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ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE 
 
Todas  as  informações  contidas  neste  eBook  são  provenientes  das  minhas  próprias 
experiências,  estudos  e  aprendizados  e  empregados  em  edição  de  vídeo  nos 
últimos  anos.  Embora  eu  tenha  me  esforçado  para  garantir  a  precisão  deste 
conteúdo,  não  existe  nenhuma  garantia  de  sucesso  no  seu  trabalho  APENAS  por 
aplicar  estas  dicas.  Sua  condição  ou  situação  particular  pode  impedir  que  algum 
conteúdo  informado  aqui  seja  aplicado,  assim,  você  deverá  ajudar  as  informações 
deste guia conforme as suas necessidades. 
 
Todos  os  nomes,  marcas,  produtos  e  serviços  eventualmente  citados  aqui  são  de 
propriedade  de  seus  respectivos  donos  e  são  utilizados  somente  como  forma  de 
referência  conforme  a  lei  de  distribuição  de  conteúdo.  Além  disso,  não  há,  em 
momento  algum,  a  intenção  de  difamar,  desrespeitar,  insultar,  humilhar  ou 
menosprezar  você  leitor  ou  qualquer  outra  pessoa,  assim como cargos, empresas e 
instituições.  Caso  qualquer  trecho  do  eBook  seja  interpretado  desta  forma,  eu 
gostaria  de  deixar  claro  que  não  houve  nenhuma  intenção  para  tal,  se  houver 
qualquer  parte  que  você  considerar  inadequada  para  estar  aqui  ou  se  você  possui 
direito  sobre  alguma  informação  apresentada  e  você  não  gostaria  de  que  ela 
estivesse  presente  neste  exemplar,  apenas  entre  em  contato  conosco  através  do 
e-mail blogdiolinux@gmail.com 
 
SOBRE OS DIREITOS AUTORAIS 
 
Este  eBook  está  protegido sobre leis de distribuição de conteúdo, isso significa que 
você  não tem autorização para vendê-lo, entretanto, você poderá divulgá-lo em seu 
site  e  reproduzir  parcialmente  o  conteúdo  como  fim  demonstrativo,  sempre 
indicando o conteúdo original pertencente ao blog Diolinux (​www.diolinux.com.br​). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Introdução 4

Primeira Dica - Configure seu ambiente de trabalho 5

Segunda dica - Teclas de atalho para facilitar o seu trabalho 6

Terceira dica - Corte como um profissional (evite usar cortes com wipes) 8

Quarta dica - A trilha sonora conta uma história 10

Quinta dica - Organize os seus arquivos brutos 12

Sexta Dica - Use dois monitores para editar quando possível 13

Sétima dica – O uso do silêncio e das pausas 14

Oitava dica - Cuidado ao cortar o áudio 16

Nona dica - Use o Zoom constante para dar dinâmica em ​vlogs 18

Décima dica - Correção de cores e efeitos sem exagero 19

Agora é com você, editor! 20

Agradecimentos 21

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Introdução
 
Existem  alguns  truques  de  edição  que  são muitos simples de serem executados em 
toda  a  produção  de  um  bom  vídeo,  infelizmente  (e  não  sei  por  qual  motivo),  estas 
são  coisas  que  qualquer  curso  de  edição  de  vídeos  não  costuma  comentar, 
normalmente  eles  focam  mais  em  mostrar  o  funcionamento  do  programa  e  falam 
menos da técnica, algo que na minha opinião é na verdade o mais essencial. 
 
Uma  vez  dominando  a  técnica  de  edição,  não  importa  o  programa  que você utilize, 
você  conseguirá  realizar  incríveis  projetos,  vai  por  mim!  Por  isso,  eu  resolvi  contar 
“10  segredos”  de  uma  boa  edição  de  vídeo,  todo  o  conteúdo  deste  eBook  é 
baseado  nos  meus  estudos  pessoais  e  experiência  na  área  de  edição  de  vídeo  nos 
últimos quatro anos. 
 
Meu nome é Dionatan Simioni, eu sou autor do blog Diolinux e do canal no YouTube 
de  mesmo  nome,  como  todo  mundo  que  começa  a  editar,  os  meus  primeiros 
trabalhos eram de “conteúdo questionável”, para usar um eufemismo, de modo que 
muitos  fatores  que  não  somente  a  edição  influenciavam  na  qualidade  e  aspecto 
técnico  dos  vídeos.  Com  o  tempo,  com  estudo  e  especialmente, com muita prática, 
as coisas tendem a melhorar e as produções ficam mais profissionais. 
 
Vou  usar  como  exemplo  durante  a  nossa  jornada  neste  eBook  o  editor  de  vídeos 
que  eu  venho  utilizando  dentro  do  meu  canal  desde  o  princípio,  sei  que  existem 
diversas  opções  no  mercado  e  certamente  você  tem  o  seu  favorito,  mas  vamos 
esquecer por um instante as ferramentas e vamos focar na técnica. 
 
O  editor  de  vídeos  que  eu  uso  é  o  Kdenlive, ele é um editor de vídeos Open Source 
muito poderoso, além de ser isento de custo, o que o torna ainda mais atrativo. Não 
se  deixe  levar  por  preço,  sei  que  muitas  pessoas  ainda  pensam  que  coisas  boas 
precisam ser caras, mas isso definitivamente não é verdade. 
 
Não  sei  por  qual  motivo  o  Kdenlive  ainda não é tão popular, mas certamente ele se 
equipara  tranquilamente  ao  “medalhões”  do  mercado  como  Adobe  Premiere  e 
Vegas PRO, você pode baixar o Kdenlive gratuitamente no site ​kdenlive.org​. 
 
Pronto para começar a nossa jornada? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Primeira Dica - ​Configure seu ambiente de trabalho
 
Todas  as  pessoas  tem  suas  particularidades  e  com  toda  a  certeza,  cada  editor  de 
vídeo  também  tem  as  suas  no  ato  da  edição.  É  importante  que  você  consiga 
organizar a interface do seu programa de modo que ele fique prático para você. 
 

 
 
Alguns  programas são inevitavelmente mais customizáveis do que outros, mas você 
pode  personalizar  barras  de  ferramentas,  criar  atalhos  para  efeitos  que  você  mais 
utiliza, colocar as regiões de editor onde você achar mais confortável e por aí vai. 
 
Eu  costumo  dividir  um  editor  básico  em  cinco  parte  separadas.  Independente  de 
qual  você  use,  muito  provavelmente  ele  terá  uma  aparência  semelhante  e  uma 
organização também, respeitando as particularidades de cada software. 
 
