Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Pró-Reitoria de Graduação
Escola de Formação de Professores e Humanidades
Pibid -PUC Goiás

O PAPEL DO PROFESSOR FRENTE AS NOVAS TECNOLOGAIS EDUCACIONAIS

Daniella Rezende dos Reis (PUC – GO)

1. INTRODUÇÃO

A tecnologia está presente em todos os âmbitos de nossas vidas. Do acordar

ao adormecer estamos sempre utilizando algum recurso tecnológico! Quando falamos
em tecnologia, logo se pensa em smartphones, smartwatch, computadores,
notebooks, tablets, kindle, IA, entre outros. Mas afinal, o que é tecnologia?

De acordo com o Mini Dicionário Aurélio (2001), tecnologia é definida como

‘conjunto de conhecimentos, especialmente princípios científicos, que se aplicam a um
determinado ramo de atividade. W. Brian Arthur (2009) diz que ‘mais do que qualquer
outra coisa, a tecnologia cria nosso mundo. Ela cria a nossa riqueza, a nossa
economia, a nossa própria maneira de ser’, sendo ela ‘um meio de cumprir um
propósito humano’.

Tecnologia não se restringe apenas a dispositivos eletrônicos modernos, mas

abrange um conjunto diversificado de conhecimentos, técnicas, métodos e processos
utilizados para criar produtos, sistemas ou serviços para resolver problemas e atender
às necessidades humanas. Ela é responsável por transformar o mundo ao nosso
redor, criando soluções inovadoras que melhoram a qualidade de vida, impulsionam o
progresso científico e econômico, e moldam nossa maneira de interagir com o
ambiente e com os outros seres humanos.

Todo artefato construído pelo ser humano é tecnologia, sendo o

desenvolvimento e utilização de ferramentas sua forma mais simples. A tecnologia
está e sempre esteve presente na evolução humana, a descoberta de como controlar
o fogo e a invenção da roda na pré-história são exemplos do uso de tecnologias
básicas que trouxeram vários benefícios ao homem. Em resumo, tecnologia é o
conjunto de ferramentas, técnicas e conhecimentos que permitem aos seres humanos
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criar soluções para desafios e necessidades, melhorando a eficiência, produtividade e

qualidade de vida.

A tecnologia pode ser empregada em várias áreas da atuação humana,

inclusive na educação. As tecnologias que aumentam a capacidade de comunicação
do homem são extremamente importantes para a educação. Além disso, muitas
ferramentas, sendo tecnologia analógica ou digital, trazem grandes benefícios como
facilitadores no processo de ensino e aprendizado.

A fala tipicamente humana e a escrita alfabética são tecnologias antigas que

estende a capacidade de comunicação do homem, sendo elas essenciais na
educação. A fala permite a transmissão imediata e direta de informações entre
indivíduos, enquanto a escrita alfabética possibilita a preservação e a disseminação do
conhecimento ao longo do tempo e do espaço.

Com o surgimento da escrita, houve a necessidade de inventar ferramentas

para escrever e onde escrever. Os primeiros artefatos utilizados para este fim foram
pedras e tábuas de argila, depois surgiram o papiro e o pergaminho. Com a invenção
da imprensa, por volta de 1450, a produção de materiais impressos trouxe muitos
avanços para a educação. Essa tecnologia permitiu a disseminação e acessibilidade a
muitos conhecimentos.

Com o avanço da tecnologia, muitas ferramentas foram surgindo com o intuito

de promover a educação. Aparatos como o Horn-Book (uma chapa de madeira com
letras e figuras impressas usado para alfabetizar crianças na época colonial), a Lousa
Negra (criado em 1800 por um professor de geografia que uniu várias placas de
ardósia para desenhar mapas), o Giz, o Ferule (espeto de madeira usado para
apontar/indicar), o Lápis, o Caderno, o Livro, a Internet, o Computador, o Chromebook,
a Lousa Digital e todos os objetos que vemos nos ambientes educacionais, utilizados
para facilitar o processo de ensino-aprendizagem, são tecnologias que evoluíram ao
longo dos anos, acompanhando a própria evolução humana.

Na educação, a tecnologia moderna tem um impacto significativo ao

proporcionar novas oportunidades de aprendizagem e ensino. Ela permite o acesso a
recursos educacionais globais, a personalização do aprendizado de acordo com as
necessidades individuais dos alunos, a criação de ambientes de aprendizagem
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colaborativos e a integração de ferramentas interativas que tornam as aulas mais

dinâmicas e envolventes.

Contudo, nem toda tecnologia é útil no processo de ensino e aprendizagem e o

mal emprego dela pode até mesmo atrapalhar. As tecnologias digitais vem sendo um
desafio aos educadores desde seu advento. O emprego destas tecnologias pode
ampliar a capacidade de adquirir, organizar, analisar e transferir informações, como
podem aumentar a dispersão da atenção dos alunos, trazer novas dificuldades e até
mesmo prejuízo no aprendizado, além de ser um risco à segurança e privacidade de
dados dos alunos. Qual será, então, o papel do professor diante as novas tecnologias
aplicadas na educação?

