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MODELAGEM MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO PROPORCIONAL

QUÍMICA DO BRIGADEIRO

Que tal preparar uma aula envolvendo a química presente no saboroso


brigadeiro? Será uma oportunidade de relacionar conteúdo e prática de uma
forma bem saborosa!
Este contexto é referente à Estequiometria. Para uma melhor fixação
da matéria é aconselhável aplicar a teoria concernente a este conteúdo.
Para que seus alunos entendam o conteúdo estequiométrico, é
fundamental saber que transformações químicas acontecem numa proporção
entre as substâncias que reagem, e essa proporção tem que estar correta.

Equação química

Uma equação química é a representação qualitativa e quantitativa


de uma reação química.

Reagentes → Produtos
1º membro 2º membro

Misturas
A mistura corresponde à ‘junção’, ou melhor, a adição de duas ou mais
substâncias puras. No momento em que elas são adicionadas ao mesmo
recipiente, as substâncias puras deixam de ser consideradas puras e passam a
ser componentes de uma mistura. 
No entanto, as misturas não são sempre iguais. Quando falamos de misturas,
precisamos entender a peculiaridade de cada tipo. Por isso, elas podem ser
divididas em: heterogênea e homogênea. 

Misturas homogêneas
Quando falamos de mistura homogênea, falamos das misturas que apresentam
as mesmas propriedades em todos os seus pontos, ou seja, em toda a sua
extensão e que possuam apenas uma fase como acontece com a mistura de
água e sal. As misturas homogêneas também são conhecidas como soluções. 
Misturas heterogêneas
A mistura heterogênea apresenta duas ou mais fases em que cada uma das
fases irá apresentar características bem definidas e distintas entre si, como
ocorre com a mistura de água e óleo. 

Para fazer um bom brigadeiro precisamos obedecer a esse princípio


químico, colocando a quantidade certa de cada ingrediente. Portanto, vamos
aos ingredientes da sobremesa:

1 lata de leite condensado


5 colheres (sopa) de chocolate em pó
1 colher (sopa) de manteiga
Modo de fazer: misture todos os ingredientes em uma panela e leve ao fogo
brando até começar a desprender do fundo. Retire do fogo e despeje em um
refratário untado. Está pronto seu brigadeiro, você pode enrolá-lo em forma de
bolinhas ou comer na colher.
Interpretando os resultados:
Um bom exemplo de proporção foi dado na receita:
para cada lata de leite condensado, cinco colheres de chocolate em pó e uma
colher de manteiga...
Por quê?
Se você colocar menos chocolate seu brigadeiro ficará desbotado, se diminuir
a quantidade de leite condensado terá uma sobremesa sem graça. E quanto à
manteiga? Se não for a medida indicada (se for menos), seu brigadeiro ficará
duro e quebradiço.
Veja só, acabamos de envolver a Estequiometria na receita de brigadeiro.

Podemos até escrever uma equação:


1 lata de leite condensado + 5 colheres de chocolate + 1 colher de
manteiga → brigadeiro perfeito

Proporção 1 : 5 : 1.

Portanto, só teremos um brigadeiro perfeito dentro dessa proporção.


Rendimento:

Primeiro momento
1- Em uma festa para 45 convidados, quantas receitas de brigadeiro
precisariam serem feitas, de forma que cada convidado possa saborear pelo
menos um brigadeiro?
2- Reveja a quantidade de ingredientes da receita, para que possa ser feito os
45 brigadeiros para a festa? Reescreva a receita com as quantidades de
ingredientes adequadas.

Segundo Momento – Organizando as Informações

É a hora de organizar as informações, de modo que, as principais sejam


anotadas no caderno, para posterior consulta.

- Medidas de massa mais utilizadas.

- Relação 1kg = 1000g e 1g = 1000mg.

- Para se chegar aos múltiplos do grama, basta multiplicar por 10, 100 ou 1000.

- Para se chegar aos submúltiplos do grama, basta dividir por 10, 100 ou 1000.

-Tabela de conversão

- Instrumento utilizado para medir a massa.

