Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA 1
Conceitos e definições
CONTEXTUALIZANDO
Editar um vídeo exige muito mais do que conhecimento técnico. Claro que
conhecer os equipamentos e os softwares, sabendo operá-los com maestria é
imprescindível, mas montar um vídeo exige muito mais. Exige sensibilidade e,
sobretudo, referências. Para editar muito bem é preciso conhecer as boas
edições, aprender com tudo aquilo que já existe no mercado.
Cinema, TV, internet etc. temos vídeos e filmes aos milhares, e todos têm
o seu valor. Podemos aprender com cada vídeo ou filme que assistimos, e é isso
que um bom editor tem de fazer: assistir a vídeos e filmes, de todos os tipos,
estilos e gêneros. É importante aprender cada detalhe, desde os roteiros,
passando pelos movimentos de câmera, pela atuação dos atores, pela edição,
até chegar aos efeitos especiais na finalização e sonorização. É preciso aprender
com tudo isso, criando referências para poder aplicá-las naquilo que for
necessário.
E aí eu faço uma pergunta: Qual foi o último filme que você viu no cinema?
Qual programa de televisão você assiste? E as novelas? Séries?
Documentários? São tantas opções disponíveis para aprender que, com certeza,
não teremos tempo para assistir a tudo.
Além disso, são poucas as profissões nas quais você pode aprender se
divertindo. Com certeza, ser editor é uma delas!
O desafio está lançado. Assista a um filme ou a vídeo – enfim, qualquer
produto audiovisual – e aumente sua percepção sobre a edição e seus detalhes
técnicos. Procure perceber como são os cortes, os efeitos especiais e a trilha
sonora.
Depois disso, troque essa experiência com seus colegas de classe!
Vamos lá. Divirta-se e bons filmes!
3
isolado, independente. Muito pelo contrário, ela depende diretamente de outras
etapas, como o roteiro e a produção, e também vai influenciar outras etapas,
como a gravação e a finalização, por exemplo.
Devemos planejar tudo, desde o que será escrito e de que forma será
visto até os lugares nos quais poderá ser exibido e quem deverá assistir. Por
isso, vamos saber rapidamente como e quais são as etapas que compõem o
processo de produção de um audiovisual.
O primeiro passo consiste em definir o que vamos produzir. Para isso,
vamos responder a três perguntas básicas:
Qual a ação desejada? – O que eu quero com esse vídeo? Qual seu
objetivo/finalidade?
Pesquisa
Pré-roteiro
Roteiro
Edição
Finalização
4
Pré produção – é a etapa em que são definidos os aspectos iniciais de
uma produção, com escolha do argumento, contratação dos profissionais,
cálculo final do orçamento, busca dos recursos financeiros, locação e
todos os demais itens que farão com que a produção possa começar.
1.1 Codecs
5
consequentemente, o público que os assiste. Um vídeo criado por um Codec
acaba fazendo com que o dispositivo que faz a sua leitura e quem o assiste
tenham também o mesmo Codec.
As câmeras também possuem Codec para que possam gerar os arquivos
e gravá-los nos cartões ou em suas memórias internas.
Para quem trabalha com vídeo, é preciso ter cuidado redobrado, pois a
escolha do Codec errado na saída da edição (exportação) pode comprometer a
qualidade de todo o trabalho, ou mesmo impedir alguém de assistir ao vídeo.
Temos então uma nova etapa no trabalho, quando será finalizada a
edição. Podemos converter o produto final em vários formatos, de acordo com o
modo ou o local da exibição. Para isso, basta escolher o Codec certo.
Os softwares de edição possuem dezenas de opções de exportação, cada
qual com suas finalidades e objetivos.
1.2.1 DV
6
Uma das grandes preocupações era a de criar um formato digital que
tivesse compatibilidade com diversos tipos de equipamentos produzidos pelas
diferentes empresas que compunham esse grupo de desenvolvimento.
Com isso, surgiu o sistema DV para atender à grande maioria das
empresas, além de outros formatos, como o DVCAM, para atender à Sony, o
DVPRO, para atender à Panasonic, e o digital-S, para atender à JVC.
