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Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade
escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios dos professores em
tempos de quarentena”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Como o mundo, os professores nunca mais serão os mesmos após a pandemia


Diante do cenário atual, o processo do ensino e aprendizagem se transforma, destaca
diretora pedagógica

Diante do cenário que estamos vivenciando, os desafios são gigantes para a educação
como um todo e para os professores em particular. O mundo está se transformando e
não voltaremos “ao normal”, pois o normal será uma nova realidade, muito diferente do
que estávamos vivendo até a pandemia da covid-19. O mundo, provavelmente, não será
o mesmo. A educação e os professores também não.

São muitos os aspectos que devem ser levados em consideração, como também, as
inúmeras incertezas: durante quanto tempo as escolas ficarão fechadas? Como será a
regulamentação? Como garantir a qualidade e o cumprimento do currículo? Como
engajar alunos e famílias nesse nosso modelo? Mas, deixando de lado as incertezas e
sobre as quais não temos domínio, vamos focar especialmente no papel do professor,
que precisa se reinventar para continuar cumprindo sua missão de mediar a
aprendizagem dos estudantes. (...)

Apesar da grande maioria dos professores utilizar regularmente as tecnologias no dia a


dia, a situação fica mais complicada quando se trata de conhecer e dominar novas
ferramentas e metodologias para adaptar as aulas a um novo formato. Isso exige um
tempo que não temos. Inclusive, muitas escolas no país estão definindo férias de vinte
dias para que suas equipes se preparem melhor e desenvolvam conteúdos e dinâmicas
adequados para as aulas a distância.

Outro grande desafio é a falta de infraestrutura necessária para aulas a distância nos
lares, especialmente em se tratando de estudantes da escola pública. Essa questão, de
homeschooling, não pode ficar à margem, pois temos que garantir uma educação não
excludente. A falta de tempo e preparo das famílias para mediar a realização de
atividades pedagógicas torna o ensino ainda mais complexo.

Existe o fato, ainda, de que os desafios não são os mesmos para alunos das diferentes
faixas etárias, já que é possível adaptar recursos para atender desde a educação infantil
até o ensino médio. Porém criatividade, objetividade e simplicidade são os postos-chave
para esse momento, independentemente da idade dos estudantes. A crise consolidou
algo que já sabemos: alunos estão mostrando que as instituições formais de ensino já
não são mais os principais locais para buscar informações e aprender.
Portanto, precisamos reinventar a escola como espaço relevante de aprendizagem para
que cumpra seu papel de formar estudantes a fim de interagir com criatividade, ética e
responsabilidade na sociedade em que estão inseridos.

As tecnologias digitais podem ajudar a tornar esse desafio menos estressante para todos
os envolvidos nos processos de ensinar e aprender. Plataformas adaptativas, por
exemplo, permitem ao estudante seguir o próprio caminho de aprendizagem de uma
forma mais autônoma, seja recuperando dificuldades individuais ou avançando para
conceitos mais complexos. Os dados coletados no decorrer da realização das atividades
auxiliam o professor a acompanhar, mesmo que a distância, o desempenho de cada
aluno e a intervir quando a mediação se faz necessária. É apenas um exemplo de como
os tão propalados Big Data e Inteligência Artificial podem ajudar o #FiqueEmCasa a ser
mais produtivo e envolvente.

Oferecer conteúdo relevante, bem dosado, com interação e uma rotina de produção para
que os alunos participem de forma ativa das atividades, compartilhando ideias e dando
devolutivas, pode assegurar maior interesse e compreensão dos conceitos abordados.
Metodologias ativas, educação 4.0, autonomia do aluno, temas voltados para educação
e amplamente discutidos em congressos, seminários, simpósios entre outros eventos
agora ganham destaque e é o momento para colocá-los em prática.

O professor, depois da covid-19, assim como qualquer um de nós (inclusive os


estudantes), será um profissional mais preocupado com o outro, que valoriza as relações
interpessoais. A principal transformação que a crise nos trará está ligada ao
envolvimento, engajamento e determinação para fazer e ser diferente. Quando as aulas
presenciais retornarem, o professor certamente estará mais antenado às estratégias
diferenciadas e ao novo. Será capaz de enxergar, avaliar e aliar o interesse dos alunos
aos recursos usados em sua prática pedagógica diária. Isso proporcionará mais
dinâmicas para aulas, engajamento dos alunos e, consequente, mais aprendizagem.
Estamos prestes a vivenciar a decolagem da educação 4.0 no Brasil, definitivamente.

