhar atividades com as mãos e
bem posicionamento da coluna.

AUXÍLIOS DE MOBILIDADE

A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos,


cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro veículo, equipamento
ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal.

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Exemplos: Carrinho de transporte infantil, cadeira de rodas de auto-propulsão, cadeira de
rodas.

AUXÍLIOS PARA AMPLIAÇÃO DA FUNÇÃO VISUAL E


RECURSOS QUE TRADUZEM CONTEÚDOS VISUAIS EM
ÁUDIO OU INFORMAÇÃO TÁTIL

Auxílios ópticos, lentes, lupas manuais e lupas eletrônicas; os softwares


ampliadores de tela. Material gráfico com texturas e relevos, mapas e gráficos táteis,
software OCR em celulares para identificação de texto informativo, etc.

Esses auxílios consistem em aumentar a imagem retiniana. Dentre as ferramentas,


podemos dividir os auxílios em auxilio óptico de ampliação para perto ou para longe.

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Exemplos: Lupas manuais, lupa eletrônica, aplicativos para celulares com retorno
de voz, leitor autônomo mapa tátil em relevo, representação tátil de uma obra de arte em
museu.

AUXÍLIOS PARA MELHORAR A FUNÇÃO AUDITIVA E RECURSOS


UTILIZADOS PARA TRADUZIR OS CONTEÚDOS DE ÁUDIO EM
IMAGENS, TEXTO E LÍNGUA DE SINAIS

Auxílios que incluem vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para


surdez, sistemas com alerta táctil-visual, celular com mensagens escritas e chamadas por
vibração, software que favorece a comunicação ao telefone celular transformando em voz
o texto digitado no celular e em texto a mensagem falada. Livros, textos e dicionários
digitais em língua de sinais. Sistema de legendas (close-caption/subtitles). Avatares
LIBRAS.

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Exemplos: Aparelho auditivo; celular com mensagens escritas e chamadas por vibração,
aplicativo que traduz em LIBRAS mensagens de texto, voz e texto fotografado.

MOBILIDADE EM VEÍCULOS

Acessórios que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir um


automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para cadeiras de
rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo), rampas para cadeiras
de rodas, serviços de autoescola para pessoas com deficiência.

Exemplos: Adequações no automóvel para dirigir somente com as mãos e elevador


para cadeiras de rodas

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ESPORTE E LAZER

Recursos que favorecem a prática de esporte e participação em atividades


de lazer.

Exemplos: ACESSÓRIOS - pessoas com deficiência visual podem jogar bola, por
exemplo. Para isso, coloca-se uma bola sonora (acessório para possibilitar o som) para
possibilitar a prática esportiva e o lazer. ADAPTAÇÕES - pessoas com deficiência visual
podem correr. Para isso, coloca-se uma prótese (adaptação) que possibilita a corrida.

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PLURIDISCIPLINARIEDADE E A ORGANIZAÇÃO DE
SERVIÇOS EM TA

Os profissionais do serviço de Tecnologia Assistiva atuaram realizando a


avaliação; a seleção do recurso mais apropriado a cada caso; o ensino do usuário sobre
a utilização de seu recurso; o acompanhamento durante a implementação da TA no
contexto de vida real; as reavaliações e ajustes no processo. Também é atribuição do
prestador de serviço conhecer e orientar o usuário quanto ao acesso público e particular
aos recursos de TA.

O serviço de TA agregará profissionais de distintas formações como os


educadores, engenheiros, arquitetos, designers, terapeutas ocupacionais,
fonoaudiólogos, fisioterapeutas, médicos, assistentes sociais, psicólogos, entre outros. A
equipe de profissionais envolvidos e a coordenação do serviço de TA poderá variar, a
depender da característica deste serviço, da modalidade de TA que se propõe a orientar
e colocar em prática e do local onde está inserido, como por exemplo, uma sala de
recursos multifuncionais dentro de uma escola, um centro de reabilitação, uma
Universidade com serviço especializado e pesquisa na área da comunicação alternativa,
uma serviço de arquitetura especializado em acessibilidade ambiental, um centro
formador de para atletas, um serviço de reabilitação profissional, etc.

Todo o trabalho desenvolvido em um serviço de TA deverá envolver diretamente


o usuário e terá como base o conhecimento de seu contexto de vida, a valorização de
suas intenções e necessidades funcionais pessoais, bem como a identificação de suas
habilidades atuais. A equipe de profissionais contribuirá com a avaliação do potencial
físico, sensorial e cognitivo do usuário; com o conhecimento a respeito dos recursos de
TA disponíveis no mercado ou que deverão ser projetados para uma necessidade
particular. Uma característica importante do serviço de TA é que ele deve voltar-se à
formação do usuário para que este possa se tornar um consumidor informado e
competente, ou seja, que o usuário e seus familiares adquiram a habilidade de:

• DEFINIR O PROBLEMA: Explicitar claramente a dificuldade que pretendem


superar;

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• PARTICIPAR ATIVAMENTE DE TODO O PROCESSO DE SELEÇÃO: Ser ativo
no processo de experimentação de várias alternativas tecnológicas, retroalimentando a
equipe de profissionais com suas considerações, em cada item de TA experimentado. O
usuário e familiares conhecem profundamente o problema e a organização do ambiente
onde a tecnologia será implementada. Estas informações serão fundamentais para que a
equipe defina de forma exitosa a melhor solução em TA.

