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RESUMO:
“O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que
não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior
calibre e de mais alta esfera. (...) os ladrões que mais própria e
dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis
encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou
a administração das cidades, os quais já com manha, já com força,
roubam e despojam os povos. - Os outros ladrões roubam um
homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do
seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são
enforcados: estes furtam e enforcam”
A CORRUPÇÃO É DESMASCARADA
"Não existe uma bala de prata que resolva essas questões. É preciso
que a Justiça funcione, que os contratos públicos sejam mais
transparentes, é preciso que tenha reforma para aumentar a
transparência da democracia, reduzir custos de
campanhas [partidárias]... Então existe uma série de questões que
tem que ser enfrentada e, o mais importante de todos esses casos [de
corrupção]: que seja levantada a dimensão do problema, porque isso
propicia a formação de um consenso para que a sociedade possa
resolvê-lo."(MORO).
conclusão
ão devem os Brasileiros se lamentar pela quantidade de situações de corrupção que hoje são noticiados
no país. Ao contrário, devem visualizá-los como uma evolução da liberdade de imprensa, por exemplo,
como fruto de uma mais intensa atuação do Ministério Público, após a vigência da novel Constituição,
assim como de uma maior atuação política dos cidadãos brasileiros que passaram a se preocupar mais
com a atuação do governo nas três esferas de Poder.
Tais circunstâncias diferenciam muito os atos de corrupção aos quais se tem notícia em outros períodos
da história do Brasil, tendo em vista que o país não tinha nível tal de democracia que vemos hoje.
Acredito que, tem o Brasil, nesse tempo, com a evolução das instituições, nível democrático jamais
visto em outros períodos da sua história.
Confio que o Brasil vem evoluindo. Nota-se que essa evolução apesar de lenta, é constante, como de
fato deve ser. Não se podem depositar esperanças que tudo vá se resolver de um dia para o outro, ou
que se solucione apenas com legislações cada vez mais rigorosas.
Antes de qualquer coisa, o Brasil precisa compreender que deve caminhar para um tempo onde o
afamado “jeitinho brasileiro”, de querer se pôr em vantagem sempre, não seja mais um comportamento
culturalmente aceito, como hoje acontece. É preciso que o corrupto sinta que não mais é aceito pela
sociedade, que trata-se de persona non gratta.
A tentativa de encarar a corrupção como algo natural é que é amplamente prejudicial à sociedade
brasileira e reduz sobremaneira a possibilidade de se combatê-la.
Nos dizeres de Emerson Garcia[1], o caminho a ser percorrido no embate à corrupção será longo e
tortuoso e talvez ela possa ser suavizada mas nunca será eliminada: “(...) é possível afirmar, com certa
tristeza, que a ordem natural das coisas está a indicar que ainda temos um longo e tortuoso caminho a
percorrer. O combate à corrupção não haverá de ser fruto de mera produção normativa, mas, sim, o
resultado da aquisição de uma consciência democrática5 e de uma lenta e paulatina participação
popular, o que permitirá uma contínua fiscalização das instituições públicas, reduzirá a conivência e,
pouco a pouco, depurará as idéias daqueles que pretendem ascender ao poder. Com isto, a corrupção
poderá ser atenuada, pois eliminada nunca o será.”
Diante disso, devem os brasileiros além de indignar-se, ir à luta, tentar eliminar a corrupção, primeiro
no próprio seio da sociedade, mas não basta indignar-se, é preciso ação. Os cidadãos devem participar
mais da vida política de sua sociedade, acompanhando, fiscalizando, atuando, etc.
As denúncias e a vigilância, por parte da sociedade são fundamentais para a efetiva batalha em desfavor
dessa prática reprovável.
Devem os brasileiros refletir e olhar para o passado, buscar na história exemplos de tudo o que foi feito
de errado para, na tentativa de solucionar a questão, reestruturar uma cultura marcada por
transgressões.
É necessária a busca por essas respostas para que se possa encontrar soluções para se pensar o futuro.
REFERÊNCIAS
Marcelo Gruman (Junho de 2008). Revista Espaço Acadêmico, : . «A atualidade de Padre
Antônio Vieira». Consultado em 11-07-2014.
Bibliografia consultada
Autoria:
** Francisco Antônio de Andrade Filho é Doutor em Lógica e Filosofia da Ciência, na
área de Filosofia Política, pela UNICAMP/SP. Docente em Filosofia na Faculdade
Maurício de Nassau.
http://www.orecado.org/?p=68
Maria Conceição Tavares e J. Carlos de Assis, O Grande Salto para o Caos, A economia politica e
a politica economica do regime autoritário. P 36