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1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC)
A tecnologia é um processo que acompanha o homem desde sua existência,
e por meio desse processo ele começou a se diferenciar dos demais animais. As
tecnologias podem referir-se a materiais físicos, desde os mais simples (pentes de
cabelo) aos mais sofisticados (smartphones), ou mesmo a processos e gestão e
controle (LIMA, 2013).
Atualmente, utilizamos diversas ferramentas tecnológicas nas escolas, mas
nem sempre temos consciência disso. O livro, a lousa e a caneta são exemplos dessas
tecnologias, que já estão integradas ao nosso cotidiano e transformam o processo de
ensino-aprendizagem desde o início de seu uso. Os recursos de webconferência e
teleconferência podem ser explorados para cursos e conferências.
Para Borges (2021), utilizando ferramentas sincrônicos (como chat) e
assíncronas (como fóruns e grupos de discussão), os alunos também podem
compartilhar ideias para complementar as aulas presenciais ou apoiar o ensino à
distância. Diversas instituições de ensino utilizam plataformas de aprendizagem que
disponibilizam diversos recursos e ferramentas: chat, newsgroup, grupos, conteúdos,
imagens, sons e vídeos. Através da internet podemos acessar essas plataformas e
outras ferramentas como os buscadores Google e Bing.
Por isso, sabemos que os recursos de informática inevitavelmente vêm à
mente quando se fala em tecnologia educacional. O computador, em comparação com
outros recursos, além de fornecer a mesma função, também é interativo. Assim,
podemos realizar diversas tarefas em paralelo e interagir diferenciadamente: ouvir
rádio enquanto descarregamos um arquivo, lê-lo e preparar uma apresentação de
slides, por exemplo.
Nesse sentido, não se pode negar que os computadores e a própria tecnologia
da informação têm facilitado a educação em ambientes escolares, onde há
profissionais prontos para utilizá-los. Sabendo disso, é imprescindível estudar os
estímulos que essas ferramentas podem estimular para troca de informações e
interação, bem como a possibilidade de leitura/navegação de forma não linear, onde
é possível interagir com diferentes partes do texto, com diferentes mídias, como
animação e som, em simultâneo, em que possui vários textos/mídias (BORGES,
2021).
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A tecnologia mudou as diversas formas de prática humana, produção,
consumo, interação e até mesmo o exercício da cidadania na vida cotidiana.
Atualmente, a tecnologia se propõe a mudar como o ser humano aprende e ensina;
antes, o ato de educar permitia que os alunos adquirissem habilidades para usar a
tecnologia e, hoje, os professores usam a tecnologia para educar os alunos.
Sobre esse expressivo avanço tecnológico desenvolvido pelo ser humano,
Fróes (2011, p. 25) observa,
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variedade de tecnologias digitais e criar ambientes de aprendizagem que facilitem o
processo de desenvolvimento intelectual dos alunos dentro e fora da sala de aula.
Para tal, é necessário orientar e educar as crianças que se deparam com as
TIC para compreenderem a principal relevância da utilização destas ferramentas na
sua vida social, uma vez que a tecnologia pode desempenhar mais do que apenas
distração e entretenimento na vida das crianças.
Para isso, como afirmam Otto et al. (2016), as crianças devem entender os
diferentes papéis associados à tecnologia, caso contrário não saberão distinguir entre
o que uma ferramenta faz e o que não faz:
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Fonte: shre.ink/1Aon
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A educação, como outras organizações, está sob pressão para mudar. O
conceito de tecnologia educacional, como o uso de dispositivos tecnológicos para
processos de ensino e aprendizagem, é um campo de conhecimento que busca
compreender a prática pedagógica e os métodos utilizados pelos professores que
utilizam a tecnologia. As tecnologias educacionais estão surgindo com as mudanças
econômicas no cenário mundial, momento em que as inovações tecnológicas estão
em alta e criadas para atender o mercado (CASTELLS, 2002).
Segundo Brito e Purificação (2012), a comunidade escolar enfrenta três
caminhos: rejeitar a tecnologia e ficar fora do processo, abraçar a tecnologia e
transformar a vida em uma carreira atrás do novo, ou abraçar os processos,
desenvolver habilidades permitindo o controle de tecnologias e seus efeitos. Na
análise das três opções de destaque, a última opção, que melhor permite uma
formação intelectual, afetiva e física do cidadão, permitindo-lhe criar, redesenhar e
refletir sobre seus modos e atitudes, é a última opção com fortes características de
transformação da sociedade.
Para isso, a educação precisa de sentido, e os educadores precisam acreditar
em si mesmos, nos valores que defendem, ou seja, ter as crenças de suas ideias.
Portanto, é de extrema relevância a formação eficiente do professor, que deve estar
aberto às mudanças, aos novos paradigmas que o obriguem a aceitar a diversidade,
as demandas da sociedade, comunicando-se por meio de um formato de linguagem
diferente; um universo cultural e tecnológico em constante expansão.
Pode-se observar que essas tecnologias causaram algumas preocupações
para os professores, principalmente aqueles que eram considerados tradicionais, pois
essas novas ferramentas de ensino e aprendizagem exigem práticas pedagógicas
diferenciadas.
Segundo Valente (1993), as tecnologias educacionais são ferramentas
disponíveis que, se utilizadas corretamente, produzem importantes transformações no
processo de ensino e aprendizagem. Curiosamente, vários fatores levam a escola a
resistir às inovações no campo da tecnologia. A falta de recursos, infraestrutura, o
despreparo dos professores e da equipe pedagógica, os materiais que chegam na
escola por imposição e não por escolha dos professores, a quantidade insuficiente de
materiais para o tamanho da escola, estão entre os principais. Tais fatores interferem
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sobremaneira na disposição dos educadores em utilizar as inovações, como se fosse
possível ficar indiferente à influência que elas exercem sobre as pessoas.
Nesse contexto, o professor deve mudar sua postura pedagógica,
principalmente no que diz respeito à construção do conhecimento e à democratização
do conhecimento, é preciso que ele domine o manuseio da máquina e também seu
uso pedagógico.
Existe uma real necessidade de educadores dedicados ao processo
educacional, que se dediquem à produção ou assimilação crítica de inovações de
natureza pedagógica, e assim explorarem a estreita amplitude de movimento que
existe na área de educação (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2012).
Considerando que essas mudanças em relação a essas novas tecnologias
têm causado diversas confusões no ambiente escolar, esse fato não impede que
essas inovações sejam aceitas passivamente pelos educadores. Existe uma visão
incompleta sobre a tecnologia que os faz pensar apenas na ferramenta tecnológica.
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De acordo com Guarezi e Matos (2012), a EaD possui algumas características
como: autonomia, comunicação e processo tecnológico. Em termos de autonomia, os
alunos podem determinar o melhor momento e local para aprender de acordo com
seu próprio ritmo e estilo de aprendizagem, por meio de materiais instrucionais que
ajudam a mediar o conhecimento e promover a aprendizagem autodirigida. Em
relação à comunicação, esta é sempre mediada e pode acontecer de forma síncrona,
quando alunos e professores estão conectados simultaneamente, como por meio de
chat, webconferência, audioconferência e telefonemas, ou de forma assíncrona,
quando alunos e professores estão conectados ou quando não estão. Conexão
simultânea, pode ser por fóruns, e-mail, etc. Essas formas de comunicação nos
permitem atender mais alunos de diferentes regiões. Na frente da tecnologia, alunos
e professores podem usar uma variedade de tecnologias para facilitar a comunicação
e acessar o conteúdo.
