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https://novaescola.org.br/conteudo/19974/modelos-de-aprendizagem-para-driblar-a-
defasagem-em-2021
Planejamento
O ano de 2021 traz com ele o desafio de garantir que as aprendizagens que ficaram para trás com a
crise causada pela pandemia do coronavírus possam ser recuperadas. Mas será necessário tempo e
planejamento. “Pelo que estamos observando, o primeiro semestre de 2021 será parecido com 2020”,
prospecta Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE),
sobre o que aguarda a Educação Básica para o próximo ciclo.
Flexibilidade e autonomia para as instituições de ensino serão fundamentais nesse momento. “É preciso
garantir o direito à Educação sobre diferentes abordagens do conhecimento, lembrando, sempre, que a
regra é não deixar nenhum para trás”. Mais do que se apoiar em um único caminho, será necessário
mesclar estratégias para a aprendizagem de acordo com o momento do ano e contexto da escola. Por
isso, a educadora sugere que a escola considere os modelos de aprendizagem de forma integrada.
Veja 12 dicas para avaliar as aprendizagens
Antes de planejar 2021 é essencial saber e ter mapeado as aprendizagens oferecidas e absorvidas pelos alunos no
ano letivo. No botão abaixo, você pode conferir um conteúdo com dicas de especialistas sobre o que você precisa se
atentar para acolher a avaliar seus alunos:
“Substituir [um modelo] não é bom, integrar sim”, diz Lino de Macedo, professor emérito do Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e membro da cátedra da Educação Básica da mesma
universidade, sobre as possibilidades para 2021. “A pandemia exigiu o uso antecipado de novos
formatos e substituiu coisas que não são substituíveis [e que devem ser retomadas num futuro próximo]
como a aula presencial”. Assim, o uso da tecnologia para apoiar o ensino remoto pode ser uma
estratégia adotada para o novo ciclo letivo, mas não deve ser a única. Para pensar modelos que podem
ser ofertados em sua escola e para sua turma, tenha em mente que é preciso relacionar e unir diferentes
esforços.
Continuum curricular
Muito falado desde o início da quarentena, o continuum curricular é uma das grandes apostas para
diminuir as defasagens deixadas pelo ano da covid e ainda ofertar as habilidades necessárias para os
alunos em 2021. “Países da Europa e alguns estados americanos, por exemplo, estão organizando o
calendário escolar considerando continuum curricular já que, em geral, o problema afetou todas as
escolas”, conta Maria Helena, presidente do CNE e relatora da resolução que fala sobre a proposta.
Você sabia?
O continuum curricular está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), na
BNCC e também foi pautado em diretrizes do CNE para a Educação Básica. O objetivo, segundo a
relatora do tema no Conselho Nacional de Educação Maria Helena Guimarães, é possibilitar que as
escolas ofereçam as habilidades previstas em dois anos em um único ano, além de evitar a
reprovação em massa.
O continuum pode ser adotado por escolas que já retornaram presencialmente, mas também para
aquelas que estão no ensino remoto. Para Adriana, o benefício trazido pelo modelo é que ele tira a ideia
de que o ano educativo deve acabar junto do ano civil. “O continuum é a possibilidade de aprofundar
conhecimentos [que não foram trabalhados da forma necessária em 2020]”, diz a gestora. “Não há um
rompimento de aprendizagem de um ano para o outro”.
SABER MAIS
Reforço escolar
Uma ação que pode ser essencial para muitos alunos é a de um reforço pedagógico. Muitas escolas já
têm adotado esse modelo ainda em 2020, mas para o novo ano letivo será necessário entender quais
alunos precisarão de um acompanhamento mais intenso. "Não devemos fazer um reforço paralelo ou
individualizado de todo o planejamento. Ele precisar estar integrado", aponta Adriana.
Aprendizagem personalizada
Lino de Macedo sugere também que as redes e escolas se preparem para fazer um planejamento e
avaliação “quase que artesanal”, ou seja, considerando caso a caso. “Tivemos alunos que foram mais
prejudicados pela pandemia, além do que cada estudante aprende de uma forma. A escola precisa
trabalhar de modo a compensar as defasagens de cada um [considerando o contexto vivenciado na
pandemia]”, aponta. Por isso, se aprofundar no conceito de aprendizagem personalizada, respeitando o
ritmo e a forma de cada aluno aprender pode ser ainda mais essencial para os próximos anos.