A tecnologia é uma presença constante em nossas vidas, permeando todos os

aspectos do nosso dia a dia, desde o despertar até o momento de dormir. No entanto,
além de ser parte integrante da nossa rotina, a tecnologia desempenha um papel
crucial na transformação da educação, trazendo consigo novas oportunidades e
desafios para os educadores. Neste contexto, é fundamental compreender o papel do
professor diante das novas tecnologias educacionais, explorando como essas
ferramentas podem ser integradas de forma eficaz para promover uma educação mais
inclusiva e dinâmica.

2. DISCUSSÃO

Muitos já ouviram a afirmação de que "um bom professor não precisa de

tecnologia". No entanto, é importante reconhecer que desde o momento em que
nascemos, estamos imersos no uso constante de tecnologia, tornando-se
praticamente impossível realizar qualquer atividade sem utilizar algum tipo de recurso
tecnológico.

É fundamental lembrar aos educadores que a tecnologia é essencialmente um

meio para alcançar objetivos humanos. No contexto da educação, isso se traduz em
utilizar técnicas, métodos e procedimentos organizados de maneira a facilitar a
compreensão e aquisição de conhecimento. Esses elementos são empregados para
criar meios que tornem o processo educacional mais acessível e eficiente para os
alunos (A. E. Perfeito, 2020).
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Quando se fala em “Tecnologia Educacional”, ou “Tecnologia na Educação”,

dificilmente se pensa em livros, lousa e giz. Geralmente, quando se fala no emprego
de tecnologias na educação, automaticamente se associa a computadores, internet e
as demais tecnologias digitais modernas. Vale lembrar que a fala humana, a escrita e
todas as ferramentas educacionais, como aulas, livros, revistas, currículos e
programas, são formas de tecnologia que têm sido utilizadas pelos educadores ao
longo do tempo. A familiaridade com essas tecnologias pode torná-las invisíveis para
eles, mas sua presença é antiga e fundamental no contexto educacional (Chaves,
2007).

O principal propósito do ensino reside em estimular uma compreensão

abrangente de um tema. Quando um aluno adquire essa compreensão, passa a
enxergar a estrutura da matéria como um todo interligado. A habilidade de formar
conceitos amplos e construir generalizações consistentes desempenha um papel
fundamental ao longo do processo de aprendizagem (SPRINTHALL & SPRINTHALL,
1993 apud Caetano, 2015). É necessário reconhecer a importância da autonomia dos
alunos nesse contexto. A capacidade de os alunos assumirem a responsabilidade pelo
próprio aprendizado, fazer escolhas relacionadas ao seu processo de estudo, buscar
informações relevantes e aplicar o conhecimento de forma criativa e crítica são
aspectos essenciais para um desenvolvimento educacional completo e eficaz.

As tecnologias modernas desempenham um papel relevante na promoção da

autonomia dos alunos no processo de ensino-aprendizagem. Plataformas
educacionais online, aplicativos interativos e recursos digitais permitem que os
estudantes explorem conteúdos de forma personalizada, avancem em seu próprio
ritmo e escolham as áreas de estudo que mais lhes interessam. A possibilidade de
acessar informações de maneira rápida e diversificada incentiva a autodisciplina, a
autogestão e o desenvolvimento de habilidades de pesquisa e resolução de problemas
de forma independente. Além disso, as ferramentas de colaboração online
proporcionam oportunidades para que os alunos trabalhem em projetos em grupo,
compartilhem ideias e feedback, e desenvolvam habilidades sociais e de trabalho em
equipe, contribuindo assim para uma aprendizagem mais significativa e autônoma.

A discussão sobre o papel do professor frente às novas tecnologias

educacionais envolve diversos aspectos essenciais. Primeiramente, é importante
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reconhecer que a tecnologia, apesar de ser uma ferramenta poderosa, não substitui a
habilidade e o papel do professor como mediador de conhecimento. O professor
desempenha um papel fundamental na orientação dos alunos em sua jornada
educacional, facilitando a compreensão, aquisição e aplicação do conhecimento.

De acordo com Faria (2004) os métodos de ensino devem enfatizar a

construção colaborativa do conhecimento, facilitada pela presença da tecnologia, onde
o papel do professor é ativo e mediador, guiando e orientando esse processo de
construção. Cabe ao professor, então, criar um ambiente propício para a integração
harmoniosa das novas tecnologias no processo de ensino, buscando não apenas
otimizar o aprendizado dos alunos, mas também promover uma educação mais
inclusiva e dinâmica.

