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Instruções e Tecnologia Assistiva para Deficientes Visuais

Antonia Thaynara Soares da Silva1, Giovana Maria


Belém Falcão2, Marcos Antonio Martins Lima3, Patricia
Teixeira de Matos4, Denize de Melo Silva5
1
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação, Ciências e
Letras de Iguatu, e-mail: antonia.thaynara@aluno.uece.br
2
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação, Ciências e
Letras de Iguatu, e-mail: giovana.falcao@uece.br
3
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação/UFC, e-
mail:marcos.a.lima@terra.com.br
4
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação/UFC, e-
mail:patricia.teixeira@aluno.uece.br
5
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação, Ciências e
Letras de Iguatu, e-mail: denize.melo@uece.br

RESUMO. O presente trabalho tem como objetivo apresentar o uso das tecnologias
assistivas como meio de inclusão digital, tendo em vista que são instrumentos
facilitadores para alunos com deficiência visual. Objetiva-se ainda, apresentar o
trabalho desenvolvido na Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu
(FECLI/UECE) e avaliar a usabilidade dos meios técnicos como forma de auxílio no
processo de formação, visando ainda, a sua acessibilidade no uso de redes sociais.
Dessa forma, percebeu-se que a terminologia ainda constitui-se enquanto ferramenta
nova, mas que precisa ser adotada para a ampliação da autonomia e inslusão dos
discentes na respectiva Universidade. Assim, garantindo uma melhoria da
aprendizagem e das atividades pedagógicas promovidas no contexto de formação
acadêmica.
Palavras-chave: Deficientes visuais. Tecnologia assistiva. Autonomia discente.

1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas a sociedade vivenciou diversos avanços tecnológicos, os quais facilitam o
dia-a-dia de inúmeros indivíduos e contribui nos mais variados ambientes, favorecendo diferentes
camadas sociais. Assim, o presente estudo tem como intuito apresentar a Tecnologia Assistiva (TA),
entendendo como ela interfere no convívio e na educação de discentes com deficiência visual.
Objetiva-se ainda apresentar o trabalho desenvolvido dentro do ambiente de ensino superior.
Muitas vezes esses meios passam despercebidos, como exemplos de tecnologias que auxiliam
no processo educacional e na superação de cárceres diários, onde na maioria das vezes não se sabem
como podem ser adotadas na dinâmica educativa. Temos os softwares de comunicação com entrada e
saída de voz, teclados virtuais com varreduras e acionadores, textos em braile, textos com símbolos e
diversos serviços. A facilidade de estar com aparelhos móveis como celulares e tablets são bastante
eficazes, pois são instrumentos facilitadores para a inclusão social por meio da interação em redes
sociais, havendo assim uma melhor comunicação e independência, tornando-os autoconfiantes.
No Brasil, segundo o IBGE (2010), há 45,6 milhões de pessoas com deficiências, esse número
corresponde relativamente a 23,9% da população total. A deficiência visual apresentou um maior
número, atingindo 18,6%. Portanto, fundamentando-se nessa visão, é dever da sociedade adaptar-se
para apoiar e estimular os acessos para todas as pessoas com deficiência, a segurança, a educação, a
locomoção e os mais diversos direitos humanitários.
A faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu da Universidade Estadual do Ceará,
desenvolve um trabalho de promoção da inclusão de alunos com deficiência visual, contando com
Universidade Estadual do Ceará - UECE
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bolsistas do setor da acessibilidade, no campus de Iguatu. A bolsa é uma atividade de auxílio aos
professores e aos alunos matriculados na instituição com deficiência visual, tendo como intuito
favorecer o processo educacional, realizando a digitalização dos materiais didáticos utilizados em sala
de aula, assim como leituras extras complementares, de escolha do discente. Neste estudo
apresentaremos algumas ações desenvolvidas pelos bolsistas.