Dentro dessa disputa pela aceitação do mercado, o formato DV acabou
sendo o mais aceito, e as famosas Mini-DV reinaram quase que absolutas em
grande parte do mercado. O Mini-DV acabou sendo o sucessor direto do vídeo
analógico (SD, ou standard definition), mantendo suas características técnicas
(NTSC): Frame Size – 720X480/Frame rate – 29,97 fps/Aspect ratio – 4:3 e 16:9.
O DVD trabalha com as mesmas características de imagem SD.
É importante ressaltar que a imagem Mini-DV ainda é uma imagem SD
com as características relacionadas acima, embora seja um arquivo digital.
1.2.2 HDV
7
É possível produzir discos de Blu-ray com esse formato, embora não seja
o formato “oficial” para isso.
1.2.3 Full HD
8
A edição pode ser composta de imagens em vídeo, fotos, desenhos
gráficos, ilustrações animações etc., todos organizados e dispostos de acordo
com planejado no roteiro.
Durante a gravação das imagens, as cenas nem sempre são feitas na
sequência prevista na história (ou no enredo ou roteiro). Para aperfeiçoar a
produção, geralmente elas são agrupadas por locação, também chamada de set
de filmagem, e por isso não são gravadas necessariamente na ordem em que
serão apresentadas nas telas na estreia da obra para o público. A edição, devido
a esse fato, também pode ser definida como o ordenamento das imagens
gravadas na sequência em que o vídeo será finalizado. Deve ainda ser
considerado que, para otimizar o fluxo de trabalho e permitir a criatividade da
equipe técnica – composta por diretor geral da obra, diretor de fotografia,
técnicos de iluminação e de áudio –, uma mesma cena é gravada diversas vezes.
Algumas delas, podendo ser captadas em ângulos e planos diferentes.
Para facilitar o trabalho do editor, surgiu a função do continuísta. Não, ele
não é peça de museu! Ainda existe, e é muito importante na produção. Esse
profissional tem como incumbência registrar todas as tomadas gravadas, numa
espécie de relatório. O continuísta anota não apenas esses dados técnicos,
como também registra minuciosamente cada detalhe, adereço, figurino, móvel e
cenário das cenas gravadas. Desse trabalho de continuidade dependem não só
o diretor, o iluminador e o ator, mas principalmente o editor de imagens.
É importante ressaltar que a edição depende de todo o processo de
produção, e principalmente de um bom roteiro. Com isso, deve ser criada uma
linguagem de edição, que estará de acordo com a linguagem de todo o vídeo.
É muito difícil editar um vídeo sem que exista um roteiro. Existem muitas
definições do que é um roteiro, mas, simplificando, um roteiro é uma maneira de
contar uma história combinando imagens em vídeos, fotos, desenhos etc. e
áudios. Vamos ver algumas definições de roteiro:
9
Um roteiro representa um estado transitório, uma forma passageira
destinada a desaparecer, como a larva ao se transformar em borboleta.
Quando o filme existe, da larva resta apenas uma pele seca, de agora
em diante inútil, estritamente condenada a poeira. [...]o roteiro significa
a primeira forma de um filme. E quanto mais o próprio filme estiver
presente no texto escrito, incrustado, preciso, entrelaçado, pronto para
o voo, como a borboleta, que já possui órgãos e todas as cores sob a
aparência de larva, mais a aliança secreta [...] entre o escrito e o filme
terá chances de se mostrar forte e viva. (Carrière; Bonitzer, 1996)
O roteirista vai além do escritor: o escritor escreve uma história com todo
o realismo dos personagens e locais, e o roteirista deve traduzir tudo isso de
forma que as pessoas possam visualizar as cenas enquanto leem.
Com o roteiro em mãos e os processos de gravação terminados, inicia-se
o processo de decupagem das imagens, ou seja, as imagens (vídeos, fotos etc.)
e os áudios (trilha sonora, locução, narração, som ambiente etc.) serão
escolhidos e separados para que possam ser utilizados na edição.
3.1 Linguagem
10
Saiba mais
Decupar é um processo importantíssimo na produção e,
consequentemente, na edição de um vídeo. É a seleção, a separação e a
limpeza dos vídeos brutos gravados, escolhendo os melhores e mais
adequados trechos a utilizar na edição. Para saber mais sobre essa
importante etapa do processo de edição, acesse: ALURA. Utilizando
decupagem nos seus projetos de vídeo. Disponível em:
<http://blog.alura.com.br/utilizando-decupagem-nos-seus-projetos-de-
video/>. Acesso em: 6 dez. 2018.