Segundo Maia e Matar (2007), a EaD é um modelo de educação em que
professores e alunos são separados, planejados pela instituição, e utilizam diversas
tecnologias de comunicação. Nessa definição, o autor destaca três pontos: separação
espacial, separação temporal e planejamento. Uma separação no espaço onde o
aluno não está no mesmo lugar que o professor ou o aluno como no ensino presencial;
ou seja, eles estão separados fisicamente. Em relação à separação temporal, as
atividades desenvolvidas podem ser síncronas, quando professores e alunos
precisam se conectar simultaneamente por meio de chat, videoconferência e
plataformas virtuais, ou assíncronas, quando professores e alunos estão separados
no tempo. Nesse caso, há paralelos com o que Guarezi e Matos disseram no sobre o
aspecto comunicacional na EaD. Em termos de planejamento, a EaD precisa ser
planejada pela instituição de ensino, incluindo também o acompanhamento professor-
tutor e a supervisão da aprendizagem.
Landim (1997) observou que a EaD pressupõe uma combinação de
tecnologias tradicionais e modernas que permitem que o aprendizado individual ou
em grupo seja combinado com atividades presenciais específicas, como sessões de
aprendizado em grupo e avaliações, seja no local de trabalho ou externamente, por
meio de ensino à distância e métodos de treinamento. Fica evidente nesse conceito a
importância do uso das TIC e da mediação dos professores no processo de ensino;
dito isso, a noção de educação como um processo colaborativo e bilateral (professor-
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aluno e aluno-aluno) é significativa porque os alunos são vistos como pessoas que
acumulam seu próprio conhecimento por meio da participação ativa. Além disso, a
Landim oferece sessões presenciais de estudo e avaliação em grupo em atendimento
ao Art. 1º do Decreto nº 5.22 de 2005 sobre momentos presenciais, abaixo citado.
Sobre esses momentos presenciais, ou seja, a presencialidade, Gonçalves
(1996, p.13) afirma que,
I - avaliações de estudantes;
II - estágios obrigatórios;
III - defesa de trabalhos de conclusão de curso; e
IV - atividades relacionadas a laboratórios de ensino.
I - educação básica;
II - educação de jovens e adultos;
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III - educação especial;
IV - educação profissional, abrangendo os seguintes cursos e programas: a)
técnicos, de nível médio; e b) tecnológicos, de nível superior;
V - educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas:
a) sequenciais;
b) de graduação;
c) de especialização;
d) de mestrado; e
e) de doutorado.
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2- Intermediário: com o foco no Instituto Monitor (1939) e no Instituto Universal
Brasileiro (1941);
3- Moderna: influenciada por três organizações: Associação Brasileira de
Teleeducação (ABT); Instituto de Administração Educacional (Ipae) e Associação
Brasileira de Educação à Distância (Abed).
No Brasil, a EaD é amplamente conhecida por meio da televisão e programas
educacionais complementares em fascículos. Nesse contexto, segundo Nunes (1993),
a EaD teve início com a implantação do Instituto Rádio Monitor, em 1939, e do Instituto
Universal Brasileiro, em 1941. Ou seja, comparando com os momentos descritos
acima por Alves, a EaD teria começado no momento Intermediário. Assim, Nunes não
leva em consideração as ações feitas antes desse período.
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estabelecidos no referido Decreto, cabendo à Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior – CAPES publicar as normas complementares a esse
Decreto, para tal motivo, no termo de 180 (cento e oitenta dias), contados do dia de
sua publicação (BRASIL, 2005).
Em 09 de maio de 2006, foi publicado o Decreto 5.773, foi publicado o Decreto
nº 5.773, que regulamenta as funções de regulação, fiscalização e avaliação das
instituições de ensino superior e dos cursos superiores de graduação e sequenciais
no sistema federal de ensino. Nos parágrafos do art. 1º, são explicadas as funções de
regulação, supervisão e avaliação (BRASIL, 2006):
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V - reduzir as desigualdades de oferta de ensino superior entre as diferentes
regiões do País;
VI - estabelecer amplo sistema nacional de educação superior à distância; e
VII - fomentar o desenvolvimento institucional para a modalidade de
educação à distância, bem como a pesquisa em metodologias inovadoras de
ensino superior apoiadas em tecnologias de informação e comunicação.
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1- Organização Institucional para a Educação a Distância;
2- Corpo Social;
3- Instalações Físicas.
Segundo Moré et al. (2010), a educação à distância (EaD) pode ser entendida
atualmente como um agente de inovação nos processos de ensino e aprendizagem,
que no aporte tecnológico apresenta uma diferenciação dos métodos didáticos
pedagógicos que promovem a dialogicidade necessária para o desenvolvimento do
conhecimento compartilhado.
Em termos de formas de atuação e abrangência da EaD, em geral, a partir da
década de 1990, houve um forte crescimento dos ambientes virtuais de aprendizagem
e sua utilização pelas mais diversas instituições de ensino, como: escolas de nível
fundamental e médio, universidades públicas, organizações sem fins lucrativos e
organizações educativas corporativas.
Para Aretio (1997), o ensino à distância aparece atualmente como
bidirecional, situando o aluno como sujeito que, além de receber informações, deve
estabelecer relações dialógicas, criativas e críticas com o conhecimento no processo
de construção, a natureza de aprender novo para definir e ponderar aprender por si
mesmo.
Esta característica bidirecional tem o efeito sistemático dos vários recursos
didáticos e suportes institucionais como meios de flexibilidade que dão ao aluno
independência em relação ao processo do ensino-aprendizagem através da
orientação colaborativa e participativa, ou seja, aprender não é mais confinado aos
espaços fechados da sala de aula, mas ancorados na infinidade de ferramentas
disponíveis na web que facilitam o fluxo de informação e conhecimento.
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Para fazer jus a esse leque de oportunidades, as instituições de ensino devem
garantir a sistematização do conhecimento,
Para uma utilização efetiva dos recursos disponibilizados para a EaD, deve-
se priorizar o conceito de gestão que, para Dias (2012), consiste em um processo de
gestão de recursos, ou seja, recursos materiais, recursos financeiros e recursos
humanos. Uma vez que esses recursos são planejados por membros especialistas da
instituição que oferece o EAD, surgem novas possibilidades para o sucesso da gestão
desses recursos. Os recursos materiais estão relacionados a bens como a matéria-
prima necessária para o grupo realizar sua produção.
Os recursos financeiros consistem no dinheiro e contribuições necessárias
para iniciar a produção, desde a compra de matérias-primas até a aquisição de
instrumentos, máquinas e um espaço para realizar a produção. Afinal, recursos
humanos são pessoas que fazem organizações (DIAS, 2012).
Nesse sentido, os recursos humanos são o ativo mais importante das
organizações modernas que sustentam a ideia de capital intelectual e precisam dele
para oferecer EaD, e
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Fonte: NETO (2021)
A partir dessa base de gestão dos cursos EaD, outro elemento se torna
essencial: a formação de equipes multidisciplinares capazes de gerir todo o processo,
como também acompanhar e avaliar a efetividade do mesmo.
3.1 A formação de equipes multidisciplinares em programas e cursos da EaD
Formar uma equipe de trabalho passa necessariamente por entender o que é
uma equipe. Segundo Dias (2012), construir e manter a perspectiva dos grupos de
trabalho é atualmente um dos grandes desafios da gestão de pessoas, partindo-se da
premissa de que a ação coletiva gera melhores resultados do que a soma das ações
individuais.
