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1-INTRODUÇÃO

Educação passou por um impacto negativo em seu processo histórico, durante o isolamento
social, a suspensão das aulas presenciais causada pela Pandemia da COVID-19, a pandemia
paralisou aulas ao redor do mundo, causando danos significativos em todas as esferas, esta foi
uma realidade vivenciada por todos os alunos brasileiros, com o fechamento das escolas.
A pandemia acentuou as desigualdades já existentes no Brasil, na área econômica, social e
educacional, conforme resultados de avaliações diagnósticas e processuais neste retorno de aulas
presenciais. Dentro desse contexto o que os órgãos competentes buscam é estratégias para
mitigar esses efeitos e recompor a aprendizagem dos estudantes.
O desafio que está evidente a todas as redes de ensino, refere-se à garantia da recomposição
de aprendizagens com qualidade, entrelaçados com a organização do tempo e do espaço nas
escolas que possuem a missão de executar esta proposta de trabalho pedagógico para os alunos
com defasagem nas aprendizagens essenciais.
Na prática entra em cena a recomposição de aprendizagens e a continuação curricular, pois
isso significa que, apesar de algumas experiências exitosas, e de todo o trabalho desenvolvido
através do ensino remotos, muitas habilidades não foram plenamente adquiridas no ano devido e
agora serão trabalhadas no ano escolar corrente.
Percebeu-se, que no início do ano letivo, muitos alunos estavam desmotivados com a volta às
aulas presenciais, além da readaptação ao contexto escolar, havia também a dependência do
celular e estudantes atrasados em relação aos outros colegas, portanto havia necessidade de
intervenção imediata, o que aconteceu por meio do referido projeto, tendo como objetivo principal
recompor a aprendizagem e garantir a construção do conhecimento de forma que ajudassem a
desenvolver competências e habilidades de acordo com o ano escolar em estudo, por meio de
aulas dinâmicas, utilizando metodologias ativas e sempre que possível o uso de tecnologia.
Diante dessa realidade, fez-se necessário resgatar a motivação dos educandos de estarem na
escola, a partir da promoção de oportunidades intelectual, emocional e cultural. Nesse esse
sentido, as aulas de Língua Portuguesa, Leitura e Produção textual tiveram como foco a
recomposição da aprendizagem, por meio de aulas significativas, dinâmicas e prazerosas, tendo
como principal material subsídio o uso do Material Estruturado de Língua Portuguesa organizado
pela professora.
2.0 Objetivo Geral.
Reestruturar as práticas docentes, ações, metodologias para que os obstáculos causados pela
pandemia do Covid 19 na vida escolar de nossos estudantes sejam transpostos da melhor maneira
possível e reinserir esses alunos no novo cotidiano educacional, minimizando as defasagens de
ensino que eles sofreram nos últimos tempos.
2.1 Objetivos Específicos.
Reorganizar o processo de ensino-aprendizagem através de práticas diversificadas que
visam ampliar os métodos avaliativos de aprendizado;
Desenvolver habilidades e competências, em consonância com a BNCC dos ensinos
fundamental e médio, capazes de fazer com que os estudantes consigam uma progressão
escolar em termos qualitativos;
Repensar novas maneiras de práticas docentes, através do trabalho colaborativo e
interdisciplinar do corpo docente, juntamente com reuniões e debates para troca de
experiências entre os professores;