Caso  você  não  utilize  o  Kdenlive,  procura  buscar  no  software  que  você  utiliza 
regiões semelhantes a estas que listarei: 
 
1 – Temos o Project Bin, onde os arquivos brutos ficam; 
2 - Temos a região de efeitos, transições e propriedades; 
3  –  Temos  a  região  de  monitor  de  clipes  e  monitor  de  projetos,  que  pode  ser 
dividida em duas regiões distintas ou agrupada de forma sobreposta; 
4  –  Temos  a  nossa  boa  e  velha  Timeline,  ou  linha  do  tempo,  onde  “a  mágica” 
acontece e você organiza o seu vídeo; 
5  –  E  temos  também  a  barra  de  ferramentas  principal,  onde  os  botões  de  salvar, 
renderizar, etc ficam. 
 
Procure  organizar  estas  áreas  de  forma  que  tudo  o  que  você  precisa  e  utiliza  com 
frequência  esteja  à  mão.  Um  exemplo  simples que eu posso dar é deixar evidente a 
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área  de  propriedades  de  efeitos  e  adição  de  efeitos.  Alguns  editores  gostam  de 
cortar  os  clipes  diretamente  do  monitor  de  clipe,  particularmente  eu  prefiro  jogar 
os  brutos  na  timeline  e  cortar  de  lá,  então  deixar  dois  monitores  (de  clipe  e  de 
projeto) ocupando espaço não se faz necessário. 
 
Você  verá  que  o  simples  fato  de  deixar  as  ferramentas  que  você  mais  utiliza 
organizadas  e  posicionadas  de  forma  estratégica  vai  fazer  o  seu  rendimento 
aumentar. 
 
Se  for  parar  para  analisar,  a  organização  de  uma  edição  eficiente  começa  até 
mesmo  fora  do  próprio  programa.  Talvez  você  já  tenha  presenciado  a  situação  de 
que  precisava  de  um  arquivo em específico e acabou deletando ele sem querer, são 
raros  os  momentos  mais  frustrantes  em um edição de vídeo, perder material talvez 
até ganhe do famoso “crash de render”, quando o seu vídeo está sendo renderizado 
e o editor acaba tendo algum problema. 
 
Particularmente,  costumo  criar  diretórios  no  meu  sistema  operacional para colocar 
os  chamados  “assets”  dos  vídeos,  que  são  recursos  que  são  usados  com  maior 
frequência,  como  vinhetas  por  exemplo,  lower  thirds,  efeitos  sonoros,  transições, 
etc, mas além disso, eu também organizo os vídeos que produzi separando todos os 
brutos a serem utilizados em um edição, cada qual em sua pasta. 
 
Por  exemplo,  se  preciso  gravar  um  vídeo  sobre  um  “novo  app  para  Android”  e  a 
gravação  envolve  os  arquivos  brutos  da câmera DLSR que contém a minha imagem, 
a  captura de imagem do Smartphone, a captura de tela do Smartphone e o áudio do 
meu  microfone de lapela, eu junto todos estes arquivos e coloco em uma pasta com 
o  nome  do  projeto  mesmo  fora  do  editor,  assim,  na  hora  de  trabalhar  com  este 
vídeo basta importar toda a pasta, não sendo necessário buscar pelos arquivos. 
 
Com  o  tempo  acabei  desenvolvendo  outras  práticas  em  relação  a  estes  arquivos, 
somente  os  apago  depois  que  o  vídeo  final  foi  postado  ou  entregue  ao  cliente  de 
forma  definitiva.  Quem  costuma  deixar  acumular  muito  material  bruto para depois 
fazer  uma  edição  pode  considerar  fazer  um  backup  através  de  um  software  de 
sincronização,  como  o  RSync  para  outro  disco  rígido,  pois  é  bom  evitar  que  dados 
assim  se  percam por qualquer acidente que ocorra, visto que regravá-los no mínimo 
dará muito trabalho e na pior das hipóteses não será possível gravar novamente. 
 
Backups  assim  pode  ser  feitos  em  nuvem  também,  claro,  usando  qualquer  serviço 
como  o  Google Drive ou até mesmo um servidor próprio seu, mas como arquivos de 
vídeo  tendem  a  ser  muito  grandes,  ainda  acho  mais  prático  armazená-los 
localmente. 

Segunda dica - Teclas de atalho para facilitar o seu


trabalho
 
Usar  teclas  de  atalho  é  algo  essencial  para  qualquer  pessoa  que  queira  ser  mais 
produtiva.  Por  mais  intuitiva  que  a  interface  de  um  programa  seja,  usar  teclas  de 
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atalho sempre vai acelerar o seu workflow. A maior parte dos editores de vídeo tem 
teclas  de atalho particulares e você pode dedicar um tempo para aprendê-las, basta 
consultar a documentação do seu programa preferido. 
 

 
 
Mesmo  que  os  programas  já  tenham  suas  próprias  teclas  de  atalho,  uma  coisa  que 
eu  quero  te  incentivar  a  fazer  é  personalizar  as  suas  próprias  teclas  de  atalho, 
colocando funções que você mais utiliza perto umas das outras. 
 
O  Kdenlive  tem várias teclas de atalho padronizadas, mas eu gosto de criar algumas 
para  certas  funções  que  eu  utilizo  com  frequência,  por  exemplo:  Eu  coloquei  a 
função  de  deletar  um  clipe na letra “D”, a opção de selecionar no “S”, Play/Pause na 
barra  de  espaço,  “X”  para  cortar,  “A”  para  selecionar  tudo e “F” para ferramenta de 
espaçamento,  “Q”  para  retroceder  um  quadro,  “E”  para  avançar  um  quadro,  “W” 
para  agrupar  clipes  e  “Z”  para  desagrupar.  Estas  são  as  ferramentas  que  eu  mais 
utilizo 
 
Toda  essa  customização  permite  que  a  minha  mão  direita  fique  no  mouse o tempo 
inteiro,  arrastando,  posicionando  e  fazendo  seleções,  enquanto  a  minha  mão 
esquerda  repousa  sobre  o  teclado  e  permite  que  eu  dê  todos  os  principais 
comandos  utilizados  numa  edição  sem  precisar  recorrer  aos  menus  ou  a  regiões 
específicas do editor, como a barra de ferramentas. 
 
Se  você  quiser dar um passo além, existe teclados especiais disponíveis no mercado 
para  esta  finalidade,  assim  você  pode  ter  um  hardware  dedicado  aos  seus  atalhos, 
mas  claro,  além  de  poder  ser  considerado  “um  luxo”,  é  algo  completamente 
opcional. 
 

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Terceira dica - Corte como um profissional (evite usar
cortes com wipes)
 
Eu  adoro  o  cinema,  sempre  que  posso  estou  vendo  os  lançamentos,  apesar  disso 
nos  últimos  tempos  tenho  passado  muito  tempo  assistindo  séries  através  do 
Netflix  em  casa.  Se  você  se  parece  um  pouco  comigo,  ao  menos  neste  sentido,  vai 
conseguir  perceber  que o estilo de edição de uma série e de um filme possui muitas 
semelhanças,  diferenciando-se  mais  na  velocidade  e  na  riqueza  de  detalhes  com 
que a história é contada. 
 