Neste contexto, surgem novas possibilidades para a gestão da EAD. Nesse
sentido, o profissional dessa modalidade de ensino deve estar aberto a mudanças e
capaz de trabalhar em equipe, estar na posição de facilitador, orientar a construção
do conhecimento, ou seja, deve haver uma reorientação do ensino que acontece
acidentalmente gerenciamento de ensino e aprendizagem e suporte aos alunos
encontram, exploram e selecionam informações multimídia.
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O gestor da EaD, responsável pela condução dos grupos de trabalho, tem a
função de articular os diferentes interesses, tendo em conta o perfil da instituição e o
público-alvo e a participação dos alunos. Nessa articulação, o gestor procurará
estimular uma intervenção mais forte, com base no disposto no Projeto Político-
Pedagógico (PPP) da instituição, para que o resultado seja previsível, portanto, o
resultado esperado seja garantido.
Portanto, conhecendo a estrutura do ensino à distância dentro e fora da
instituição, o gestor deve desenvolver três características essenciais para o correto
desenvolvimento de seu trabalho para atender às necessidades do público-alvo. Na
Tabela 2 há uma demonstração desta configuração.
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tecnologias estejam presentes, pois são o elemento que conecta o conteúdo
ministrado nas aulas ao aluno (OLIVEIRA, 2012).
Nesse sentido, é preciso compreender que, além de uma boa estrutura física,
com computadores, monitores para webconferência e salas adequadas, para ancorar
essa infraestrutura, deve haver também um bom suporte digital para os cursos
acontecerem e para a interação entre professor, aluno e conteúdo ser a mais eficiente
e eficaz possível. É importante ainda que todos os envolvidos, no processo de ensino
e de aprendizagem pela EaD, conheçam as tecnologias disponíveis e as suas
potencialidades.
No Quadro 4 mostra como os elementos físicos e digitais devem ser
minimamente estruturados para o desenvolvimento de cursos e EAD.
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Fonte: NETO (2021)
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Neste sistema aberto de gerenciamento de cursos, vários elementos para
interação professor/aluno e aluno/aluno podem ser configurados. Os mais importantes
são (NETO, 2021):
Fórum: Espaço de comunicação assíncrona onde todos os participantes
interagem, trocam ideias e constroem conhecimento. Essa forma de comunicação
pode ocorrer por um longo período, pois nem todos os participantes precisam estar
online ao mesmo tempo.
Chat: Interação síncrona entre um grupo de participantes de um curso ou
disciplina para discutir temas de interesse mútuo em tempo real. Os bate-papos são
úteis quando um grupo não pode se encontrar pessoalmente em reuniões para
poderem compartilhar experiências com outras pessoas do mesmo curso. Também é
muito útil quando um aluno não pode comparecer presencialmente para discutir o
conteúdo da disciplina com o professor.
Tarefa: Espaço onde o aluno pode responder às atividades e elaborar
avaliações das disciplinas. O módulo permite que o professor comunique atividades
de avaliação, colete trabalhos e dê notas e feedback. Os alunos podem enviar
qualquer conteúdo digital (arquivos), como documentos de texto, planilhas, imagens
ou clipes de áudio e vídeo. Alternativa ou adicionalmente, a tarefa pode exigir que os
alunos escrevam o conteúdo diretamente no editor de texto.
Questionário: Esta atividade permite criar e configurar questionários com
perguntas de diferentes tipos, incluindo múltipla escolha, verdadeiro ou falso,
correspondência, resposta curta, entre outros.
Além das ferramentas didáticas apresentadas, muitas outras podem fazer
parte do processo de ensino e aprendizagem em EaD e cabe ao coordenador do curso
ou professor da disciplina decidir qual será a mais adequada a ele para alcançar os
objetivos propostos na disciplina ou curso.
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de avaliação é constante. Segundo Henrique (2012), podemos dizer que a avaliação
é um processo inerente à existência humana, uma atividade política que implica
reflexão crítica para subsidiar a tomada de decisão.
Para Luckesi (1979), avaliar requer uma tomada de posição sobre um
determinado objeto a ser valorizado, e no contexto dialético contemporâneo não deve
ser uma ação mecânica, mas uma atividade racionalmente definida dentro de um
caminho político e de tomada de decisão em benefício de todos. Na EaD, a avaliação
deve ser pensada considerando a inclusão das NTIC, ampliando os aspectos a serem
avaliados.
Nesta perspectiva, segundo Kenski (2010), a cultura introduzida pela EaD
estabelece diferentes relações entre os participantes, os conteúdos, as metodologias
e as tecnologias utilizadas que afetam o processo avaliativo, justamente porque há a
presença da tecnologia, que amplia o campo de ação dos professores e a
coordenação das aulas em relação ao aluno e seu aprendizado.
De acordo com as diretrizes e normas nacionais para a oferta de cursos
superiores e à distância, os processos de ensino e aprendizagem são realizados com
mediação didático-pedagógica por meio das TIC's, considerando também a presença
de pessoal qualificado, acesso, acompanhamento e orientações de avaliação,
compatíveis com a modalidade de ensino, para garantir a efetiva articulação entre o
que se programa e o que se realiza.
Neste contexto, as dimensões a avaliar vão para além do processo de ensino
e aprendizagem e incluem outros componentes do processo pedagógico como o plano
de desenvolvimento institucional, o projeto pedagógico da instituição, o projeto do
curso, a gestão da instituição, gestão de recursos humanos, corpo docente e tutorial
e infraestrutura física e tecnológica (HENRIQUE, 2012).
Visando sistematizar a avaliação e os critérios que a organizam, o Ministério
da Educação criou instrumentos de avaliação abrangentes que condicionam o
funcionamento dos cursos presenciais e à distância. O mais importante é o Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Assim,
O SINAES foi criado pela Lei 10.861 de 14 de abril de 2004 e é composto por
três componentes principais: avaliação da instituição, avaliação dos cursos e
desempenho dos alunos. Esse sistema avalia todos os aspectos relacionados a esses
três eixos, principalmente ensino, pesquisa, orientação, responsabilidade social,
desempenho dos alunos, gestão institucional, corpo docente e instalações. Na EaD,
o SINAES agrupa o processo pedagógico em três dimensões: organização didático-
pedagógica; corpo docente e tutoria; e infraestrutura.
Organização didático-pedagógica: Tem como fontes de consultas o Plano de
Desenvolvimento Institucional da organização (PDI), o Projeto Pedagógico do Curso
(PPC), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e o formulário eletrônico
preenchido pela instituição no e-MEC.
Corpo docente e tutorial: Suas fontes de orientação são o Projeto Pedagógico
da Disciplina (PPC), o formulário eletrônico preenchido pela instituição no e-MEC e a
documentação que o acompanha, que pode ser solicitado, se necessário, ao o
avaliador.
Infraestrutura: Suas fontes são o Projeto Pedagógico do Programa (PPC), as
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), o formulário eletrônico preenchido pela
instituição no e-MEC e a documentação comprobatória.
A avaliação realizada pelo SINAES é comum tanto para cursos presenciais
quanto para cursos à distância. No entanto, para a EaD alguns elementos são
considerados de forma diferente considerando as especificidades da modalidade.
