Você está na página 1de 16

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ (UNESA)

“PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA CIENCIAS BIOLÓGICAS E


NO AMBITO GERAL DA ESCOLA”

ARIANE DE FIGUEIREDO EUGÊNIO

ESCOLA DE ESTADUAL MADRE CARMELITA (REDE PÚBLICA

PROFESSOR SUPERVISOR DOUGLAS COSTA DA SILVA

BELO HORIZONTE/MINAS GERAIS

6º PERÍODO - 2022
RESUMO
O estágio supervisionado, dentro dos cursos de licenciatura, é elemento indispensável
na formação de professores. Na universidade Estácio de Sá (UNESA) o estágio
curricular obrigatório é entendido como uma atividade privilegiada de diálogo crítico
com a realidade que favorece a articulação do ensino com pesquisa e extensão,
configurando um espaço formativo do estudante, definido no projeto político
pedagógico (PPP) de cada curso. No curso de licenciatura em ciências biológicas, esse
espaço é dividido em estágio curricular supervisionado I e II (sem mencionar o estágio
III). Especificamente, o estágio curricular supervisionado I compreende a apreensão e
problematização da realidade escolar. Inclui vivências na escola-campo, elaboração de
um projeto de intervenção pedagógica, sua execução e as reflexões teóricas a partir da
experiência (que será desenvolvido no estágio II). O trabalho aqui apresentado se
concentra nas experiências construídas durante esse estágio (I) e teve como objetivos
apresentar as atividades a serem desenvolvidas nesse momento de formação, bem como
discutir as possibilidades da realização de um projeto de intervenção na formação inicial
de professores de biologia podendo ser aplicado em todo o ambiente escolar. Os dados
apresentados foram coletados a partir dos relatos de campo, construídos durante as
vivencias realizadas na escola campo. As reflexões finais indicam que a formação de
professores se constitui em um processo complexo e, embora não seja a única garantia
de o aprendizado dos licenciando, os projetos podem contribuir efetivamente para
formação de um professor crítico, reflexivo e autônomo.
“Mais do que recuperar, é preciso potencializar a aprendizagem dos estudantes pós-
pandemia”

PALAVRA CHAVE: RECUPERAÇÃO, PÓS PANDEMIA, APRENDIZAGEM,


POTENCIALIZAÇÃO
SUMÁRIO

1. Introdução..................................................................................................... Pág. 5-6

2. Problema.......................................................................................................... Pág. 7

3. Justificativa...................................................................................................... Pág. 8

4. Objetivo geral e objetivos específicos............................................................. Pág. 9

5. Metodologia............................................................................................. Pág. 10-11

6. Resultados esperados e recursos necessários................................................. Pág. 12

7. Cronograma.............................................................................................. Pág. 13-15

8. Referências bibliográficas............................................................................. Pág. 16


INTRODUÇÃO

O Estágio Supervisionado, dentro dos cursos de licenciatura, é elemento indispensável


na formação de professores, é ele que proporciona o primeiro contato de muitos
licenciandos/futuros professores com o “chão da escola”. Na UNESA (Universidade \
Estácio de Sá) a política de estágio é sistematizada em um documento contendo as
normas e orientações para a realização dos estágios curriculares obrigatórios e não
obrigatórios, o Regulamento Geral de Estágios Curriculares. A UNESA compreende o
estágio curricular obrigatório como uma atividade privilegiada de diálogo crítico com a
realidade que favorece a articulação do ensino 1 Aluna do Curso de Ciências Biológicas
– Licenciatura da Universidade Estácio de Sá – UNESA. Historicamente, o estágio nas
licenciaturas, tem sido motivo de muitas controvérsias no meio acadêmico, pois
normalmente, caracteriza-se como uma atividade realizada no último ano do Curso com
o objetivo de instrumentalizar o profissional para atuar na sala de aula (BEHRENS,
1991). Entretanto, entendemos que o estágio é mais do que esse momento
instrumentalizador, é o momento em que o professor em formação inicial tem a chance
de perceber a materialização das temáticas estudadas e discutidas durante a graduação, é
o momento de testar, comprovar teorias e reformular conceitos. Segundo a Lei nº
11.788 de 25 de setembro de 2008, no Art. 1 no parágrafo 2º (BRASIL, 2008) o estágio
tem como objetivo propiciar o aprendizado de competências próprias da atividade
profissional e à contextualização curricular, propiciando o desenvolvimento do
educando para a vida cidadã e para o trabalho. Em outras palavras, Pimenta (2009) nos
diz que o estágio curricular tem a finalidade de integrar o processo de formação do
aluno, futuro profissional, de modo a considerar o campo de atuação como objeto de
análise, de investigação e de interpretação crítica, a partir dos nexos com as disciplinas
do curso.