2. METODOLOGIA
O presente trabalho foi produzido por meio de pesquisa bibliográfica assentada em autores
como: Conforto & Santarosa (2002), Galvão Filho (2004) e (2009), Figueredo (2010) e Brasil (2014),
para o entendimento acerca dos conceitos e das bases que circundam as Tecnologias Assistivas e a
contribuição das mesmas para a promoção da autonomia e inclusão no espaço acadêmico. Também foi
realizada uma entrevista com os alunos com deficiência visual oriundos do curso de Letras do campus
da Fecli/UECE, na qual foram obtidas informações e vivências sobre a temática em estudo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tecnologia assistiva para deficientes visuais tem como objetivo favorecer a autonomia e
inclusão ao educando. Oferecendo, portanto, uma organização de serviços, como em aparelhos
eletrônicos, e a identificação dos recursos apropriados às suas necessidades, assim como a
disponibilidade de professores e superiores a estes, para promover uma maior interação destes alunos.
Porém, a tecnologia assistiva vai muito além desses recursos, incluem metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade e a participação destas pessoas, que
contam com a mobilidade reduzida, assim, priorizando sua autonomia, independência e a qualidade
diante da inclusão social. A Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva publica em 2008, defende a necessidade de desenvolver técnicas que garantam a
permanência e a participação destes alunos na educação do ensino superior. Neste sentido, as TA
favorecem a acessibilidade em todos os requisitos, arquitetônicos, de comunicações, sistemas de
informações, adequação de materiais didáticos e metodológicos. Portanto, as Tecnologias Assistivas
contribuem no processo de ensino e aprendizagem, promovendo a autonomia e acessibilidade do aluno
na comunidade acadêmica. Desta forma, visto que a trajetória de pessoas com deficiências é
“constituída de maustratos, superstições, exclusões e de atitudes segregadoras” (FIGUEIREDO, 2010,
p. 25).
A TA vem disponibilizar propostas ao sistema de educação, viabilizando um melhor
desenvolvimento a estes indivios, comprendendo ainda que os mesmo que possuem deficiências, são
contemplados com a mesma capacidade inata que os demais

no qual conclui que os princípios fundamentais do desenvolvimento são os mesmos


para as crianças com ou sem deficiência, mas que as limitações interpostas pela
deficiência funcionam como um elemento motivador, como um estímulo, uma
“supercompensação”, para a busca de caminhos alternativos na execução de
atividades ou no logro de objetivos dificultados pela deficiência (GALVÃO FILHO,
2004. p. 28).

Dentre os diversos meios tecnológicos para auxiliar as pessoas com deficiência visual um dos
mais utilizados é o dosvox, um sistema operacional para microcomputador da linha PC, se
comunicando assim com o usuário por meio de síntese de voz, permitindo o uso de computadores.
Temos ainda programas de leitores de tela, como o Virtual vision, uma tecnologia de síntese de voz,
capaz de informar aos usuários quais são os controles. Assim como o Jaws, para o Windows,
permitindo facilmente o acesso ao computador. No que diz respeito ao uso de aparelho celular,
possuem também recursos de sistemas operacionais de leitores de tela, permitindo que o deficiente
utilize a maioria de suas funções sem dificuldades.
Na Universidade Estadual do Ceará - FECLI, uma das ações desenvolvidas para garantir a
inclusão dos alunos com deficiência visual, se dá através da disponibilização de bolsas com intuito de
prestar serviços para os discentes com deficiência, permitindo melhores condições para que os alunos
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estudem com autonomia. Diante dos poucos recursos disponíveis na FECLI, os bolsistas realizam o
processo de digitalização dos materiais didáticos que somente estão disponíveis em meio impresso e
desenvolvem ações sobre a acessibilidade, voltadas para a conscientização da comunidade acadêmica,
tais como minicursos, oficinas, palestras e entre outras ações. No entanto, temos consciência que estes
serviços ainda não são suficientes para garantir a acessibilidade dos estudantes com deficiência. Dentre
os serviços que ainda precisam ser implementados destacamos: a adaptação e impressão de conteúdo em
braile, gravações em geral, recursos tecnológicos, como computadores, gravadores, linha em braile, e
entre outros. Além disso é preciso sensibilizar toda a comunidade acadêmica em relação a inclusão. Na
busca de seus direitos, os estudantes com deficiência visual tornam-se voz ativa e exigem os recursos
necessários para um melhor envolvimento. Reivindicam ao direito de uma estrutura adequada, apoio
institucional, a contratação de um profissional em braile, de uma impressora braile e eles ate se engajam
no processo da acessibilidade, sendo cientes que procuram avanços não somente para eles, mas, para
futuros ingressados.

A construção de uma sociedade de plena participação e igualdade tem como um de


seus princípios a interação efetiva de todos os cidadãos. Nesta perspectiva é
fundamental a construção de políticas de inclusão para o reconhecimento da diferença
e para desencadear uma revolução conceitual que conceba uma sociedade em que
todos devem participar, com direito de igualdade e de acordo com suas
especificidades (CONFORTO & SANTAROSA, 2002, p. 2).