3- JUSTIFICATIVA
Com a perspectiva de tentar sanar as defasagens educacionais pelas quais os estudantes
passaram durante os anos agudos da pandemia da Covid, torna-se urgente um novo trabalho de
caráter pedagógico para recompor o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes do ensino
fundamental e médio. Nesse novo processo de acharmos novos trilhos para educação, novas
estratégias e metodologias serão pensadas para encararmos problemas diferenciados
Nesse Plano de Recomposição de Aprendizagem estão traçadas propostas de ações e
estratégias diversas, para melhorar o desempenho escolar dos alunos do ensino fundamental II;
propostas estas que estão em consonância com as ações da Secretaria de Estado de Educação
(SEED/AP) ao Currículo de Referência do Amapá (RCA), Base Nacional Curricular Comum
(BNCC), aos objetivos traçados no Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Teotônio
Brandão e na família dos estudantes. Nesse trabalho a figura do professor é essencial, pois será o
docente o primeiro a localizar as defasagens de conteúdos e a delinear propostas de como intervir,
para que os alunos desenvolvam corretamente as atividades propostas em sala de aula. As
práticas terão como meta central ampliar a compreensão dos alunos, de forma geral, no que
concerne a habilidades de leitura e compreensão de textos, grafia correta das palavras, prática da
oralidade.
Desse modo, procuramos encontrar caminhos novos que possibilitem aos estudantes
progredir em sua vida escolar, melhorando e recompondo o seu aprendizado tornando-se também
um sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem, num trabalho interdisciplinar e colaborativo
entre a família e a escola.
Diante desse contexto, criou-se o Projeto “Resgatando Saberes”,por meio dele pretende-
se ofertar aos estudantes já mencionados, condições de recompor as aprendizagens
essenciais em Língua Portuguesa, habilidades que permitam desenvolver a leitura, a
compreensão, a interpretação de textos, a escrita, na perspectiva de que as lacunas e
deficiências das dificuldades devido as habilidades perdidas sejam recuperadas, ao ter em
vista o progresso contínuo da aprendizagem para que o aluno siga em constante
aprendizagem sem perdas no currículo.

O presente projeto de recomposição das aprendizagens da E.E. Teotônio Brandão se


faz necessário, mediante a constatação de dificuldades observadas nos estudantes do 6º ao
9º do Ensino Fundamental II, por meio de avaliações diagnósticas, somativas ou de
acompanhamento neste ano letivo de 2023, ocasionadas pelas imprecisões do período de
ensino remoto e híbrido nos dois últimos anos provocados pela pandemia.

3.-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A expressão “recomposição das aprendizagens” tomou conta do ambiente escolar, faz
referência às estratégias necessárias diante de uma realidade que trouxe prejuízos na
aprendizagem de milhões de crianças e adolescentes, porém, a mesma ainda, vez por outra,
aparece associada ao sinônimo de recuperação.
Nessa perspectiva, Abe (2022) esclarece que “recomposição” seria uma adequação à
realidade presente nas escolas, segundo a mesma, “recuperação” parte do pressuposto de que o
estudante não aprendeu o que deveria ter aprendido, o que não se aplica ao caso, pois o ensino
remoto, em sua maioria, não ofereceu nem a primeira oportunidade de aprender, portanto,
“recomposição” nasce da necessidade de “restaurar” a conexão entre aprendizagem e aluno que
havia se perdido com o isolamento social.
Pode-se dizer que a recomposição das aprendizagens é algo inovador que parte de:
[...] propostas dinâmicas de aprendizagem, em que se possam exercer e desenvolver concepções sócio-
históricas da educação – nos aspectos cognitivo, ético, político, científico, cultural, lúdico e estético - em
toda a sua plenitude e, assim, garantir a formação de pessoas para o exercício da cidadania e do trabalho
com liberdade e criatividade
(KENSKI, 2012, p. 67).
A recomposição das aprendizagens não possui receita pronta, a inovação é processual,
motivo pelo qual a avaliação diagnóstica aparece permanentemente atrelada as novas estratégias
de ensino. Nota-se grandes desafios ao que é exigido atualmente, mas o fazer educação nunca foi
uma tarefa associada à acomodação. Portanto, embora a pandemia tenha deixado um prejuízo
enorme na aprendizagem das crianças e adolescentes, é perceptível que muito pode ser feito, as
alternativas são inúmeras, possivelmente nem sempre as estratégias serão exitosas, mas
certamente precisam ser constantes.
De acordo com a Revista Nova Escola (janeiro e março de 2022) o ensino na modalidade
remota e híbrida não foram suficientes para evitar os problemas educacionais causadas pelo
fechamento das escolas, devido a pandemia da Covid- 19. Atualmente percebe-se a defasagem de
conhecimento dos estudantes dos Anos finais, nos dados das unidades escolares relativos as
avaliações diagnósticas de entrada realizado no início do ano letivo nas unidades escolares.