Esses elementos formam a dimensão didático-pedagógica e consistem nas atividades
de tutoria, nos materiais didáticos institucionais e nos mecanismos de interação entre
professores, tutores e alunos (HENRIQUE, 2012). Outro elemento específico do
ensino à distância é o número de professores em relação ao número de alunos, que
é em torno de 1 professor para cada 130 alunos.
Em suma, o processo de avaliação de cursos à distância tem sido necessário
para o aprimoramento dessa modalidade de ensino, pois são muitos os obstáculos
que se enfrenta, como a evasão, que exige uma reavaliação contínua das ofertas,
requisitos e perspectivas da EaD no Brasil.
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4 FORMAÇÃO DE PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO PARA O USO DO
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM – AVA
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O ambiente virtual é um espaço rico em significados onde pessoas e objetos
tecnológicos interagem para aprimorar a construção do conhecimento e assim
aprender, ou seja, segundo esta afirmação, um rico ambiente produtivo e criativo
capaz de criar raízes de sabedoria. O AVA é fundamental para a aplicabilidade da
EaD, a plataforma deve ser vista sob a ótica do aluno, a viabilidade e as interações
que podem desenvolver dentro deste espaço para proporcionar oportunidades de
aprendizagem.
Segundo Valentini e Soares (2005), o AVA está associado a relações e
estratégias de aprendizagem organizadas em espaços virtuais, que facilitam a
construção conceitual e as interações entre alunos, professores e objetos de
conhecimento. Nesse ambiente, são gerados e comunicados aspectos da construção
autônoma do conhecimento pelo aluno, imbuídos de rica diversidade e relações
intelectuais, que levam ao alcance dos objetivos.
Para Vasconcelos (2017), os AVA’s podem ser descritos como grandes
interfaces tecnológicas com outras microinterfaces. De fato, este ambiente combina
múltiplas interfaces, permitindo a partilha e transformação da interação e
conhecimento de informação diversa.
Os AVA’s do mercado de tecnologia e educação são diversos, classificados
como gratuitos ou proprietários e segmentados com diversas outras funcionalidades
para atender às necessidades de cada programa educacional. Cada um tem múltiplas
funções para enriquecer a diversidade e facilitar diferentes formas de aprendizagem.
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O Google Docs, por exemplo, possui recursos que permitem que um mesmo
texto seja construído sob diferentes mãos e olhos, diferentes tempos e espaços, mas
com um produto final coerente.
Diário de bordo ou caderno de anotações é útil para registrar ideias
importantes, notas de estudo, citações e muito mais. Pode estar disponível apenas
para o autor ou para todos os colegas e professores dependendo da configuração do
AVA.
Vídeo chat aparece como opção em alguns programas no AVA, mas é
considerado uma alternativa pouco desenvolvida nesses ambientes. Mas, podendo
ser utilizado, seu uso facilita a aprendizagem.
Outros recursos amplamente utilizados no AVA são os hipertextos, descritos
por Vilan Filho (1994, p. 297) como,
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perspectiva, prestar atenção à estrutura e representação dos AVA’s pode melhorar
claramente a comunicação e a interação.
A abordagem do AVA deve considerar principalmente aspectos técnicos como
criação do software, usabilidade e design, de forma que o ambiente seja pensado para
atender as necessidades educacionais de quem o utiliza. O objetivo do AVA é tornar
um modelo de ciberespaço e características da cibercultura, em vez de se tornar uma
sala de aula tradicional transmitida pela internet, pois esse ambiente deve levar a uma
experiência interativa e deixar os alunos livres para escolher.
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Além da acessibilidade no AVA, também é preciso analisar se os recursos
educacionais atendem aos requisitos de usabilidade. Como todos sabemos, a Internet
é uma rede de computadores criada pela conexão de endereços IP de computadores
em todo o mundo. A Web é uma teia interativa que contém vários links de hipertexto
que permitem navegar entre os diferentes documentos disponíveis na Web.
Segundo Ferreira e Nunes (2014),
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sistema para atingir seus objetivos. Satisfação: A sensação de que os sistemas
fornecem aos usuários os resultados que desejam alcançar e os recursos de que
precisam para atingir esses objetivos (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2010).
A importância da usabilidade é fortemente sentida em ambientes corporativos
onde interfaces mal projetadas podem levar a menor produtividade, maior rotatividade
de funcionários, menor competitividade de mercado, portanto, baixo desempenho. A
dificuldade de utilização dos sistemas leva a erros e perda de tempo, a frequência das
tarefas e o número de usuários são considerados. Perda de informações e dados leva
à perda de clientes e oportunidades. Esses tipos de incidentes incluem resistência ao
uso do sistema, falta de uso e abandono total com o consentimento da empresa
(CYBIS, BETIOL; FAUST, 2010).
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Condução
Segundo Guedes (2008), uma boa gestão facilita o aprendizado e a utilização
do sistema. Ele também permite que os usuários saibam quando estão no meio de
uma sequência de interação ou quando estão executando uma tarefa específica.
Existem dois critérios que ajudam a orientar os usuários ao usar a interface:
legibilidade e feedback.
A legibilidade reflete a atenção a propriedades como cor e tamanho da fonte,
espaçamento entre linhas, espaçamento entre palavras, espaçamento entre
parágrafos, plano de fundo e tonalidade da imagem, que afetam diretamente a
qualidade da reprodução dos usuários (CYBIS, BETIOL, FAUST, 2000).
Ambientes virtuais de aprendizagem, mesmo aqueles que permitem baixar
cursos para futura impressão, exigem que seus usuários aprendam dentro do próprio
ambiente, por exemplo, por meio de sua participação em fóruns. Isso requer opções
de cor, tamanho e fonte de alta qualidade que tornem a leitura agradável e, o mais
importante, fácil de usar.
Todo processo de comunicação requer interação entre os participantes do
processo e, acima de tudo, compreensão mútua, das trocas de mensagens para que
seja bem-sucedido o processo de comunicação. Quando pessoas conversam cara a
cara, é fácil para ambas as partes saber se a outra está entendendo, pois isso pode
ser avaliado pelas expressões faciais do indivíduo.
Mas, quando falamos de processos de comunicação que ocorrem no âmbito
da Internet, onde muitas pessoas se comunicam sem se conhecerem, sem saber sua
localização geográfica, suas preferências, a abstração que têm sobre determinados
temas, a identificação adquire grande importância comunicações complexas,
dificultando a determinação do nível de entendimento de todas as partes envolvidas
na operação.
Carga de Trabalho
Uma interface de baixo esforço é aquela que não exige que os usuários
memorizem abundâncias de dados e elimina leituras e entradas de dados repetidas.
Estas interfaces são consideradas interfaces de conveniência (CYBIS; BETIOL;
FAUST, 2010).
Essas são consideradas interfaces confortáveis por não exigirem esforço
cognitivo significativo (memória, atenção, percepção, raciocínio, criatividade) do
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usuário. Ferreira e Nunes (2011) afirmaram que as interfaces devem ser projetadas
para reduzir o esforço dos usuários para lembrar suas propriedades.
Adaptabilidade
Ao analisar uma interface, temos que considerar que ela é utilizada por uma
ampla gama de usuários, o que dificulta vê-la como uma interface que todos possam
utilizar. Cybis, Betiol e Faust (2010) argumentam que uma interface deve conseguir
sugerir diferentes formas de realizar a mesma tarefa, deixando o usuário livre para
escolher a forma mais fácil e adequada para ele. Para garantir essa adaptabilidade,
precisamos entender os conceitos: flexibilidade e atenção à experiência do usuário.