Especificamente, o Estágio Curricular Supervisionado I compreende a apreensão e


problematização da realidade escolar. Inclui vivências na escola de campo, elaboração
de um projeto de intervenção pedagógica, e posteriormente sua execução e as reflexões
teóricas a partir da experiência.

Diagnose da Escola e Trabalho O Estágio Curricular Supervisionado I da turma “901”


do Curso de Ciências Biológicas, 5º período, na modalidade EAD foi realizado em uma
Escola Estadual da Região Metropolitana de Belo Horizonte/MG durante o segundo
semestre de 2022. Para elaborar um projeto de intervenção que seja de fato
significativo, é importante entender a realidade da escola. Assim, o primeiro passo, para
construção da proposta de Intervenção foi tentar perceber a complexidade da escola-
campo. Entendemos que o conhecimento da realidade escolar, em todas nuances, é um
aspecto essencial para a formação de um educador comprometido com o local onde
atua. A partir dessa “imersão” no ambiente escolar eu como estagiária, juntamente com
meu professor supervisor de campo, podemos perceber a realidade em nossa volta.
Como indicado anteriormente, os dados foram obtidos a partir de relatos e diários de
campo do estagiário e os resultados são apresentados a seguir. O colégio em questão foi
fundado em 1974 e atualmente funciona em três períodos, matutino, vespertino e
noturno, nas modalidades de ensino fundamental e médio. O prédio tem uma estrutura
típica de escola pública construídas até a década de 1990, divido em pavilhões com um
pátio entre eles. A arquitetura do espaço é condizente com uma escola bem organizada
fisicamente. Possui diretoria, secretaria, biblioteca, pátio, sala dos professores, 2
coordenadores, sala de vídeo, laboratórios de ciências, salas de aulas, além de duas
quadras poliesportiva, uma sendo coberta, e outros espaços escolares típicos.
PROBLEMA

Com o fechamento das escolas por dois anos, estudantes e educadores vivenciaram
experiências completamente novas e inesperadas. Estratégias de ensino remoto foram
utilizadas, mas nem todos conseguiram ter acesso à educação.

Mesmo com aquelas e aqueles que tiveram aulas remotas, o aprendizado não se deu de
maneira linear. Inseguranças, medo de contrair a doença e perdas financeiras, atingiram
diferentes famílias, afetando, sobretudo, as crianças mais pobres e, claro, impactando a
aprendizagem delas e deles.

Neste período de retomada das aulas presenciais, é necessário que gestores escolares e
secretarias de ensino somem esforços para garantir a retomada do aprendizado. Para
57% dos professores, o principal desafio no retorno às aulas presenciais será
recuperar a aprendizagem dos estudantes. O dado é da pesquisa “Desafios e
perspectivas da educação: uma visão dos professores durante a pandemia”, realizada
pelo Instituto Península (2021).

Para recuperar essa aprendizagem, avaliação diagnóstica e flexibilização dos


currículos têm sido temas recorrentes entre os educadores.
JUSTIFICATIVA

Com a retomada das aulas presenciais, especialistas falam da importância da


avaliação diagnóstica para ajudar a estabelecer um plano justo ao estudante no
período pós-pandemia. A avaliação diagnóstica e a sua importância: Este é um
assunto muito urgente. Após a pandemia, tivemos um aumento de crianças entre 6-7
anos que não aprenderam a ler, afetando ainda mais as crianças mais pobres e
pretas. O ensino fundamental também apresentou um número grande de alunos do 6º, 7º,
8º e até 9º ano que ainda não estão alfabetizados. A pandemia agravou muito a
desigualdade educacional no país.