Com base nos assuntos apresentados, observa-se que as tecnologias assistivas apresentam como
importantes no processo de inclusão, denominada anteriormente como ajuda técnicas, abrangendo
muitos recursos e práticas, favorecendo as pessoas com deficiência de maneira positiva na sua
autonomia e desenvolvimento físico, profissional e social. “Assim, no início da década de 1990, o
movimento em prol da Educação Inclusiva, iniciado nos anos 1980 na Educação Básica, ganhou
amplitude e destaque no cenário educacional” (FIGUEIREDO, 2010, p. 29), intencionando assim, a
permanencia e o sucesso, dos mais diversos alunos. Diante disso, a inclusão deve promover educação
de qualidade, atendendo todas as suas especificidades e necessidades, enfrentando espaços físicos e
tecnológicos, proporcionando a liberdade e mantendo como base os estudos e análises já apontada. A
TA garante a organização desta área de conhecimento e serviço, permitindo a identificação e as
limitações destes deficientes. Assim, é fato que a mesma desempenha um papel importantíssimo na
vivência dos deficientes visuais, permitindo-lhes o desempenho de tarefa com mais clareza e
facilidade. Este apoio inclusivo, auxilia na implementação destes indivíduos na era digital, no ensino
superior e principalmente no mercado de trabalho, realizado de maneira qualificativa, na qual
primordialmente, no pensamento da maioria da sociedade seria impossível. Com efeito, há diversos
tipos de TA para diferentes tipos de cegueira, porém dentro do âmbito aqui apresentado, restringiu-se
aos destinados a cegueira total. Nessa perspectiva, vale salientar o documento correspondente a
educação inclusiva, homologado em 2014, a Lei nº 13.005, que implementa o Plano Nacional de
Educação (PNE), trazendo como discursão a política de educação especial na perspectiva inclusiva,
objetivando a realização de 21 metas, e assim institui a seguinte:

Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos, o atendimento escolar aos


alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, preferencialmente na rede regular de ensino, garantindo o atendimento
educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou
serviços especializados, públicos ou comunitários, nas formas complementar e
suplementar, em escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados
(BRASIL, 2014, p. 15)

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos realizados e abordadas a respeito de TA, aqui desenvolvido, permite concluir que,
existem diversas maneiras para incluir as pessoas com deficiencia visual em todas as áreas da
sociedade, inclusive no meio educacional. Assim, o estudo teve como intuito principal sistematizar e
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caracterizar o uso da TA como parte de sistemas educativos, explorando de maneira especifica, um
contexto disciplinar para a construção de uma visão mais ampla acerca dos rescursos adotados a favor
do processo de apredizagem.
Diante desse contexto, verifica-se, pois, a ampliação de estudos sobre a respectiva temática no
intento de valorar a aprendizagem dos sujeitos imersos no processo de inclusão. A inclusão perpassa a
ampliação de estratégias e recursos para mobilização ativa desses sujeitos. Cabe, portanto, um processo
de estudo e formação contínua para o exercício e manipulação adequada de tais ferramentas pelo
professor para que o mesmo desenvolva um trabalho contextualizado e atento às demandas apresentadas
em sala pelos estudantes.

5. REFERÊNCIAS

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº
13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras
providências. Brasília, 2014.

CONFORTO, Débora e SANTAROSA, Lucila M. C. Acessibilidade à Web: Internet para


Todos. Revista de Informática na Educação: Teoria e Prática, Rio Grande do Sul, UFRGS,
2002.

FIGUEIREDO, R. V. Escola, diferença e inclusão. Fortaleza: Edições UFC, 2010.

GALVÃO FILHO, T. A. Ambientes computacionais e telemáticos no desenvolvimento de projetos


pedagógicos com alunos com paralisia cerebral. Dissertação (Mestrado em Educação) –
Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2004.

GALVÃO FILHO, Téofilo Alves. Tecnologia assistiva. Revista Arede: Tecnologia para
inclusão social, São Paulo, v. 53, nov. 2009

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Censo demográfico 2000:


características gerais da população [Internet]. Rio de Janeiro; 2010 [citado 2010 jan. 13].
Disponível em: <ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/
censo2000/populacao/censo2000_populacao.pdf.> Acesso em 30 de agosto de 2019.

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