 
 
Uma  coisa  que  você  consegue perceber facilmente é que existem basicamente dois 
tipos  de  corte  em  produções  profissionais,  ​fades  com  ou  sem  dissolver  e  cortes 
secos,  ou  ​jump  cuts,​   como  chamamos.  Sendo  que  estes  cortes  podem  ter  algumas 
variações  também,  como  o  ​J-Cut,​   que  acontece  quando  o  áudio  da  próxima  cena 
entra antes do final da cena atual. 
 
No  meio  de  tantas  opções  que  os  editores  de  vídeos  nos  dão  de  cortes  com 
transições  prontas,  é  necessário  perceber  que  para  contar  uma  história,  muitas 
vezes  o  simples  é  melhor,  é  mais  elegante  e  é  o  que  vai  conversar  melhor  o 
espectador. 
 
Com  isso  em  mente,  fica  mais  difícil  de  cometer  gafes  usando  transições  que  são 
“alegres  demais”.  Evite  usuar  os  chamados  “wipes”,  que  são  formas  que  fazem  as 
transições  usarem  formatos  específicos  de  algumas  coisas,  como  corações,  ou 
simplesmente  formas  amorfas.  Não  é  proibido  utilizá-los  obviamente,  mas  você  só 
deve usá-los com plena com consciência da mensagem que quer passar. 
 

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Você  pode  usar  cortes  e  transições  com  efeitos  diferentes  para  passar  sensações 
diferentes, por exemplo: 
 
A  –  Imagine  que  você  está  gravando  uma  cena  com  duas  ou  três  câmeras. 
Naturalmente  você  irá  usar  a  imagem das três para contar a sua história de ângulos 
diferentes.  Num  caso  como  este,  o  corte  seco,  ou  seja,  sem  transição  e sem efeito, 
é  uma  boa  opção.  Um  lugar  onde  esse  modo  de  cortar  é  utilizado há muitos anos é 
nos  programas  de  televisão,  onde  o  apresentador  muitas  vezes  fala  para  várias 
câmeras  diferentes  e  o  editor  ao  fazer  as  transições  entre elas simplesmente corta 
a imagem sem aplicar efeito algum, dando assim a sensação de continuidade. 
 
Dica  extra:  ​Usar  duas  câmeras  para  fazer  vídeos  (para  o  YouTube  por  exemplo) 
tem  uma  vantagem  muito  interessante  se  você  souber  aplicar  uma  boa  edição,  ao 
dispor  destes  equipamentos  e  ao  usar  dois  ou  mais  ângulos  para  fazer  as  suas 
gravações vocẽ conseguirá passar a sensação de que você não erra nunca.  
 
O que é muito diferente de um ​vlog:​  
 
Você  já  deve  ter  assistido  há  um  ​vlog  com  muitos  cortes,  nada  mais natural, esse é 
formato  que  acabou  se  tornando  o  “formato  ​vlog​”,  muitos  cortes  não 
“disfarçados”,  onde  a  estética  visual  do  vídeo  não  importa  tanto  quanto  a 
mensagem e a forma com que ela é passada. 
 
Voltando ao formato de duas câmeras: 
 
Como  funciona  para  fazer  você  “nunca  errar”?  Bom,  é  simples,  sempre  que  você 
estiver  falando  para  uma  câmera  e  erra  uma  fala,  mude  para  a  outra  câmera  e  fale 
para  a  outra  lente,  na  hora  de  editar  você  simplesmente  vai  cortar  de  uma  para  a 
outra  e  dar  a  sensação  de  que  o  corte  foi  proposital,  é  um  truque  simples  e  muito 
profissional,  certamente  vai  aumentar  a  qualidade  com  que  o  seu  conteúdo  é 
apresentado;  mas  atenção,  é  importante  que  ambas  as  câmeras  tenham  a  mesma 
qualidade para um melhor resultado. 
 
Se  você  dispõe  apenas  de  câmeras  de  qualidades  diferentes,  a  menos  que  sejam 
muito pouco perceptível essa diferença, recomendo continuar com apenas uma. 
 
B  –  Usar  o  efeito  dissolver  é  uma  boa  opção  quando  você  quer  dar  a  noção  de 
tempo  passando,  ou  de  mudança  de  local. Se você estiver gravando uma viagem de 
trem  e  capturar  vários  takes  ao  longo  da  sua  viagem,  com  paisagens  diferentes  e 
quiser  dar  essa  noção  de  “viagem”no seu vídeo, aplicar um efeito de dissolver pode 
causar  essa  sensação.  Em  alguns  editores  de  vídeo,  o  efeito  dissolve/dissolver  é 
chamado de “​cross fade”​ , ele consiste basicamente em uma mudança suave de uma 
imagem para a outra. 
 
C  –  Quando  quiser  passar  a  sensação  de  “mudando  de  assunto”,  usar  o  efeito slide 
pode  ser  uma  boa. O efeito slide é o chamado “efeito de deslizar” e existem formas 
diferentes de aplicá-lo, porém, vamos ter um resultado parecido. 
 

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Como  dar  exemplos  ajuda  no  entendimento,  imagine  um  quadro  de  perguntas  e 
respostas  no  YouTube,  eu  mesmo  já  fiz  algumas  vezes  algo  no  tipo  no  canal 
Diolinux,  as  perguntas  muitas  vezes  tem  temas  diferentes,  ao  mudar  de  um  tema 
para  o  outro  você  pode  usar o efeito slide para fazer com que a próxima cena entre 
deslizando  lateralmente  enquanto  a  cena  anterior  desliza  para  fora  da  tela,  isso 
pode,  acompanhado  com  um  pouco  de  blur  e  obviamente  de  um  efeito  sonoro, 
aumentar ainda mais a sensação de “troca”. 
 
D  –  ​Fade  to  black  e  ​Fade  from  black  são  duas  formas  de  criar  uma  transição 
simples  entre  dois  momentos.  Diferente  do  dissolver  que  também  serve  para 
alternar  entre  cenas,  os  “esmaecimentos  para  o  escuro”  normalmente  são 
utilizados quando a cena anterior encerra um assunto. 
 
Por  exemplo,  imagine  uma  cena  onde  um  ator  agenda  seu  despertador  para  as  6 
horas  da  manhã,  coloca  o  Smartphone  na  mesa  de  cabeceira,  deita  na  cama,  a 
câmera foca em seu rosto e ele fecha os seus olhos, neste momento temos um ​fade 
to  black,  em  seguida  em  ​fade  from  black  para  um  cena  do  ator  desligando  o 
despertador  que  toca  incessantemente.  Essa  é  uma  forma  interessante  de  usar  os 
fades​.  Obviamente,  não  existe  regra  aqui,  mas  são  formas  legais  de  utilizar  este 
elemento. 
 