Terceiro Momento – Pensar e Responder


1- Em uma receita de brigadeiro, é utilizado 5 colheres (sopa) de chocolate em
pó. Utilizando a balança, verifique a quantos “gramas”, equivale essa
quantidade de chocolate e registre o resultado.
2- Considerando a medida em gramas verificada na questão anterior, quanto
de chocolate será necessário para o preparo de brigadeiros para os 45
convidados? Anote sua resposta, utilizando uma operação matemática.
2- Utilizando a balança, vamos preencher a tabela abaixo, comparando a
quantidades dos ingredientes da receita medidos em xícaras versus seu valor
em “gramas”.
Ingredientes Xícaras de chá Gramas
Leite condensado
Chocolate em pó
manteiga

Você identificou quantas receitas de brigadeiro seriam necessárias para servir


os 45 convidados. Com base nessa informação preencha a tabela abaixo.
Ingredientes Xícaras de chá Gramas
Leite condensado
Chocolate em pó
manteiga

Agora que você tem a receita em gramas, elabore uma lista de compra dos
ingredientes com suas respectivas quantidades. Lembre-se de que cada
produto é vendido em diferentes embalagens (pacotes, potes, caixas, latas,
etc.) e quantidades (100g, 200g, 500g, 1kg, 2kg e 5kg). Observe que as
quantidades devem ser suficientes para o preparo da receita, evitando sobras
de ingredientes desnecessárias.
Hora de pesquisar preços e descobrir a melhor opção de compra. De posse da
lista de ingredientes a turma será dividida em 5 grupos. Cada grupo deverá
pesquisar os preços de todos os ingredientes necessários para o preparo da
receita.
Construir uma tabela utilizando os ingredientes, os preços e os
estabelecimentos comercias, para organizar as 5 pesquisa de preços.)
Observando a tabela responda as seguintes questões:
a) Qual o produto tem menor preço?
b) Qual o produto tem o maior preço?
c) Qual é a diferença entre o maior e o menor valor encontrado nas pesquisas?
d) Qual o total será gasto, para comprar os ingredientes em cada
estabelecimento comercial?
e) Em qual dos estabelecimentos comerciais vou pagar menos pela minha
compra?
f) Em qual dos estabelecimentos comerciais vou gastar mais?
Quarto momento – Vamos calcular a média de custo
Média aritmética (Ma)
É a soma de dois ou números dividida pela quantidade de números somados.
A média em geral, tem como objetivo apresentar de maneira resumida um
conjunto de dados.
Seja os números reais x1, x2, … , xn a média aritmética é definida por:

Onde n é o total de valores somados.

Exemplos

Suponha que em uma sala de aula tem 5 alunos, com as seguintes


idades: 14, 12, 15, 18 e 16. Qual a idade média dos alunos dessa sala?

Dessa forma, basta somarmos todas as idades e dividir pelo total de alunos.

Logo:

Assim, essa sala tem uma média de idade dos alunos de 15 anos.

Outra relações:
Receita Quantidade de brigadeiros (g)
1
2
3
.
.
.
.
n Q = n x massa de 1 brigadeiro

Em que:
Q = quantidade de gramas de brigadeiros;
n = número de alunos.
Obtemos a quantidade de gramas necessários para uma turma de 36 alunos.

GRÁFICO DE SETORES

TABELAS
As tabelas são elaboradas com o propósito de sistematizar informações
(numéricas e em forma de texto), que devem ser apresentadas de forma clara
e precisa, para facilitar a leitura e a compreensão dos dados. O conjunto
formado pelos elementos da tabela deve ser autoexplicativo, sem exigir que o
leitor recorra ao texto para sua compreensão.

Elementos da tabela

A tabela é composta dos seguintes elementos:

 Essenciais: título, cabeçalho e corpo (células, colunas e linhas).

 Complementar: rodapé (notas de tabela e fonte).

Com a tabela de massa dos ingredientes elabora um gráfico de setores


Ingredientes Xícaras de chá Gramas
Leite condensado
Chocolate em pó
manteiga

Porcentagem é o valor obtido ao aplicarmos uma taxa percentual a um


determinado valor

Exemplos:

 Calcular 10% de 300.

   
 Calcular 25% de 200kg.