Ao criar um ambiente propício para a integração das tecnologias, o professor

precisa adaptar suas práticas de ensino, desenvolvendo estratégias que incorporem o
uso dessas ferramentas de maneira eficaz e relevante para os objetivos educacionais.
Isso pode incluir a criação de recursos digitais, o uso de plataformas online para
interação e colaboração, a utilização de aplicativos educacionais e muito mais.

É importante destacar que as tecnologias digitais, quando bem empregadas,

oferecem benefícios significativos, como o acesso a recursos educacionais globais, a
personalização do aprendizado de acordo com as necessidades individuais dos alunos
e a criação de ambientes colaborativos e interativos. No entanto, é fundamental
também estar ciente dos desafios e limitações dessas tecnologias, como a dispersão
da atenção dos alunos e os riscos à segurança e privacidade de dados.

Diante desse cenário, o papel do professor é ser um guia ativo e mediador no

processo de ensino-aprendizagem, criando estratégias que incorporem o uso das
tecnologias de forma relevante e eficiente para os objetivos educacionais. Isso inclui a
participação em formações e capacitações constantes, a exploração ativa das
ferramentas disponíveis e a adaptação das práticas de ensino conforme as demandas
do ambiente educacional moderno.

Um dos principais desafios enfrentados pelos educadores é a necessidade de

adaptação e atualização constante em relação às novas tecnologias. O professor deve
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estar atualizado e familiarizado com as tecnologias em questão, compreendendo suas

funcionalidades e potenciais impactos no ensino e aprendizado.

Essas ferramentas evoluem em um ritmo acelerado, tornando desafiador para

os profissionais da educação acompanhar todas as mudanças e atualizações. Essa
rápida evolução pode gerar uma lacuna entre o conhecimento técnico dos professores
e as demandas do ambiente educacional moderno, impactando diretamente na
eficácia do uso das tecnologias em sala de aula e na promoção de um aprendizado
mais eficiente e engajador para os alunos. Por isso, é necessário participar de
formações e capacitações constantes, além de explorar ativamente as ferramentas
disponíveis e suas aplicações pedagógicas.

Outro desafio substancial está relacionado à falta de acesso a essas

tecnologias em muitas instituições de ensino, evidenciando a desigualdade e a má
distribuição de recursos no contexto educacional. Esta questão é especialmente
relevante no cenário brasileiro, onde a Constituição Federal de 1988 estabelece, em
seu artigo 205, que a Educação é um direito de todos e um dever do Estado e da
família. Além disso, a Carta Magna destaca que a Educação deve visar ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

No entanto, a distância entre essa promessa constitucional e a realidade da

educação brasileira revela um cenário complexo e multifacetado. Apesar dos
princípios inclusivos, igualitários e de qualidade delineados pela Constituição e pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), os dados mostram
disparidades significativas. A infraestrutura escolar apresenta lacunas, o acesso a
recursos educacionais é desigual e as discrepâncias regionais criam desafios
adicionais.

Essa realidade reflete a necessidade urgente de superar os obstáculos para a

implementação efetiva das diretrizes educacionais no país. É essencial garantir o
acesso equitativo às tecnologias e recursos educacionais, promovendo assim uma
educação mais inclusiva, acessível e de qualidade para todos os brasileiros, em
conformidade com os princípios fundamentais estabelecidos pela legislação vigente.
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Em resumo, o professor desempenha um papel essencial na integração

harmoniosa das novas tecnologias na educação, promovendo não apenas um
aprendizado mais eficiente e engajador, mas também uma educação mais inclusiva e
dinâmica, em conformidade com os princípios fundamentais estabelecidos pela
legislação educacional.

3. CONCLUSÃO

A evolução tecnológica tem desempenhado um papel significativo na

transformação do cenário educacional, proporcionando tanto novas oportunidades
quanto desafios para professores e alunos. Nesse contexto, o papel do professor
como mediador de conhecimentos e facilitador de aprendizagem torna-se ainda mais
crucial. O professor não apenas orienta os alunos em sua jornada educacional, mas
também cria um ambiente propício para a integração harmoniosa das novas
tecnologias, buscando otimizar o aprendizado e promover uma educação mais
inclusiva e dinâmica.

Os desafios enfrentados pelos educadores, como a necessidade constante de

atualização técnica e a falta de acesso equitativo às tecnologias, destacam a
importância de políticas e práticas que garantam uma educação de qualidade para
todos. É fundamental superar essas barreiras, assegurando que a tecnologia seja
utilizada de forma eficaz e inclusiva, em conformidade com os princípios fundamentais
estabelecidos pela legislação educacional brasileira.

Assim, ao avançarmos na construção de um sistema educacional mais

equitativo, acessível e preparado para os desafios do século XXI, reconhecemos o
papel essencial do professor como agente de transformação e catalisador do processo
educativo, em constante busca pela excelência e pela promoção do desenvolvimento
integral dos alunos.

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