Todos  os  4  efeitos  comentados  são  obtidos  através  de  “cortes  secos”,  entretanto, 
como  em  alguns  nós  adicionamos  efeitos,  ainda  que  leves,  eles  deixam  de  ser 
tecnicamente  “cortes secos”. Chamamos então de cortes secos somente os que não 
possuem  qualquer  efeito  ou  transição  de  uma  cena  para  a  outra.  Reforçando  mais 
uma  vez  a  ideia, evite usar wipes desnecessários. Da próxima vez que você assistir a 
um filme a sua série favorita, fique de olho na forma com que as cenas são cortadas, 
essas  são  boas  formas  de  você  se  inspirar  para  melhorar  a  fotografia  dos  seus 
vídeos. 
 
 

Quarta dica - A trilha sonora conta uma história


 
Pode  parecer  óbvio mas a trilha sonora conta a história do seu vídeo tanto quanto a 
própria  imagem.  Pense  bem,  se  você  já  viu  algum  vídeo  com  legendas  cuidadosas, 
deve  ter  percebido  que  nos  momentos  onde  não  há  nenhum  personagem  falando, 
existem  legendas  descrevendo  o  som  ambiente,  como  o som de um trovão, o ruído 
de  uma  máquina  de  lavar,  etc.  Isso  acontece,  além  de  tornar  o  conteúdo  acessível 
para  quem  tem problemas auditivos, porque o som é algo que molda a história, isso 
permite  que  as  pessoas  que  infelizmente  não  tem  acesso  ao  som  por  conta  de 
qualquer  problema  de  saúde  possam  imaginar  ao  menos  a  sensação  que  cena  está 
querendo passar transpondo a barreira visual. 
 
Dizem  que  uma  boa  trilha  sonora  é  capaz  de  te  transportar  para  o  meio  de  uma 
história,  vai  ver  que  é  por  isso  que  as  radionovelas  faziam  tanto  sucesso 
antigamente.  Quando  o  som  é  bem  trabalhado,  você  consegue  fechar  os  olhos  e 

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simplesmente  visualizar  através  da  sua  mente  tudo  o  que  está  acontecendo  na 
cena, consegue sentir medo, alegria, angústia, amor ou qualquer outro sentimento. 
 

 
 
Eu  gosto  muito  de  Pink  Floyd  e  poderia  sugerir  várias músicas aqui para você viajar 
através  do  som,  mas  sempre  tive,  neste  aspecto,  uma  certa predileção por músicas 
sem vocais, ou seja, músicas instrumentais. 
 
Vou  deixar  aqui  uma  sugestão  de  exercício  de  duas  músicas  de  dois  artistas 
diferentes,  não  do  Pink  Floyd.  A  primeira  música  chama-se  “A  ordem  dos 
templários”  do  Legião  Urbana,  a  popular  banda  brasileira,  a  outra  chama-se 
"BeforeThe  Beginning”  do  John Frusciante, ex-guitarrista do Red Hot Chili Peppers, 
ambas são instrumentais. 
 
Meu  conselho  é  você  deixar  na  sua  cama  confortavelmente  no  escuro,  colocar 
fones  de  ouvido,  fechar  os  olhos  e  ouvir  as  duas  músicas  e deixar a sua mente criar 
uma  história,  será  uma  prova  clara  de  que  as  músicas  podem  contar  uma  história 
sem  dizer  apenas  uma  palavra.  Se  puder,  depois  me  conte  o  que  veio  à  sua  mente 
ao  ouvir.  Eu  sei  que  muitas  vezes  o  títulos  das  músicas  acaba  direcionando-nos  de 
alguma  forma  a  alguma  imagem  ou  pensamento,  mas  tente  limpar  a  sua  mente  ao 
fazer o exercício. 
 
Acho  que  depois  destas  explicações  está  mais  do  que  óbvio  o  quanto  a  trilha  que 
você  utilizar  nas  suas  produções  vai fazer diferença no resultado final. Procure com 
calma  qual  o  som  se  adequa  mais  ao  que  você  está  mostrando,  não  se  deixe  levar 
apenas  pelo  seu  gosto  musical  (isso  é  algo  importante),  já  ví  vários  trabalhos  bons 
ficarem  insuportáveis  pelo  editor/diretor  impor  seu  gosto  musical  na  produção 
final de maneira incisiva, é uma questão de bom senso. 
 
Eu  gosto  muito  de  heavy  metal,  mas  é  sabido  que este não é o melhor gênero para 
uma trilha de fundo acompanhando uma poesia por exemplo, certo? 
 
Use  músicas  mais  agitadas  quando  desejar  causar  a  sensação  de  ação,  aventura, 
alegria  e  deixe  use  músicas  mais  calmas  quando  desejar  representar  introspecção, 
angústia,  medo.  E para o medo em específico podemos acrescentar também o fator 
silêncio, mas tome cuidado para não exagerar. 
 

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Quando  filmes  de  terror  querem  causar  um  ambiente  de  suspense  para  preparar o 
momento  ideal  para  o  seu  susto  ​o  silêncio  normalmente  é  utilizado,  mas  não  o 
silêncio  total,  tome  cuidado  para  não  cometer  este  erro,  o  corte  total  de  sons  é 
algo  que  nos  parece  inatural.  Nós  mesmos  quando  estamos  em  total silêncio ainda 
ouvimos  alguns  ruídos,  seja  de  carros  passando  na  rua,  televisores  do  vizinho, 
pessoas  falando  ao  longe,  vento,  pássaros,  ou  ainda  que  estejamos  em  um silêncio 
total  ainda  nos  resta  os  zumbido  de  nossos  ouvidos  de  um  tímpano  em  vibração 
que  captou informações ao longo do tempo e reverbera até hoje. Silêncio completo 
não é uma boa ideia. 
 
Ao  contrário  do  silêncio,  muitas  pessoas  falando  ao  mesmo  tempo  também  não 
costuma  ser uma boa ideia, a menos que você queira passar a sensação de confusão 
propositalmente.  Desta  forma,  fica  implícito  aqui  que  você  deve  evitar  usar  trilhas 
sonoras  cantadas  (ou  seja,  com  pessoas  falando)  ao  mesmo  tempo  em  que  o 
ator/atriz  ou  personagem  principal  da sua cena esteja falando também. Trilhas com 
vozes  são  utilizadas  normalmente  em  momentos  onde  o personagem principal não 
está  falando,  ele  pode  estar  em  cena  mas  a  comunicação  dele  com  o  público 
verbalmente  não  se  faz  presente  ou  não  é  essencial.  A  maior  parte  das  cenas  que 
transformam  momentos  onde  existe  um  trilha  cantada  com  um  cena  onde  o 
personagem  começa  a  falar  utilizam  um  simples  ​fade  out  para  fazer  com  que  a 
música  cantada  em  questão  vá  reduzindo  o  seu  volume  para  abrir  espaço  para  o 
personagem principal começar a sua atuação verbalmente. 
 