• DEFINIR A SOLUÇÃO: Durante o percurso de consultoria o usuário deverá


adquirir os conhecimentos necessários para definir, junto com a equipe, no ponto final
deste processo, a escolha da melhor tecnologia que atenderá seu problema específico.

Os usuários e familiares, ao participarem ativamente do processo de seleção da


Tecnologia Assistiva, tomarão consciência das possibilidades e das limitações das
tecnologias exploradas no processo avaliativo e isto os ajudará a tomar a decisão de qual
recurso atende melhor à necessidade perseguida. Compreenderão também que
mudanças de rotina e novos empenhos diários aparecerão para todos os envolvidos e
que os objetivos de maior autonomia para o usuário serão alcançados se efetivamente
todos se envolverem no aprendizado e na utilização da TA durante o período de
implementação. A participação do usuário é considerada como ponto fundamental para
que se evite o abandono ou a subutilização posterior do investimento em TA.

Um dos papéis do serviço de TA é a Educação do usuário à autonomia. Ao


descrever um serviço de TA pode-se afirmar que os profissionais e os usuários formam

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uma única equipe. Nela, os profissionais serão os consultores e os formadores e os
usuários assumem um papel ativo desde a definição do problema até a escolha da
solução.

O trabalho com TA exige formação específica. A fim de especializar-se nesse


trabalho, a professora fez um curso teórico-prático oferecido pelo MEC através de um
convênio com a empresa Tecnologia Assisitiva coordenado pela professora Rita Bersch.

O atendimento com a TA é individualizado, de acordo com a necessidade de cada


criança, no entanto, determinados exercícios, como dito acima, podem ser utilizados para
todos os alunos, com e sem deficiência.

O trabalho com a TA, especificamente com o software educativo Boardmaker foi


iniciado apenas em 2011. Esse objeto de aprendizagem é bastante caro e foi
disponibilizado pelo MEC em 2008 para algumas das 47 salas de recursos multifuncionais
existentes na rede pública municipal de Cuiabá.

Com os recursos tecnológicos a professora utiliza ainda o tablet, o celular, além


do computador com o qual a sala é equipada. Por meio dessa tecnologia, a professora

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busca complementar suas aulas e enriquecê-las, tornando-a também mais atrativas para
seus alunos.

FORMAÇÃO DOCENTE PARA O USO DA TECNOLOGIA


ASSISTIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O desenvolvimento profissional dos educadores inicia primeiramente no curso de


formação inicial, no qual passam a contrastar seus conhecimentos teóricos com a prática
por meio dos estágios supervisionados, mas seu desenvolvimento ocorrerá efetivamente,
no exercício de sua profissão. Conforme afirma Libâneo (2001), o professor produz sua
profissionalidade no exercício do trabalho, e esta é a ideia chave do conceito de formação
continuada.

Nessa perspectiva a escola aparece como um local de aprendizagem do professor,


no qual, poderá desenvolver os saberes e as competências do ensinar, colocando em
prática seus conhecimentos e habilidades diante das diferentes situações do contexto
escolar. O professor se forma com os demais colegas a equipe de trabalho, no qual
compartilham sua profissão e seus problemas, aprendendo assim novos saberes e agindo
de modo coletivo. Para Rangel (2011), a formação do educador deve ter em sua prática
a democratização do conhecimento, permitindo uma posição crítica, reflexiva e
transformadora, não só individual, mas também coletivamente, na busca de garantir os
direitos de todos os indivíduos. Na explicação de Vygotsky (1988), no qual o ser humano
é um ser social e o seu desenvolvimento se dá na participação do meio em que está
inserido, podemos refletir sobre os dias atuais. Em que os avanços tecnológicos já fazem
parte da vida da maioria das pessoas, seja no trabalho, no lazer e nos processos
educativos. A partir da análise sugerida, percebe-se a importância das tecnologias digitais
nas práticas pedagógicas apresentando uma nova proposta para os alunos dessa nova
geração. Demo (2004) ressalta que o uso da tecnologia digital deve ser entendido como
uma ferramenta de representação do conhecimento, no qual o grande desafio são
professores que saibam transformar a informação obtida em formação aos seus alunos.
O professor precisa aprender a utilizar as ferramentas digitais, não apenas por ser uma
necessidade do mundo contemporâneo, mas para dar significado para elas na visão do

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aluno e para que não dissocie o conhecimento da realidade (EMER, 2011). Por isso, a
formação docente é de extrema relevância para que o professor esteja preparado no
processo de mediar o aluno a novos mundos e descobertas do saber, como sujeitos
pensantes, capazes de refletir e agir criticamente diante dos desafios pessoais e
profissionais (EMER, 2011).