Flexibilidade
A flexibilidade de uma interface de usuário está na sua adaptabilidade, sendo
que para usuários experientes é possível organizar a interface de usuário segundo as
tarefas mais utilizadas, customizar telas, inserir ou remover ícones, dados ou
comandos, sendo uma alternativa para permitir a ser definido automaticamente e
alterar a sequência e o valor padrão fornecido pelo sistema (CYBIS, BETIOL; FAUST,
2010).
Gestão de Erros
Os critérios de gerenciamento de erros estão diretamente relacionados aos
aspectos de segurança utilizados na interface e preocupam-se com todos os
mecanismos que evitam ou reduzem a ocorrência de erros e facilitam sua correção
(CYBIS; BETIOL, FAUST, 2010).
O mesmo autor aponta mecanismos que precisam ser abordados no
processo de gerenciamento de erros de interface.
O primeiro, portanto, trata da proteção contra erros e inclui todas as etapas
para detectar e prevenir erros ocorridos durante a entrada de dados e, assim, evitar
erros irreparáveis durante a operação do software. Uma interface que protege as
interações de erros: informa o usuário sobre o risco de perda de dados não salvos ao
final de uma sessão; não fornece comandos destrutivos por padrão; os erros são
realmente detectados quando uma única entrada é introduzida, não apenas quando
um erro é detectado ao validar todo o modelo (CYBIS, BETIOL, FAUST, 2010).
O segundo mecanismo aborda da qualidade das mensagens de erro, onde a
qualidade das mensagens de erro deve conseguir explicar em linguagem simples ao
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usuário onde está o erro e como corrigi-lo. A qualidade da mensagem indica a
adequação, legibilidade e precisão das informações fornecidas pelo usuário sobre a
natureza do erro ocorrido e a ação corretiva a ser tomada.
5.2 Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade
Avaliar as interfaces do usuário é fundamental, pois a usabilidade é um fator
muito importante que é influenciado por fatores como contexto cultural e experiência
do usuário. Os designers devem considerar as necessidades do usuário, ou seja,
implementar recursos que ajudem os usuários a atingir seus objetivos, mas também
considere como é fácil alcançá-los.
Essa relação usabilidade-recurso leva à necessidade de uma avaliação para
ver se os usuários podem usar e valorizar o produto (PREECE; ROGERS; SHARP,
2005).
A avaliação tem o objetivo de verificar como o design atende às necessidades
dos usuários e se eles gostam. Conforme o tempo de avaliação, esta pode ser dividida
em: avaliação formativa e avaliação final. Durante o projeto as avaliações realizadas
são para verificar se o produto continua atendendo às necessidades do usuário, são
chamadas de avaliações formativas. Avaliações feitas para avaliar o sucesso do
produto final, como entrevistar uma agência patrocinadora ou verificar se os padrões
estão sendo mantidos, são chamadas de avaliações finais (PREECE; ROGERS;
SHARP, 2005).
5.3 Métodos de Avaliação da Usabilidade
A avaliação de usabilidade deve ser utilizada para garantir a eficácia (eficácia
e eficiência) da interação do usuário com o sistema e obter indícios de satisfação do
usuário, com foco na ergonomia das interfaces e na usabilidade dos sistemas. A
avaliação da usabilidade permite além de garantir melhores decisões de projeto e
evitar custos associados a reparações tardias, conceber interfaces que vão ao
encontro das expectativas e necessidades dos cidadãos (BRASIL, 2010).
Métodos de avaliação de usabilidade podem ser usados para: Auxiliar no
futuro design da interface do site para atender às necessidades do usuário. Identificar
e diagnosticar problemas na execução de tarefas específicas no contexto de uso.
Avaliar a implementação para fins de comparação com outros projetos e sistemas e
avaliar a implementação com testes de aceitação (MORANDINI, 2003).
43
A seleção e utilização dos métodos de avaliação devem seguir os fatores a
serem avaliados e estes devem estar relacionados à natureza do produto e ao objetivo
da avaliação (ARAUJO, 2014). Os métodos de avaliação de usabilidade podem ser
categorizados de acordo com a forma (objetiva ou subjetiva), tipo de dado (qualitativo
ou quantitativo), local de avaliação (laboratorial ou pesquisa de campo/natural) e em
relação à presença de participantes (empíricos ou não empíricos) (JORDAN, 1998).
Quando se trata de forma, a avaliação objetiva usa medidas quantitativas e a
avaliação subjetiva usa medidas qualitativas. O local de avaliação pode ser um
laboratório, um ambiente controlado ou pode ser um campo ou natural que representa
o contexto do mundo real no qual o software é usado. Com relação à frequência dos
participantes, o método empírico utiliza usuários potenciais e atuais do software para
coleta de dados. Métodos não empíricos são executados sem a participação do
usuário (JORDAN, 1998).
A literatura sobre métodos de avaliação de usabilidade é abundante. Cybis,
Betiol e Faust (2010) classificam os métodos de avaliação de usabilidade em três
categorias: métodos de análise de contexto, métodos de design e métodos de
avaliação. As técnicas são descritas e exemplificadas a seguir:
• Técnicas de análise de contexto são inicialmente destinadas a “apoiar
designers de interface na recuperação de informações sobre o contexto de uso e
usabilidade de sistemas existentes” (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2010). Uma técnica de
entrevista é um método de avaliação que consiste em fazer perguntas sobre um tema
específico ou área de interesse. As perguntas criadas devem ser fáceis de entender
pelos usuários, sem dupla interpretação. As entrevistas são diretas e podem ou não
ser estruturadas. As entrevistas estruturadas contêm um conjunto predefinido de
perguntas que orientam o entrevistador ao longo da entrevista, enquanto as
entrevistas não estruturadas carecem dessa estrutura;
• As técnicas de design são utilizadas para “implementar a interface do
sistema e as especificações de usabilidade” (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2010). As
técnicas de colocação de mapas permitem organizar ideias sobre informações e
componentes de interface, identificar modelos mentais que ajudam os usuários a
elaborar conjuntos de informações e reunir pessoas para discutir ideias, problemas e
soluções (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2010; ROGERS; SHARP; PREECE, 2013); e
44
• Os métodos de avaliação são “verificações e inspeções de aspectos
ergonômicos das interfaces que possam colocar-se como um problema ao usuário
durante a interação com o sistema” (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2010, p.209) e
“constatar os problemas, medir seu impacto negativo sobre as interações e identificar
suas causas na interface” (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2010, p.220.).
Técnicas como questionários e enquetes podem ser classificadas em uma das
categorias acima, dependendo apenas da finalidade a que se propõem. Eles são
considerados os métodos de avaliação mais simples disponíveis (CYBIS; BETIOL;
FAUST, 2010; ROGERS; SHARP; PREECE, 2013).
Recomenda-se o uso de questionários padronizados, pois os resultados de
diferentes sistemas podem ser comparados. Questionários e pesquisas são métodos
híbridos, pois podem ser objetivos e subjetivos, qualitativos e quantitativos. Segundo
Cybis, Betiol e Faust (2010), questionários e pesquisas podem oferecer opções de
resposta limitadas que permitem a produção de dados quantitativos e objetivos.
Rogers, Sharp e Preece (2013) afirmam que alguns métodos de coleta de dados,
como observações, questionários e entrevistas, podem ser usados para avaliar e
determinar requisitos e identificar as necessidades do usuário. Qual método usar
depende do que você está avaliando. Além disso, por razões de avaliação, geralmente
combinamos diferentes métodos para fornecer diferentes perspectivas dentro de um
único estudo (ROGERS; SHARP; PREECE, 2013).