Para  além  da  sensação,  muita  gente  me pergunta onde eu encontro trilhas sonoras 
para  usar  em  produções  para  o  YouTube.  Existem  vários  sites  interessantes  para 
tal,  como  o  Dano  Songs,  Audionautix,  Incompetech  e  o  próprio  YouTube  e  sua 
biblioteca  de  sons  e  efeitos,  de onde eu já tirei muita coisa; mas atenção, não estou 
falando  de  buscar  músicas  NO  YOUTUBE,  estou  falando  da  biblioteca  para 
criadores  que  aparece  no  seu  painel  de  controle.  Para  o  caso  do  YouTube  em 
específico  é  importante  utilizar  sons,  músicas  e  efeitos  que  não  tenham  proteção 
contra  direitos  autorais,  pois  isso  pode  acabar  complicando a possibilidade de você 
monetizar  algum  conteúdo,  então  fique  ligado  quanto  a  isso,  algumas  músicas 
simplesmente  requerem  que  você  faça  uma  menção  ao  criador  para  serem  usadas 
sem problemas. 
 
Atualmente  a  maior parte dos serviços que oferecem músicas para produção possui 
um  filtro  por  “sensações”,  não  deixe  de  utilizá-lo  para  conseguir  causar  o  exato 
efeito que você deseja. 
 

Quinta dica - Organize os seus arquivos brutos


 
Existem  pessoas  que  organizam muito os seus arquivos e pouco os seus quartos, eu 
sou  destes  inclusive.  Sempre  organizei  as  coisas  no  meu  computador  de  forma  a 
otimizar  a  minha  produtividade,  mas  curiosamente,  quando  se  trata  de  edição  de 
vídeo eu fui desleixado por muito tempo. 
 

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Podemos  fazer  uma  analogia  com  programas  de  manipulação  de  imagens  como 
Photoshop  e  GIMP;  enquanto  existem  poucas  camadas  para  se  trabalhar,  tudo  é 
muito  simples  de  entender,  colocar  um  nome  dos  arquivos  não  é  algo  essencial  e 
nem  agrupá-los  usando  alguma  lógica  organizacional,  mas  quem  já  precisou  fazer 
uma  grande  edição  neles  com  algumas  dezenas  de  camadas,  sabe  o  quanto  o 
simples  fato  de  você  nomear  elas  faz  diferença  para  você  saber  “o  que  é o quê” na 
sua edição de imagens. 
 
O  mesmo  vale  para  edição  de  vídeo.  Quando  você  tem  poucos  arquivos,  dois,  três, 
quatro;  é  relativamente  simples  identificar  qual  é  qual  no  seu  gestor  de  arquivos, 
mas  passando  um  pouco  deste  número  a  sua  tarefa  pode  ser  mais  complicada.  Se 
um  dia  você  perceber  que  está  demorando  mais  do que 3 segundos para encontrar 
o  arquivo  que  você  precisa  colocar  na  sua  edição  dentro  do  próprio  editor,  eu 
recomendo fortemente você rever o seu fator de organização. 
 
Algo  que  muita  gente  faz  é  separar  os  arquivos  por  tipo,  sendo  assim,  colocamos 
arquivos  de  áudio  em  uma  pasta,  arquivos  de  vídeo  em  outra,  imagens  em  outra  e 
assim por diante, podendo até mesmo ser mais específico, separando por inserções, 
ângulos, separando por câmera, etc. 
 
Além  da  organização  dentro  do  editor,  organizar  os  seus  arquivos  fora  também  é 
uma  boa  forma de não perder tempo, como mencionei na primeira dica, não precisa 
ser  nada  muito  complexo.  Eu  mesmo  costumo  criar  uma pasta chamada “Editar” na 
área  de  trabalho,  dentro dela eu crio pastas com os títulos dos vídeos que eu gravei 
e dentro delas jogo os arquivos brutos, assim sei que tudo o que preciso estará ali. 
 
Outra  coisa  que  comecei  a  fazer  há  pouco  tempo  é  colocar  nomes  objetivos  nos 
arquivos  como  “parte  inicial  até  ligar  Smartphone”,  como  seria um exemplo em um 
vídeo  de  unboxing,  ou  então, “Parte final do vídeo com despedida 1”, caso eu grave 
mais  de  um  take  para  a  mesma  parte  do  vídeo  a  fim  de  escolher  na  edição  qual 
ficou  melhor.  Essa  nomeação  objetiva  vale  para  imagens,  vídeos  e  tudo  mais  que 
você precisar. 
 

Sexta Dica - Use dois monitores para editar quando


possível
 
Eu  sei,  essa  dica  infelizmente  não  servirá  para  todos,  pois  nem  todos  tem  a 
possibilidade  de  utilizar  dois  monitores,  seja  por  não  tem  dinheiro  para  investir 
neste  momento  em  algo  assim  ou  até  mesmo  por  falta  de  espaço,  mas  com  toda a 
certeza, um monitor a mais agilizará muito a sua vida de editor. 
 
Eu  tenho  utilizado  dois  monitores  para  trabalhar  há  quase  um  ano  e  as  coisas 
realmente  se  tornam  muito  mais  produtivas.  No  âmbito  da  edição  de  vídeo  o 
interessante  de  usar  dois  monitores  é  que  você  pode  colocar  toda  a  sua  timeline 
com  os  efeitos  em  um  monitor  do  projeto  em  outro,  assim  você  consegue  ver  o 
preview  do  vídeo  que  você  está  editando  com  muitos  detalhes  e  ainda  tem  muito 
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espaço  para  trabalhar  na  edição.  Vale  observar  que  para  trabalhar  com mais de um 
monitor  é  interessante  ter  uma  placa  de  vídeo  com  uma  boa quantidade de VRAM, 
ao  menos  1  GB  para  cada monitor que você ligar nela para manter um desempenho 
satisfatório. 
 
Caso  não  seja  possível  utilizar  dois  monitores,  a  dica  é  otimizar  a  sua  tela,  eu  já 
editei  muitos  vídeos  em  uma  tela  de  12  polegadas  em  um  computador  que 
costumo  usar  em  viagens,  e  sempre  que  preciso  fazer  isso  acabou  percebendo  o 
quanto  a  tela  é  pequena,  felizmente,  a  maior  parte  dos  editores  possui  um  pode 
“full  screen”,  permitindo  que  você  aproveite  melhor  o  espaço  da  sua  tela,  caso  o 
editor  não  possua  esta  funcionalidade,  geralmente  a  interface  do  seu sistema, seja 
Linux,  Windows  ou  macOS,  permite  a  ocultação  da  barra  de  tarefas  ou  dock  para 
que  ela  não  fique  ocupando  um  espaço  desnecessário  na  hora  da  edição,  nessas 
horas,  ao  invés  de  minimizar  o  programa,  você  pode  simplesmente  pressionar 
alt+tab  para  alternar  entre  as  tarefas  e  outros  softwares  abertos  que  você 
eventualmente  use  em  conjunto  com  o  editor  de  vídeos,  como  um  editor  de  áudio 
ou um editor de imagens. 
 