A Revista Nova Escola, também afirmou que com a volta das aulas nas escolas “não
significa a retomada das aulas presenciais nos moldes do período pré-pandêmico”, pois ao
considerar tudo que os estudantes vivenciaram neste período desde questões sócio emocionais à
ausência de aprendizagem no lar, nestes quase dois anos, mesmo diante do esforço e dedicação
dos professores em aulas remotas e híbridas, sendo possível constatar que existe uma dificuldade
descomunal, produto do período sem aulas presenciais, que não é objeto deste plano, porém
podemos deduzir que por questões resultantes da desigualdade social, de estrutura familiar,
vulnerabilidade, ou falta de conhecimento dos pais em auxiliar seus filhos(as) em tarefas, contribuiu
para o agravamento do cenário atual da dificuldade de aprendizagem.

A Revista cita como por exemplo, que o estudante que ingressou na escola no 1º Ano em 2020 e
que não teve o ensino real remoto e/ou híbrido, e hoje ao encontrar- se no 3º Ano, apresenta
defasagem das aprendizagens que deveria ter aprendido no passado e que não se consolidou.
Essa mesma defasagem de conhecimento aconteceu com alunos de outras séries/anos, que
ficaram quase dois anos afastados das escolas. Sendo assim, de acordo com a Revista Nova
Escola:

[“...um termo que vem ganhando força e importância: a recomposição de aprendizagens. O


conceito traz a ideia de que a aprendizagem não ocorreu de forma adequada – no caso, em
função da pandemia – e, por isso deve ser reorganizada com foco no desenvolvimento dos
alunos, indo além da mera “recuperação de aprendizagem”. Para isso, são necessárias
diferentes estratégias, como acolhimento aos estudantes, avaliação diagnóstica, flexibilização
curricular, tutoria, acompanhamento pedagógico e formação de professores. ” (REVISTA NOVA
ESCOLA, março de 2022)

Portanto, houve uma quebra de quase dois anos no ensino do currículo, sem que
acontecesse a aprendizagem de fato por parte de alguns estudantes, ou seja, o conhecimento
sistematizado e pré-determinado nos anos/séries na grade curricular do programa curricular neste
período não se realizou com alguns estudantes e precisa ser reiniciado e/ ou recomposto, pois “é
inegável que muitas habilidades idealmente previstas não foram desenvolvidas ao longo de 2020 e
2021, o que afeta a todos. ” (Revista Nova Escola, março 2022). Assim como, é necessário que os
estudantes sejam acolhidos, desenvolvam vínculos com os professores e colegas, igualmente
serem motivados a aprender na prática da aprendizagem em sala de aula, pois excepcionalmente
já haviam acostumados a ficar em casa, e isso não é uma tarefa nada fácil, na verdade é um
desafio, que é necessário para reestabelecer a aprendizagem e buscar alternativas para promoção
do conhecimento.
A Revista Nova Escola também salienta sobre a possibilidade de ‘continuum curricular’, que
flexibiliza o Currículo, na perspectiva de que o estudante aprenda as habilidades prioritárias que o
auxilie a ler, compreender, interpretar, escrever, para que tenha o direito de aprender resguardado
e possa seguir aprendendo as demais habilidades do ano em curso, que são essenciais para a
construção do seu conhecimento.
Neste sentido, o presente projeto vem direcionar e validar o trabalho a ser realizado para
recompor as aprendizagens das habilidades que não foram aprendidas e que são essenciais para
o desenvolvimento do estudante, permitindo que siga aprendendo.

NOVA ESCOLA, Revista. Como garantir a recomposição das aprendizagens na retomada


presencial das aulas. Publicado em 05 de janeiro 2022.

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