Ingredientes Massa (g) Porcentagem


Leite condensado
Chocolate em pó
manteiga

O gráfico de setores é construído dividindo a circunferência em regiões


proporcionais aos dados percentuais. Em virtude de a circunferência possuir
um ângulo de 360º, cada valor em porcentagem deverá ser associado à
medida de um ângulo central. Observe como proceder:

20% de 360º → 0,2 * 360º = 72º

Agora construa um gráfico de Barras

Construção

Um gráfico de barras simples para um conjunto de dados pode ser construído


utilizando os seguintes passos básicos:

1. Determine um intervalo discreto;


2. Examine seus dados para encontrar a barra com maior valor. Isto irá
ajudá-lo a determinar a extensão do eixo vertical e o tamanho de cada
incremento;
3. Categorize o eixo vertical;
4. Determine o número de barras;
5. Examine seus dados para encontrar quantas barras seu gráfico irá
conter. Ele pode ser único, agrupado ou empilhado;
6. Use essa quantidade para desenhar e rotular o eixo horizontal;
7. Determine a ordem das barras. As barras podem ser organizadas em
qualquer ordem (um gráfico de barras organizado da maior para a
menor incidência é chamado de gráfico de Pareto). Normalmente,
barras que mostram frequência são organizadas em ordem cronológica
de sequência;
8. Desenhe as barras.

Usado para comparar dados quantitativos e formado por barras de mesma largura e
comprimento variável, pois dependem do montante que representam. A barra mais
longa indica a maior quantidade e, com base nela, é possível analisar como certo dado
está em relação aos demais.

INFORMAÇÕES NUTRICIONAIS

Leite condensado semidesnatado


INFORMAÇÃO
NUTRICIONAL
PORÇÃO DE 20g
(1 colher de sopa)
Quantidade por %VD(*)
porção
Valor Energético 61 Kcal = 254 KJ 3%
Carboidratos 12g dos quais: 4%
Açúcares 12g **
Proteínas 1,4g 2%
Gorduras totais 0,8g 1%
Gorduras saturadas 0,5g 4%
Gorduras trans 0g **
Fibra alimentar 0g 0%
Sódio 22mg 1%
% Valores diários de referência com base em uma dieta de 2.000 Kcal ou 8.400
KJ. Seus valores diários podem ser maiores dependendo de suas
necessidades energéticas. **VD não estabelecidos
Nescau
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Porção de 20g (2 colheres de sopa)
Quantidade por porção %VD(*)
Valor energético 73 Kcal = 307 4%
KJ
Carboidratos 17g dos quais 6%
Açúcares 15g **
Proteínas 0,6g 1%
Gorduras totais 0g 0%
Gorduras 0g 0%
saturadas
Gorduras trans 0g *
Fibra alimentar 0,9g 4%
Sódio 12mg 1%
Cálcio 420 mg 42%
Ferro 2,7mg 19%
Vitamina A 113 pg RE 19%
Vitamina D 0,95 pg 19%
Vitamina C 8,4 mg 19%
Riboflavina 0,25 mg 19%
Niacina 3,0 mg 19%
Vitamina B6 0,25 mg 19%
Vitamina B12 0,45 pg 19%

Margarina

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL – Porção 10g (1 colher de sopa)


Quantidade por porção %VD(*)
Valor energético 45 Kcal = 189 KJ 2
Carboidratos 0g 0
Proteínas 0g 0
Gorduras totais 5,0g 9
Gorduras saturadas 1,3g 6
Gorduras trans 0g (**)
Fibra alimentar 0g 0
Sódio 71mg 3
(**) não estabelecido
Composição química dos alimentos.
Diferença entre alimentos e nutriente.
Substâncias orgânicas e substâncias inorgânicas
Alimentos energéticos, construtores e reguladores.
Como utilizamos a energia?

UM POUCO DE HISTÓRIA
O leite condensado é o produto resultante da remoção parcial de água
do leite e frequentemente adicionado de açúcar, descoberto pelo
francês Nicolas Appert em 1820, na pesquisa para esterilização e conservação
de alimentos em embalagens herméticas. Em 1828, o inventor francês Malbec
aplicou o método de Appert ao leite fresco de vacas para criar o leite
condensado. Esta nova forma de tratar o leite expandiu-se por toda a Europa e
em 1853, chega aos Estados Unidos através de Gail Borden que patenteia o
método em 1856.