Sétima dica – O uso do silêncio e das pausas


 
Ok,  eu demorei muito para aprender esta lição, mas a verdade é que o silêncio pode 
ser muito poderoso e útil, não só na vida, mas na edição de vídeo também. 
 
É  comum  em  tempos  de  ​vlogs  no  YouTube  acharmos  que  o  ideal de um vídeo para 
dar  dinamismo  seja  não  ter  muitas  pausas,  você  pode  reparar  que  nestes  casos  a 
maior  parte  dos  vídeos  tem  cortes  secos,  os  chamados  “​jump  cuts​”,  como 
previamente  mencionado,  o  que  faz  com  que  o  apresentador  aparentemente  não 
pare de falar durante todos os minutos nos quais o vídeo é apresentado. 
 
Para  o  formato  ​vlog  esta  é  realmente  uma  opção  interessante,  sobretudo  para 
vlogs  com  a  intenção  de  entreter,  porém,  caso  o  seu  vídeo  seja  um  filme  ou  uma 
aula,  as  pausas  são  importantes  para  dar  densidade  ao  conteúdo  e  no  caso  das 
vídeos-aulas,  para  dar  tempo  para  a  pessoa  que  estiver  te  assistindo  absorver  o 
conteúdo que você está dedicadamente passando. 
 
Dada  a  importância  do  silêncio,  você  deve  saber  como  é  a  melhor  forma  de 
aplicá-lo.  E  quando  eu  falo  em  “silêncio”,  não  quero  dizer  apenas  o  tempo  das 
pausas  que  você  eventualmente  vai  fazer  entre  uma  palavra  ou  frase  e  a  próxima, 
mas sim o som da sua pausa; preste atenção: 
 
Em uma conversa entre duas pessoas, ou entre você e o seu público, veremos vários 
elementos  que  muitas  vezes  não  percebemos  mas  que  podem  fazer  muita 
diferença  caso  não  existam.  Considere  a  seguinte  frase  hipotética  de  um  locutor 
para o público em um vídeo: 
 
“Bom dia, meus amigos e amigas! [PAUSA 1,5 segundo] Como você estão?” 

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Repare  que  eu  indiquei  uma  breve  pausa  de  apenas  um  segundo e meio entre uma 
frase a outra, a pergunta é: O quê, sonoramente, acontece ali? 
 
Se  a  sua  resposta  é  “nada”,  você  pode  estar cometendo um grande engano. Muitos 
editor  de  vídeo  costumam  deixar  os  seus  áudios  extremamente  límpidos,  sem 
qualquer  ruído.  Se  por  um  lado  isso  denota  qualidade  de  captação  de  som  e 
também  acaba  levando  essa  sensação  para  quem  assiste,  por  outro  lado, o silêncio 
total que acontece quando ninguém está falando é ​inatural​. 
 
O silêncio completo não é natural. 
 
Feche  os  seus  olhos  e  escute.  Mesmo  que  você  esteja  em  silêncio,  o  mundo ao seu 
redor  não  está.  Barulhos  de  carro  na  rua,  pássaros,  grilos,  pessoas  conversando  ao 
longe,  o  vento,  o  rangir  da  sua  própria  casa;  o  mundo  ao  seu  redor  é  vivo!  Não  o 
mate no seu vídeo! 
 
Existem  várias  referências  quanto  a  isso  na  cinematografia,  quando  há um silêncio, 
é  importante  que  ele não seja completo, com ausência completa de ruídos naturais, 
pois  isso  confere  ao  vídeo  um  tom  mais  real  do  que  ele  teria  sem  eles.  Consciente 
ou inconscientemente isso acaba gerando desconforto nos seres humanos. 
 
Uma  técnica  muito  utilizada  para  contornar  este problema com intervalos sem som 
é  a  utilização  de  uma  trilha  sonora  de  fundo.  Tenha  cuidado  para  que  essa  trilha 
seja leve e condizente com o que você está apresentando e tudo ficará bem. 
 
O  silêncio  também é útil para o tempo de reação. Lembre-se dos filmes, stand ups e 
outras  apresentações  dramáticas  ou  cômicas que você tenha visto. Repare como há 
sempre  um  pequeno  silêncio  depois  de  um  evento,  na  comédia  chamamos  isso  de 
“timing”,  ou  seja,  saber  quando  fazer  uma  piada  e  quando  retomar  ela.  Assista  a 
uma  destas  apresentações  e  repare  como  o  comediante  fica  alguns  segundos  sem 
falar  depois  de  finalizar  uma  piada.  Isso  acontece  para  que  o público possa reagir à 
piada, no caso, rir. Depois disso o assunto é retomado. 
 
Esse  mesmo  recurso  é  utilizado  em  filmes  de  terror,  repare  que  dificilmente  um 
filme  de  terror  vai  tentar  de  dar  dois  sustos  consecutivos,  assim  que  um  acontece, 
há  um  silêncio,  um  tempo  de  reação  para  o  público.  Filmes  de  terror  também  são 
uma  boa  forma  de  observar  o  silêncio  sendo  utilizado  para  criar  toda  uma 
atmosfera  para  te  preparar para o susto, mesmo com momentos de silêncio, repare 
que  apesar  das  coisas  estarem  quietas,  sempre  há  algum  ruído  de  fundo,  isso 
acontece porque como você já sabe, silêncio completo não é natural. 
 
O  mesmo  vale  para  cenas  dramáticas,  se  você  pretende  emocionar  quem  está 
assistindo,  fazê-la  refletir  sobre  algo,  ou  ter  qualquer  outro  tipo  de  emoção 
relativa,  é  importante  que  depois  de  você apresentar o ponto chave desta emoção, 
você  deve  dar  um  tempo  para  que  o  espectador  sinta  essa  emoção,  cortar  muito 
rápido  para  outra  cena,  muitas  vezes  com  uma  emoção  completamente  diferente 
vai  fazer  com  que  todo  o  clima  que  você  planejava  vá  por  água  abaixo.  O  ideal 

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nestes  casos  é  fazer  uma  transição  gradual,  usando  uma  cena  de  passagem,  antes 
de entrar novamente na história. 
 
Tente usar a imaginação para este exemplo: 
 
Uma  cena  em  um  leito  de  hospital,  pai  e  filho  (de  cama)  conversam  e  por  conta  de 
uma  situação pré-definida se emocionam por estarem juntos neste momento difícil, 
parte  desta  comoção  será  sentida  pelo  espectador.  Depois  desta  cena  temos  uma 
transição  com  uma  cena  de  “city  scape”,  mostrando  a  cidade,  árvores  balançando 
com  o  vento,  para  então  mostrar  a  reação  da  família recebendo uma ligação do pai 
do  hospital  dizendo  que  o  filho  está  curado  e  voltará  para  casa,  obviamente  todos 
eles ficarão felizes. 
 