Nesse contexto, cabe refletir o papel do educador na dinâmica escolar, e de que


forma irá utilizar esses aparatos tecnológicos, considerando que as escolhas das
tecnologias digitais devem ser de acordo com as necessidades e realidade de cada escola
e de seus alunos.

Robô ajuda crianças com autismo e síndrome de Down

A TECNOLOGIA ASSISTIVA NA ESCOLA. O QUE É NECESSÁRIO


CONSIDERAR?

O acesso à internet coloca facilmente a nossa vista uma série de alternativa de


recursos que prometem auxiliar as pessoas com deficiência no desempenho de ações

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pretendidas. Muitas vezes temos a tendência de direcionar a nossa “busca” por “grupo de
recursos” para grupos de pessoas com uma “determinada deficiência”: recursos para
cegos, recursos para surdos, recursos para pessoas com deficiência física, recursos para
pessoas com deficiência intelectual, recursos para autistas etc. Este ponto de vista não
considera que as pessoas com deficiência são diferentes entre si, vivem em contextos
diferentes e enfrentam problemas únicos de participação e desempenho de tarefas, nos
lugares onde vivem. Buscando conhecer e comprar a TA desta forma, teremos uma forte
tendência ao fracasso, ao desperdício financeiro e finalmente ao abandono do recurso.

Podemos resumir e afirmar então que o PAREAMENTO entre DEFICIÊNCIA X


TECNOLOGIA é INSUFICIENTE na busca da alternativa em TA apropriada a uma
situação problema vivida por um usuário específico.

Outra tendência natural de todos nós é o encantamento pela tecnologia e, sempre


que possível, a compra de “tudo”. Facilmente nos iludimos e colocamos na tecnologia a
expectativa de que com ela “tudo vai dar certo”, o milagre vai acontecer e nosso aluno
passará a ter outro desempenho. Já sabemos que a Tecnologia Assistiva, por si só, não
resolverá o problema da inclusão de alunos com deficiência e muito menos da qualidade
de ensino para todos.

Podemos resumir e afirmar então que o ENCANTAMENTO pela TECNOLOGIA e


o apelo do mercado para que se compre tudo, pois os recursos mais atualizados serão
sempre superiores e melhores, não nos ajudará a perceber e encontrar a melhor
alternativa em TA.

Podemos observar hoje um processo intenso de inclusão dos alunos com


deficiência na rede regular de ensino, tanto pública quanto privada. Esse processo,
fundamentado legalmente, demanda esforços em vários sentidos para que os alunos com
deficiência sejam atendidos em suas necessidades especiais.

Dentre o alunado da educação especial, destacam-se os autistas, foco deste


trabalho que procurou investigar formas alternativas de atendimento de suas
necessidades especiais.

A inclusão do aluno autista compreende uma tarefa árdua, principalmente pelos


comportamentos peculiares e limites que a genética impõe na sua forma de linguagem e
comunicação.

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Assim, no sentido de auxiliar a inclusão escolar do aluno autista a TA pode ser
uma estratégia utilizada para possibilitar a ampliação ou a substituição da sua linguagem,
bem como no processo de escolarização.

De acordo com a pesquisa feita, a TA promove a comunicação no contexto escolar


com benefícios para toda a comunidade, alunos, responsáveis, pais e gestão escolar. No
espaço da sala de aula há uma melhora significativa nas práticas pedagógicas, e nas
relações interpessoais dos alunos autistas.

Tal acontece uma vez que, de acordo com os dados colhidos na pesquisa, através
desse recurso, são preparadas atividades que atendem as singularidades do aluno. Cada
prancha de comunicação PECS (figura nº03) é produzida de acordo com cada criança,
favorecendo o seu desenvolvimento cognitivo. Outro fator importante no processo
inclusivo observado é que o professor da sala multifuncional e o professor referência
trabalham de forma articulada. Sem o suporte do professor de AEE o professor da sala
comum sente-se inseguro. Considera-se que a TA deve ser introduzida na sala de recurso
multifuncional e, posteriormente, ampliada para a sala regular.

Visando essa abrangência, é preciso que a política de formação continuada, ora


existente na SME, seja implementada oferecendo cursos para todos os profissionais da
escola, incluindo-se aí professor referência e equipe gestora, a fim de que se apropriem
do conhecimento acerca da TA e tenham atitudes positivas em relação à inclusão e,
sobretudo, desenvolvam habilidades para interagir e ensinar o aluno autista.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERCH, Rita. Introdução à Tecnologia Assistiva. CEI. Centro Especializado em


Desenvolvimento Infantil. Porto Alegre, 2008.

BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com


Deficiência. Comitê de Ajudas Técnicas- Tecnologia Assistiva – Brasília: Corde, 2009.

BRASIL. MEC/SEEP. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva


da Educação Inclusiva. Portaria n˚948, de 09 de outubro de 2007.

BRASIL. MEC- Secretaria de Educação Especial.- Nota Técnica-


SEESP/GAB/N˚11/0210.

BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Documento Subsidiário à Politica de


Inclusão. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação especial, 2005.

BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Especial. Manual de Orientação:


Programa de Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais. 2010.

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