Com a guerra civil americana, iniciada em 1861, o produto atinge grande


sucesso comercial. Em 1880, o suíço J.B. Meyenberg, aprimorou o método de
fabricação ao utilizar um sistema de esterilização em autoclave, que elevava o
leite à temperatura de 120 °C em um recipiente fechado sob alta pressão, e
comercializava-o em latas. Em 1884, Meyenberg patenteia esse sistema e em
1885, emigra aos Estados Unidos, onde cria as fábricas de leite condensado.

O leite condensado, com ou sem açúcar e enlatado, foi muito apreciado no


século XIX e início do século XX como alimento infantil, e no período anterior
à Primeira Guerra Mundial, antes do advento da geladeira elétrica doméstica,
como fonte alternativa ao leite fresco. Na década de 1940, devido à escassez
de açúcar in natura, o leite condensado se populariza, principalmente ao servir
de ingrediente para a confecção de sobremesas.

Brasil

Antes de ser fabricado no Brasil, o leite condensado era importado da Europa e


dos Estados Unidos.
Já em 1871, o Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Côrte e da
Província do Rio de Janeiro (Almanak Laemmert), em seu capítulo sobre
Armazéns de Conservas Alimentares, anunciava a venda do produto na loja da
Viúva Henry, na rua dos Ourives, 58 (atual rua Miguel Couto na região central
da cidade do Rio de Janeiro). E, em 1876, o estado da Bahia já conhecia o leite
condensado em latas, como se pode verificar pela sua ocorrência na lista de
tarifas de fretes da Estrada de Ferro da Bahia ao São Francisco.
O nome da Nestlé se apresenta no Brasil no anúncio da Gazeta da Tarde do
Rio de Janeiro, em 8 de maio de 1885, como o “Leite Condensado Marca
Barbacena, preparado pelo Sr. Henrique Nestlé, o afamado auctor da Farinha
Láctea”. Era vendido no depósito de uma fábrica, em caixas com 45 latas cada,
por 27 mil-réis (valores da época). Embora, já em 15 de dezembro de 1880,
também seja anunciado no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, junto com
a venda da "Farinha Láctea de Nestlé".
Em 1888, o Jornal do Comércio do Rio de Janeiro anuncia o "leite condensado
suíço" à venda por 600 réis a lata, na Travessa de São Francisco de Paula,
22a, centro da cidade do Rio de Janeiro.
No estado de São Paulo, o produto faz, um pouco depois, sua aparição na
capital em reclames publicitários, como em 22 de janeiro de 1890, no periódico
O Estado de S. Paulo, ao nos informar que era fornecido "a varejo e em
grosso" pela Drogaria São Paulo, na rua São Bento.
A empresa suíça Nestlé iniciou as atividades na fabricação do produto em
1921, na cidade de Araras, em São Paulo. No entanto, a fabricação em data
anterior, por empresas brasileiras, já é registrada, por exemplo, no Boletim de
Ministério da Agricultura, do Serviço de Informação Agrícola de 1925, e se
refere à existência da Fábrica Ararense, em São Paulo, que em 1914, já
fabricava o leite condensado. Atualmente a maior fábrica de leite condensado
do mundo se localiza na cidade de Montes Claros-MG, pertencente ao grupo
Nestlé.
No Brasil, o leite condensado é de grande consumo e mais do que substituir o
leite in natura é popularmente muito utilizado na preparação de sobremesas e
coberturas de bolos e tortas e é o ingrediente principal do brigadeiro e
do pudim de leite condensado.