Agora  imagine  essa  mesma  sequência  sem  a  cena  de  transição  para  fazer  um  ​fade 
entre  sentimentos  e  de  que  dá  a  noção  de  que  o  próximo  acontecimento  se  passa 
longe  do  primeiro.  Imagine  a  cena  do  hospital  cortando  direto  para  a  cena  da 
família  feliz  recebendo  a  notícia  da  alta  do  filho  que estava acamado. É perceptível 
o  quanto  a  transição  seria  brusca  e  parte  da  emoção  seria  perdida  e  obviamente, 
nós não queremos isto. 
 

Oitava dica - Cuidado ao cortar o áudio


 
Falamos  de  silêncio  e  pausas  na  dica  anterior  então  você já deve ter percebido que 
o  som  é  tão  importante  quanto  o  vídeo  numa  boa  edição.  Cortes  são  uma  parte 
intrínseca de qualquer montagem, então continue cortando, sempre! 
 

 
 
Existem  vários  aspectos  sobre  o  áudio  que  vale  a  pena  prestar  atenção,  mas  hoje 
vamos falar sobre cortes especificamente. Alguns dos erros mais comuns em edição 
de vídeo, especialmente para o YouTube, acontecem no áudio. 
 

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Preste  atenção  quando  você  for  cortar  uma  frase  ao  meio,  dê  sempre  preferência 
por  cortar  frase  a  frase  e  não  palavras,  evite  cortar  sílabas  ao  meio.  Em 
contrapartida,  caso  seja  necessário  você  pode  usar  um  artifício  bem  legal  para 
evitar a sensação de corte seco e palavras desmontadas. 
 
Se  você  tiver  duas  câmeras  para  gravar  de  dois  ângulos  diferentes,  ao  precisar 
cortar  o  áudio  de  forma  abrupta  você  pode  também  mudar  o  ângulo  da  câmera, 
assim  vai  parecer  que  o  corte  foi  intencional  e  vai  disfarçar  a  “gambiarra”.  Esse 
recurso  faz  um  gancho  direto  com  a  dica  de  usar  duas  câmeras para disfarçar erros 
que eu havia mencionado anteriormente. 
 
Se  você  não  tiver  duas  câmeras  ainda  é  possível  salvar  uma  possível  edição  feita 
desta forma, fazendo um jogo de ​zoom​, do qual vamos falar mais adiante, mudando 
a  forma  com  que  a  imagem  está  sendo  apresentada  o  corte  abrupto  vai  fazer mais 
sentido. 
 
Mas  sabe  o  que  é  melhor  do  que  usar  essas  técnicas?  ​Não  usá-las  por  estes 
motivos! 
 
O  corte  para  duas  câmeras  na  troca  de  áudio  ou o ​zoom na troca de áudio vão ficar 
ainda melhores se você não cortar sílabas no meio, procure separar estes cortes por 
frases  ou  aproximações  quando  você for querer dar mais importância para algumas 
palavras em um vlog. Esse efeito de ​zoom​ é perfeitamente utilizável em ​vlogs​. 
 
Ao  fazer  os  cortes,  tome  cuidado  para  não  iniciar  uma  frase  muito  rente  à  outra, 
ninguém  fala  naturalmente  sem  dar  espaço  entre  palavras (lembra das pausas e do 
silêncio?  Elas  valem  aqui  também),  então  evite  cortes  secos  de  áudio  também.  Ao 
fazer  novas  entradas,  para  o  áudio  não  estourar  e  ao  fechar  uma  frase,  você  pode 
usar  alguns  mili  segundos  de  ​fade  in  e  ​fade  out​,  assim  a  transição  entre  não  ter 
som nenhum e ter alguém falando será muito mais suave. 
 
O  mesmo  cuidado  de  evitar  cortes  secos  vale  para  a trilha sonora. É comum utilizar 
várias  músicas diferentes ao longo de um vídeo, use sempre ​fade in e ​fade out para 
fazer  a  transição  entre  uma  trilha  e  outra.  Se  você  está  usando  músicas  cantadas 
para  ilustrar  o  seu  vídeo,  tome  cuidado  para  não  cortar  as  palavras  do  cantor 
também.  Quando  se  fala em trilhas sonoras com músicas tradicionais com cantores, 
é  muito  comum  utilizar  o  refrão  como  parte  da  trilha,  afinal,  isso  tende  a  ser  mais 
marcante,  para  não  deixar  a  música  completa,  normalmente  corta-se  do  início  da 
música  para  o  refrão,  normalmente  na  mesma  nota  para  que transição seja suave e 
se encaixe perfeitamente 
 
Para  fazer  isso  você  não  precisa  estudar  música  necessariamente,  se  souber 
melhor,  mas  você  pode  procurar  as  cifras  delas  e  observar qual a última nota antes 
do  refrão  e  cortar  a  música  no  início  logo  após  essa  nota,  assim  a  conexão  fica 
natural. 
 
Sempre  que  você  errar  uma  frase,  preferencialmente  volte  a  gravar  novamente  a 
frase  do  início,  pois  a  forma  com  que  o  seus  pulmões  enchem-se  de  ar  para  falar 
uma  frase  completa  ou  apenas  uma  palavra  é  diferente,  o  que  pode  mudar  um 
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pouco  o  tom  da  sua  voz,  além  disso,  fazer  isso  também  permite  que  você  tenha 
mais  de  um  take  da  mesma  cena,  permitindo  que  você  escolha  o  que  melhor  se 
encaixar. 
 

Nona dica - Use o ​zoom​ constantemente para dar


dinâmica em ​vlogs
 
Agora  vamos  falar  sobre  vídeos  novamente,  como  eu  comentei  anteriormente, 
vamos  falar sobre o ​zoom e as panorâmicas que você pode usar para dar dinamismo 
ao  seu  ​vlog.​   Estes  recursos  podem  ser  utilizados  em  filmes  também  e  outras 
produções,  mas em nenhuma delas eles são utilizados com tanta frequência e como 
componente chave quanto nos ​vlogs​ do YouTube. 
 
Pense  em  qualquer  vlogger  famoso,  com  alguns  milhões  de  inscritos,  e  você  vai 
encontrar  alguns  padrões de edição que são facilmente perceptíveis. Temos muitos 
cortes  e  movimentações  sequenciais.  Podemos  explicar  com  uma  cena  onde  o 
YouTuber  começa  falando  uma  frase  com  um  determinado  ângulo  de  câmera, 
explorando  um  lado  do  cenário  e  termina  ela  com  um  posicionamento 
completamente  diferente.  O  Whindersson  Nunes,  o  canal  com  mais  inscritos  do 
Brasil, é fundamento em cima disso. 
 

 
 

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Independente  do  editor  que  você  use,  sendo  ele  semi-profissional  ao  menos,  ele 
conterá  a  função  ​Pan/Zoom​,  muitas  vezes  com  outro  nome,  vale  a  pena  pesquisar 
para  saber qual o nome que o editor que você usa dá para este recurso. Panorama e 
Zoom  podem  ser  controlados  por  keyframes  normalmente,  o  que  dá  uma  certa 
versatilidade para ambos. 
 