*Regina Silva é diretora pedagógica da unidade de tecnologia educacional da Positivo


Tecnologia e especialista em soluções para escolas.

Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2020/06/08/professores-pos-pandemia/

TEXTO II

85% dos professores de São Paulo acreditam que estudantes aprendem menos na
pandemia, diz pesquisa da USP

A desigualdade de acesso às aulas, o desinteresse dos estudantes, as dificuldades


relacionadas à tecnologia e a insegurança sobre as mudanças são apenas alguns dos
fatores que podem ter afetado a percepção dos professores, segundo o estudo do
programa USP Cidades Globais.

Um levantamento feito pelo Instituto de Estudos Avançados da USP revelou que 85%
dos educadores do estado de São Paulo acreditam que os alunos estão aprendendo
menos ou muito menos do que aprendiam antes da pandemia. A avaliação compara o
atual formato de aulas mediado pela tecnologia com o modelo regular. A pesquisa foi
realizada pelo programa USP Cidades Globais e contou com a participação de cerca de
19 mil professores da rede estadual.

Apesar da percepção de baixo aprendizado, 62% dos entrevistados citaram sentimentos


classificados como positivos. Para 30% as palavras desafio, aprendizado e inovação são
as principais vantagens da nova metodologia de aulas. Cerca de 80% e 68% afirmam,
respectivamente, que a atuação como docente e a Educação em sentido mais amplo vão
mudar para melhor no período pós-pandemia.

Para os pesquisadores responsáveis pelo estudo, essa percepção de defasagem na


aprendizagem é significativa porque não depende da idade ou das etapas de ensino em
que atuam os docentes. A desigualdade de acesso às aulas, o desinteresse dos
estudantes, as dificuldades relacionadas à tecnologia e a insegurança sobre as mudanças
são apenas alguns dos inúmeros fatores que podem ter afetado a percepção dos
professores, segundo o estudo do programa USP Cidades Globais.

“A maior parte das respostas citava a preocupação com a dificuldade de acesso à


tecnologia por parte dos alunos, como simplesmente ter um celular ou internet em casa,
ou dominar o uso dos equipamentos. Além disso, muitos também apontaram que nem
todos os estudantes têm a estrutura ou ambiente familiar necessários para fazer as
atividades em casa”, disse Edson Grandisoli, do Instituto de Estudos Avançados da USP
(IEA-USP).

“Embora a aprendizagem nesse período não esteja sendo efetivamente avaliada, isso
precisa ser levado em consideração para que novas estratégias de ensino possam ser
implementadas”, afirmou Grandisoli.

Medos e angústias

O levantamento revelou também que embora 70% dos educadores sintam-se aptos a
desempenharem suas funções durante a pandemia, a maior parte deles ainda se sente
insegura. 30% dos educadores se disseram afetados de alguma forma pela pandemia, o
que pode corresponder a cerca de 55 mil profissionais da rede de ensino de SP.

Medo, tristeza, insegurança, ansiedade, angústia e incerteza são os principais


sentimentos associados à pandemia e somam 48,1% das respostas. Além disso, cerca de
53% dos entrevistados se consideram muito ou totalmente vulnerável a contrair o vírus
causador da Covid-19. Apesar dos desafios, 63% afirmam manter boa saúde mental e
72% afirmam não sentir necessidade de apoio especializado.
“A pesquisa mostrou que a pandemia não foi totalmente negativa pra educação, trouxe
lados positivos e negativos, mas é fundamental trazer esse otimismo para a sociedade.
O levantamento também destacou o empenho dos professores em se adaptar, em dar o
melhor. Os 3 sentimentos mais citados (desafio, aprendizado e inovação) mostram-se
positivos, isso foi uma surpresa muito agradável e muito importante, mas mostra que
apesar desse lado positivo os professores ainda não acreditam no modelo atual”, disse
Edson Grandisoli.

O levantamento do programa USP Cidades Globais foi realizado entre os dias 19 de maio
e 07 de junho de 2020, pela internet. Os questionários foram aplicados com o apoio da
Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, embora façam parte de um estudo
independente, segundo os coordenadores.

Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/08/13/85percent-dos-


professores-de-sao-paulo-acreditam-que-estudantes-aprendem-menos-na-pandemia-diz-
pesquisa-da-usp.ghtml

TEXTO III

Disponível em: http://grooeland.blogspot.com/2020/04/pandemia-e-educacao-distancia-faz-


de.html

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