Achocolatado
Xocoatl
O nome científico da planta, Theobroma cacao, significa “alimento dos deuses”
em latim, e muitos etimologistas acreditam que o vocábulo “chocolate” deve
sua origem à palavra asteca xocoatl que, por sua vez, era usada para dar
nome a uma bebida amarga feita à base dos frutos do cacaueiro.
No entanto, embora os historiadores acreditem que o chocolate — de uma
forma ou outra — tenha começado a ser consumido há pelo menos 2 mil anos,
existem evidências arqueológicas que sugerem que ele pode estar por aí há
muito mais tempo. Pesquisadores descobriram referências linguísticas que
indicam que o chocolate já era consumido há 3 ou 4 mil anos por culturas pré-
colombianas, como os olmecas.
Além disso, um grupo de antropólogos descobriu em Honduras resíduos de
cacau em cerâmicas datadas de 1.400 a.C. A polpa, na época, possivelmente
era fermentada para produzir uma bebida alcoólica. E existem registros de que
durante vários séculos o fruto era utilizado como moeda de troca, sem falar que
tanto os maias como os astecas acreditavam que o cacau possuía
propriedades divinas e o usavam em inúmeros rituais.

Apimentado
Apesar de tudo o que se sabe sobre o cacau, ninguém consegue estabelecer
com precisão quando é que ele começou a ser consumido. Afinal, olhe com
atenção para o fruto da imagem acima… Quem quer que tenha descoberto
suas propriedades, teve que ser extremamente criativo — ou estar muito
faminto — para criar algo com ele, pois, em seu estado natural, o fruto não tem
absolutamente nada a ver com os alimentos que conhecemos feitos à base de
cacau!
Uma das teorias mais populares é a que a descoberta de que o cacau era
comestível teria sido feita pelos olmecas — que teriam observado roedores
petiscando os frutos avidamente. E, a partir daí, esses povos passaram a torrar
e moer as sementes e a misturar o pó com água, especiarias, ervas e pimenta.
Também teriam sido os olmecas os responsáveis por começar a cultivar o
cacau, processo que, mais tarde, foi melhorado pelos maias e pelos astecas.

Conquistadores conquistados
O chocolate adocicado só foi aparecer graças aos europeus que “descobriram”
a América — e começaram a ter contato com a cultura local e a provar suas
especialidades. Uma das lendas diz que o conquistador Hernán Cortés teria
sido recebido por Moctezuma com um banquete regado a chocolate — e que o
governante teria pensado que o espanhol era uma divindade reencarnada. E
você sabe o que aconteceu por conta dessa trágica confusão, não é mesmo?
Outra anedota interessante é a de que Cristóvão Colombo teria sido um dos
primeiros a levar a bebida para o Velho Continente, que era chamada pelos
nativos de kabkajatl. Contudo, como os espanhóis tinham dificuldade para
pronunciar a palavra, eles começaram a chamá-la de cacauatl. Acontece que a
bebida amarga e apimentada não agradou muito ao paladar dos
conquistadores, e eles passaram a prepará-la com leite e açúcar ou mel e a
tomá-la quente.
Com essa modificação na “receita” original veio também uma nova alteração no
nome, e o cacauatl passou a ser chamado chacauhaa — chacau significava
quente, e haa, bebida — que, mais tarde, acabou dando origem à palavra
chocolate. O fato é que não demorou até que a bebida quente se tornasse
extremamente popular na Espanha, e em meados do século 17 ela já havia se
espalhado por toda a Europa.

Modernização
O chocolate em pó foi inventado por um químico holandês em 1828, que
descobriu uma forma de remover cerca da metade da gordura natural — ou a
manteiga de cacau — do chocolate, além de desenvolver o tratamento alcalino
que resultou em uma redução do sabor amargo e na maior solubilidade do
produto. Esse processo também acabou dando origem à criação do chocolate
sólido.
Já criação da primeira barra é creditada a Joseph Storrs Fry, que, em 1847,
descobriu que era possível produzir uma massa moldável ao adicionar
manteiga de cacau derretida ao chocolate em pó. Aliás, por volta de 1866, a
companhia de Fry — a J. S. Fry & Sons — começou a produção em massa de
barras de chocolate na Inglaterra e, após uma fusão em 1919, ela se tornou
uma divisão da Cadbury, que comercializava caixas de bombons no país desde
1868.
A variedade ao leite surgiu alguns anos mais tarde, graças à Nestlé, e no
século 20 inúmeras guloseimas — contendo mais açúcar e outros aditivos — já
haviam sido inventadas. E foi a partir daí que o mundo inteiro finalmente se
rendeu ao consumo do chocolate.

