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Com esta ação de formação pretende-se alertar o docente para o potencial da TIC na
eliminação de barreiras no processo de aprendizagem dos alunos e como ferramenta
para a equidade na educação. Tendo em consideração que, no seu percurso escolar,
qualquer aluno pode sentir dificuldades de aprendizagem, e que a utilização de
ferramentas tecnológicas permite destruir qualquer tipo de barreiras, é importante que
os professores estejam habilitados a utilizar as TIC na sua prática letiva, e ir de encontro
aos dizeres de Vygostsky, um dos grandes teóricos da educação, para quem é
importante a ação, a linguagem, os processos interativos na construção das estruturas
mentais superiores. Com o Plano de Capacitação Digital de Docentes, sendo uma
aposta da tutela a Educação Inclusiva, é de todo importante e interessante, associar
estes dois princípios, dotando os docentes de conhecimentos/competências para que
possam garantir o sucesso a TODOS os alunos.
"A pandemia foi um período muito crítico e recebemos uma menina com cerca de 18 meses,
que veio com atraso de linguagem. Era uma menina não verbal, não estabelecia contacto com
os cuidadores, não reagia ao nome, não tinha um brincar simbólico. Portanto, havia ali vários
sinais de alarme em termos do desenvolvimento psicomotor saudável", conta Micaela
Guardiano.
“Esta menina foi orientada para intervenção terapêutica logo na primeira consulta e foi dada
indicação aos pais de retirada da exposição aos ecrãs. A verdade é que a menina passava
muitas horas exposta a ecrãs", explica a médica pediatra.
"Seis meses depois, numa consulta de reavaliação, eu vi a mesma menina totalmente normal.
A principal intervenção que a mãe fez com esta criança pequena foi brincar muito com ela
todos os dias. E de facto a criança normalizou totalmente”, conclui a coordenadora da Unidade
de Neurodesenvolvimento do serviço de pediatria do Hospital de São João, entrevistada no
âmbito da Grande Reportagem SIC “Agarrados ao Ecrã”, que será transmitida no Jornal da
Noite esta segunda-feira, 8 de janeiro.
Na Grande Reportagem SIC “Agarrados ao Ecrã” fomos perceber qual o impacto que o uso dos
dispositivos digitais tem na saúde, no cérebro e no desenvolvimento.
O tempo que as crianças dedicam aos dispositivos digitais contraria, de forma clara, as
recomendações da Organização Mundial da Saúde, e os conteúdos aos quais os mais novos
estão expostos são muitas vezes desadequados para o seu nível de desenvolvimento.
Os problemas relacionados com a linguagem e aprendizagem são cada vez mais comuns.
Especialistas alertam para o facto das crianças estarem mais agitadas e terem mais dificuldade
em conseguir estar atentas. Aumentaram também os casos de obesidade e ansiedade entre os
mais novos.
Várias escolas já proibiram o uso do telemóvel nos intervalos para promover o convívio entre
os alunos e a atividade física.
Por outro lado, ouvem-se argumentos sobre os benefícios da utilização da tecnologia,
nomeadamente como ferramenta de ensino. Em todo o mundo pediatras, psicólogos e
cientistas debruçam-se sobre o tema.