Aproxime  a  imagem  do  seu  rosto  para  dar  ênfase  em  alguma  parte  que  você 
considera  importante,  use  isso  sempre!  Um  ​vlog  tradicional  tem  muitos  cortes  e 
muitas  aproximações  de  câmera,  então  tenha  paciência  para  deixar  o  seu  vídeo 
perfeito  neste  aspecto.  Acima  de  tudo,  dê-se  a  liberdade  de  criar  variações  dentro 
deste tema. 
 
Uma  forma  muito  simples  de  visualizar  uma  diferença  brutal  no  dinamismo  de  um 
vídeo  é  fazer  um  teste  simples:  Grave  um  vídeo  de  3  minutos  falando  sobre  algo 
que  você  goste,  jogo  no  seu  editor  e  faça  a  decupagem,  cortando  tudo  o  que  você 
achar desnecessário. Assista ao vídeo. 
 
Agora,  use  esta  mesma  decupagem  e  este  mesmo  vídeo,  mas  em  alguns  cortes 
adicione  um  ​zoom  no  seu  rosto  (ou  no  resto  da  pessoa  que  está  falando), 
procurando  pontuar  algum  momento  importante  do  vídeo  ou  uma  fala  engraçada. 
Assista  o  vídeo  novamente  depois  de  fazer  isso  e  sinta  a  diferença.  É  a  mesma 
mensagem passada de uma forma mais dinâmica e divertida. 
 

Décima dica - Correção de cores e efeitos sem exagero


 
E  não  estou  nem  falando  de  brilho,  contraste  e  saturação  apenas.  Mas  é  bem 
comum  de  um  editor  novato  deixa-se  levar  por  novos  efeitos  que  ele  aprende  a 
utilizar,  efeito  vinheta,  tonalizadores,  LUTs  e  muitas  outras  coisas  que  permitem 
fazer  correção  de  cor,  como  os  níveis  de  gama,  entrada  e  saída  de  branco  e  preto. 
Até mesmo o balanço de branco merece atenção para não ficar exagerado. 
 

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Ao  fazer  a  correção de cores, procure observar sempre qual é o “tom” do seu vídeo. 
Cores  alegres  e  vibrantes  em  vídeo  triste,  ou  cores  tristes  e  opacas  em  um  vídeo 
alegre  podem  ser  um  tiro  pela  culatra.  Preste  atenção  neste  aspecto  e  ajuste  os 
tons  de  acordo  com  o  “tom”  do  vídeo,  lembre  desta:  “Os  tons  de  acordo  com  o 
tom”. 
 
Em  vídeos  escuros  onde  costumamos  aumentar  um  pouco  o  gama,  é  bom  prestar 
atenção  para  não  aumentar  demais,  pois  quando  você  clareia  um  vídeo  de  forma 
artificial,  é  natural  que  pequenos  pontos  de  “chuvisco”  apareçam  em  regiões  mais 
escuras.  
Vale  muito  mais  apena  ter  um  cuidado  a  mais  com  a  iluminação  para  conseguir um 
melhor  efeito  do  que  remediar  via  software,  o  quanto  menos  você  precisar encher 
o  seu  vídeo  de  efeitos  para  dar a ele a aparência desejada melhor. Obviamente que 
o  uma  boa  qualidade  de  imagem  passa  também  por  uma  boa  câmera,  que  é  algo 
que qualquer produtor de conteúdo deve almejar ter. 
 
Mesmo  assim,  muitas  vezes  o simples fato de ter um boa câmera não é suficiente, é 
preciso saber usar a câmera! Leia o manual dela, veja tutoriais na internet e aprenda 
a  configurá-la  da  melhor  forma  para  o  seu  vídeo,  ao  fazer  isso,  o  seu  trabalhando 
corrigindo cores será muito mais fácil. 
 

Agora é com você, editor!


 
Estas  são  algumas  dicas  de  coisas  que eu aprendi ao longo do tempo trabalhando e 
estudando  edição  de  vídeo.  Se  você  seguir  estes  10  passos  ou,  pelo  menos,  alguns 
deles,  certamente  os  seus  vídeo  terão  uma  qualidade superior. Não deixe nunca de 
estudar  e  de  buscar  conhecimento  na  área,  foque  em  colocar  a sua criatividade em 

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prática,  além  de  todas  as  dicas,  isso  é  que  fará  diferença sobre o seu sucesso como 
um editor de vídeos. 
 
Edição  de  vídeo  é  como qualquer outra atividade, quanto mais você repetir, melhor 
você  vai  ficar,  ter  um  canal  no  YouTube  é  uma  boa  forma  de  praticar,  mas  não 
necessariamente  você  precisa  ter  um  deles.  Armazene  sempre  os  vídeos  que  você 
produzir  para  você  possa  assistir  eles  novamente  e  acompanhar  o  seu 
desenvolvimento como editor. 
 
Ao  fazer  uma  revisão  neste  eBook  depois  de  um  ano  e  meio  e  depois  dele  ter sido 
baixado  mais  de  5  mil  vezes é algo muito interessante para mim. É interessante por 
diversos  motivos,  mas  o  principal  deles  é  para  ver  o  quanto  eu  evoluí  como  editor 
no  último  ano,  ao  ver  os  vídeos  que  eu  produzia  na  época  que  escrevi  a  primeira 
versão  deste  eBook  e  observar  os  produzidos  agora,  consigo  ver  uma  evolução 
drástica,  o que prova mais uma vez o ponto de nunca deixar de estudar, talvez se eu 
voltar a atualizar este livro no próximo ano eu tenha uma sensação parecida. 
 
“A criatividade é a mãe da invenção, e somente a invenção muda o mundo.” 

Agradecimentos
Gostaria agradecer ao feedback de todos aqueles que baixaram a primeira edição deste
eBook, fiquei muito feliz em saber que várias pessoas puderem se beneficiar desta singela
coletânea de dicas para editor de vídeo, especialmente os iniciantes.

Meu desejo é que vocẽ possa passar o conhecimento contido neste eBook adiante, assim
mais pessoas poderão se beneficiar e produzir melhores conteúdos.

Um agradecimento a todas as pessoas que apoiaram o desenvolvimento deste projeto, os


meus amigos e colegas que trabalham no Diolinux, em especial o Gabriel, Ricardo, Luana e
aos demais membros da equipe que estão sempre dispostos a me ajudar a levar este
projeto para frente.

Não posso deixar de referẽncias os softwares, empresas e comunidades que tornaram este
projeto possível: Kdenlive, Google, GIMP, Inkscape, LibreOffice e PDF Shuffle.

Por fim, muito obrigado a você que reservou alguns minutos do seu precioso tempo para ler
este material que foi produzido com extremo carinho, de coração, espero que ele tenha sido
útil e que você tenha se divertido lendo tanto quanto eu me diverti escrevendo.

Até uma próxima! :)


 
 
 
 
 

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