As avaliações podem se aplicar a todo o software, algumas seções, recursos
ou serviços. Além disso, pode ser feito a qualquer momento durante o
desenvolvimento do software, até mesmo antes da codificação (BRASIL, 2010).
Alguns autores enfatizam a importância das revisões ao longo do processo de
desenvolvimento, não apenas após a conclusão do site (PRESSMAN, 2010, 2016;
CYBIS; BETIOL; FAUST, 2016; ROGERS; SHARP; PREECE, 2013).
46
principalmente pela presença do contato humano, requisito no processo educacional
(MALVESTITI, 2005). Vale ressaltar a relação entre ensino, onde os outros leem suas
ideias e você aprende conforme lê e absorve conteúdos e argumentos. Ao abordar
um tema, o objetivo é relacionar as opiniões e contribuições dos participantes a novas
informações e questões.
Portanto, o papel do tutor como facilitador é fundamental. Os fóruns são
ferramentas que possibilitam a discussão colaborativa, com os participantes tecendo
comentários sobre o assunto em discussão de acordo com suas próprias
perspectivas, críticas, conhecimentos e experiências de vida, ou seja, discussão em
grupo construída na rede. É uma ferramenta que pode ser utilizada como estratégia
de ensino que permite ao aluno interagir com o conhecimento, ganhar autonomia e,
principalmente, saber questionar e contextualizar o conhecimento.
As principais ferramentas do AVA incluem bate-papo, mensagens, wiki,
vídeos, tarefas e atividades postadas e fóruns. Um fórum é uma ferramenta de
comunicação que permite aos participantes responder de forma assíncrona quando
não necessariamente se conectam ao AVA na mesma hora e data. Os participantes
podem se envolver mais porque podem refletir sobre o assunto discutido antes de
postar, eliminando mensagens redundantes, simplesmente concordando ou
discordando do que já foi divulgado pelo grupo.
48
Fonte: Vidigal et al., 2019
49
Segundo Picciano (2002), a competência e a interação entre os participantes
do fórum influenciam o resultado do processo de ensino e aprendizagem de uma
disciplina ou curso. Os fóruns como processo racional facilitam a criação coletiva e
espontânea de novos conhecimentos e estimulam o pensamento crítico (SILVA;
BORBA, 2010).
Com base no estudo de Bastos, Bercht e Wives (2011) e Real e Corbeline
(2008) visam aumentar o nível de emoção e sua influência nos fóruns, sugerindo que
os fóruns humanizam as discussões, dão aos participantes um sentimento de
pertencimento e afeto e reduzem a distância física.
Àvila, Passerino e Tarouco (2009), enfatizam a importância de criar um
ambiente saudável para as relações interpessoais entre os participantes. Estes estão
diretamente relacionados com os principais resultados no processo de ensino e
aprendizagem em ambientes virtuais. Batista e Gobara (2007), em suas pesquisas,
destacam a importância dos fóruns como construção coletiva de saberes e recursos
de ensino e aprendizagem, de modo que os fóruns não sejam apenas coleções de
atividades.
51
Os tutores precisam motivar os alunos para os conhecimentos adquiridos e o
sistema EaD para ser melhor a participação deles no ambiente de aprendizagem.
Para Cavalcanti (2005), a internalização dos processos é considerada criação, não
transferência ou cópia, pois tem sua origem em um processo interno e deve ser guiado
através da internalização para a criação na consciência.
52
de aprendizagem (AVA) para facilitar o ensino-aprendizagem, que fornece a base
teórica da disciplina.
53
mais aprofundadas. São formas diferentes de expressar o pensamento e podem ser
vistas e interpretadas de forma complementar.
Outro aspecto a considerar é o número de participantes do chat. Decifrar a
mente de muitas pessoas ao mesmo tempo, não é uma tarefa fácil e depende do que
se espera do chat para desenvolver uma estratégia adequada. Esses recursos da
ferramenta foram mais úteis para que os participantes expressassem o que pensavam
no momento (dúvidas, dúvidas, sentimentos) do que para discutir temas mais
complexos de forma articulada com o pensamento dos pares.
Os registros de conversas online podem ser tratados como textos “soltos” nos
quais professores e alunos trabalham e classificam temas emergentes a serem
discutidos em fóruns de discussão. Da mesma forma, essas questões podem estar
relacionadas a atividades/projetos compartilhados no portfólio. Além desses links
entre as ferramentas de interação, existem outras ferramentas diretamente
relacionadas. Estes organizam a disponibilização de material de leitura sobre
conteúdo específico.
Outro aspecto importante é a capacidade de salvar toda a discussão e
disponibilizar o conteúdo. Isso permite que os alunos que não compareceram ao
evento estudem o conteúdo da discussão e permite que os membros do grupo
explorem a discussão com mais detalhes. Além de observar o nível de conhecimento
dos alunos, também é importante que os professores analisem o andamento e a
qualidade das discussões e do comportamento dos alunos para poderem ser traçadas
novas metodologias utilizadas nesses encontros, identificando fatores positivos e
negativos que podem ou devem ser explorados durante o curso.
54
Compartilhar esses interesses cria um equilíbrio de ação colaborativa em que
o grupo tem interesses e/ou valores comuns, não é hierárquico e todos têm os
mesmos direitos e responsabilidades.
O hipertexto é, portanto, um paradigma de construção social que permite aos
usuários adaptar o material ao seu estilo de aprendizagem. Em um ambiente wiki, os
usuários contribuem ativamente, modificam e completam. No ambiente wiki, certos
termos são usados para coletar documentação na forma de hipertexto ou software
colaborativo. Uma das principais características da tecnologia wiki é a facilidade com
que as páginas podem ser criadas e modificadas. Eles são geralmente abertos a
qualquer pessoa que acesse o servidor. Usuários não programadores podem usar
plugins para criar páginas e estender a funcionalidade.
55
A videoconferência pode ser fornecida por meio de uma sala de
videoconferência ou por meio de um computador. Esses espaços incluem salas
equipadas com televisores, câmeras de vídeo e consoles. As soluções de computador
incluem modems, placas de processamento de áudio e vídeo, câmeras, microfones
embutidos e software de videoconferência (CARDOSO NETO, 2001).
Esta solução possui limitações, principalmente devido à baixa largura de
banda disponível para transmissão de imagem e som via Internet. Na Internet, a
videoconferência trouxe alguns avanços ao modelo EaD, relacionados à
despersonalização insidiosa encontrada em outras ferramentas. Permite a
comunicação visual entre o aluno e o professor, deixando de ser apenas gestos
simbólicos, para estabelecer comunicação por meio de mensagens eletrônicas para
desenvolver a personificação dos participantes na interação.
Existem limitações técnicas e estruturais para que a videoconferência
funcione corretamente. Sem a devida diligência, isso pode ser uma ferramenta
desmotivadora para os alunos, pois quando eles tentarem falar com o professor, verão
apenas uma imagem intercalada com uma série de outras imagens. Incapacidade de
criar um senso de compreensão.
58
conteúdos, como solo fértil para significação e interação, onde pessoas e tecnologias
interagem e facilitam a construção do conhecimento. Um aspecto crucial são as
opções de feedback. Nesse momento, os alunos receberão feedback sobre seu
desempenho e poderão avaliar se estão atingindo os objetivos do curso. Em um
ambiente virtual de aprendizagem, os arquivos que suportam o ensino a distância são
os mesmos da: e-mail, fóruns, chats, reuniões, bancos de recursos e muito mais.