No Brasil
O primeiro achocolatado em pó a ser comercializado no Brasil foi o Nescau, em
1932. O produto foi completamente desenvolvido no nosso país pela Nestlé e
se transformou em um verdadeiro sucesso desde o seu lançamento. Tanto que
até hoje ele permanece como um dos principais líderes do mercado nacional
em seu segmento.
Quando foi lançado por aqui, originalmente o achocolatado foi batizado de
“Nescáo” — de Nestlé + cacáo, que era como a palavra era grafada na época
—, e o produto estava focado nas mães preocupadas com a alimentação dos
filhos. O nome só foi alterado para a forma atual em 1954 e, na década de 70,
o Nescau ganhou o inconfundível slogan “energia que dá gosto”.
De lá para cá, o achocolatado se transformou em marca, e tanto a logo como
as embalagens passaram por várias modificações ao longo dos anos, com o
objetivo de aproximá-lo mais do público jovem. Além disso, a Nestlé também
desenvolveu outros tantos produtos que levam a marca Nescau, como é o caso
de bebidas lácteas, biscoitos recheados, barras de chocolate, cereais matinais
etc.
No entanto, as barras de chocolate chegaram um pouquinho antes, graças aos
imigrantes europeus que vieram para o Brasil e começaram a fundar as
primeiras fábricas de chocolate por aqui. A primeira delas foi a Neugebauer,
construída por imigrantes alemães no Rio Grande do Sul em 1891.

Margarina
"A história do surgimento da margarina está relacionada ao ganho do prêmio
de Hippólyte de Mége Mouriés, no ano de 1869. Prêmio esse, proposto pelo
governo de Napoleão para quem descobrisse um produto semelhante à
manteiga, mas que fosse facilmente conservado e tivesse preços mais
razoáveis. Nessa época a França estava passando por uma grave crise
econômica e necessitava de vários gêneros alimentícios, como a manteiga
tornava-se um produto cada vez mais caro e escasso, não provia as classes
pouco favorecidas.
Mége realizou vários experimentos e conseguiu produzir uma nova gordura que
seria a base da margarina. A palavra margarina é oriunda do grego “margaron”
que significa “pérola”, devido à aparência perolada do novo produto, que desde
então tem passado por várias transformações em seu processo de fabricação.
A primeira fábrica de margarina apareceu na Holanda no ano de 1871. A partir
daí a Europa passou a consumir a margarina, mesmo quando a manteiga
retornou com abundância ao mercado."

A História do Brigadeiro
A história e como foi inventado o mais famoso e apreciado docinho de festa.
O Brigadeiro foi inventado no Brasil depois da Segunda Guerra Mundial (1939-
1945). Naquele tempo, era muito difícil conseguir leite fresco e açúcar para se
fazer receitas de doces. Aí, descobriram que a mistura de leite condensado e
chocolate resultava em um docinho bem gostoso (Brigadeiro para presidente).
Ainda faltava dar um nome para o novo doce. Na mesma época, aconteciam as
eleições para presidente do Brasil, e um dos candidatos era o Brigadeiro
Eduardo Gomes. Na campanha, ele utilizava uma propaganda engraçada, que
ficou na boca do povo: “Vote no Brigadeiro que é bonito e solteiro”. Suas
eleitoras batizaram o doce em homenagem ao candidato.
O candidato conquistou um grupo de fãs do Pacaembu, bairro de São Paulo,
que organizaram festas para promover sua candidatura. A guloseima feita de
leite, ovos, manteiga, açúcar e chocolate tanto agradou que, numa das festas
de campanha, foi feito o doce para arrecadar fundos.
As mulheres que trabalhavam na campanha, em vez do “santinho” tradicional
do candidato, distribuíam o docinho para ganhar votos.
Com o tempo, o brigadeiro foi ficando cada vez melhor. Para enfeitá-lo e deixá-
lo mais saboroso, foi inventado o chocolate granulado.
Depois, outra receitas foram criadas a partir da original.
Como as festas dos correligionários e cabos eleitorais eram muito disputadas
pela população, estes logo começaram a chamar os amigos para irem comer o
“docinho do Brigadeiro”. Com o tempo o nome de “brigadeiro” teria sido dado
ao doce. De qualquer forma, apesar do apoio recebido, Eduardo Gomes
perdeu a eleição para Eurico Gaspar Dutra.
Durante a década de 50 o nome foi abreviado e o doce espalhou-se por todo o
país, sempre com uma excelente recepção.
Em outros países nosso brigadeiro é conhecido como “trufa brasileira”.