Não se trata, portanto, só de recuperar aquilo que não foi corretamente aprendido. Grande
parte dos estudantes sequer aprendeu os conteúdos previstos para os anos de 2020 e 2021.
A situação é emergencial e requer uma ação rápida, com estratégias para, mais do que
recuperar, potencializar a aprendizagem dos estudantes

“A situação é emergencial e requer uma ação rápida para, mais do que recuperar,
potencializar a aprendizagem dos estudantes”
OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICO

O primeiro passo é fazer um bom diagnóstico de aprendizagem. Para isso é preciso ter


bons instrumentos. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e a Prova
Brasil ainda não foram adaptados para fazer o diagnóstico das habilidades
socioemocionais e matrizes curriculares. Atualmente, o CAEd é o melhor instrumento,
porque já faz esse diálogo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Precisamos
identificar o que cada estudante conseguiu aprender e o que não conseguiu.

As redes de ensino conseguiram fazer uma boa análise deste resultado. Agora, é preciso
que haja uma organização entre os gestores escolares educacionais, diretores e
coordenadores pedagógicos para que consigam mapear a aprendizagem de cada turma. E
eles precisam andar de mãos dadas com os professores para elaborar um plano de trabalho
– desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio.
METODOLOGIA

Feito esse diagnóstico, os próximos passos para potencializar a aprendizagem dos


estudantes após 2 anos de escolas fechadas são: Para recompor a aprendizagem dos
alunos é preciso diagnóstico, priorização das habilidades da BNCC e formação dos
professores e gestores.

Após o diagnóstico, o próximo passo é fazer a flexibilização curricular. É preciso


entender e se debruçar sobre as habilidades prioritárias da BNCC. Elas são os
conhecimentos necessários para o pleno desenvolvimento das competências. Em outras
palavras, ao desenvolver uma competência, estamos mobilizando várias habilidades que
juntas proporcionam o domínio em determinado contexto. Sendo assim, algumas
habilidades previstas para que um aluno do 2º ano se desenvolva são extremamente
importantes para o aprendizado do 3º ano deste estudante, bem como os outros segmentos
dos ensinos fundamentais e médio, este primeiro uso como exemplo.

“É preciso mapear as habilidades adquiridas pelos estudantes e identificar quais não


podem deixar de ser construídas para não prejudicar o aprendizado do ano seguinte. ”

Em sala de aula, o professor vai ter que lidar com diferentes níveis de conhecimento de
cada aluno. Vai precisar de muito trabalho do professor para entender e mapear o nível de
conhecimento dos alunos. Por isso, a importância da reorganização do tempo escolar e da
reenturmação.

Explicando um pouco mais sobre esse conceito de reenturmação: Muito


provavelmente, o diagnóstico vai revelar turmas bem heterogêneas, com estudantes com
diferentes níveis de conhecimento. A reenturmação tem como objetivo agrupar os alunos
por níveis de conhecimento.

Em alguns casos, talvez seja preciso mexer na carga horária também. Algumas redes
estão trabalhando até em ensino integral, com turnos maiores. Muitas soluções criativas
estão sendo encontradas para potencializar esse aprendizado.

“O professor tem que estar de olho nas atividades dos anos anteriores que não foram
consolidadas, naquelas do período letivo atual e no que terá que ser consolidado até o
final do ano. ”

O professor tem um desafio enorme. Ele tem que estar de olho nas atividades dos anos
anteriores que não foram consolidadas, naquelas do ano letivo atual e naquilo que terá que
ser consolidado até o final do ano. Isso requer muito conhecimento e trabalho técnico.
Trabalhar com projetos que envolvam metodologias ativas de aprendizagem, como sala
de aula invertida, por exemplo, pode ser uma ótima solução. A formação continuada dos
professores é imprescindível.
Uma estimativa de quanto tempo será necessário para recuperar a aprendizagem
que foi interrompida/prejudicada na pandemia, segundo estudos: Levaria, pelo
menos, mais de um ano para recuperar essas perdas. Alguns estudos têm mostrado que
vamos recuperar, no mínimo, em dois anos. Em algumas cidades, as escolas ficaram
fechadas por mais de 2 anos.

Os desafios para os alunos mais vulneráveis: Acredito que para elas e eles foi muito
difícil ficar numa casa, muitas das vezes, precária, com poucos cômodos, sem poder
brincar na rua, sem merenda e com muita dificuldade familiar para botar pão na mesa. As
crianças que já eram mais desfavorecidas. Por estarem em condições precárias, ficaram
ainda mais vulneráveis pós-pandemia. A desigualdade, que já existia, só aumentou.