Aprender por meio do AVA reconhece que, por meio de soluções de
digitalização, fontes múltiplas podem ser nomeadas, hipertextuais, misturadas,
remixadas e multimídia, e socializadas a partir de recursos simulados nas mais
diversas áreas do conhecimento. A possibilidade de comunicação entre todos os
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem caracteriza, assim, o ambiente
virtual de aprendizagem e o desvincula das possibilidades de ensino e comunicação
via outras tecnologias (SANTOS, 2003).
Desta forma, podemos assegurar que um dos objetivos que o ensino a
distância deve continuar a perseguir é o benefício dos alunos face a uma formação
crítica e adequada às suas realidades econômicas e sociais. Nesse sentido,
precisamos de uma educação problematizada que permita aos alunos experimentar.
Para tanto, é fundamental a transmissão de sentido, cujo objetivo é estimular novos
caminhos para a dinâmica do conhecimento (MARTINS, 2002). Segundo Prado,
59
Aprender, portanto, significa adquirir as ferramentas para acessar, entender e
retrabalhar o conhecimento ao nosso redor para podermos interagir melhor com o
mundo. De acordo com Santos (2006), sete etapas de reconstrução do conhecimento
são necessárias para facilitar a aprendizagem significativa dessa forma: compreender,
definir, sentir, perceber, discutir, argumentar e transformar.
Os modelos de aprendizagem que atendem às necessidades de nosso tempo
não são mais modelos tradicionais que pressupõem que os alunos recebam
informações prontas e que a única tarefa que eles precisam concluir é repeti-las
perfeitamente. A promoção da aprendizagem significativa é baseada em um modelo
dinâmico em que são considerados os alunos com todos os seus conhecimentos e
conexões intelectuais. A verdadeira aprendizagem ocorre quando os alunos
(re)constroem conhecimentos e formam conceitos sólidos sobre o mundo que os
capacitam a agir e reagir diante da realidade (SANTOS, 2006, p. 34).
Assim, percebe-se que a educação é uma intervenção importante na
realidade, tanto para o sujeito que aprende quanto para a sociedade em que está
inserido. Aplicando os sete passos sugeridos por Santos, se pode aprender de forma
significativa. No entanto, duas condições são necessárias, o interesse dos alunos em
aprender e no que é ensinado deve ser significativo (MESSA, 2010).
Aqui precisamos esclarecer o conceito de educação que inclui esse ponto de
vista. A educação é um processo social que tem como principal tarefa transmitir o
patrimônio cultural de uma determinada sociedade e deve capacitar os cidadãos para
a construção do conhecimento, promovendo atos libertadores. Assim, o aluno não é
um sujeito indiferente que recebe passivamente o conhecimento. Ele deve construir
seu conhecimento reconstruindo o conhecimento estabelecido e apresentado a ele.
Quanto mais próxima estiver essa perspectiva, mais os ambientes virtuais de
aprendizagem poderão entregar os benefícios esperados às reais necessidades dos
alunos por meio de questões essenciais que permeiam o conteúdo ministrado. Para
Messa,
62
Os AVA’s devem ser adaptados aos alunos o mais individualmente possível.
Os modelos educacionais exigem mudanças nas relações humanas e resultados de
aprendizagem, mudanças nos papéis e vários complexos sociais que existem na vida
escolar cotidiana. Além disso, trabalha para enfatizar práticas de aprendizagem não
lineares e utiliza a possibilidade de construção e desconstrução contínua para
determinar o tempo e a sensibilidade de cada aluno a cada etapa do processo.
No processo de implementação de um sistema educacional mediado por
tecnologia, criadores e administradores devem realmente valorizar seu trabalho,
especialmente no planejamento curricular. Isso se deve a diferentes práticas e
atitudes educativas, nem todas adequadas a um ambiente virtual. Portanto, deve
avaliar atividades caracterizadas pela comunicação e cooperação.
No entanto, este plano técnico não deve ser o único foco do planejamento das
atividades do AVA. Na aprendizagem, deve-se atentar para a relação do aluno com
os conhecimentos adquiridos nas aulas. Nesse sentido, enfatiza a importância da
interação não apenas no processo de criação do conhecimento, mas também na
composição do próprio sujeito e seu comportamento na sociedade, devendo também
ser abordadas as motivações e emoções relevantes dos alunos (MESSA, 2010).
A educação não se limita às salas de aula. Estudar faz parte do cotidiano do
aluno e o abrange. Ao olhar para a educação a distância, essa perspectiva é
reforçada, pois o ambiente virtual permite que pesquisas dinâmicas sejam conectadas
no ciberespaço, ampliando resultados e fontes de informação. Daí advém a ideia de
que os ambientes virtuais de aprendizagem são considerados espaços livres porque
desenvolvem potencialidades de ensino-aprendizagem ao estimular a liberdade nos
sistemas de pesquisa.
O mesmo ponto se aplica a sistemas de código aberto. Nardin, Fruet e
Barros, apontam o ambiente Moodle como um exemplo de como o AVA estimula a
liberdade,
64
8 PARÂMETROS DIGITAIS PARA CONSTRUÇÃO DE MODELOS
EDUCACIONAIS BASEADOS EM COMPETÊNCIAS TRANSVERSAIS EM
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O conceito de competências digitais surge numa altura em que a sociedade
se encontra em plena procura tecnológica, pois o conceito de Conhecimento,
Habilidade e Atitude (CHA), estratégias e sensibilização são necessários para utilizar
as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e os meios digitais em diferentes
dimensões (FERRARI, 2012, SILVA; BEHAR, 2022).
Assim, os sujeitos são cada vez mais solicitados a utilizar ferramentas
técnicas relacionadas a diferentes contextos, como profissional, acadêmico e pessoal.
Portanto, habilidades digitais mínimas também são necessárias para poder escolher
os recursos tecnológicos com mais confiança e saber como usá-los no dia a dia.
Permite que as pessoas se tornem cada vez mais autônomas nas suas decisões,
permitindo-lhes conhecer, compreender e pensar sobre a tecnologia e não aceitar
tudo o que é forçado e partilhado.
No entanto, ao comparar os dados do Índice de Maturidade Digital Brasil do
Google e da McKinsey (2019) sobre habilidades digitais, o país tem a quarta maior
população online do mundo, mas ocupa uma posição baixa em atividades mais
avançadas, como e-Learning compras online e principalmente criação e construção
de conteúdo. É compreensível que, embora cada vez mais pessoas tenham acesso à
Internet, laptops, tablets ou smartphones, isso não se traduz em desenvolvimento de
habilidades digitais. Portanto, conclui-se que para se tornar digitalmente competente,
todos os cidadãos precisam de CHA para lidar e participar desse ambiente
tecnológico, e isso depende mais desses elementos CHA do que da disponibilidade
de tecnologias e como eles são usados (ALA-MULAK, 2011).
Por outro lado, no perfil dos educandos a distância, segundo o último censo
EAD. BR 2018/2019, a maioria combina trabalho e estudo entre 26 e 40 anos (censo
EAD.BR 2020/2021) ou seja, de jovem a adulto e representam diferentes gerações e
formas de se envolver com a tecnologia (PRENSKY, 2001). Porém, segundo o censo,
a taxa de evasão dos cursos a distância era de 50%. O principal motivo foi a falta de
tempo de estudo e a incapacidade de adaptação aos métodos. Isso é confirmado por
Silva e Behar (2021) quando defendem que na educação a distância o perfil do aluno
65
nem sempre é “conectado” porque os sujeitos são de gerações diferentes, levando
práticas e experiências diferentes de uso das tecnologias.