Embora esse tipo de edição esteja quase que ultrapassado, ainda existe
quem o utilize.
Se o conceito inicial de edição é o de cortar e colar, na chamada Edição
Linear isso é feito quase ao pé da letra. Para editar corretamente, são
necessários, no mínimo, dois videogravadores e um monitor (edição linear). Um
dos aparelhos, que pode ser a própria câmera, chamado Play, reproduzirá a fita
com o material bruto. Outro, chamado Rec (recorder), gravará os takes gerados
pelo Play em outra fita, produzindo a versão editada. As cenas são escolhidas
na chamada fita play – a fita em que foram gravadas as imagens “matriz”,
gravadas na câmera. Na fita rec (a fita editada) será copiada a cena escolhida e
marcada na fita play. A fita editada nada mais é que uma cópia de trechos da fita
matriz.
É possível editar na própria câmera no momento da gravação, porém,
esse processo não dá bons resultados.
Com o desenvolvimento dos trabalhos e o aumento do grau de exigência,
são incorporados outros equipamentos a esses, como mais uma máquina play,
11
misturadores de imagem (mixers), editor para cortes mais precisos, misturadores
de áudio, mesa de efeitos, gerador de caracteres etc.
Como a fita editada é uma cópia da fita matriz, ou original, a sua qualidade
tende a ser um pouco menor do que a da original. Nos equipamentos
profissionais, a diferença de qualidade é muito pequena, quase imperceptível.
12
Note que o editor tem de assistir a todas as fitas brutas e à master,
operando a mesa controladora por botões mecânicos.
Daí a importância do trabalho do continuísta. Como em seu relatório
consta o timecoder, com o código em números do tempo de gravação, o editor
serve-se disso para agilizar seu trabalho. Alguns copiavam em uma terceira fita
– “virgem” – as sequências escolhidas.
Caso houvesse um erro, era possível gravar “por cima” da gravação
existente na fita magnética; porém, se o tempo da nova cena fosse maior do que
o da cena substituída, a edição deveria ser refeita, porque não se podia
"empurrar" para frente algo já gravado na fita. Os controles de edição podiam ser
programáveis e controlar diversas máquinas.
Resumindo: como vimos na figura anterior, a ilha de edição linear mínima
precisava de dois videocassetes (um para reproduzir e outro para gravar) e de
uma mesa, chamada edit controller ou controladora.
Antes das fitas magnéticas de vídeo, aparece, na década de 1960, a
montagem das películas de acetato dos filmes feita numa máquina chamada
Moviola, inventada por Iwan Serrurier, em 1917. A Moviola tinha dois carretéis,
uma manivela manual, engrenagens que movimentavam a película celuloide de
um carretel para o outro e um visor, permitindo selecionar os trechos que seriam
cortados para, em seguida, colar e montar o filme como desejado.
A colocação de títulos é algo que merece ser recordado como técnica das
mais utilizadas na história do cinema. Uma dessas técnicas consistia em pintar
os títulos de apresentação e créditos finais em uma placa de vidro, que era
posicionada diante da objetiva. Os caracteres eram capturados sobre a imagem
da cena que estava sendo gravada. A outra técnica, mais simples, era escrever
os títulos e créditos sobre cartolinas, gravá-las e intercalar esse material durante
a montagem das sequências. Já o misturador, mais conhecido em seu termo em
inglês (mixer), é uma máquina que permite fazer transições com fade in ou fade
out (“dissoluções”), chroma key, wipes e outros efeitos.
Saiba mais
Em MOVIOLA. About us. Disponível em: <http://moviola.com/about-us/>,
você pode acessar um pouco da história da Moviola e conhecer o que a
empresa faz hoje, como é o caso dos treinamentos on-line de filmmakers
e videomakers.
13
Assista ao documentário amador que apresenta a história da Moviola e de
seu inventor: A INCRÍVEL INVENÇÃO DE IWAN SERRURIER QUE
REVOLUCIONOU A INDÚSTRIA DO CINEMA. Canal do André. 19 jun.