VAMOS EMPREENDER
Saiba como calcular preço de venda de doces
Você começou ou quer dar início ao seu negócio de confeitaria, mas ainda não
sabe como cobrar pelos seus produtos? É muito comum quem está começando
ter dúvidas sobre como calcular preço de venda de doces.
Algumas pessoas costumam apenas multiplicar o valor dos ingredientes por
dois ou três e estabelecer o resultado para precificar o item. Porém, essa
maneira de calcular pode gerar prejuízos, já que não considera vários fatores
importantes.
vamos ajudar você a precificar os seus doces de forma adequada para obter
lucro. Confira as dicas!
 Levante os custos
 Saiba o valor da sua mão de obra
 Coloque o seu lucro
 Considere o público-alvo

Levante os custos
Os custos da produção dos seus doces vão além dos ingredientes utilizados
nas receitas e das embalagens. Tudo o que for necessário para fabricar o
quitute deve ser incluído na conta, como:
 luz;
 água;
 gasolina para comprar as mercadorias e para a entrega (se for o caso);
 produtos de limpeza;
 gás;
 internet (se você anunciar e vender online);
 aluguel do espaço para produzir e para vender (se for o caso).
Para calcular os custos de cada doce, some todos esses itens com os
ingredientes e embalagens e divida pelo número de porções que consegue
produzir em um mês. Por exemplo, se você produz 1000 palhas italianas
mensalmente e tem um gasto total de 1000 reais, cada docinho tem o custo de
1 real.

Saiba o valor da sua mão de obra


Sua mão de obra vale muito e também deve constar nos cálculos. Considere
não somente o tempo de cozinha, mas também de planejamento e de compra
dos ingredientes. Ainda no exemplo da palha italiana, supondo que você
trabalhe cinco horas por dia, cinco dias por semana e quatro semanas por mês,
a média de fabricação é de 50 doces diariamente.
Se um confeiteiro contratado recebe 2000 reais para trabalhar 200 horas por
mês, ele ganha 10 reais por hora. Esse é um bom salário para você? Então,
some a quantidade de horas que você leva para produzir as palhas italianas
em um dia e multiplique por 10. Vamos lá: 5 horas de trabalho x 10 reais por
hora = 50 reais.
Sendo assim, para essa produção, sua mão de obra custaria 50 reais.
Dividimos esse valor por 50 palhas italianas e chegamos ao custo de 1 real de
mão de obra para cada doce. Vamos ao próximo passo.

Coloque o seu lucro


Até aqui, chegamos ao custo de 2 reais a palha italiana. Mas não é por esse
valor que você vai vendê-la. Ainda precisamos incluir a margem de lucro, é
claro. Afinal de contas, você é uma empreendedora, não somente a confeiteira.
Geralmente, os confeiteiros colocam uma lucratividade de 50% a 100% do
valor total do custo do doce. Por exemplo, você poderia vender a sua palha
italiana por 3 a 4 reais, certo? Entretanto, ainda tem mais um fator a considerar:
o público-alvo.

Considere o público-alvo
O público-alvo é algo decisivo na hora de estabelecer a margem de lucro. Isso
porque se você coloca um preço muito alto para vender à cliente que não tem
tanto poder aquisitivo, os seus doces ficarão encalhados. Muitas vezes, vale
mais ganhar pela quantidade de unidades vendidas.
Dessa maneira, pesquise qual é a sua clientela. Se é voltada para o consumo
de doces finos, você pode cobrar mais por isso. Mas se é a que aprecia doces
mais simples, o valor deve ser mais acessível. Em qualquer dos casos, há
oportunidade para faturar.
Viu como calcular preço de venda de doces não é tão difícil? Depois de
calculados os custos, fica mais simples pensar no lucro que você deseja obter
e nos valores a serem agregados aos seus produtos. 

Origem do cacau
Classificação
Características gerais
Localização
Escala produtiva
Sistema de Produção
Classe social que trabalha na exploração
Costumes regionais

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