Portanto, deve-se considerar que os alunos da EaD possuem limitações que
exigem o acompanhamento de sua aprendizagem com o auxílio das tecnologias. Esse
acompanhamento multifatorial deve mediar o desenvolvimento de competências
digitais essenciais para prepará-los para situações de ensino a distância. Isso requer
remover barreiras de espaço-tempo, facilitar o trabalho em equipe, a comunicação, o
gerenciamento de informações e aumentar a flexibilidade na comunicação e no
aprendizado. Portanto, tem sido reconhecido que as habilidades digitais são cada vez
mais necessárias para os alunos neste contexto para enfrentar suas dificuldades e
encontrar oportunidades de aprendizagem (BEHAR et al., 2013).
Isso permite perceber que existe uma lacuna no desenvolvimento de
competências digitais dos alunos em EaD, que pode ser discutida. Assim entende-se
na educação a distância que é preciso ir além do uso de computadores, internet e
softwares, pois o conhecimento das ferramentas pode ser completado com o auxílio
de tutoriais, guias e vídeos, mas sim uma análise crítica e reflexão de seu uso não
pode ser construído da mesma forma. Segundo Ota e Dias-Trindade (2021), com o
desenvolvimento da Tecnologia Digital (TD), torna-se cada vez mais importante contar
com habilidades digitais para que o aprendizado seja eficaz e promova bons
resultados no desenvolvimento do aluno.
Como as Competências Digitais (CD’s) se referem a um campo tecnológico
em rápido desenvolvimento, é preciso ter cuidado para que os Modelos Pedagógicos
em EaD sejam baseados em competências para que os alunos possam navegar neste
mundo digital com base na análise de confiabilidade da tecnologia, informações
obtidas, método apropriado de comunicação e compartilhamento de informações
pessoais.
No entanto, Mattar et al., (2020), embora existam vários modelos de
competência digital na Europa, como o DigCompEdu, que tratam de competências
relacionadas ao uso da tecnologia em sala de aula, praticamente sem considerar o
universo do ensino a distância (Figura 1). Para Behar et al., (2019, p. 3)
69
Gérard Fourez (1999, 2006) entende a transferência de competências como
a utilização de competências, conceitos e ideias fora do contexto da sua produção.
Isso significa que recursos ou elementos criados para uso em novas situações fora do
ambiente original devem ser chamados. No entanto, os autores apontam que, na
mesma situação, as possibilidades de decisão são infinitas. Dessa forma, o recurso
de eficiência adquire características de transversalidade e pode ser transferido para
outros ambientes mesmo com pequenas modificações.
Segundo Fourez (1999), o pertencimento a outra categoria de atitude só é
considerado após o sujeito ter construído as habilidades. Este processo é conhecido
como modelagem lateral ou potência lateral. Os professores ajudam os alunos a
desenvolver habilidades que só são colocadas em prática quando os alunos fazem
uma transição bem-sucedida.
No entanto, Rey (2002) defende que a utilização de recursos entre problemas
que os alunos sabem resolver e novos problemas não conduz, por si só, ao
alargamento ou transferência de competências. Para Rey,
70
aprendizagem de cada indivíduo. Ao mesmo tempo, combinando-os e permitindo que
a habilidade evolua.
No entanto, Perrenoud (2013) crítica a designação de determinadas
competências como transversais, compreensíveis, muitas vezes quase “universais”
ou “gerais” casos de colaboração, comunicação, trabalho em equipe, organização e
até digitais, por não estarem relacionadas a nenhum campo específico. Segundo
Corominas (2001), referem-se a características pessoais, cognitivas, sociais,
atitudinais e avaliativas relacionadas ao comportamento.
Porém, assim como Rey (1996), Perrenoud (2013) entende que todas as
competências podem ser transversais, pois essa é uma característica de seus meios
e transferências. No entanto, existem vários tipos de perícias, cada uma adaptada a
uma situação específica e mobilizando recursos específicos associados a uma família
de elementos. Portanto, alguns recursos são comuns a várias áreas de
especialização, mas a expertise não é a mesma. Assim, as competências entendidas
como transversais a uma ou talvez as outras áreas não são consideradas da mesma
forma.
De acordo com Behar et al., (2013) os domínios organizam capacidades de
acordo com diferentes áreas, isso ajuda a identificá-los. A EaD é dividida em técnica,
sociocultural, cognitiva e administrativa. Embora separados, estão ligados por
elementos que não pertencem a uma única competência ou domínio. As
competências digitais são, portanto, transversais em contextos específicos e definidas
pelos professores com base nos perfis dos alunos e nas competências específicas da
disciplina. A combinação disso no MP permite que você crie recursos de ambas as
famílias de competências. Nesse caso, as competências também se tornam recursos
que podem ser recrutados para construir outras competências mais complexas ou
para aprender conteúdo específicos.
Assim, de acordo com Chevallard e Gilman (1997), a identificação deve ser
definida não apenas em termos de conhecimento em um campo ou disciplina, mas
também em termos de prática social. Como tal, as competências digitais são
entendidas como transversais, pois se relacionam com diferentes práticas em uma
sociedade digitalizada. Ao permitir uma estrutura transversal entre diferentes cursos
e disciplinas, contribui para a formação integradora da matéria para abordar este
contexto social e digital.
71
A natureza interseccional do letramento digital está relacionada ao impacto do
progresso tecnológico em vários aspectos da sociedade, incluindo econômico,
político, cultural e educacional (MOREIRA; GONZÁLEZ, 2015; ZEMPOALTECA et al.,
2017). Essas mudanças estão mudando a maneira como as pessoas interagem com
a tecnologia e exigem aprendizado contínuo de novas tecnologias todos os dias em
uma sociedade impulsionada pela tecnologia. O resultado de todas essas mudanças
é um MP cujo objetivo não é ensinar conteúdos diferenciados, mas usar estratégias e
métodos de forma adequada conforme a necessidade do processo de aprendizagem
por competências.
Incorporar a tecnologia e utilizá-la de forma correta e proposital é uma forma
de desenvolver melhores modelos educacionais e tornar o ensino eficaz no ambiente
digital. Exige que o processo de aprendizagem seja baseado em atividades baseadas
em situações próximas à realidade digital dos alunos que sejam interessantes e
levantem questões que precisam ser respondidas.
Portanto, ao organizar trocas pedagógicas por meio didático-pedagógica por
meio das TD, devem combinar ação, reflexão e situações reais para desenvolver
habilidades digitais. Onde anteriormente a organização dos MP’s dependia do
conteúdo e conhecimento de disciplinas saturadas de TD, agora é preciso defender
as habilidades digitais. No entanto, essa construção não pode ser feita de forma
heterogênea em relação à disciplina ou ao currículo, mas sim a partir de uma
perspectiva episódica, onde se entende que a CD possibilita o desenvolvimento da
maioria dos elementos de outras competências necessárias ao contexto acadêmico,
ocupação pessoal e origem social do aluno. Portanto, é necessário reformular o
programa de ensino visando integrar o CD, independentemente do contexto e as
características da disciplina (QUIROZ et al., 2016; HERNÁNDEZ; TORRIJOS, 2019).
72
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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81