2016. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=MHNa_kyP2y4>. No tempo da
Moviola, o trabalho era quase artesanal, já que o montador ou editor
manuseava a película, assistia ao material bruto no mesmo equipamento
e, com uma simples tesoura, cortava o celuloide em pedaços e juntava
com fita adesiva na ordem desejada. A título de curiosidade, vale a pena
lembrar que a película de fotografia ou de cinema tem base plástica,
geralmente triacetato de celulose, sobre a qual é depositada uma
emulsão, formada por uma fina camada de gelatina, que contém cristais
de sais de prata sensíveis à luz
14
Figura 2 – Edição não linear
Saiba mais
O teleprompter (que possui esse nome devido ao primeiro fabricante que
o produziu) apresenta uma imagem dos textos de um monitor de vídeo
refletida em um espelho colocado a 45º. A imagem do texto é invertida no
monitor, da esquerda para a direita, para que a imagem no espelho possa
aparecer corretamente. O espelho reflete a imagem gerada na tela do
“telepronto”, permitindo que o apresentador leia o texto olhando
diretamente para a objetiva da câmera. O telepronto evoluiu do chamado
hardcopy para o atual softcopy. No primeiro modelo, o texto era
datilografado com letras grandes e frases curtas, e o papel era afixado em
dois cilindros motorizados. A imagem era captada por uma câmera e
mostrada no monitor colocado abaixo da objetiva que captava a imagem
do apresentador. Os rolos iam se movimentando (desenrolando no
primeiro cilindro e enrolando no segundo cilindro), e o apresentador podia
ler. No modelo atual, o texto é gerado num computador, geralmente um
laptop cujo monitor é posicionado para o espelho num ângulo de 45º. A
movimentação do texto é feita usando o mouse para ir baixando o texto à
medida que for lido. Os mais recentes usam tablet. Não havendo esses
recursos, o texto pode ainda ser reproduzido em cartolinas, com letras
grandes, chamadas de dálias, colocadas abaixo ou ao lado da objetiva,
mas num ângulo e distância tais do apresentador que permitam a
15
sensação ao telespectador de que o apresentador está olhando
diretamente para ele, ou seja, para o centro da objetiva. Não restando
nenhuma outra alternativa, o apresentador terá de decorar o texto e
apresentá-lo como o fazem os atores e atrizes em programas de ficção
(telenovela, filmes, humorísticos e de variedades em auditórios). Seja
como for, o que importa mesmo é a qualidade, a concisão, a objetividade
e a clareza do texto. Assista o vídeo no link a seguir e conheça mais sobre
o uso do teleprompter.
Depois de tudo que vimos, é possível concluir que você vai editar no
sistema Não Linear, é claro. Afinal, encontrar equipamentos de Edição Linear
nos dias de hoje não será muito fácil. Brincadeiras à parte, é preciso saber que
existem vários softwares de Edição Não Linear.
O primeiro passo é decidir entre softwares profissionais e amadores.
Alguns softwares amadores são gratuitos, o que pode ser uma grande vantagem.
Por outro lado, a maioria é limitada no que se refere a recursos que a criatividade
de um bom profissional deve exigir para trabalhar.
Os softwares usados por profissionais são pagos, e normalmente exigem
que sejam utilizados em máquinas (computadores) mais potentes, preparadas
para essa atividade.
A seguir, confira considerações sobre os programas mais utilizados por
editores de imagens. São também os mais bem avaliados pela crítica
especializada.
Para quem está começando a editar vídeos, e esses vídeos não exigem
muito do editor, mostramos dois programas: um para PC e outro para Mac.
17
18
Fonte: Windows Story Remix, 2017.
5.1.2 iMovie
19
Figura 4 – iMovie
Fonte: iMovie.
20
Figura 5 – Final Cut Pro
21
Figura 6 – Adobe Premiere Pro CC
22
Este é um software completo, que oferece diferentes recursos de edição.
Funciona de forma integrada com outros programas do pacote Adobe Criative
Cloud, como Photoshop, After Effects e Audition.
Com o After Effects, ele já foi utilizado em Avatar, de James Cameron, A
Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese, Garota Exemplar, de David
Fincher, e o último filme dos Irmãos Coen, Hail, Caesar!
Saiba mais
Assista e ouça a opinião de Tim Miller, diretor do filme Deadpool, sobre
como decidiu editar o filme com o software Premiere e o After Effects.
Acesse o link: ADOBE BRASIL. Disponível em:
<https://www.facebook.com/adobebrasil/videos/974121015975935/>.
Acesso em: 6 dez. 2018.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
23
FINALIZANDO
24
REFERÊNCIAS
25