“As crianças, que já eram mais desfavorecidas por estarem em condições precárias,
ficaram ainda mais vulneráveis pós-pandemia. ”

Essas crianças, jovens e adolescentes estão voltando com muitas sequelas emocionais da
pandemia. Não só elas e eles, mas também a equipe escolar.
RECURSOS NECESSÁRIOS

Por isso, criar espaços de acolhimento para discutir o que está sendo vivido é muito
importante, assim como o trabalho Inter setorial, em parceria com a Secretaria de Saúde
e com psicólogos. As famílias também precisam ser acolhidas. É uma reconstrução, não
só do ponto de vista pedagógico, mas também do emocional.

“É uma reconstrução, não só do ponto de vista pedagógico, mas também do emocional. ”

As habilidades socioemocionais estão intimamente ligadas à educação integral no sentido


do desenvolvimento de cada estudante. O desenvolvimento cognitivo do estudante não
pode ser visto de forma separada do desenvolvimento emocional.

Os modelos de avaliação educacional também devem ser revistos.

Não existe ensino sem avaliação através de prova. É preciso acolher, sem caráter punitivo,
em tom de conversa, e de forma muito respeitosa.

A secretaria de educação precisa de instrumentos padronizados nos mesmo moldes do


Saeb, da Prova Brasil, para fazer uma avaliação em conjunto. Precisamos ter séries
históricas de resultados de avaliação para comparar se estamos avançando ou
retrocedendo na aprendizagem.

Precisamos nos comprometer com a Educação

Articulação com comunidade escolar, movimentos sociais, gestores públicos, empresas e


terceiro setor.
CRONOGRAMA

ATORES SOCIAIS ENVOLVIDOS


Uma boa estrutura de projeto contribui para a leitura, entendimento e apropriação do
propósito a que se destina. Portanto, eis uma sugestão:

• Dados de identificação: nome da escola, título do projeto, coordenação do projeto.

• Introdução

• Problematização (situando o(s) problema(s) motivadores do projeto)

• Justificativa (Mostrando a relevância do projeto)

• Objetivos (o que se pretende alcançar)

O quê? Como? Para quê? Quando? Quem?

Ações Forma de Objetivo/ Período de Responsável


execução Meta execução pela ação

Reunião com Reunião Apresentar o Fevereiro Gestores


toda equipe da Plano de Metas /2023
escola. e o Projeto de
Intervenção
Pedagógica.

Estudo dos Grupo de Analisar os Março/2023 Gestores,


resultados do estudo na resultados, técnicos e
IDEPB e escola compreendê-los e docentes.
levantamento do planejar.
diagnóstico dos
estudantes.

Elaboração do Reunião de Conduzir o ensino Abril/2023 Gestores,


Projeto de planejamento e a aprendizagem técnicos e
Intervenção com ações docentes.
Pedagógica. estratégicas.

Reunião com os Roda de Envolver pais e Maio/2023 Gestores,


pais e conversa colegiados no Técnicos e
representantes de compromisso com Gerentes
grêmios e a aprendizagem da GREs.
conselhos para dos estudantes.
apresentar o
Projeto.
• Estratégias metodológicas
• Mapeamento descritivo das ações O quadro seguinte exemplifica um mapeamento descritivo
das ações do projeto, apresentando um cronograma de execução. Outras ações poderão
constar em sua elaboração, conforme a proposta de cada projeto. Assim, facilitará a
visualização das ações, o período de realização e o responsável pela sua execução. Uma boa
estrutura de projeto contribui para a leitura, entendimento e apropriação do propósito a
que se destina. Portanto, eis uma sugestão:

• Referências

O quadro seguinte exemplifica um mapeamento descritivo das ações do projeto,


apresentando um cronograma de execução. Outras ações poderão constar em sua
elaboração, conforme a proposta de cada projeto. Assim, facilitará a visualização das
ações, o período de realização e o responsável pela sua execução.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 2018. Disponível


em: https://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_vers
aofinal_site.pdf. Acesso em: 20 jun.2020.

Documentos on-line: fiz a leitura de vários projetos de intervenção pedagógicas


em diversos temas com o objetivo de pesquisa e aprendizado para elaborar o
projeto

https://revistaeducacao.com.br/2022/05/18/educacao-pos-pandemia-debora/

https://www2.educacao.mg.gov.br/component/search/?all=ensino+p
%C3%B3s+pandemia&area=all

Você também pode gostar